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Ciência & Tecnologia : Comida 2.0: como a indústria de alimentos usa a tecnologia para ficar mais sustentável
Enviado por alexandre em 18/03/2024 01:04:39

Horta vertical de lúpulo em Madri, na Espanha: plantas chegam a sete metros de altura

Ainda em estágio pré-industrial, a fazenda vertical pretende entregar, quando estiver em plena produção, quatro safras desse lúpulo sustentável por ano, reduzindo o risco de as fabricantes de cerveja ficarem sem o produto por secas, altas temperaturas ou geadas, cada vez mais frequentes com a mudança climática.

 

O custo de produzir um quilo de lúpulo nesta horta digital ainda é mais alto. Salta de algo entre € 15 e € 20 (entre R$ 82 e R$ 109) numa plantação normal para € 30 (R$ 163). Mas ali gastam-se 95% menos água e 20% menos energia, que vem de fontes renováveis.

 

A plantação vertical visitada pelo GLOBO em Madri ilustra como inovações turbinadas por máquinas inteligentes estão ajudando a indústria de alimentos e bebidas no mundo a se tornar mais eficiente e sustentável, condições determinantes para alcançar os principais mercados consumidores de um planeta que precisará alimentar cada vez mais gente.

 

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Um relatório do banco suíço UBS mostrou que, até 2050, serão mais 2 bilhões de habitantes no planeta (atualmente já somos mais de 8 bilhões), elevando em 60% a demanda por comida. Ao mesmo tempo, a mudança climática vai dificultar a produção de alimentos, e a procura de água excederá a oferta em 40% já em 2030. Mesmo assim, os humanos ainda desperdiçam 1,3 bilhão de toneladas de alimentos por ano.

 

Estes desafios estão obrigando a indústria de alimentos e bebidas a avançar em uma nova revolução tecnológica. Começou com investimentos de US$ 135 bilhões (R$ 674 bilhões) em 2018 e vai chegar a 2030 com US$ 700 bilhões (R$ 3,5 trilhões) aportados em inovações, alta de 15% ao ano.

 

A Ekonoke, por exemplo, já recebeu investimentos da AB InBev — fabricante de marcas de cerveja em todo o mundo, que no Brasil controla a Ambev —, em parceria com Coca-Cola, Colgate-Palmolive e Unilever, e pela cervejaria Estrella Galícia.

 

— É a combinação entre ciência e tecnologia, levando a uma planta mais resistente e que poderá ser cultivada em qualquer parte do mundo — diz Inés Sagrario, CEO da Ekonoke, resumindo os resultados da fazenda vertical de Madri.

 

PARCERIAS INOVADORAS

 

Vendedora usa sombrinha para proteger alimentos à venda no Ceasa do Rio. Calor extremo tem gerado maior perda de produtos, assim como aumento dos preços — Foto: Gabriel de Paiva / Agência O Globo

 

A principal estratégia é digitalizar linhas de produção para produzir itens mais baratos com menos recursos naturais. Por trás das inovações estão grandes grupos e startups. Na Espanha, grande produtora e exportadora agroalimentar, o movimento está a todo vapor.

 

— Competitividade, eficiência e sustentabilidade são elementos-chaves para quem quer manter a liderança no mercado. A Ekonoke, por exemplo, está liderando mudanças no cultivo do lúpulo com nossa tecnologia usando menos recursos naturais e obtendo mias eficiência — diz José Ramón Castro, diretor-geral da Siemens Digital Industries para Espanha e Portugal.

 

Em Múrcia, no sudeste da Espanha, a Blendhub especializou-se em alimentos em pó, como carne, leite, peixe, frutas e vegetais, a partir de uma técnica de secagem. Com esses ingredientes são preparadas duas mil receitas, e as fórmulas ficam armazenadas em computação em nuvem.

 

Dessa forma, fica mais fácil produzir perto de quem vai consumir alimentícios industrializados de forma automatizada, por máquinas guiadas pelas receitas. Já são sete hubs em quatro continentes, incluindo países populosos como Índia e Tailândia.

