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Política : NADA DE GOLPE
Enviado por alexandre em 14/05/2020 09:01:58

Bolsonaro não tem condições de dar um golpe

Por Ayrton Maciel*

Estimulados pelo presidente Jair Bolsonaro, em presença e dissimuladamente em falas, os atos públicos que pedem intervenção militar e o fechamento do Congresso e do STF deixam explícito o desejo de uma minoria radical de ter, no país, uma ditadura de direita.

Bolsonaro quer, mas não haverá golpe. Seus seguidores não terão um ditador. Não há - no país -condições nem circunstâncias, internas e externas, que lhe favoreçam a se arriscar numa aventura. Bolsonaro correria um grande risco de derrota e, por consequência, deposição e prisão, juntamente com militares e políticos apoiadores de um ataque à Constituição.

Que Bolsonaro tem o desejo de dar um golpe, que seus radicais “milicianos políticos” estimulam, que políticos extremados e de lobbies armados respaldariam e que alguns líderes e setores militares avalizariam o golpe, parecem óbvio e de indisfarçável vontade.

Entretanto, as condições e circunstâncias lhes são totalmente adversas para um ataque à democracia brasileira, mesmo que num gesto insano e de delírio coletivo de seus pares. Por quê?

1) Bolsonaro tem perdido sucessivo apoio na parcela eleitoral - particularmente na direita liberal - que votou nele em 2018. Essa parcela não tem prática nem simpatia política pelo fascismo, mas sim pelo liberalismo econômico e a vida democratiza;

2) Num momento de enfrentamento de uma dramática pandemia, a sua avaliação de desempenho é de reprovação pela maioria, e a avaliação da sua gestão é desfavorável também pela maioria, segundo as pesquisas de opinião. A comunidade científica denunciaria ao mundo o caos político de um golpe em meio a uma pandemia;

3) À reação e resistência da comunidade política democrática nacional, incorporaria-se a repulsa unânime da comunidade internacional, com países rompendo relações diplomáticas e comerciais;

4) A ditadura estaria isolada no continente, tendo no entorno um cinturão de países democráticos que de imediato repudiariam o golpe, pois veriam no  atentado à democracia brasileira um estímulo a aventureiros em seus países;

5) O golpe e a violência que o acompanha - fechamento de Poderes, perseguição política, prisões, torturas, mortes - legitimariam o surgimento de grupos armados de resistência, com possibilidade de apoio internacional, o que poderia levar o país a uma conflagração interna;

6) No caso de um golpe, o que Bolsonaro e seus generais fariam com o STF? Cassariam e prenderiam seus ministros? Substituiriam por quem e com quais critérios? E no MPF? E nos TJ estaduais? Cassariam os mandatos e prenderiam deputados e senadores? Cassariam os mandatos e prenderiam os governadores? Depois, enviariam todos ao exílio?

7) No poder total, por meio de um golpe, Bolsonaro e seus generais governariam sem o Congresso e por decreto? Favoreceriam a quem e por quais critérios nos cargos do governo de exceção? As investigações sobre a morte de Marielle, as rachadinhas na Assembleia do RJ, as milícias nas comunidades cariocas e a corrupção nos portos cariocas – em andamento pelas Polícias Civil e Federal – seriam arquivadas? Sem resistência?

7) Como Bolsonaro iria impedir protestos e manifestações públicas? Pondo o Exército para reprimir e prender sindicalistas, líderes comunitários, acadêmicos, estudantes...? Promoveria tortura e execuções de opositores, tendo o mundo e órgãos internacionais de direitos humanos de olho no BR?

9) Em um golpe, como Bolsonaro e seu séquito pensam que ficariam as relações com a França, Alemanha, Reino Unido, e China e Rússia, ou seja, o mundo democrático e os maiores parceiros comerciais do Brasil?

10) Em um golpe e ditadura, o que Bolsonaro faria com a Rede Globo/O Globo, a Folha de SP, o Estadão, Veja, Isto É, Carta Capital...? Faria a intervenção e estabeleceria a censura, sob protesto da mídia internacional, inclusive a norte-americana?

