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Política : ELEIÇÕES 2020
Enviado por alexandre em 09/07/2019 08:55:58

Com governo Bolsonaro, PT cede e deve fazer alianças inéditas para as eleições municipais de 2020

Diante do avanço das forças de direita no plano nacional, os partidos de esquerda que fazem oposição ao governo do presidente Jair Bolsonaro planejam alianças inéditas para a eleição municipal do ano que vem. Como sinal mais evidente desse movimento, pela primeira vez na História, o PT deve apoiar em primeiro turno candidatos do PSOL em disputas importantes.

São dadas como certas adesões dos petistas às candidaturas de Marcelo Freixo, no Rio, e Edmilson Rodrigues, em Belém. O PSOL foi fundado em 2004 por deputados que haviam sido expulsos do PT por se posicionarem de forma crítica ao governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Freixo deve disputar no ano que vem pela terceira vez a prefeitura de Rio. Nas duas vezes anteriores, teve os petistas como adversários. Em 2012, o partido de Lula se aliou a Eduardo Paes (PMDB), que saiu vitorioso já no primeiro turno. Em 2016, os petistas aderiram a Jandira Feghali (PCdoB) e só apoiaram o candidato do PSOL no segundo turno contra o atual prefeito Marcelo Crivella (PRB).

— Está bem encaminhado para apoiar o Freixo, só não digo que há consenso porque no PT não existe consenso. Mas uma ampla maioria caminha nesse sentido, afirma Alberto Cantalice, um dos vice-presidentes nacionais do PT.

Costuras em BH e Belém; impasse em SP

No Pará, petistas devem apoiar Edmilson Rodrigues, que comandou Belém por duas vezes pelo PT (1997-2004). Em 2005, ano do escândalo do mensalão, mudou para o PSOL.  Pelo novo partido, voltou a concorrer à prefeitura em 2012 e 2016. Nas duas vezes, teve o PT como adversário no primeiro turno e só contou com o apoio de seu ex-legenda no turno final (foi derrotado em ambos pelo tucano Zenaldo Coutinho).

O PT ainda prevê aliança em torno de Manuela D’Ávila (PCdoB) em Porto Alegre. Vice de Fernando Haddad na disputa presidencial do ano passado, Manuela já tentou se eleger na capital gaúcha em 2008 e 2012, quando teve candidatos do PT como adversários. A chapa encabeçada pela comunista também pode atrair o PSOL e o PDT.

Partidos de esquerda também costuram alianças em Belo Horizonte e Florianópolis. Nas duas cidades, já houve reunião entre representantes do PT, PSOL e PCdoB.

Walter Sorrentino, vice-presidente do PCdoB, acredita as alianças podem ser costuradas no bojo do alinhamento de pautas de oposição a Bolsonaro.

— É importante que os partidos conversem para encontrar uma convergência e 2020 pode ser um produto disso, disse Sorrentino.

Juliano Medeiros, presidente nacional do PSOL, diz que o quadro político atual é “totalmente novo”. 

— Num contexto de governo Bolsonaro, é presumível que existam mais coligações. O PSOL antes ficava na oposição, e o PT, o PCdoB, o PDT e o PSB faziam parte do governo da Dilma Rousseff.  

Os partidos de esquerda, porém, enfrentam problemas na maior cidade do país. Nem mesmo o PT, que já governou São Paulo por três vezes, tem um nome forte para disputa local. Em agosto, o partido começa os debates para chegar a um candidato competitivo na cidade. Com informações de O Globo.



Em reunião com líderes partidários nesta segunda-feira (08), o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, disse que o governo concluiu que os policiais já estão contemplados com o direito a integralidade da aposentadoria até a aprovação da reforma da Previdência.

“Esse texto mantém a integralidade das justiças. Logo, eles têm uma grande conquista que é, para todos aqueles que estão na ativa, a integralidade está mantida”, disse.

Até a promulgação da PEC, estará valendo o entendimento da lei complementar 51 de 1975 que já garante a integralidade para as carreiras, segundo o entendimento da área jurídica do governo.

Ficam contemplados os policiais civis do Distrito Federal, policiais legislativos, policiais federais, policiais rodoviários federais, agentes penitenciários e agentes socioeducativos que ingressaram na carreira até a data em vigor da PEC (Proposta de Emenda à Constituição) da Previdência.

