Política : O VÍDEO BOMBA
Enviado por alexandre em 13/05/2020 08:45:31

Bolsonaro queria proteger filhos e amigos das investigações da PF segundo o vídeo bomba

A insistência do presidente Jair Bolsonaro em trocar o superintendente da Polícia Federal no Rio de Janeiro não se restringia à proteção de seus filhos. Ele também estava preocupado com as repercussões das investigações da PF sobre seus aliados. 

As preocupações de Bolsonaro em ter o controle da PF no Rio ficaram claras no vídeo da reunião ministerial de 22 de abril, exibido nesta terça-feira (12) no Instituto de Criminalística do órgão. Na reunião, o presidente ameaçou demitiu o então ministro da Justiça, Sergio Moro, se ele não trocasse o diretor-geral da Polícia Federal, Maurício Valeixo, e o superintendente do Rio, Carlos Henrique Oliveira, que foi convidado para ser diretor executivo da corporação, ou seja, o número dois na hierarquia do órgão, mas sem acesso às investigações. 

Com a demissão de Moro do ministério e de Valeixo do comando da PF, Bolsonaro tentou emplacar o delegado Alexandre Ramagem, amigo dos filhos do presidente, para a diretoria-geral da corporação, mas a nomeação foi suspensa pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). 

A intenção de Bolsonaro de trocar o superintendente do Rio foi confirmado por Ramagem em depoimento à PF na segunda-feira (11). A PF está próxima de pegar Carlos e Eduardo Bolsonaro, os filhos 02 e 03, por disseminação de fake news com o intuito de destruir reputações e defender a volta da ditadura. 

Diante das denúncias de Moro, ao se demitir do Ministério da Justiça, a Procuradoria-Geral da República recomendou ao STF a abertura de inquérito. O ex-juiz já foi ouvido. Nesta terça-feira (12) estão prestando depoimento três ministros militares com assentos no Palácio do Planalto: Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo), Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional) e Braga Netto (Casa Civil). 

Segundo pessoas que assistiram ao vídeo exibido hoje pela Polícia Federal, a situação de Bolsonaro se complicou muito e será difícil para o procurador-geral da República, Augusto Aras, arquivar o processo que pode resultar em um pedido de impeachment do presidente.

Pessoas que tiveram acesso ao vídeo exibido hoje na Polícia Federal, dentro do processo que investiga denúncias do ex-ministro da Justiça Sergio Moro contra o presidente Jair Bolsonaro, afirmam que o que foi dito na reunião ministerial de 22 de abril é devastador para o chefe do Executivo. Ficou claro que a grande preocupação de Bolsonaro, ao mudar a chefia da superintendência no Rio de Janeiro é proteger os filhos dele. 

“Todos que assistiram ao vídeo ficaram atônitos. Explicitou-se o que até então eram suposições: o presidente Jair Bolsonaro só está preocupado em livrar seus filhos do cerco da PF. Por isso, ele quer tanto ter o controle do órgão e ter acesso às investigações”, contou um dos presentes. Em uma das partes do vídeo, Bolsonaro diz: “Querem f. minha família”. 

A avaliação de duas pessoas que participaram da exibição do vídeo nesta terça-feira (12), no Instituto Nacional de Criminalística da Polícia Federal, em Brasília, é de que a situação, depois do vídeo, é muito ruim para o governo. “Como Bolsonaro vai rebater o que ele disse e está gravado? Vai dizer que fizeram montagem?”, indagou uma das fontes. 

O vídeo foi exibido a mando do ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (SFT). Participaram da exibição Sergio Moro, integrantes da Advocacia-Geral da União e procuradores e investigadores que acompanham o caso. O advogado de Moro, Rodrigo Sánchez Rios, por sinal, ressaltou que o material exibido confirma todas as denúncias feitas pelo ex-ministro.  Continue lendo


O presidente Jair Bolsonaro afirmou que a fita da reunião ministerial de 22 de abril, que foi indicada por Sergio Moro como prova de suas acusações ao presidente, deveria ter sido destruída. Bolsonaro afirmou também que durante uma reunião ministerial “sai muita coisa” que não pode ser divulgada.

“Numa reunião ministerial sai muito coisa. Agora não era pra ser divulgado. A fita era pra ser inclusive destruída. Após aproveitar imagens para divulgação, ser destruída, não sei por que não foi”, disse Jair Bolsonaro.

Bolsonaro afirmou que cabe uma interpretação sobre o que foi dito na reunião. “Não existe no vídeo a palavra Polícia Federal e nem Superintendente”, iniciou Bolsonaro.

O presidente foi questionado se falou sobre investigações sobre sua família e afirmou que no vídeo “não tem a palavra ‘investigação'”.

“A preocupação minha depois da facada sempre foi para segurança minha e da minha família. Em Juiz de Fora o Adélio cercou meu filho. No meu entender, talvez quisesse assassina-lo ali. A segurança da minha família é uma coisa. Não estou e nunca estive preocupado com investigação contra minha família. A Polícia Federal nunca investigou minha família, isso não existe no vídeo”, afirmou Bolsonaro.

Porém, a segurança da família do presidente da República é feita pelo gabinete de Segurança Institucional, não pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública ou pela Polícia Federal.

As declarações de Bolsonaro foram dadas na rampa do Palácio do Planalto, onde ele estava para ver manifestantes favoráveis ao seu governo. Segundo informações passadas pelo repórter Victor Boyadjian para a Globo News, “era possível contar nas mãos a quantidade de pessoas que estavam lá”. Continue lendo

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