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Mais Notícias : Mosquito transmissor da dengue X pernilongo: descubra diferenças e o que atrai cada um
Enviado por alexandre em 29/04/2024 12:42:37

Cada vez mais presentes nas cidades, esses insetos agem em locais e horários diferentes. Entender o que eles buscam pode ajudar no manejo e na prevenção.


Exterminar criadouros, usar repelente e colocar telas protetoras nas janelas e portas são formas já conhecidas de evitar a proliferação do Aedes aegypti, mosquito transmissor de doenças como dengue, zika e chikungunya. Outra medida que pode ajudar neste sentido é saber como o inseto age, entender que ele tem horário e locais mais prováveis para sugar o sangue e aprender a não confundi-lo com pernilongos.

"Se um mosquito picar você em casa à noite, em uma cidade, por exemplo, há 99% de chance de ser um Culex quinquefasciatus, conhecido como 'pernilongo comum' ou 'muriçoca'. O Aedes aegypti pica majoritariamente de dia porque o ciclo circadiano dele aponta a noite como momento de repouso", 

relata a curadora da Coleção Entomológica do Instituto Butantan, Flávia Virginio.
Foto: Renato Rodrigues/Comunicação Butantan

As pernas listradas do A. aegypti, podem até ajudar na identificação, mas como essa é uma característica presente em algumas espécies do gênero Aedes, ela não é necessariamente uma garantia de que você esteja de frente com um A. aegypti. Um exemplo disso é o Aedes albopictus, que tem a mesma característica e também ocorre no Brasil. Por aqui, ele não é considerado um vetor da dengue, diferente do que ocorre no sudeste asiático, onde é o principal transmissor da doença.

O tamanho corporal dos mosquitos adultos também pode ajudar a diferenciá-los, embora isso possa variar dependendo das condições ambientais e da disposição de alimento que os representantes de cada espécie sejam expostos.

"O tamanho corporal muda conforme o sexo, sendo em geral, fêmeas maiores do que os machos. Considerando minha experiência vendo diariamente mosquitos das três espécies, em geral, o Culex quinquefasciatus costuma ser mais 'robusto' e maior que os Aedes aegypti e Aedes albopictus", ressalta Flávia.

Porém, essas características podem variar se um exemplar de uma espécie comer mais do que o da outra durante a fase larval. "Certamente o que comeu mais será maior do que o que comeu menos", reforça.

Atração por sangue

Os mosquitos A. aegypti e A. albopictus despertam com o nascer do sol, período conhecido como crepúsculo matutino, e procuram por alimento geralmente nas primeiras horas da manhã. O oposto ocorre com o pernilongo (C. quinquefasciatus), que tende a permanecer atrás de armários, sofás, em casas de cachorro ou outros lugares com pouca luminosidade durante o dia e sai do repouso no fim da tarde.

Seu pico de atuação ocorre por volta da meia-noite e vai decrescendo até a manhã do outro dia. Apesar de agirem em horários diferentes, tanto as fêmeas do Aedes aegypti quanto as do Culex quinquefasciatus vivem à base de sangue humano porque o líquido é essencial para nutrir seus ovos, embora também consumam seiva de plantas.

As fêmeas do A. albopictus também se alimentam de sangue, mas "se viram bem" sugando aves e mamíferos por viverem em áreas de mata ou de intersecção entre áreas rurais e urbanas, ocupando principalmente o que chamamos de "peridomicílio" o quintal destes ambientes. 

"Quando acaba o alimento das fêmeas do A. albopictus em áreas florestadas, o que já vem ocorrendo por causa do desmatamento e pela urbanização, elas vêm para as cidades e se alimentam de humanos também", 

disse Virginio.

Ao sugar o sangue de alguém infectado pela dengue, o A. aegypti se contamina com o vírus, embora não possa transmiti-lo a outras pessoas instantaneamente. A fêmea não adoece como o ser humano, mas pode ter diminuição de sua capacidade de voo e reprodução. Em questão de dias se torna capaz de transmitir o vírus para o humano pela sua saliva. O mesmo ocorre com os vírus Zika e chikungunya.

Já os machos de Aedes e Culex se alimentam somente da seiva de plantas, fontes de carboidratos necessários para sobreviverem.

"Em raras exceções, até onde se sabe, alguns machos podem nascer infectados, devido à transmissão transovariana, onde a fêmea infectada passa o vírus para seus filhos, e consequentemente, estes machos podem transmitir o vírus sexualmente para as fêmeas. Mas isso ainda está sob investigação dos cientistas",

afirma Flávia.

