Política : O DONO DA BOLA
Enviado por alexandre em 09/07/2019 08:44:56

Se Bolsonaro não atrapalhar, tem reforma da Previdência
Helena Chagas

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, passou o fim de semana reunido com líderes e representantes do governo e criando um clima favorável à aprovação da reforma da Previdência na Casa antes do recesso. Realisticamente, é  missão quase impossível votar em dois turnos, em menos de dez dias, uma emenda constitucional tão polêmica e que mexe com a vida de tanta gente.

Por isso, já terá sido uma grande vitória a aprovação do texto base da Nova Previdência antes do recesso, deixando para agosto os destaques e o segundo turno. Afinal, quem conhece  as manhas do parlamento sabe que haverá obstrução da oposição, destaques da base governista e, ao que tudo indica, falta de noção do presidente da República – que encerrou a semana passada defendendo mudanças em plenário para dar regras de aposentadoria mais brandas aos policiais.

Bolsonaro, aliás, é quem mais pode atrapalhar a negociação da reforma, da qual só tem participado para defender os interesses corporativos dos policiais e outros profissionais ligados à segurança – esquecido, talvez, de que pode inviabilizar a reforma com a abertura do precedente para outras. Sua “atuação” dará, porém, uma boa desculpa a Maia e aos líderes da Câmara se não conseguirem votar esta semana a Nova Previdência. A culpa vai ser de Bolsonaro.

Leia matéria na íntegra clicando ao lado: Se Bolsonaro não atrapalhar, tem reforma da Previdência - Helena ...


PSB fecha questão contra reforma da Previdência

O diretório nacional do PSB confirmou, há pouco, durante reunião, em Brasília, o fechamento de questão contra a proposta da reforma da Previdência do Governo Federal.

A decisão irá orientar as duas bancadas do partido, na Câmara e no Senado Federal. A legenda tem 32 deputados. O parlamentar que votar a favor da reforma será punido, inclusive com expulsão.

Na semana passada, os deputados do PSB integrantes da Comissão Especial da reforma da Previdência na Câmara – Aliel Machado (PSB-PR), Heitor Schuch (PSB-RS) e Lídice da Mata (PSB-BA) – votaram contra o texto-base do relator, Samuel Moreira (PSDB-SP).





Governadores são orientados a focar artilharia no Senado

Os governadores estão sendo orientados por líderes partidários a focar sua artilharia no Senado para reincluir os estados na reforma da Previdência. A avaliação é que, neste momento, se o tema for levado ao plenário da Câmara, o risco é o de a reforma perder votos, em vez de ganhar, o que prejudicaria sua votação ainda antes do recesso parlamentar.

Segundo um governador disse ao blog do Valdo Cruz, no Senado a reinclusão é dada como certa, afinal é a Casa da federação, composta por vários ex-governadores. Depois, líderes partidários dizem que ficaria mais fácil para os deputados aprovarem a mudança quando o texto voltasse para nova votação na Câmara.

Mesmo com a orientação, alguns governadores ainda vão tentar fazer a alteração na Câmara, mas a avaliação é que, apesar de não ser impossível, ficou muito difícil de isso acontecer. “Impossível, não é, mas ficou muito difícil fazer essa mudança na Câmara, depois que a comissão especial aprovou o parecer da reforma sem os estados e municípios”, disse ao blog o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni.

O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM), afirmou que numa ou noutra etapa os estados vão voltar para a reforma. “Se isso não acontecer, em breve muitos estados vão ficar sem recursos para pagar seus aposentados e pensionistas. Aí, o desgaste será maior para os deputados que por ventura forem contra a inclusão dos estados na reforma da Previdência”, argumentou o governador.

Na fase de votação do plenário da Câmara, porém, líderes partidários dizem que tratar da volta dos estados e municípios ao texto da reforma envolve mais riscos do que benefícios para votação. Segundo eles, o acordo construído na votação da comissão especial precisa ser respeitado no plenário, e isso inclui a retirada dos estados e municípios da proposta.

Depois, alegam, isso pode ser discutido novamente após a votação da reforma no Senado. Se os senadores fizerem mudança no texto que vier a ser aprovado pelos deputados, a reforma precisa ser submetida novamente ao plenário da Câmara.

Segundo deputados e senadores ouvidos pelo blog, existe até a possibilidade de o Congresso decidir fazer uma promulgação fatiada da reforma, como já foi feito no passado com outras propostas de emenda à Constituição (PEC). Ou seja, o que for aprovado pela Câmara e Senado já seria promulgado. Depois, somente o que fosse alterado voltaria para nova votação entre os deputados.

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