Onyx participou de reunião com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e líderes partidários. Ele estava acompanhado do ministro José Eduardo Ramos (Secretaria de Governo).

O presidente Jair Bolsonaro entregou o projeto da reforma ao Congresso em 20 de fevereiro. A matéria foi aprovada na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Casa em 23 de abril e na comissão especial em 5 de julho.

Por ser uma PEC (Proposta de Emenda à Constituição), a reforma da Previdência precisa ser aprovada por ao menos 308 deputados em duas votações realizadas separadamente, ou seja, em 2 turnos.

É possível que uma PEC seja votada em 2 turnos no mesmo dia, desde que seja votada uma “quebra de interstício”, ou seja, a redução do tempo de intervalo previsto.

Política : O DONO DA BOLA
Enviado por alexandre em 09/07/2019 08:44:56

Se Bolsonaro não atrapalhar, tem reforma da Previdência
Helena Chagas

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, passou o fim de semana reunido com líderes e representantes do governo e criando um clima favorável à aprovação da reforma da Previdência na Casa antes do recesso. Realisticamente, é  missão quase impossível votar em dois turnos, em menos de dez dias, uma emenda constitucional tão polêmica e que mexe com a vida de tanta gente.

Por isso, já terá sido uma grande vitória a aprovação do texto base da Nova Previdência antes do recesso, deixando para agosto os destaques e o segundo turno. Afinal, quem conhece  as manhas do parlamento sabe que haverá obstrução da oposição, destaques da base governista e, ao que tudo indica, falta de noção do presidente da República – que encerrou a semana passada defendendo mudanças em plenário para dar regras de aposentadoria mais brandas aos policiais.

Bolsonaro, aliás, é quem mais pode atrapalhar a negociação da reforma, da qual só tem participado para defender os interesses corporativos dos policiais e outros profissionais ligados à segurança – esquecido, talvez, de que pode inviabilizar a reforma com a abertura do precedente para outras. Sua “atuação” dará, porém, uma boa desculpa a Maia e aos líderes da Câmara se não conseguirem votar esta semana a Nova Previdência. A culpa vai ser de Bolsonaro.

Leia matéria na íntegra clicando ao lado: Se Bolsonaro não atrapalhar, tem reforma da Previdência - Helena ...


PSB fecha questão contra reforma da Previdência

O diretório nacional do PSB confirmou, há pouco, durante reunião, em Brasília, o fechamento de questão contra a proposta da reforma da Previdência do Governo Federal.

A decisão irá orientar as duas bancadas do partido, na Câmara e no Senado Federal. A legenda tem 32 deputados. O parlamentar que votar a favor da reforma será punido, inclusive com expulsão.

Na semana passada, os deputados do PSB integrantes da Comissão Especial da reforma da Previdência na Câmara – Aliel Machado (PSB-PR), Heitor Schuch (PSB-RS) e Lídice da Mata (PSB-BA) – votaram contra o texto-base do relator, Samuel Moreira (PSDB-SP).





Governadores são orientados a focar artilharia no Senado

Os governadores estão sendo orientados por líderes partidários a focar sua artilharia no Senado para reincluir os estados na reforma da Previdência. A avaliação é que, neste momento, se o tema for levado ao plenário da Câmara, o risco é o de a reforma perder votos, em vez de ganhar, o que prejudicaria sua votação ainda antes do recesso parlamentar.

Segundo um governador disse ao blog do Valdo Cruz, no Senado a reinclusão é dada como certa, afinal é a Casa da federação, composta por vários ex-governadores. Depois, líderes partidários dizem que ficaria mais fácil para os deputados aprovarem a mudança quando o texto voltasse para nova votação na Câmara.

Mesmo com a orientação, alguns governadores ainda vão tentar fazer a alteração na Câmara, mas a avaliação é que, apesar de não ser impossível, ficou muito difícil de isso acontecer. “Impossível, não é, mas ficou muito difícil fazer essa mudança na Câmara, depois que a comissão especial aprovou o parecer da reforma sem os estados e municípios”, disse ao blog o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni.