Temperatura e cheiros

Além do sangue, as fêmeas de Aedes e Culex também são atraídas por "cheiros" e gases expelidos por humanos e animais, captados através de quimiorreceptores nas antenas e em outras estruturas do corpo.

"Apesar de elas não possuírem narinas, como os humanos, quando sentem o 'cheiro' de suor, entendem que há vida ao redor e se aproximam para tentar se alimentar. É a mesma coisa quando sentimos cheiro de um bife na grelha e temos vontade de comer",

explica a curadora.

Além do cheiro, estes mosquitos também são atraídos pela temperatura corporal humana e por pessoas que vestem roupas de cores mais escuras, como preta, azul e vermelha. Da mesma forma que existem cheiros atrativos, existem os odores que repelem os mosquitos. O exemplo mais popular são os repelentes de uso tópico ou de ambientes.

Infográfico: Milena Martins

Criadouros: onde e por que se formam

As fontes de alimento determinam inclusive onde ocorre a cópula e a postura dos ovos. As fêmeas do A. aegypti preferem sobrevoar ambientes domésticos e fechados para ficar mais perto de humanos. Por consequência, depositam seus ovos em criadouros artificiais instalados em terrenos ou quintais, tais como caixas d'água destampadas, vasos de plantas, pneus e garrafas vazias, que enchem de água na chuva.

Outros ambientes menos relatados em campanhas de combate ao mosquito também podem ser criadouros: brinquedo de crianças, baldes, até tampinha de garrafa pet. O mesmo ocorre com as fêmeas do A. albopictus, com a diferença de que elas optam por pôr os ovos em criadouros naturais como bromélias, buracos de árvores e troncos de bambus, que também acumulam água em períodos chuvosos.

Os ovos de ambas as espécies do gênero Aedes, que têm 5 mm de comprimento, são quase imperceptíveis ao olho humano e podem se manter intactos por até um ano em ambiente seco ou úmido, eclodindo somente quando submersos em água.

Da eclosão dos ovos surgem as larvas, que quadruplicam de tamanho em cerca de cinco dias até se transformarem em pupas, e, após dois dias de intensa metamorfose, se tornam adultas com capacidade de voo, momento considerado o "nascimento do mosquito". Todo esse ciclo de vida do Aedes pode durar de sete a 10 dias dependendo do calor, um acelerador do processo.

"Em geral, nascem primeiro os machos, que ficam rodeando o criadouro. Depois nascem as fêmeas e eles fazem a cópula. A fêmea busca o alimento sanguíneo para nutrir os ovos, e os machos vão procurar outro criadouro para copular com outras fêmeas. Essa é a estratégia de reprodução clássica do A. aegypti e do A. albopictus",

esclarece a entomóloga.

Durante a gestação dos ovos, fêmeas de A. aegypti infectadas com alguns arbovírus podem repassá-lo por transmissão vertical. "Na infecção transovariana, a fêmea repassa o vírus para os ovos, que em geral, seguem a proporção de metade de fêmeas e de machos. Esses machos, então, podem transmitir o vírus sexualmente para outras fêmeas durante a cópula", explica.

As fêmeas de C. quinquefasciatus também se alimentam de sangue humano, com a diferença de sobrevoarem tanto ambientes internos quanto externos em busca do alimento. As fêmeas depositam seus ovos em água rica em matéria orgânica, especialmente em rios, córregos, piscinas sem tratamento com cloro, ou depósitos de água poluídos, onde ocorre a eclosão dos ovos em larvas em até 48 horas. Daí, são cinco dias até virar pupa e mais dois ou três dias até o nascimento do adulto.

"Estes locais são criadouros gigantes de Culex que se proliferam com mais facilidade durante o verão e se espalham cada vez mais rápido para regiões que não têm estes problemas", ressalta a curadora.

Por que somente o A. aegypti transmite dengue no Brasil?

Das mais de 100 espécies do gênero Aedes já descobertas, por que somente o A. aegypti é capaz de transmitir a dengue aos humanos no Brasil? Flávia esclarece que até o momento não foi identificada a transmissão pelo A. albopictus no país, embora já tenha sido comprovada sua capacidade e competência vetorial para alguns vírus circulantes no Brasil. 

Isso significa que o mosquito consegue transmitir a dengue em condições laboratoriais controladas, só que até o momento não foi detectado nenhum exemplar desta espécie naturalmente infectado no Brasil.