 

A empresa trabalha para grandes companhias do ramo, como Nestlé e Cargill, mas também com pequenas empresas desenvolvendo novos produtos. Já são 10 toneladas de alimentos em pó vendidos por ano e faturamento de € 50 milhões (R$ 272 milhões).

 

CALOR EXTREMO GERA PERDA DE ALIMENTOS E AUMENTO DOS PREÇOS NO CEASA DO RIO

 

— Estamos planejando novos hubs, incluindo o Brasil. com parceiros e investidores locais. Operando perto das fontes de ingredientes e dos consumidores finais, já conseguimos reduzir em 30% o preço de um produto, eliminando custos da cadeia — diz o dinamarquês Henrik Kristensen, acrescentando que a empresa tem patentes em 80 países e começou a coletar dados como rastreabilidade dos ingredientes, preços, fornecedores, distâncias logísticas, tempo e custos de transporte, para trazer ainda mais eficiência e confiabilidade à operação.

 

A sustentabilidade é uma obrigação para o setor na União Europeia (UE), que desde o ano passado tem como meta reduzir o consumo de energia em quase 12% nos países-membros.

 

Em Sevilha, a unidade da Coca-Cola Europacific Partners, engarrafadora com maior receita da marca de bebidas no bloco, monitora em tempo real o uso de energia e água por um sistema digital nas 12 linhas de produção. O monitoramento digital garantiu, mesmo com a expansão da produção, a redução do consumo dos dois insumos entre 20% e 22% desde 2019.

 

‘CÉREBRO DIGITAL’

 

Na Deoleo, maior produtora de azeite do mundo, localizada em Córdoba, toda a produção foi digitalizada, permitindo dar ao consumidor informações de rastreabilidade do produto.

 

A companhia espanhola elevou sua eficiência, integrando laboratórios e fábricas por meio de uma espécie de “cérebro digital”. Com mais dados, a empresa conseguiu cortar a emissão de 2.353 toneladas de CO2 em 2022, queda de 66% em relação a 2021.

 

Deoleo, maior produtora de azeite de oliva do mundo, usa tecnologia digital para rastrear produção — Foto: Divulgação

Fotos: Reprodução

 

No Brasil, um dos maiores produtores de alimentos do mundo, esse movimento também começou, mas o país ainda investe pouco na industrialização dos produtos in natura, o que poderia elevar o valor agregado das exportações do país, apontam especialistas.

 

— No Brasil, quem não aderir, seja pequena ou grande empresa, será penalizado nas gôndolas pelo consumidor — afirma Paulo Silveira, fundador e CEO do FoodTech Hub Latam, ecossistema de inovação do setor de alimentos.

 

MAIS INOVAÇÃO NA INDÚSTRIA DE ALIMENTOS NO BRASIL

 

Segundo dados da Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (Abia), o investimento do setor em inovação subiu de R$ 15,3 bilhões em 2020 para quase R$ 20 bilhões no ano passado.

 

Glaucia Maria Pastore, cientista de alimentos da Unicamp, afirma que o Brasil já poderia ter avançado mais na eficiência do setor e na oferta de produtos com maior qualidade nutricional ampliando a industrialização no campo. Ela cita que atualmente chega a sobrar arroz, rico em fibras e carboidratos, que poderia se transformar em creme ou farinha, por exemplo.

 

— O país também perde ao não industrializar alguns tipos de plantas, que servem como alimento, mas também têm propriedades medicinais — diz a pesquisadora.

 

Em Curitiba, a Bühler, fabricante de equipamentos para empresas de alimentos, está desenvolvendo sistemas de inteligência artificial (IA) e internet das coisas (IoT) que corrigem erros na fabricação de comestíveis em série.

 

Hoje, isso ainda é feito por humanos com a ajuda de sensores. A Bühler também desenvolveu equipamentos com motores mais eficientes, que reduzem em até 50% o consumo de energia.

 

— Estamos trabalhando para que o consumo de água seja reduzido em cada processo — diz Frederico Goulart, diretor da Bühler Brasil.

