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Ciência & Tecnologia : Fungo resistente ao calor pode matar milhões nos próximos anos
Enviado por alexandre em 06/05/2025 11:01:55

Fungo resistente ao calor pode matar milhões nos próximos anos
Foto: Reprodução

Europa, Ásia e Américas podem ser os principais atingidos, diz estudo

Um fungo que se adapta ao calor pode colocar milhões de vidas em risco nas próximas décadas, alertam pesquisadores. O Aspergillus fumigatus , comum em ambientes quentes e úmidos, pode se espalhar por regiões da Europa, Ásia e Américas devido ao aumento global das temperaturas, segundo estudo publicado por cientistas da Universidade de Manchester, no Reino Unido.

 

Os autores da pesquisa chamam atenção para o impacto potencial da expansão do fungo, que pode causar graves infecções respiratórias, especialmente em pessoas com doenças como asma, fibrose cística ou com o sistema imunológico enfraquecido.

 

“Estamos nos aproximando de um ponto de virada. Em 50 anos, o que cresce e o que pode infectar as pessoas será completamente diferente”, afirmou Norman van Rhijn, um dos autores do estudo, ao jornal 'Financial Times'.Os cientistas explicam que o fungo, que já vive em locais como pilhas de compostagem, sobrevive facilmente a temperaturas de até 37°C (a mesma do corpo humano) e por isso consegue colonizar os pulmões. O fungo ainda pode resistir em ambientes extremos, como o interior dos reatores nucleares de Chernobyl, demonstrando o que os cientistas chamam de 'resiliência incomum'.

 

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De acordo com o estudo, até o fim do século, o Aspergillus fumigatus poderá ocupar 77% mais território do que atualmente. Isso significaria, por exemplo, que até nove milhões de pessoas na Europa estariam expostas ao risco de infecção.

 

Apesar da ameaça, os especialistas alertam para a falta de investimentos no desenvolvimento de medicamentos antifúngicos, já que os altos custos e o retorno financeiro incerto afastam empresas do setor.A professora Elaine Bignell, codiretora do Centro de Micologia Médica da Universidade de Exeter, também envolvida na pesquisa, disse que o modo de vida do fungo no ambiente natural pode ter lhe dado a vantagem biológica necessária para infectar humanos.

 

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Ainda segundo os cientistas, menos de 10% das espécies de fungos conhecidas foram descritas pela ciência, e apenas uma pequena parte delas teve seu material genético sequenciado, o que dificulta o avanço de estudos e tratamentos. 

 

Fonte: Portal IG

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Coluna Qualidade de Vida : Uma porção diária de ameixas ajuda a saúde dos ossos; entenda por quê
Enviado por alexandre em 06/05/2025 11:01:16

Uma porção diária de ameixas ajuda a saúde dos ossos; entenda por quê
Foto: Reprodução

Estudo revelou que comer 4 a 6 ameixas secas por dia ajuda a retardar a perda óssea e diminui o risco de fraturas

Precisa melhorar a saúde óssea e não gosta de leite? Um estudo publicado na revista científica Osteoporosis International mostrou que uma porção por dia de ameixas secas ajuda a retardar a perda óssea e diminui o risco de fraturas.

 

Para chegar a essa conclusão, pesquisadores da Universidade Estadual da Pensilvânia, nos Estados Unidos, analisaram o efeito do consumo de ameixas secas em 235 mulheres na pós-menopausa. Nessa fase da vida, é comum a perda de força óssea e o aumento do risco de osteoporose, pois a queda nos níveis de estrogênio acelera a perda de densidade óssea.

 

As participantes foram divididas em três grupos: aquelas que não comeram ameixas secas, aquelas que comeram 50 gramas (equivalente a quatro a seis ameixas secas por dia) ou aquelas que comeram 100 gramas (10 a 12 ameixas secas diariamente). A cada seis meses, as voluntárias tiveram sua densidade de massa óssea, geometria óssea e a resistência óssea avaliadas por meio de uma tomografia computadorizada.