O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM), afirmou que numa ou noutra etapa os estados vão voltar para a reforma. “Se isso não acontecer, em breve muitos estados vão ficar sem recursos para pagar seus aposentados e pensionistas. Aí, o desgaste será maior para os deputados que por ventura forem contra a inclusão dos estados na reforma da Previdência”, argumentou o governador.

Na fase de votação do plenário da Câmara, porém, líderes partidários dizem que tratar da volta dos estados e municípios ao texto da reforma envolve mais riscos do que benefícios para votação. Segundo eles, o acordo construído na votação da comissão especial precisa ser respeitado no plenário, e isso inclui a retirada dos estados e municípios da proposta.

Depois, alegam, isso pode ser discutido novamente após a votação da reforma no Senado. Se os senadores fizerem mudança no texto que vier a ser aprovado pelos deputados, a reforma precisa ser submetida novamente ao plenário da Câmara.

Segundo deputados e senadores ouvidos pelo blog, existe até a possibilidade de o Congresso decidir fazer uma promulgação fatiada da reforma, como já foi feito no passado com outras propostas de emenda à Constituição (PEC). Ou seja, o que for aprovado pela Câmara e Senado já seria promulgado. Depois, somente o que fosse alterado voltaria para nova votação entre os deputados.

Política : APOSENTADOS
Enviado por alexandre em 09/07/2019 08:40:09

Quem acha que brasileiro se aposenta cedo?
Detalhamento do Datafolha mostra que o eleitor de Jair Bolsonaro é o que mais acha que o brasileiro se aposenta cedo.

Entre os que elegeram o presidente, 15% assinam embaixo dessa afirmação, contra 6% dos que optaram por Fernando Haddad (PT).

Por faixa de renda, são os mais ricos, que ganham acima de dez salários mínimos, os que mais chancelam a percepção de que o brasileiro pendura as chuteiras antes do tempo: 31%. 

Confiantes em um resultado favorável às novas regras de aposentadoria, deputados do DEM fizeram nesta segunda (8) um bolão para tentar adivinhar o placar da votação na Câmara. Para apostar era preciso comparecer com R$ 100. O mais pessimista cravou 328 votos.   (Painel – FSP)


Feito São Tomé, ver para crer: quem mais recebeu

Numa tentativa de agilizar a votação da reforma e concluir o procedimento na Câmara até o fim desta semana, líderes de partidos fizeram acordo com a Casa Civil para passar na frente da fila de liberação as emendas solicitadas pelos parlamentares que mais desconfiavam das promessas do governo.

Minas foi o estado que mais recebeu recursos (R$ 126 milhões), seguido de Maranhão (R$ 116 milhões) e São Paulo (R$ 107 milhões). O dinheiro desembolsado têm origem no Fundo Nacional de Saúde e vai direto para os fundos municipais. Nessa modalidade, a liberação é mais rápida.

A cidade que mais recebeu recursos nesta segunda foi Campina Grande (PB), palco de uma das maiores festas de São João do país. O município foi o destinatário de pouco mais de R$ 35 milhões.   (Painel - FSP)

Política : PROTAGONISTA
Enviado por alexandre em 08/07/2019 09:46:08

A fábrica brasileira de novos políticos

Por Naiara Galarraga Gortázar/El País

O Brasil a descobriu em março. Com 25 anos, rosto de boa moça e sem levantar a voz, Tabata Amaral protagonizou um memorável duelo em uma comissão parlamentar com o então ministro da Educação, Ricardo Vélez. Um filósofo e ensaísta de 75 anos escolhido para o cargo por recomendação do guru ideológico do presidente Bolsonaro, que ensina filosofia pela Internet nos EUA. “Já passaram três meses, senhor ministro… não é possível que, depois de um trimestre [no cargo], o senhor apresente um PowerPoint com 2 ou 3 pontos para cada área de educação. Isso não é planejamento estratégico. Isso é uma lista de desejos!” espetou-lhe a deputada. Como se fosse a mais adulta da sala acrescentou: “Eu me pergunto se o senhor estudou para esta reunião”. Ela, que sempre foi aluna aplicada, evidentemente sim. Imediatamente, comentaristas e internautas a elevaram como a nova revelação política do Brasil. E ela o é. Uma Alexandria Ocasio-Cortez brasileira. Mas Tabata –como é popularmente conhecida– também é uma experiência política.