Bolsonaro teria dificuldade até de ter apoio de seu raro e maior aliado, o Donald Trump, que tem o seu país como epicentro mundial da pandemia Covid-19 e está em plena campanha pela reeleição presidencial nos EUA. Como Trump iria justificar aos americanos o apoio a um golpe de Estado contra uma democracia?

Pior para Bolsonaro seria ee o democrata Joe Biden for eleito presidente. Fatalmente haveria o repúdio e afastamento diplomático e comercial dos EUA. Além de tudo, se Bolsonaro se lançasse em uma aventura golpista, muito provavelmente estaria abrindo um racha nas FFAA brasileiras. Há democratas entre os militares.

Não há condições, mas vontade Bolsonaro, alguns generais e seus aliados fanáticos têm.

O país está no meio de uma pandemia, e o risco que existia - tendo o Brasil uma população majoritariamente pobre - é que a falta de renda e trabalho pudesse gerar saques, depredações, quebra-quebra, mas essa hipótese está anulada pelas medidas que o Congresso, o próprio governo federal e os governadores adotaram.

Mas, numa situação eventual dessas, as ações estão previstas na Constituição, dentro da democracia, como são os casos do Estado de Sítio e Estado de Emergência. Assim, por tudo, Bolsonaro não terá um soldado e um cabo para se aventurar em um delírio. Melhor pensar em governar para todos.

*Jornalista


Jornal de hoje

Por Angelo Castello Branco*

Lá na frente, quando a história será vista com mais isenção, teremos uma análise consistente do roteiro democrático protagonizado pelos presidentes José Sarney, Fernando Collor, Itamar Franco, Fernando Henrique Cardoso, Luís Inácio da Silva, Dilma Rousseff, Michel Temer e Jair Bolsonaro.

Trata-se de um script carregado de emoções e lances dramáticos pontuados pela morte de Tancredo Neves, tempos de inflação astronômica, de um ordenamento monetário, de escândalos, dois episódios de impeachments, prisão de um ex-presidente e um atentado a um candidato presidencial.

A história do Brasil na virada do século e nas duas primeiras décadas do século 21 exibe uma inegável tendência para a instabilidade política. A estabilidade é repetidamente ameaçada por tropeços constitucionais de certos governos.

A democracia foi conquistada a duras penas e ao longo de tortuosas negociações e confrontos que se estenderam por quase dois séculos. 

Hoje podemos dizer que as instituições democráticas em nosso país estão sólidas, mas os nossos líderes eleitos seguem confusos e metidos em trapalhadas.

O arcabouço democrático está montado, mas nos faltam pessoas com a superior dimensão de estadistas capazes de sistematizar o desenvolvimento mobilizando as riquezas e as potencialidades humanas, naturais e materiais que o Brasil tem de sobra.

Preferem se dedicar a disputas ideológicas em torno de modelos políticos superados há mais de meio século e sepultados pelo fracasso. Os conceitos modernos de gestão adotados no Primeiro Mundo não chegaram ainda por aqui.

O PT suprimiu a transparência no manejo de recursos públicos  transferidos para nações identificadas com o socialismo anacrônico e até submetidas a ditaduras. Os escândalos denunciados na Operação Lavajato, fartamente divulgados pela mídia nacional e internacional, puseram fim ao sonho da prometida “ética acima de tudo”.

Além disso, a leniência ante movimentos sociais que agrediam princípios da constituição causou reações e acirrou o debate ideológico. A figura do capitão Jair Messias Bolsonaro foi beneficiada pelas fragilidades e fracassos éticos de seus últimos antecessores.

Em 2018 o eleitor deparou-se com uma bifurcação eleitoral crucial. Ou optava por premiar o partido denunciado pela Lavajato, ou votava em Bolsonaro. Simples assim, nos dirá a história. O processo histórico alavancou a figura do capitão e lhe conferiu a vantagem que qualquer outro candidato teria ao chegar ao segundo turno das eleições de 18.

E como já era de se esperar, o novo presidente saiu cortando tudo o que se opunha aos seus discursos ideológicos, ferindo interesses e promovendo polêmicas como resultado de um temperamento conflituoso e um estilo incomum de falar à nação. Se vai dar certo ou não, só o futuro pode nos dizer.