 

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Os resultados mostraram que após um ano, as mulheres que não comeram ameixas secas apresentaram menor densidade de massa óssea e resistência óssea na tíbia. Por outro lado, aquelas que comiam ameixas secas todos os dias notaram melhorias na saúde óssea. Especificamente, as que comeram pelo menos quatro a seis ameixas secas diariamente mantiveram a densidade, a resistência e a estrutura óssea, especialmente no osso cortical.

 

Apesar dos benefícios adicionais para a saúde de comer mais ameixas secas, os pesquisadores recomendam comer quatro a seis por dia, em vez de 10 a 12. Isso por que as pessoas no grupo de 100 gramas tinham maior probabilidade de desistir porque ficavam entediadas de comer tantas ameixas diariamente.

 

"Este é o primeiro ensaio clínico randomizado que analisa resultados ósseos tridimensionais em relação à estrutura óssea, geometria e resistência estimada", diz Mary Jane De Souza, professora de cinesiologia e fisiologia na Universidade Estadual da Pensilvânia, em comunicado. "Em nosso estudo, vimos que o consumo diário de ameixas secas impactou os fatores relacionados ao risco de fraturas. Isso é clinicamente inestimável."

 

Os ossos são criados a partir de tecidos dinâmicos que estão sempre se remodelando. Usando células ósseas especializadas, os ossos antigos são constantemente substituídos por mais novos. No entanto, à medida que a pessoa envelhece, esse processo fica mais lento.

 

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Atualmente, não há cura para a osteoporose, e os medicamentos para controlar a doença muitas vezes não são utilizados. O novo estudo mostra as vantagens das ameixas secas em relação a outros tratamentos para a saúde óssea. Comer ameixas secas também pode reduzir o risco de osteoporose, mas são necessárias mais pesquisas para confirmar todos esses benefícios.

 

Fonte: Extra

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Brasil : GRILAGEM: na Amazônia, 20 mil fazendas ocupam ilegalmente áreas indígenas e de conservação
Enviado por alexandre em 06/05/2025 11:00:00

GRILAGEM: na Amazônia, 20 mil fazendas ocupam ilegalmente áreas indígenas e de conservação

Nesta semana, o estudo Cartografias da Violência na Amazônia, divulgado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública em parceria com o Instituto Mãe Crioula, revelou que os estados da Amazônia Legal têm mais de 20 mil propriedades rurais sobrepostas ilegalmente a terras indígenas e unidades de conservação. Essa situação está diretamente ligada à grilagem, o ato ilícito de apropriação de terras públicas ou privadas por meio de falsificação de documentos. Na Amazônia, a grilagem é um dos principais fatores que contribuem para o desmatamento das florestas e, além de prejudicar os povos indígenas com a ocupação de seus territórios originários, também representa uma grave ameaça à sociobiodiversidade  

Entre 2018 e 2023, o número de registros de grilagem de terras na Amazônia aumentou em impressionantes 313,5%. As 20 mil propriedades rurais que estão ilegalmente sobrepondo terras indígenas e unidades de conservação expõem os impactos da grilagem de terras na região, um “fenômeno estreitamente relacionado ao desmatamento”, conforme destaca a pesquisa do Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Os dados foram obtidos a partir da análise de registros do Sistema de Cadastro Ambiental Rural (Sicar).

Em 2023, o Brasil perdeu cerca de 10.000 km² de floresta amazônica, o que equivale a mais de 1 campo de futebol por minuto. O desmatamento na região aumentou 21% em relação ao ano anterior, agravando a crise ambiental e climática – Foto: Alez Pazuello/Secom

Das mais de 20 mil propriedades ilegais, 8.610 estão situadas em terras indígenas e 11.866 em unidades de conservação. No caso das terras indígenas, a maior concentração dessas propriedades está nos estados do Pará (2.181), Maranhão (1.477) e Mato Grosso (1.414), que têm se destacado entre os maiores índices de desmatamento na Amazônia nos últimos anos. Segundo a análise por estados feita pelo Relatório Anual de Desmatamento, o Pará lidera o ranking do desmatamento, com 22,2% da área de todo o país (456.702 hectares). Na sequência, vem o Amazonas, com 13,33% (274.184 hectares); Mato Grosso, com 11,62% da área desmatada (239.144 hectares); Bahia, com 10,94% (225.151 hectares); e Maranhão, com 8,2% (168.446 hectares). Os cinco estados respondem por 66% do desmatamento no Brasil.