Sua eleição como deputada federal em outubro foi a culminação de uma minuciosa estratégia para levar ao Congresso outro tipo de deputados, diferentes dos caciques e aparelhadores de sempre. Depois de passar por um teste de ética, ela e 132 outras pessoas que nunca tinham ocupado um cargo público, selecionadas entre 4.000 candidatos, foram treinadas durante seis meses em saúde, educação, gestão pública, economia, liderança… com o objetivo de chegar ao Congresso, segundo uma estratégia que o empresário Eduardo Mofarrej criou e implementou através do grupo RenovaBR. Dez deles estão entre os 594 parlamentares eleitos em outubro para a Câmara e o Senado. Eles pertencem a vários partidos. De esquerda e de direita. O fenômeno dos patrocinados por grupos que dizem promover a renovação na tão odiada política brasileira soma 34 deputados e senadores, dos quais 16 são estreantes, como Tabata, a jovem que colocou em apuros o idoso ministro.

São grupos heterodoxos que nasceram ou cresceram no calor das investigações anticorrupção e dos protestos subsequentes. Alguns só formam novatos, outros também políticos, há aqueles que apelam a todas as ideologias com o extremismo como única linha vermelha. Há, inclusive, um focado na criação de novos nomes nas favelas. A Raps (Rede de Ação Política pela sustentabilidade), com 19 parlamentares, o grupo mais bem-sucedido, foi criada por Guilherme Leal, coproprietário da gigante de cosméticos verdes Natura e candidato a vice-presidente sem sucesso. O Ocupa Política promoveu quatro deputadas do esquerdista PSOL que contribuem para que o Congresso se pareça um pouquinho mais com o Brasil mestiço da rua. Renovação e honestidade resumem o mantra que compartilham.

A iniciativa que deu origem a Tabata se destaca porque a ideologia não faz parte de sua agenda. “O Renova não tem programa político, nossa missão é atrair gente talentosa para a política porque nestes 30 anos a sociedade brasileira lhe virou as costas. Precisamos de novas referências, não importa se são de esquerda ou de direita, para que as pessoas voltem a acreditem na política”, explica antes de um café expresso Mufarej, um empreendedor que se tornou rico no mundo financeiro. A própria Tabata não tinha partido, ela o buscou depois que embarcou nessa aventura. Escolheu um de esquerda com a qual teve atritos porque defende a necessidade de reformar as aposentadorias, o principal projeto do Governo Bolsonaro. “É gente que tem fé na política como uma missão, não como um negócio”, diz Mofarrej. O RenovaBR, ao qual ele agora se dedicada em tempo integral, é financiado por doações de quase 500 pessoas, incluindo empresários em caráter pessoal e organizações filantrópicas listadas em seu portal. O orçamento é de cerca de 15 milhões de reais em dois anos.

O cientista político Fernando Limongi, da Escola de Economia da Fundação Getúlio Vargas, argumenta que sob a fachada de renovação desses grupos muitas vezes está a velha política de sempre com um novo disfarce. “O que alguns empresários estão fazendo é driblar o sistema. Como não podem financiar campanhas (o Supremo Tribunal Federal proibiu doações de empresas em 2015), financiam indiretamente a criação de líderes políticos”, explica por telefone. Com um acréscimo, diz: aplicam à política um discurso empresarial, entregue à eficácia e aos resultados. “No final, acabam considerando que, se eles governassem tudo seria ótimo”.

Tendo em vista o sucesso nas eleições gerais, agora trabalham para as próximas eleições municipais. Rodrigo Cobra, de 28 anos, dirige o processo do RenovaBR para escolher entre os 31.000 inscritos os mil que formarão –desta vez on-line– com a ideia de transformá-los em prefeitos e vereadores. “A honestidade é inegociável”, afirma. Outra chave é a sua história de vida. Que tenham enfrentado, e superado, desafios.

E aí Tabata se encaixa à perfeição. Como Barack Obama, o rapaz filho de um queniano ausente e uma senhora do Kansas. Ou Alexandria Ocasio-Cortez, uma garçonete de origem porto-riquenha. Criada na periferia de São Paulo, a deputada brasileira é filha de uma empregada doméstica e de um motorista de ônibus que morreu por causa das drogas, como ela mesma revelou em seu intenso debate com o ministro. Aliás, demitido pouco depois. Brilhante, seus êxitos nas Olimpíadas de matemática para crianças abriram-lhe as portas de uma escola particular e, com uma bolsa de estudos, foi para Harvard, onde estudou Astrofísica e Ciência Política. De volta para casa, se tornou ativista pela educação. Vários dos novatos que a acompanham no Congresso passaram por Yale, Georgetown ou Oxford.