 

REUTILIZAÇÃO DE RESÍDUOS

 

A M. Dias Branco, dona das marcas de massas e biscoitos Adria e Piraquê, é uma das brasileiras que iniciou a digitalização das operações e estuda como aplicar a IA na correção das nas linhas. Já teve ganhos de eficiência de 5% a 15% e, para acelerar a absorção de novas tecnologias, faz parcerias com startups.

 

— Criamos há três anos um plano de automação e digitalização. Temos 17 fábricas, com muitas linhas de produção. Esses planos nos ajudam a decidir qual linha automatizar no curto e médio prazo — diz Sidney Leite, diretor técnico e de Operações da M. Dias Branco.

 

A JBS, multinacional brasileira líder global em carnes, recorre à economia circular para responder à cobrança crescente sobre sustentabilidade. Cerca de 99% dos resíduos do processamento de gado são reaproveitados, sendo transformados em biodiesel, gelatinas, sabonetes e couro para revestimento de móveis, vestuário e acessórios.

 

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Novas fábricas já são inauguradas com coleta de águas pluviais, uso de veículos elétricos no trânsito interno e geração de energia solar nos estacionamentos, o que ajuda a cumprir metas de sustentabilidade.

 

Fonte: O Globo

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Ciência & Tecnologia : SpaceX faz seu melhor voo teste da Starship, maior nave do mundo, mas não completa trajeto
Enviado por alexandre em 15/03/2024 14:55:08

Sem tripulantes, missão durou cerca de 1 hora e foi a mais longa até agora; cápsula acabou se destruindo perto de retornar à Terra. Empresa de Elon Musk quer usar Starship para, no futuro, transportar pessoas e cargas até a Lua e Marte.

A SpaceX, empresa do bilionário Elon Musk, fez nesta quinta-feira (14) o terceiro voo teste da Starship, considerado pela fabricante o experimento mais bem-sucedido até aqui com a maior nave do mundo. Mais uma vez, não havia tripulantes.

 

Foi a missão mais bem-sucedida até hora, já que chegou próximo à fase de pouso da nave. Segundo a SpaceX , a Starship estava rumo à reentrada na órbita terrestre, 50 minutos depois da decolagem, quando a empresa perdeu o contato com ela.

 

O gerente de comunicações da SpaceX, Daniel Huot, confirmou alguns minutos depois que a Starship foi destruída. "A equipe informou que a nave foi perdida, então, nada de aterrisagem hoje. Mas é incrível ver o quanto avançamos desta vez".

 

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Starship no céu — Foto: CHANDAN KHANNA / AFP

 

Por que foi considerada bem-sucedida? A Starship nunca havia ido tão longe e o foguete que a impulsiona, chamado Super Heavy, nunca chegou perto de terminar sua trajetória nos dois testes anteriores, ambos em 2023.

 

Desta vez, ele se separou da nave três minutos depois da decolagem, mas, segundo o New York Times, o chamado primeiro estágio do veículo espacial não fez um pouso completamente bem-sucedido no Golfo do México, como previsto.

 

No primeiro teste, o propulsor e a nave foram explodidos pela própria SpaceX, em uma decisão técnica, pouco depois da decolagem. No segundo, o foguete explodiu após se separar da Starship, que também foi destruída pouco depois de deixar a órbita da Terra.

 

O lançamento aconteceu por volta das 10h25, na base aérea da SpaceX em Boca Chica, no Texas (EUA). Houve um atraso porque foi preciso retirar algumas embarcações que estavam paradas no Golfo do México, onde o foguete Super Heavy, que impulsionou a Starship, deveria pousar.

 

Além disso, mais cedo, o tempo nublado e as condições de vento também preocuparam a equipe da SpaceX.

 

Imagem do lançamento da Starship. — Foto: Reprodução

 

Os outros lançamentos acabaram com explosões em momentos diferentes de missão. Na primeira tentativa, em abril de 2023, uma falha fez os motores se desligarem e forçou a empresa a acionar um sistema de destruição para explodir o propulsor, quando ele ainda estava acoplado à cápsula.

 

No segundo teste, em novembro de 2023, o propulsor explodiu depois de se separar da Starship. A SpaceX também perdeu contato com a cápsula, a parte superior da nave. Em fevereiro, a empresa identificou a necessidade de 17 ações corretivas após achar uma falha num filtro que alimenta os motores.