Desmatamento da Amazônia brasileira. Foto: Marizilda Cruppe/Amazon

Um exemplo é a Terra Indígena Cachoeira Seca, no Pará, que abrange 734 mil hectares, onde foram identificadas 530 propriedades rurais que invadem ilegalmente a área. A região é marcada por conflitos entre o povo Arara e grileiros, que pressionam a demarcação do território com práticas como desmatamento e exploração ilegal de madeira.

No Maranhão, a Terra Indígena Porquinhos dos Canela, do povo Apãnjekra, é a mais afetada pela presença de propriedades ilegais, com um total de 487 registros. Já em Mato Grosso, o território Apiaká do Pontal e Isolados, no norte do estado, conta com 134 propriedades sobrepostas. Essa área de 982,3 mil hectares abriga os povos Apiaká e Munduruku.

Aldeia Apãnjekra Canela na Terra Indígena Porquinhos dos Canelas, no Maranhão – Foto: Ibama/Divulgação

O problema atinge ainda mais unidades de conservação da Amazônia, onde há mais de 11,8 mil propriedades rurais ilegais. O Pará novamente lidera esse cenário, com 4.489 casos registrados. Entre as unidades de conservação mais impactadas no estado, destacam-se a Área de Proteção Ambiental (APA) do Tapajós e a Floresta Nacional (Flona) do Jamanxin, com 978 e 489 imóveis sobrepostos, respectivamente. Ambas estão localizadas no sudoeste do Pará, uma região marcada por alto índice de desmatamento e atividades de garimpo.

Em segundo lugar, está o estado do Amazonas, com 2.055 registros de sobreposição de propriedades rurais, com destaque para o Parque Nacional dos Campos Amazônicos (264 sobreposições) e a Flona de Aripuanã (180). O estudo aponta que essas unidades de conservação estão situadas no corredor da BR-230, onde a grilagem de terras é impulsionada pela exploração ilegal de madeira.

Os grileiros expulsam os povos indígenas, quilombolas e populações tradicionais que vivem nestes territórios florestais, muitas vezes de forma violenta, envolvendo a formação de milícias. Em seguida, os grileiros desmatam a área e colocam nelas algumas cabeças de gado com o objetivo de se passarem por pecuaristas. Os povos indígenas são as principais vítimas dos conflitos no campo, representando quase metade dos mortos. Em 2023, o número de assassinatos caiu de 41 para 31, mas, ao mesmo tempo, o total de eventos violentos aumentou. De acordo com o relatório da Comissão Pastoral da Terra (CPT), foram registrados 2.203 casos de conflitos, como invasões, mortes, agressões e destruição de bens. Esse número é 7% superior ao de 2022 e 57% maior do que o registrado em 2014.

Foto: Verônica Holanda/Divulgação

A demarcação de terras indígenas é muito importante no combate à grilagem de terras, porque promove a proteção de territórios ancestrais dos povos indígenas, impedindo que sejam ilegalmente apropriados por grileiros. Ao oficializar a posse dessas áreas, o processo de demarcação assegura que os direitos territoriais dos povos indígenas sejam respeitados, dificultando a ação de especuladores que, muitas vezes, invadem e falsificam documentos para tomar essas terras. Além disso, a demarcação contribui para a preservação ambiental, já que as terras indígenas funcionam como reservas naturais de conservação da natureza.

A Secretaria Nacional Indígena da CONAFER promove, de forma permanente, a preservação ambiental e a proteção dos direitos indígenas, por meio de ações de educação, combate às queimadas florestais, monitoramento de animais em risco de extinção e promoção de cursos sobre direitos humanos nas aldeias de todo o país. Além disso, a Confederação defende o marco ancestral contra a inconstitucionalidade do marco temporal, pois acredita que a proteção dos territórios indígenas é uma forma de preservar a biodiversidade contra a exploração, incluindo a grilagem de terras. 