*Jornalista



Política : O VÍDEO BOMBA
Enviado por alexandre em 13/05/2020 08:45:31

Bolsonaro queria proteger filhos e amigos das investigações da PF segundo o vídeo bomba

A insistência do presidente Jair Bolsonaro em trocar o superintendente da Polícia Federal no Rio de Janeiro não se restringia à proteção de seus filhos. Ele também estava preocupado com as repercussões das investigações da PF sobre seus aliados. 

As preocupações de Bolsonaro em ter o controle da PF no Rio ficaram claras no vídeo da reunião ministerial de 22 de abril, exibido nesta terça-feira (12) no Instituto de Criminalística do órgão. Na reunião, o presidente ameaçou demitiu o então ministro da Justiça, Sergio Moro, se ele não trocasse o diretor-geral da Polícia Federal, Maurício Valeixo, e o superintendente do Rio, Carlos Henrique Oliveira, que foi convidado para ser diretor executivo da corporação, ou seja, o número dois na hierarquia do órgão, mas sem acesso às investigações. 

Com a demissão de Moro do ministério e de Valeixo do comando da PF, Bolsonaro tentou emplacar o delegado Alexandre Ramagem, amigo dos filhos do presidente, para a diretoria-geral da corporação, mas a nomeação foi suspensa pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). 

A intenção de Bolsonaro de trocar o superintendente do Rio foi confirmado por Ramagem em depoimento à PF na segunda-feira (11). A PF está próxima de pegar Carlos e Eduardo Bolsonaro, os filhos 02 e 03, por disseminação de fake news com o intuito de destruir reputações e defender a volta da ditadura. 

Diante das denúncias de Moro, ao se demitir do Ministério da Justiça, a Procuradoria-Geral da República recomendou ao STF a abertura de inquérito. O ex-juiz já foi ouvido. Nesta terça-feira (12) estão prestando depoimento três ministros militares com assentos no Palácio do Planalto: Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo), Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional) e Braga Netto (Casa Civil). 

Segundo pessoas que assistiram ao vídeo exibido hoje pela Polícia Federal, a situação de Bolsonaro se complicou muito e será difícil para o procurador-geral da República, Augusto Aras, arquivar o processo que pode resultar em um pedido de impeachment do presidente.

Pessoas que tiveram acesso ao vídeo exibido hoje na Polícia Federal, dentro do processo que investiga denúncias do ex-ministro da Justiça Sergio Moro contra o presidente Jair Bolsonaro, afirmam que o que foi dito na reunião ministerial de 22 de abril é devastador para o chefe do Executivo. Ficou claro que a grande preocupação de Bolsonaro, ao mudar a chefia da superintendência no Rio de Janeiro é proteger os filhos dele. 

“Todos que assistiram ao vídeo ficaram atônitos. Explicitou-se o que até então eram suposições: o presidente Jair Bolsonaro só está preocupado em livrar seus filhos do cerco da PF. Por isso, ele quer tanto ter o controle do órgão e ter acesso às investigações”, contou um dos presentes. Em uma das partes do vídeo, Bolsonaro diz: “Querem f. minha família”. 

A avaliação de duas pessoas que participaram da exibição do vídeo nesta terça-feira (12), no Instituto Nacional de Criminalística da Polícia Federal, em Brasília, é de que a situação, depois do vídeo, é muito ruim para o governo. “Como Bolsonaro vai rebater o que ele disse e está gravado? Vai dizer que fizeram montagem?”, indagou uma das fontes. 

O vídeo foi exibido a mando do ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (SFT). Participaram da exibição Sergio Moro, integrantes da Advocacia-Geral da União e procuradores e investigadores que acompanham o caso. O advogado de Moro, Rodrigo Sánchez Rios, por sinal, ressaltou que o material exibido confirma todas as denúncias feitas pelo ex-ministro.  Continue lendo


O presidente Jair Bolsonaro afirmou que a fita da reunião ministerial de 22 de abril, que foi indicada por Sergio Moro como prova de suas acusações ao presidente, deveria ter sido destruída. Bolsonaro afirmou também que durante uma reunião ministerial “sai muita coisa” que não pode ser divulgada.

“Numa reunião ministerial sai muito coisa. Agora não era pra ser divulgado. A fita era pra ser inclusive destruída. Após aproveitar imagens para divulgação, ser destruída, não sei por que não foi”, disse Jair Bolsonaro.