 

"A SpaceX implementou mudanças de hardware nos próximos veículos Starship para melhorar a redução de vazamentos, proteção contra incêndio e operações refinadas associadas à ventilação do propelente para aumentar a confiabilidade", disse a fabricante. 

 

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Imagem do propulsor desacoplando — Foto: Reprodução

Foto:Reprodução

Fonte: G1

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Ciência & Tecnologia : Nova tecnologia pode triplicar autonomia de baterias de carros elétricos
Enviado por alexandre em 13/03/2024 09:25:26

Fabricantes estão investindo bilhões de dólares em pesquisas. Veja a explicação com Renata Lo Prete no novo cenário do JG, que estreou nesta terça-feira (12)

Grandes fabricantes de automóveis estão investindo bilhões de dólares em pesquisa e desenvolvimento de baterias sólidas, que podem triplicar a autonomia de carros elétricos. Essa nova tecnologia tem o potencial de transformar o mercado. 

 

Atualmente, um carro elétrico que utiliza uma bateria de íon-lítio da geração atual pode ter uma autonomia de cerca de 500 quilômetros, a depender do modelo.

 

Com a nova tecnologia da bateria sólida, esse alcance pode triplicar a autonomia, chegando a 1.500 quilômetros.

 

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Além disso, a durabilidade da bateria pode dobrar, passando de 5 mil para 10 mil ciclos. Cada ciclo representa uma carga e descarga. Por fim, o tempo de recarga pode ser reduzido drasticamente, de uma hora para apenas oito minutos.

 

Por enquanto, os dados são uma estimativa de como a nova tecnologia pode funcionar, uma vez que o projeto ainda está em fase de desenvolvimento.

 

A expectativa é de que as baterias sólidas demorem para chegar no mercado. As previsões mais otimistas são para a partir de 2027.

 

Um dos obstáculos para a implantação da nova tecnologia em baterias elétricas é o custo de produção.

 

Por outro lado, a bateria sólida pode ter uma vida útil maior do que a de íon-lítio. Modelos atuais costumam durar cerca de 10 anos, e o preço de troca pode chegar a até metade do preço do veículo.


Especialistas afirmam a bateria sólida pode ter uma vida útil de até 18 anos, além de ser mais segura.

 

MERCADO


Atualmente, a Noruega é o país que mais vende elétricos e híbridos, proporcionalmente. Em 2022, esses modelos representaram 88% das vendas de veículos.

 

Já na China, que é o país que mais produz carros no planeta, as vendas de elétricos ou híbridos representaram 29% das vendas, em 2022.

 

Na Europa, no mesmo ano, o índice foi de 21%. Enquanto isso, nos Estados Unidos, a fatia foi de 8%.

 

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No caso do Brasil, elétricos ou híbridos somaram apenas 1% das vendas de veículos em 2022. Especialistas afirmam que o país tem um desafio maior, por causa da falta de infraestrutura e pela extensão territorial.

 

Fonte: G1

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Ciência & Tecnologia : Por que o chip cerebral da Neuralink preocupa os cientistas?
Enviado por alexandre em 11/03/2024 10:12:04

Na atual fase de testes do chip, os cientistas pontuam que a segurança deve ser prioridade, mas faltam informações.

A Neuralink é uma sociedade que Elon Musk cofundou junto com outros oito empresários. Claro que assim como todo projeto que o bilionário se envolve, esse também é pensado no futuro da humanidade. A empresa projetou um chip para ser implantando no cérebro das pessoas. Através desse chip, os órgãos servirão como interfaces de máquinas.

 
O plano de Musk é implantar chips em pessoas com paralisia cerebral para que assim elas consigam controlar objetos com o pensamento. Contudo, esse projeto do bilionário tem causado polêmica ao redor do mundo. Mesmo que esse chip traga uma novidade, os cientistas estão preocupados com o dispositivo.