Coluna Meio Ambiente : Atlas da Amazônia Brasileira contribui com desconstrução de estereótipos
Enviado por alexandre em 06/05/2025 10:59:10

Atlas da Amazônia Brasileira contribui com desconstrução de estereótipos
Foto: Reprodução

Entre os 58 autores e autoras, estão 19 indígenas, cinco quilombolas e dois ribeirinhos

O Atlas da Amazônia Brasileira foi lançado nesta segunda-feira, 5, pela Fundação Heinrich Böll no Brasil, e busca desconstruir estereótipos da região com um conteúdo que contribui para uma mudança urgente de perspectiva, para que pessoas do País e do mundo possam conhecer a Amazônia novamente, desta vez sob a perspectiva dos diversos habitantes da região.

 

Trata-se de uma publicação inédita com 32 artigos que abordam os desafios, os saberes e as potências da maior floresta tropical do planeta. A iniciativa busca ampliar o debate sobre justiça climática e territorial em um ano marcado pela realização da COP30 na Amazônia brasileira. Entre os 58 autores e autoras, estão 19 indígenas, cinco quilombolas e dois ribeirinhos.

 

Para o coordenador da área de Justiça Socioambiental da Fundação Heinrich Böll no Brasil e co-organizador do atlas, existe uma visão de que a Amazônia é só floresta, mas existe uma riqueza singular na região que muitas vezes fica invisibilizada.

 

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“A gente mal sabe que 75% da população da Amazônia é urbana. Tem povos e comunidades que há muito tempo trabalham na relação com a natureza, com formas de proteção e preservação ambiental com a construção de um bem viver cada vez mais sustentável. É preciso colocar quem está nos territórios para ter um papel de protagonista nesses debates.”

 

Segundo da Fundação, entre 2019 e 2022, a Amazônia registrou recordes de desmatamento (principalmente para abertura de pastagem para criação de gado); o garimpo ilegal em áreas protegidas (principalmente em terras indígenas da região amazônica) cresceu em 90%; e cidadãos estimulados pelo avanço da extrema direita se armaram – entre 2018 e 2022 o número de pessoas com registro de armas na Amazônia Ocidental aumentou 1.020%.

 

Ao mesmo tempo, em 2022 a Amazônia reuniu mais de um quinto dos assassinatos de defensores do meio ambiente em todo o mundo: foram 39 ativistas assassinados na região naquele ano.

 

CRISES

 

Em 2023, o mundo teve acesso às cenas da crise humanitária vivida pelo povo indígena Yanomami, cujo território, nos anos anteriores, foi tomado pela atividade garimpeira ilegal.

 

No mesmo ano, a Amazônia foi assolada por uma intensa crise climática, com secas extremas e rios alcançando os mais baixos níveis já registrados, o que, além da morte de animais, impactou sua extensa infraestrutura fluvial, levando à escassez de água potável e alimentos, além da dificuldade de acesso a aparelhos públicos.

 

Os danos não foram totalmente superados e outra seca atingiu a região em 2024. No mesmo ano, o bioma amazônico concentrou o maior número de focos de incêndio dos 17 anos anteriores, e o impacto da fumaça na qualidade do ar prejudicou a saúde de milhares de pessoas – sendo transportada pela atmosfera para outros estados das regiões Centro Oeste, Sudeste e Sul do Brasil. Outros biomas que compõem a Amazônia Legal, como o Pantanal e o Cerrado, também atingiram recordes de queimadas.

 

Foto: Reprodução

 

Assim, na avaliação da fundação, os últimos anos parecem ter desenhado um futuro sombrio para a Amazônia e sua população, seja pelos impactos do colapso climático na região, seja pelas disputas políticas que ditam não apenas o ritmo da intensificação de crimes ambientais (cada vez mais organizados pelas facções do tráfico de drogas nos territórios), mas os interesses econômicos que orientam grandes projetos para a região.

 

“Em contrapartida, a Amazônia é território de uma efervescente mobilização de movimentos sociais, coletivos e organizações socioambientais que têm se tornado linha de frente das discussões envolvendo tanto a gestão territorial regional, quanto a agenda climática global”, diz a fundação.

 

“Essa mobilização envolve a valorização dos modelos de pensamento dos povos e comunidades, que constroem relações com o território e seus seres bastante distintas daquelas que guiam os setores responsáveis pelo iminente colapso climático”, afirma.