Bolsonaro afirmou que cabe uma interpretação sobre o que foi dito na reunião. “Não existe no vídeo a palavra Polícia Federal e nem Superintendente”, iniciou Bolsonaro.

O presidente foi questionado se falou sobre investigações sobre sua família e afirmou que no vídeo “não tem a palavra ‘investigação'”.

“A preocupação minha depois da facada sempre foi para segurança minha e da minha família. Em Juiz de Fora o Adélio cercou meu filho. No meu entender, talvez quisesse assassina-lo ali. A segurança da minha família é uma coisa. Não estou e nunca estive preocupado com investigação contra minha família. A Polícia Federal nunca investigou minha família, isso não existe no vídeo”, afirmou Bolsonaro.

Porém, a segurança da família do presidente da República é feita pelo gabinete de Segurança Institucional, não pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública ou pela Polícia Federal.

As declarações de Bolsonaro foram dadas na rampa do Palácio do Planalto, onde ele estava para ver manifestantes favoráveis ao seu governo. Segundo informações passadas pelo repórter Victor Boyadjian para a Globo News, “era possível contar nas mãos a quantidade de pessoas que estavam lá”. Continue lendo

Política : É O NOME EM 2022
Enviado por alexandre em 13/05/2020 08:40:00

Podemos do Alvaro Dias quer Moro como candidato a presidente em 2022

Álvaro acena para Moro disputar pelo Podemos

O líder do Podemos no Senado, Álvaro Dias (PR), admitiu que o partido vê com simpatia a possibilidade de convidar o ex-ministro Sérgio Moro para ingressar nos seus quadros, com a possibilidade, inclusive, de disputar à Presidência da República em 2022. "Não é o momento para se discutir isso, porque Moro acabou de deixar o Governo, fez denúncias graves que estão sendo apuradas, sendo objeto de um pedido de investigação pela PGR", afirmou.

Apesar de não ter sido mais incisivo quanto ao convite que estaria para fazer a Moro, o líder fez rasgados elogios ao trabalho dele como juiz e ministro. "No tempo oportuno, nós veremos isso", afirmou, referindo-se ao projeto de filiar o ex-ministro ao Podemos.

Para quem perdeu a live do líder do Podemos no Senado, o vídeo da sua entrevista está disponibilizado nos stories do Instagram do blog no endereço @blogdomagno.


Posse do ministro da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos, com o presidente Jair Bolsonaro

Por Lauro Jardim/O Globo

No depoimento de quase cinco horas que deu nesta terça-feira (12), no inquérito que investiga as acusações de Sergio Moro a Jair Bolsonaro, o ministro Luiz Eduardo Ramos detalhou a reunião que teve com o então ministro da Justiça no dia 23 de abril, véspera de ser anunciada a sua demissão.

O encontro, de que participaram também os generais Braga Netto e Augusto Heleno, aconteceu logo após Moro ter tido sua ultima conversa com Bolsonaro. Nela, o presidente disse que trocaria o chefe da PF. Moro deixou a sala do presidente no terceiro andar, subiu um piso e pediu pra conversar com o trio de generais-ministros. Relatou o que estava acontecendo e avisou: sairia do governo se Bolsonaro nomeasse Ramagem.

De acordo com o depoimento de Ramos, Moro fez uma espécie de ameaça. Disse que “tinha uma biografia” e, se saísse, “iria expor seus motivos” à opinião pública.

Ramos relatou aos procuradores e agentes da PF que tentou demover Moro da ideia de demissão. E, sem o conhecimento de Bolsonaro, ligou mais tarde para Moro perguntando se ele aceitaria negociar outro nome.

Moro, ainda de acordo com Ramos, respondeu: só topava que Maurício Valeixo fosse substituído pelo delegado Disney Rossetti. Ramos contou que, dada a impossibilidade de negociar, não teria levado ao conhecimento de Bolsonaro sua proposta — e nem chegou a dar resposta a Moro.

Ramos confirmou que mais de uma vez ouviu o presidente da República falar em substituir Valeixo. E que, na primeira quinzena de abril, Bolsonaro falou de Ramagem como o seu escolhido para injetar “sangue novo” na PF. Mas que nunca Bolsonaro disse que substituiria o superintendente de qualquer região — não citou o Rio de Janeiro, mas é desse estado de que se trata.