 

A Neuralink fez o seu primeiro teste em humanos no fim de janeiro. Em fevereiro, a empresa anunciou que o paciente tinha conseguido mexer um mouse através da telepatia. Nesse momento, Musk disse que o progresso tem sido algo constante e que a empresa estava preparando seus próximos passos. O objetivo é que esse paciente também consiga clicar com o mouse.

 

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PREOCUPAÇÕES

 

Os cientistas questionaram, em uma entrevista para a revista Nature, a transparência da Neuralink com relação ao seu experimento. Até porque, além do tweet de Musk, não existiu nenhuma outra confirmação de que os testes com o chip tinham começado. E a maioria da informação pública disponível vem de um panfleto de convite para que as pessoas participem do teste.

 

Além disso, o ensaio teste do chip também não foi registrado no repositório ClinicalTrials.gov, que conta com curadoria do Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos. Esse repositório é uma referência técnica para várias entidades. Tanto é que, antes dos participantes puderem ser envolvidos com os testes, várias universidades pedem o registro do teste em algum sistema do tipo. E as revistas médicas também usam o registro como uma condição para publicar resultados de pesquisas.


Conforme pontua Tim Denyson, neuroengenheiro da Universidade de Oxford, no Reino Unido, não existem informações de em que local a Neuralink está fazendo as implantações e quais resultados irão ser avaliados.

 

E na fase em que os testes estão, os especialistas esperam que a prioridade seja a segurança. Segundo Denyson, isso requer observar possíveis efeitos de longo prazo nos pacientes para ter certeza de que não acontecerá sangramento, AVC, infecções ou dano vascular.


Segundo o panfleto do estudo, os pacientes irão ser acompanhados por cinco anos. Ele também diz que o ensaio avaliará a funcionalidade do chip cerebral e por conta disso os participantes têm que usá-lo pelo menos duas vezes por semana. Para isso, eles têm que tentar controlar um computador e depois relatar a experiência para a Neuralink.

 

Uma dúvida de Mariska Vansteensel, neurocientista do Centro Universitário Médico Utrecht na Noruega presidente da Sociedade BCI (Interface cérebro-computador), é se os sinais neurais diminuem com o passar do tempo.

 

Contudo, a implantação do chip foi aprovada pela Food and Drugs Administration (FDA), a Anvisa dos Estados Unidos. “Minha suposição é de que a FDA e a Neuralink estão seguindo o manual até certo ponto. Mas não temos o protocolo, então não sabemos disso”, avaliou ela.

 

A FDA tinha rejeitado um primeiro pedido da Neuralink para fazer os testes do chip em humanos. As preocupações principais da época estavam relacionadas à bateria de lítio, a possibilidade de fios pequenos do implante acabarem indo para outros lugares do cérebro e se e como o chip poderia ser removido sem causar danos ao tecido cerebral.

 

Depois de um mês da aprovação para os testes em humanos, a FDA encontrou problemas nos registros de teste feitos com animais para o chip. Tiveram lapsos de controle de qualidade em uma das instalações da Neuralink na Califórnia.

 

Dentre os problemas que foram identificados está a falta de registros de calibração de materiais em alguns dos testes e a falta de assinatura de funcionários de garantia de qualidade no relatório final.

 

Foto: Reprodução

 

OLHAR DIGITAL

 

Antes mesmo dos testes do chip em humanos começarem, os cientistas já tinham mostrado uma preocupação com relação à ética dele. Por mais que a proposta inicial fosse de ajudar as pessoas com paralisia, o dispositivo da Neuralink parece servir para outras coisas, como controlar um computador com a mente.

 

Conforme Dra. L. Syd Johnson, professora associada do Centro de Bioética e Humanidade da Universidade de Medicina SUNY, em Nova York, o mercado voltado para o chip cerebral com a intenção de somente ajudar as pessoas tetraplégicas é muito pequeno.

 

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“Agora, se o objetivo for o uso dos dados cerebrais adquiridos para outras atividades — dirigir um Tesla, por exemplo — então existe um mercado muito, muito maior. Mas aí todos esses indivíduos usados na pesquisa, que são pessoas com necessidades especiais genuínas, estarão sendo explorados em um estudo arriscado, para o ganho comercial de outra pessoa”, afirmou ela. 