VEJA

Nasci em São Paulo. Meu pai é americano e minha mãe, brasileira. Eles se conheceram numa viagem a Porto Rico e nunca viveram juntos. Quando eu estava com 1 ano, minha mãe decidiu que deveríamos nos mudar para os Estados Unidos. Formada em jornalismo, ela sempre foi uma cidadã do mundo; era versada em vários idiomas. Fomos para Miami, e cedo entrei em uma escola onde pudesse aprender diversas línguas. Cresci falando, além do português, inglês, espanhol e alemão.

Durante a vida escolar, fiz amizade com vários imigrantes. Só que havia uma importante diferença entre nós: eu tinha um pai americano, então obtive um passaporte que me permitia viajar sem problemas. Meus amigos não tinham isso. Assim, vi vários deles ser impedidos de tentar entrar numa universidade dos Estados Unidos, embora fossem bons alunos. Dessa maneira, a vida deles empacou. Alguns caíram em depressão, outros se voltaram para o álcool. Foi diante desse cenário que despertei para a questão da imigração, que me levaria para a política.

Aprovada com bolsa quase integral, ingressei na Universidade Stanford. Lá, cursei design de produtos — e continuei atenta às questões sociais. A cada verão eu ia para um lugar diferente. Dei aulas a meninas no Quênia; na Índia e no Camboja, envolvi-me com o problema do saneamento básico. Esse tipo de experiência só fez crescer em mim a vontade de ajudar o próximo. Isso se acentuou durante os anos em que trabalhei no Emerson Collective, organização empenhada em promover mudanças sociais, fundada em 2004 pela executiva Laurene Powell Jobs (viúva de Steve Jobs). No entanto, aqui no Vale do Silício, na Califórnia, onde vivo, existe a mentalidade de que pessoas ambiciosas não trabalham para o Estado. Com tudo o que aprendi no âmbito social, porém, descobri que os desafios mais complexos passam pelo universo da política. Se queria resolvê-los, eu precisava me lançar nela.

Aos poucos, foi crescendo em mim a ideia de tentar uma vaga no Congresso. Resolvi concorrer pelo Partido Democrata porque acredito que ele luta por uma sociedade mais inclusiva — exatamente o que almejo. Política é inclusão. O processo de campanha pode ser horrível. É muito caro, e há pessoas que tentam fazer com que você suje o seu oponente. A mídia pode estar mais interessada em fofocas do que em conversas reais. A gente quer as melhores pessoas no governo, entretanto o sistema prefere indivíduos agressivos ou com mais dinheiro. Hoje, o membro médio do Congresso é homem, advogado, rico, de 58 anos. Apesar disso, tenho muita esperança. Os tempos estão mudando.

Concorro para tornar o Congresso mais reflexivo e responsivo ao público. Quero acabar com a noção de que os políticos só aparecem para participar da sociedade a cada quatro anos. As eleições primárias acontecerão em março de 2020. Vários candidatos concorrerão a duas vagas. Estou competindo com Nancy Pelosi (a atual presidente da Câmara dos Representantes), que provavelmente será a número 1. Meu objetivo é o segundo lugar. Se isso ocorrer, poderemos avançar para a eleição geral, nacional, marcada para novembro do próximo ano, que consagrará apenas uma candidatura.

Quando eu era criança, imaginei que um dia voltaria ao Brasil para trabalhar, mas passei tanto tempo nos EUA que considero cada vez mais difícil tornar a viver no país onde nasci. Ao longo dos anos, vi quantos problemas persistem no Brasil. Se eu regressasse, sentiria como se estivesse retornando ao país para “salvá-lo”, de certa forma. Não quero isso.

É importante, no entanto, frisar: tenho muito orgulho de ser brasileira. A simpatia do nosso povo mudou a minha vida, especialmente na área da política. Essa nossa maneira feliz de ser atrai as pessoas, o que me ajuda muito a falar com os outros. Na minha campanha, preciso conversar diariamente com vários estrangeiros — e uso o charme brasileiro para isso.