Coluna da quarta-feira

Covid-19 também mata jornais

Mais antigo em circulação na América Latina, com quase 200 anos de história, o Diário de Pernambuco não foi o primeiro nem será o último a antecipar a migração do impresso para o online em decorrência da pandemia do coronavírus. Como o papel é vetor da transmissão do vírus da Covid-19, ninguém se arrisca mais a ler notícias impressas com cheiro de tinta. E isso não é exclusividade do Brasil, atinge o mundo inteiro.

Os jornais da chamada mídia tradicional enfrentam tempos bicudos, impostos pela redução ou suspensão das edições impressas, cortes de salário e demissões em massa. A pandemia de coronavírus atingiu em cheio a saúde financeira de empresas de mídia da América Latina num momento em que o trabalho jornalístico é essencial para a sociedade. No Brasil, uma medida provisória do Governo autoriza empresas a reduzir salários e jornadas de trabalho em até 70% por até 90 dias. O objetivo é aliviar as obrigações das empresas e manter postos de trabalho durante a crise.

O jornal O Estado de S. Paulo (Estadão), um dos três mais importantes do País, promoveu um corte de 25% nos salários e jornadas de trabalho a partir deste mês. O plano prevê garantia de estabilidade de seis meses e plano de saúde até o fim do ano. A empresa, responsável também pela Agência Estado, teria perdido 50% da receita com anúncios impressos e eventos, segundo o diretor de redação, João Caminoto, explicou a cerca de 250 jornalistas que participaram de uma conferência via Hangout.

De acordo com jornalistas que participaram da reunião virtual, a proposta é fechar um acordo coletivo através do sindicato dos jornalistas. Caso não haja acordo, a empresa vai propor acordos individuais, sem garantia de estabilidade para os que não aceitarem, informou o Brazil Journal. No Rio de Janeiro, o jornal O Dia anunciou a redução de 25% dos salários e da jornada de trabalho para todos os seus funcionários da redação e das áreas administrativas já relativa ao mês de março.

Num comunicado enviado aos jornalistas e reproduzido pelo site Comunique-se, a presidência do jornal informa que “a fatia restante será quitada tão logo o cenário de contingenciamento nacional se desfaça.” Posteriormente, um novo comunicado informa também a redução de jornada a partir de março. Já em Minas Gerais, o segundo estado mais populoso do Brasil, o jornal Hoje em Dia, de Belo Horizonte, propôs redução salarial a seus jornalistas. Já O Tempo, também da capital do Estado, demitiu 24 jornalistas, segundo o Sindicato dos Jornalistas de Minas Gerais.

Na Argentina, a editora Publiexpress demitiu 93 pessoas e encerrou a publicação das revistas Pronto, Diário de la Salud, Saber Vivir e Buenas Ideas. Apenas a edição digital da Pronto, que é especializada em celebridades, foi mantida. O Foro de Jornalismo Argentino (FOPEA, em espanhol) se solidarizou com os profissionais e alertou que “estamos diante de uma crise de meios que hoje se vê acelerada em consequência da pandemia de COVID-19, que ameaça ser catastrófica para o setor”.

Na Colômbia, o Grupo Semana demitiu cerca de 250 empregados, entre jornalistas e trabalhadores das áreas administrativa e comercial devido ao impacto financeiro causado pela crise do coronavírus. Além disso, decidiu suspender por 60 dias a publicação das revistas Arcadia, SoHo, Jet-set, Semana Educación e Semana Sostenible. “Parece-me que a empresa envia internamente mensagens bastante contraditórias aos seus trabalhadores, porque imediatamente eles me levaram à gerência de recursos humanos e o que me apresentaram foi uma carta informando sobre a rescisão do meu contrato de trabalho, sem nenhum compromisso da parte deles de retornamos ao trabalho para a organização após a crise”, disse ao programa de rádio Mañanas BLU Sara Malagón, ex-editora da revista cultural Arcadia, sobre o possível retorno da revista quando a situação no mundo voltar ao normal.