 

CRIME ORGANIZADO


No artigo Crime Organizado, os autores Aiala Colares Couto (professor e pesquisador na área de geografia da Universidade do Estado do Pará – UEPA) e Regine Schönenberg (Fundação Heinrich Böll) traçam as dinâmicas das facções criminosas na região amazônica.

 

Segundo eles, importantes rotas do tráfico de drogas passam pela Amazônia brasileira e controlar essas rotas e os mercados locais se tornou o objetivo das facções. Com a profissionalização do narcotráfico e sua relação com os crimes ambientais, a região vive um processo de interiorização da violência.

 

“Estudos apontam que, desde os anos de 1980, a bacia amazônica é utilizada pelo crime organizado. Na época, como um importante corredor para o escoamento de cocaína que entrava pelas fronteiras do Brasil com os países andinos, principalmente Bolívia, Colômbia e Peru, que até hoje se destacam como os maiores produtores de cocaína do mundo”, dizem os autores.

 

De acordo com Aiala e Regine, facções criminosas que antes atuavam na Região Sudeste passaram a ter mais presença na Amazônia, tais como, o Primeiro Comando da Capital (PCC), de São Paulo, e o Comando Vermelho (CV), do Rio de Janeiro.

 

Além disso, facções regionais passaram a se organizar na região instituindo relações de poder e controle dos territórios, a exemplo da Família do Norte (FDN) do Amazonas e Comando Classe A (CCA) do Pará, fazendo alianças e enfrentamento aos grupos faccionais não-regionais, algo que contribuiu de forma significativa para os conflitos violentos na Amazônia.

 

Segundo os autores, a relação entre o narcotráfico e os crimes ambientais se dá por meio de atividades ilegais como exploração ilegal de madeira, contrabando de minérios (manganês e cassiterita) e grilagem de terras. Essas atividades vêm sendo financiadas pelo crime organizado nos últimos anos, principalmente como estratégia de lavagem de dinheiro.

 

“Em relação à ameaça aos territórios indígenas, destacam-se a expansão do garimpo ilegal do ouro e a invasão desses territórios por integrantes de facções criminosas, aliciando jovens indígenas e alterando o cotidiano das comunidades”, dizem os pesquisadores, que alertam para o alcance desse impacto.

 

“Também se enfatiza a aproximação a esses povos gerada pelos vários meios de transporte das drogas, seja via estradas próximas ou interligadas às Terras Indígenas, pelos rios que se conectam a elas ou pela utilização de aeronaves que pousam em pistas clandestinas construídas ilegalmente nas áreas protegidas.”

 

Nascido no quilombo de Menino Jesus de Pitimandeua, no município de Inhangapi, no Pará, o pesquisador Aiala diz que há uma dificuldade na ação do Estado no que diz respeito à agilidade do processo de intervenção no combate ao crime organizado. “O crime organizado não passa por processos burocráticos para agir. A agilidade do crime organizado em suas múltiplas conexões acaba se sobrepondo às ações governamentais que dependem de recursos financeiros e da desburocratização por parte do governo”.

 

A FUNDAÇÃO

 

A Fundação Heinrich Böll é uma organização política alemã presente em mais de 42 países. Promover diálogos pela democracia e garantir os direitos humanos; atuar em defesa da justiça socioambiental; defender os direitos das mulheres e se posicionar como antirracista são valores que impulsionam as ideias e ações da fundação.

 

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No Brasil, a Fundação apoia projetos de diversas organizações da sociedade civil, organiza debates e produz publicações gratuitas. No campo da justiça socioambiental, busca fortalecer o debate público que alie a defesa do meio ambiente à garantia dos direitos dos povos do campo e da floresta. A fundação completa 25 anos de atuação no Brasil. 

 

Fonte: Revista Cenarium

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Coluna Internacional : Líder conservador alemão tem indicação a chanceler rejeitada no Parlamento em derrota sem precedentes
Enviado por alexandre em 06/05/2025 10:58:22

Líder conservador alemão tem indicação a chanceler rejeitada no Parlamento em derrota sem precedentes
Foto: Reprodução

Nunca um chanceler que assumiu foi derrotado em uma primeira votação para formação de governo na Alemanha moderna; nova votação pode acontecer ainda nesta terça

O líder conservador alemão, Friedrich Merz, sofreu uma pesada derrota nesta terça-feira ao ter sua indicação a chanceler rejeitada em votação no Bundestag — um resultado que pelo menos atrasa a formação do novo governo após as eleições realizadas em fevereiro.