 

Fonte: Fatos Desconhecidos

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Ciência & Tecnologia : Cientistas identificam 'interruptor' genético da ansiedade; entenda
Enviado por alexandre em 09/03/2024 11:18:10

Pesquisadores descobriram região do DNA que ativa gene ligado a um aumento dos sintomas ansiosos

Pesquisadores da Universidade de Aberdeen, no Reino Unido, identificaram uma região do DNA humano que exerce um papel no controle da ansiedade. Num trabalho com camundongos, a área atuou como uma espécie de interruptor que ativa genes específicos no cérebro associados à resposta fisiológica. A descoberta foi detalhada num estudo publicado nesta sexta-feira na revista científica Molecular Psychiatry, do grupo Nature.

 

Os cientistas esperam que os achados levem a novas pesquisas sobre a região para encontrar maneiras de utilizá-la em alvos terapêuticos e desenvolver novas, e idealmente mais eficazes, alternativas para o tratamento do transtorno de ansiedade. É o que diz o professor de Genética da universidade, responsável pelo estudo, Alasdair Mackenzie.

 

Ele explica que tradicionalmente a parte do DNA chamada de exoma, composta pelos genes que expressam de fato proteínas, é a que tem sido alvo de estudos. Porém, com o desenvolvimento de novas técnicas e pesquisas, os cientistas observaram que as regiões “de fora”, antes tidas como lixo genético, têm funções importantes, como a de regular a própria atuação do exoma.

 

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"Já sabemos que 95% das diferenças genéticas associadas a doenças são encontradas fora dos genes codificadores de proteínas. Essa parte do genoma, conhecida como "genoma não codificante", não foi bem explorada porque antes não tínhamos as ferramentas para isso. Mas hoje sabemos que o genoma não codificante contém informações na forma de interruptores de genes que informam aos genes onde e quando devem ser ativados. Isso é importante, pois os genes precisam ser ativados nas células certas e nos momentos certos para garantir uma boa saúde e, quando não são ativados corretamente, podem contribuir para doenças”, diz Mackenzie, em comunicado.

 

A equipe do cientista utiliza técnicas avançadas para estudar essa região “não codificante”, com foco em doenças como ansiedade, dependência e obesidade. Para isso, aplicam uma ferramenta chamada CRISPR, conhecida como “tesoura genética”, que consegue fazer edições precisas no DNA de qualquer ser vivo.

 

Os pesquisadores já reconheceram uma série desses “interruptores” e identificaram que muitos permaneceram praticamente inalterados por centenas de milhões de anos, e podem ser encontrados tanto em humanos quanto em camundongos. "Nossa abordagem única é usar o CRISPR para excluir esses interruptores conservados em camundongos e, em seguida, estudar seu papel no humor, na ingestão de alimentos e na preferência por álcool”, diz Mackenzie.

 

No novo estudo com a ansiedade, eles utilizaram a tesoura para deletar uma área específica do genoma chamada BE5.1, que controla o gene BDNF, que já foi associado anteriormente à ansiedade. Eles observaram que, sem o “interruptor”, os níveis do problema aumentaram nos camundongos estudados, evidenciando a importância da região para ativar os sintomas ansiosos.

 

Em trabalhos anteriores, a equipe da Universidade de Aberdeen identificou outras áreas do genoma que, quando excluídas pela técnica CRISPR, fizeram o contrário, levaram a uma redução dos sinais de ansiedade. Andrew McEwan, pesquisador da instituição que também participou do estudo, destaca que esse tipo de estudo é cada vez mais importante para compreender os mecanismos de doenças complexas, como o transtorno de ansiedade, e futuramente desenvolver novas terapias.

 

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"Para entender a base das doenças humanas complexas, que incluem doenças mentais e outras condições como obesidade, depressão e dependência, é tão importante entender os mecanismos que garantem a produção adequada de proteínas nas células certas quanto entender as próprias proteínas. Isso só será alcançado se compreendermos melhor o genoma não codificante na saúde e na doença e a função e o papel dos milhares de interruptores de genes enigmáticos que se escondem em suas profundezas”, diz. 

 

Fonte: O Globo

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