No comunicado em que anuncia a suspensão das revistas, o Grupo Semana afirma que as revistas Semana e Diñero continuarão sendo publicadas normalmente. “Sem dúvida, o impacto econômico criado pelo fenômeno do coronavírus e as restrições logísticas tornam obrigatório projetar reestruturações dessa natureza. Um desafio como esse é simultaneamente uma oportunidade de inovar e procurar maneiras de melhorar nossos produtos”, informou o Grupo em nota.

Jornalistas em pânico – A Federação de Jornalistas da América Latina e do Caribe (Fepalc, em espanhol) condenou a demissão de jornalistas durante a pandemia. A organização registra que jornalistas de Peru, Panamá, Equador e Paraguai também estão sofrendo os efeitos da redução da atividade econômica, ficando impossibilitados de seguir trabalhando por falta de recursos. A Associação Nacional de Jornalistas do Peru e o Sindicato de Jornalistas do Paraguai pediram aos governos nacionais garantia de sustentabilidade para os trabalhadores atingidos pela crise, segundo a Fepalc.

Globo fecha revistas – Na América Latina, várias outras organizações jornalísticas vêm adotando medidas de restrição ou suspensão das edições impressas de suas revistas e jornais. A Editora Globo, que faz parte do maior grupo de mídia do Brasil, parou de publicar seis revistas mensais, que estarão disponíveis apenas em formato digital. Já os jornais diários O Globo e Extra, além da revista semanal Época, seguem sendo imprensas. No Chile, La Discusión de Chillán deixou de circular pela primeira vez em papel desde 1939, o quando um terremoto de magnitude 8,3 na escala Richter que atingiu a região e causou a morte 24 mil pessoas.

México perde jornal – No México, o Grupo Crónica anunciou o fim de suas edições impressas diante da emergência causada pelo coronavírus. Assim, desde 1º de abril não são mais publicados os jornais La Crónica de Hoy, Crónica Hidalgo e Crónica de Jalisco. Na Bolívia, El Deber, de Santa Cruz de La Sierra, tirou das ruas a versão em papel do diário já no dia 24 de março. A circulação só volta ao normal depois da quarentena. Já Página Siete, de La Paz, interrompeu as edições dominicais, mas segue saindo nos outros dias da semana.

Publicidade sumiu – O presidente da Associação Mundial de Jornais e Editores (WAN-IFRA), o espanhol Fernando de Yarza López-Madrazo, escreveu no site da organização que a pandemia do coronavírus tornou “o jornalismo mais necessário do que nunca”, com público crescente, enquanto, ao mesmo tempo, as fontes de receita se evaporam. “A publicidade praticamente desapareceu. Comprar jornais está ficando mais complicado. A desaceleração econômica global, que não tem precedentes, nos afetou de uma maneira brutal. Exatamente agora, quando somos obrigados – e exigimos de nós mesmos – mais do que nunca”.

CURTAS

MAIS MORTES – Pernambuco confirmou, ontem, mais 70 mortes e 541 novos pacientes com o novo coronavírus. Com isso, desde março, o Estado contabilizou 14.309 confirmações e 1.157 mortes por Covid-19, segundo a Secretaria de Saúde. Das novas confirmações, 276 se enquadram como Síndrome Respiratória Aguda Grave (Srag) e 265 são casos leves. Ao todo, o Estado registrou 7.644 pacientes considerados graves com a doença e 6.665 leves. O uso de máscaras passa a ser obrigatório a partir do próximo sábado. O decreto estadual com a ampliação da obrigatoriedade do uso foi publicado no Diário Oficial de ontem, assim como o detalhamento das medidas referentes à quarentena no Recife e outras quatro cidades.

PERDA DE SALÁRIO – Mais de 7 milhões de brasileiros já tiveram redução de jornada e salário ou suspensão do contrato de trabalho. De acordo com dados do Ministério da Economia, até as 11h desta terça-feira (12), o programa criado para minimizar os impactos da pandemia de coronavírus e preservar empregos formais já reunia um total de 7,19 milhões de acordos fechados entre empresas e trabalhadores. Esse número representa 20,7% dos empregados com carteira de trabalho no setor privado. Segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua Mensal (PNAD Contínua), do IBGE, o País tinha no trimestre encerrado em março 34.736 trabalhadores formais, incluindo os domésticos. Ou seja, 1 em cada 5 trabalhadores formais já teve corte de salário ou contrato suspenso no País.