 

A não aprovação de Merz vem sendo tratada como um fiasco dentro da Alemanha, uma vez que nenhum chanceler que assumiu o governo na era moderna precisou de mais de uma votação para garantir aprovação, levantando dúvidas sobre a confiabilidade da coalizão formada com o Partido Social-Democrata (SPD). Uma nova votação deve ser realizada ainda nesta terça.

 

O líder da coligação entre União Democrata Cristã (CDU) e União Social Cristã (CSU) esperava garantir maioria na votação no Parlamento com apoio do SPD, com quem costurou um acordo para governar em coalizão, aprovado em trâmites internos na semana passada.

 

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Pelo texto, CDU/CSU ficariam com 10 ministérios, enquanto o SPD ficaria a frente de sete, incluindo as pastas de Finanças, com o colíder Lars Klingbeil, e de Defesa. Embora os partidos somados tenham um total de 328 parlamentares, o resultado na urna indicou 310 votos para Merz, seis a menos do que o necessário para aprovação — e com 18 deserções.

 

O resultado imediatamente provocou reações de todo o espectro político do país. Representantes da CDU e do SPD afirmaram que pretendem realizar uma segunda votação ainda nesta terça-feira, às 15h15 (10h15 em Brasília), confiando que os dissidentes da primeira rodada irão rever seus posicionamentos e aderir ao compromisso firmado entre os partidos. Na oposição, a colíder do partido de extrema direita Alternativa para a Alemanha (AfD), Alice Weidel, pediu a renúncia de Merz e a convocação de novas eleições.

 

— Merz deve renunciar imediatamente, e a porta deve ser aberta para novas eleições em nosso país — declarou Weidel, cujo partido foi o segundo mais votado em fevereiro e atualmente está empatado com os conservadores em pesquisas de intenção de voto.

 

Pela regra eleitoral alemã, não há limite para o número de votações para aprovação do novo governo. A única imposição é de que o segundo turno aconteça em um prazo máximo de duas semanas. Caso a nova votação também termine sem nenhum candidato com a maioria simples, um terceiro turno é realizado, sendo declarado vencedor aquele candidato com mais votos (não necessariamente mais de 50% do total de assentos).

 

É improvável que Merz fosse derrotado neste terceiro cenário, uma vez que os democratas-cristãos foram a sigla individualmente mais votada. Contudo, o dano que o processo já está causando em sua imagem o fragiliza antes mesmo do começo do governo. Também impõe revezes à programação do conservador, que esperava ser aprovado sem maior resistência.

 

Certo de que seria aprovado, Merz já havia marcado uma série de compromissos que seriam prejudicados se a posse fosse atrasada mesmo que em um dia. Uma agenda cuidadosamente orquestrada de visitas ao exterior começaria amanhã, com viagens para se encontrar com o presidente francês, Emmanuel Macron, e o primeiro-ministro polonês, Donald Tusk.

 

O fracasso de Merz no primeiro turno também pode enfraquecer sua capacidade de começar a implementar mudanças econômicas e estruturais necessárias.

 

— Isso mostra que ele não pode confiar totalmente em seus dois partidos de coalizão — disse Holger Schmieding, economista da Berenberg. — Isso semearia algumas dúvidas sobre sua capacidade de perseguir plenamente sua agenda, prejudicando sua autoridade nacional e internacional, pelo menos inicialmente.

 

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Mesmo antes de ser nomeado, Merz já enfrenta a ira de uma parcela de seu eleitorado conservador por ter relaxado recentemente regras rígidas de empréstimos para financiar o aumento dos gastos militares e a modernização da infraestrutura do país. Internamente, ele tenta se contrapor ao avanço da AfD se aproximando de uma abordagem linha-dura na política de migração. Enquanto um novo governo não for aprovado pelo Bundestag, o social-democrata Olaf Scholz permanece no cargo.

 

Fonte: O Globo

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