Política : MARCADO
Enviado por alexandre em 08/07/2019 08:43:52

Senado marca data para ouvir Glenn Greenwald

CCJ do Senado marca data para ouvir Glenn Greenwald. Editor do site The Intercept Brasil foi convidado a prestar esclarecimentos sobre diálogos que colocam em xeque a imparcialidade de Sergio Moro na Lava Jato.

Convite foi feito pelo senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), líder da oposição no Senado (Adriano Machado/Reuters)

Da Veja - Por Leonardo Lellis

 

O jornalista Glenn Greenwald vai comparecer na próxima quinta-feira, 11, na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado para esclarecer os diálogos revelados pelo site The Intercept Brasil, do qual é editor, entre o então juiz federal Sergio Moro e o procurador Deltan Dallagnol no âmbito da Operação Lava Jato. O convite foi feito pelo senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), líder da oposição na Casa.

Reportagem de VEJA em parceria com o The Intercept Brasil mostra que Moro orientava ilegalmente ações da força-tarefa chefiada por Dallagnol. No mais completo mergulho já feito nesse conteúdo, foram analisadas pela 649.551 mensagens. Fora dos autos (e dentro do Telegram), o atual ministro pediu à acusação que incluísse provas nos processos que chegariam depois às suas mãos, mandou acelerar ou retardar operações e fez pressão para que determinadas delações não andassem.

Esta não será a primeira vez que Glenn Greenwald será ouvido por parlamentares. No último dia 25, o jornalista compareceu à Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados para falar sobre as mensagens. Na ocasião, ele afirmou que “em qualquer país democrático” Moro sofreria consequências graves, como perda do cargo de ministro ou proibição para exercer a função pública.

Aos deputados presentes, Greenwald disse ainda que Moro, atual ministro da Justiça e Segurança Pública do governo Bolsonaro, não negou, em nenhum momento, a veracidade das mensagens reveladas pelo The Intercept Brasil. “Ele disse apenas que o material poderia ter sido alterado”, afirmou.

As mensagens foram obtidas, segundo o site, a partir de uma fonte anônima — além de negarem qualquer irregularidade nos diálogos, Moro e Dallagnol dizem que o vazamento é fruto de uma ação hacker e que não é possível confirmar a autenticidade do material. Na audiência na Câmara, Greenwald disse que “não tem importância nenhuma” o método utilizado por uma fonte para obter uma informação. “O jornalismo mais importante nas ultimas décadas foi baseado em informações e documentos muitas vezes roubados”, afirmou.

Onyx: governo tem 330 votos para a Previdência

Reforma da Previdência

Governo tem 330 votos para aprovar reforma da Previdência, diz Onyx. Ministro da Casa Civil se reuniu com o presidente da Casa, Rodrigo Maia, neste domingo. Deputados devem começar a analisar texto na terça.
 (Wilson Dias/Agência Brasil)

Da Veja - Por André Siqueira

 

O ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, afirmou, neste domingo, 7, que o governo estima ter 330 votos favoráveis à reforma da Previdência na Câmara. São necessários 308 votos dos 513 deputados para que a proposta passe. Onyx se reuniu com o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), na residência oficial do parlamentar.

“A gente tem um cálculo assim, vamos dizer, realista, com pé bem no chão, e a gente caminha para ter algo em torno de 330 [votos], que poderá ser até mais do que isso”, disse o ministros após o encontro.

No sábado, Maia também mostrou otimismo com a aprovação da reforma. O presidente da Câmara evitou falar em números, mas disse que a proposta deve passar na Casa com “boa margem”.

A expectativa é de que o texto-base do relator, deputado Samuel Moreia (PSDB-SP), comece a ser analisado no plenário da Casa na terça-feira 9. Os aliados do governo trabalham para aprovar a reforma antes do recesso parlamentar, que terá início em 18 de julho.

A comissão especial da reforma da Previdência aprovou, na quinta-feira 4, o parecer de Samuel Moreira por 36 votos a 13. O texto deixou de fora pontos que ainda são negociados por líderes partidários e pelo próprio presidente Jair Bolsonaro, como a inclusão de estados e municípios e a flexibilização das regras de aposentadoria para agentes de segurança pública.

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