LIVE COM ALCYMAR – Meu convidado para a live de amanhã, às 19 horas, pelo Instagram do meu blog, é o cantor e compositor Alcymar Monteiro, que vai tratar do drama enfrentado pela classe artística no País, fortemente atingida pela pandemia do coronavírus. O forrozeiro, que fez uma live fantástica, sábado passado, gravou, recentemente, um duro áudio criticando o deputado Felipe Carreras (PSB) pela tentativa de mexer num vespeiro: as regras de cobrança de taxas de direitos autorais. Só não o chamou de arroz doce. Para acompanhar a live você tem que seguir o Instagram do blog pelo endereço @blogdomagno.

Perguntar não ofende: Algum setor da economia será capaz de resistir ao diabólico Covid-19?

Política : EM DEZEMBRO
Enviado por alexandre em 13/05/2020 08:34:53

Pandemia impõe reinvenção nas eleições

Por Diana Câmara*

Tudo indica que as Eleições Municipais irão mesmo ocorrer em 2020. Seu adiamento não é descartado, aliás, está sendo discutido e estudado por um grupo de trabalho encabeçado pelo Tribunal Superior Eleitoral para, diante da evolução da pandemia e da estrutura da Justiça Eleitoral, apresentar opções de formato e data como uma “proposta” ao Congresso Nacional, até o início do próximo mês. Apenas o parlamento tem as condições de aprovar novos textos legislativos e alterar a data e formato do próximo pleito. Atualmente, é quase um consenso que as Eleições devam ser realizadas em dezembro.

Já em relação ao formato, existem várias sugestões que estão sendo estudadas, desde a votação ser realizada em vários dias, como ser dividida por horário e grupos. Ainda há também a opção de ser realizada de forma mais virtual utilizando-se da internet. Desta pandemia, pode surgir uma grande mudança na forma como se faz a eleição no Brasil.

Por outro lado, já é dado como certo que as Convenções partidárias deverão ocorrer de forma virtual, a fim de respeitar o isolamento social. E, igualmente, o Congresso e o TSE deverão providenciar as alterações legislativas para possibilitar isso, mesmo não havendo essa previsão nos estatutos partidários, pois estamos num período de excepcionalidade.

O tempo está passando, as fases e datas do calendário eleitoral vão chegando e, indubitavelmente, a eleição vai se adaptando, assim como nós no nosso dia a dia pessoal e profissional. A pandemia do coronavírus ainda deve perdurar até a eleição. Então os políticos também têm que se adaptar a está realidade. Com as recentes mortes pela Covid-19 de vários pré-candidatos em todo o país, fica uma reflexão: vale a pena se expor e continuar fazendo campanha de corpo a corpo como “sempre foi feito” ou é melhor se reinventar? Tempo de reflexão e, principalmente, de adaptação.

*Advogada especialista em Direito Eleitoral, presidente da Comissão de Direito Eleitoral da OAB/PE, membro fundadora e ex-presidente do Instituto de Direito Eleitoral e Público de Pernambuco (IDEPPE), membro fundadora da Academia Brasileira de Direito Eleitoral e Político (ABRADEP) e autora de livros.


Política : CORONAVOUCHER
Enviado por alexandre em 12/05/2020 08:17:07

189.695 militares que receberam coronavoucher de R$ 600, totalizando R$ 113,8 milhões. Terão que devolver

Enquanto o governo mostra descaso com as longas filas enfrentadas por desempregados e informais para receber o auxílio emergencial de R$ 600 nas agências da Caixa Econômica Federal, quase 190 mil militares foram contemplados com o coronavoucher sem qualquer trabalho. 

Dados do governo revelam que 189.695 militares da ativa, da reserva, reformados, pensionistas e anistiados receberam o auxílio emergencial, totalizando R$ 113.816.990,00. 

O Ministério da Defesa disse que “verifica a possibilidade de recebimento indevido de valores referentes ao auxílio emergencial, concedido pelo Governo Federal no período de enfrentamento à pandemia do coronavírus, por integrantes da folha de pagamentos deste Ministério”. 

As irregularidades, segundo a Defesa, foram identificadas com o apoio do Ministério da Cidadania. 

A pasta acrescenta: “Neste sentido, estão sendo adotadas as medidas para apuração do ocorrido, visando identificar se houve valores recebidos indevidamente, de modo a permitir a restituição ao erário e as demais considerações de ordem administrativo-disciplinar, como necessário”. 

Procurada, a Caixa informou que é responsável apenas pelo pagamento dos auxílios emergenciais, cujos dados são processados pela Dataprev, com base em informações recebidas do Ministério da Cidadania. 

Procurados, a Dataprev e o ministério ainda não se pronunciaram. Alegam que estão esperando as áreas técnicas se pronunciarem para saber o que aconteceu. 

As queixas de informais, desempregados, microempreendedores individuais são muitas em relação ao coronavoucher. Muitos reclamam que já fizeram os cadastros no site da Caixa, mas, até agora, não tiveram resposta. 

As filas em frente às agências da Caixa são intermináveis e se tornaram um risco para muita gente por causa da pandemia do novo coronavírus. Ou seja, além de não receberem a ajuda prometida pelo governo, as pessoas estão expostas a pegarem a Covid-19.

Devolução

O Ministério da Cidadania afirma em nota, que os militares que receberam ilegalmente o coronavoucher de R$ 600 terão que devolver os recursos aos cofres públicos.

O ministério diz ainda que, depois de um período de adaptação, dispõe, agora, de todos os CPFs atualizados de quem recebeu o coronavoucher. Portanto, tem como chegar aos que não poderiam ter botado a mão no auxílio emergencial.

O Cidadania destaca ainda que parentes de militares receberam o coronavoucher, mas que isso está dentro das regras. “É importante destacar que, tanto para o público do auxílio emergencial que fez a solicitação por meio do aplicativo ou site da Caixa, quanto para os cidadãos incluídos no Cadastro Único e no Programa Bolsa Família existem familiares de militares que receberam o auxílio emergencial por se enquadrarem nos critérios legais, mesmo considerando a renda do familiar militar, e não existe nenhuma norma que impeça este recebimento. Portanto, se algum cidadão que cumpre os critérios legais recebeu o auxílio emergencial, não é necessária a devolução do valor apenas porque um membro da família é militar e recebe soldo”.

Os principais programas de acesso ao ensino superior do Ministério da Educação (MEC) já ganharam datas de inscrição para o segundo semestre. As datas foram anunciadas pelo ministro da Educação, Abraham Weintraub, nesta segunda-feira (11).

Confira o período de inscrição para cada programa no segundo semestre:

  • Sistema de Seleção Unificada (Sisu): de 16 a 19 de junho de 2020;
  • Programa Universidade para Todos (ProUni): de 23 a 26 de junho de 2020;
  • Fundo de Financiamento Estudantil (Fies): 30 de junho a 3 de julho de 2020.

Os programas utilizam as notas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) para o acesso ao ensino superior. As iniciativas permitem o ingresso em instituições de ensino superior públicas e privadas.

O primeiro passo para o início do processo seletivo do segundo semestre é a publicação de edital para que as instituições possam manifestar interesse em aderir aos programas. Com isso, será possível conhecer o número de bolsas ofertado e quais cursos, por exemplo, estarão disponíveis para os estudantes.

Sisu – O estudante que participou do Enem de 2019 e quer estudar em uma universidade federal pode realizar a inscrição no Sisu em 2020. Para concorrer a uma vaga pelo programa, é preciso ter obtido uma nota acima de zero na redação.

Prouni – Já quem estiver de olho em instituições privadas de ensino superior pode concorrer a bolsas integrais (100%) e parciais (50%) por meio do ProUni. Para se inscrever na iniciativa, o estudante que participou do Enem deve ter obtido média de ao menos 450 pontos e não ter zerado a redação.

Fies – O candidato também pode concorrer a uma vaga no ensino superior pelo Fies. O programa concede financiamento a estudantes em cursos superiores privados. Para participar, o candidato que participou do Enem precisa ter desempenho de pelo menos 450 pontos nas provas e não zerar a redação. As informações são da Assessoria de Comunicação Social do Ministério da Educação.

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