"Na ciência não podemos apenas dizer, temos que provar que existe. Então, até que se prove, o A. albopictus não transmite a dengue no Brasil, porque não foi encontrado nenhum exemplar do mosquito naturalmente infectado. Mas como ele tem todas as competências, precisamos ficar ligados",

expõe.

Já o A. aegypti é um vetor de aproximadamente 200 vírus, nem todos encontrados naturalmente no mosquito. Parte destes vírus foram testados em laboratório onde se constatou a competência do A. aegypti de infectar-se e ser vetor de todos eles.

"Para a ciência e para saúde pública estes estudos são importantíssimos porque se algum dia houver transmissão de alguns destes vírus entre humanos, já sabemos que o A. aegypti pode ser o vetor",

disse Flávia.

Febre amarela urbana não tem relação com Aedes aegypti

O A. aegypti já foi vetor da febre amarela urbana no Brasil no começo do século 20 até a década de 1940, época que este tipo de transmissão foi erradicada do país. Atualmente, o mosquito vetor da febre amarela silvestre é o mosquito Haemagogus, que ocorre em áreas florestais e pode infectar humanos. A vacinação contra a febre amarela foi um dos fatores essenciais para evitar a proliferação da doença em áreas urbanas e silvestres.

"Enquanto o A. aegypti não for encontrado infectado com o vírus da febre amarela, a gente não pode dizer que a febre amarela urbana voltou a circular no Brasil. O Haemagogus vive em áreas florestadas e, mesmo que na última epidemia de febre amarela tenhamos encontrado mosquitos infectados com o vírus dentro da cidade, os pontos de transmissão sempre foram as áreas florestadas, o que chamamos de 'silvestre'",

explica a curadora.

Por isso, a transmissão naquela época continuou sendo chamada de febre amarela silvestre. "Até porque envolviam de alguma forma mosquitos, macacos, que são os hospedeiros 'principais', e os seres humanos, que são os hospedeiros 'acidentais'", conclui a entomóloga.


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1 mosquito e 4 doenças: conheça o Aedes aegypti, o "maldito do Egito"


Ciência & Tecnologia : ArapaimaPLUS: teste genômico aprimora criação de pirarucu
Enviado por alexandre em 29/04/2024 12:41:13


Já está disponível para os aquicultores brasileiros o ArapaimaPLUS, mais uma ferramenta da família AquaPLUS, desenvolvida pela Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia (DF). A plataforma, que oferece soluções genômicas para tilápia, camarão cinza, truta e tambaqui, passa a abranger também o pirarucu (Arapaima gigas), especialmente para produção em cativeiro. 

A nova tecnologia traz soluções para os processos de gestão, uso, seleção e melhoramento genético de matrizes dessa espécie de peixe, prezando pela simplicidade, praticidade, baixo custo de adoção e alto retorno no investimento por parte do público-alvo.

Foto: Simone Yokoyama Oliveira

O pesquisador Alexandre Caetano, um dos responsáveis pelo desenvolvimento do ArapaimaPLUS, explica que, na prática, trata-se de um teste genômico útil para análises de paternidade, parentesco, identificação individual e variabilidade genética para o pirarucu, que pode ser aplicado ao gerenciamento genealógico de plantéis de reprodutores utilizados na piscicultura para reproduzir a espécie.

Segundo Caetano, "a solução oferece todas as aplicações básicas que as outras ferramentas têm – como manejo genético e análise genética de reprodutores –, mas também tem potencial para dar suporte aos processos de rastreabilidade e monitoramento de populações selvagens e produtos da pesca".

O pesquisador pontua ainda que, por uma série de fatores, a produção de pirarucu em cativeiro ainda não "decolou" no Brasil. Desafios técnicos básicos relacionados à reprodução e ao manejo do animal ainda persistem. "A tilápia (Oreochromis niloticus), por exemplo, a espécie mais criada em cativeiro no País, se reproduz sozinha, com menos de um ano de idade", comenta. Mas espécies nativas, como o pirarucu e o tambaqui (Colossoma macropomum), não se reproduzem com facilidade em cativeiro e são necessários anos até que atinjam a idade reprodutiva.

Obstáculos 

No caso do pirarucu, ainda não existe protocolo estabelecido para a indução hormonal e a retirada manual dos gametas, como é feito com muitas das espécies nativas. Desse modo, é preciso colocar o casal de peixes no tanque para que eles se reproduzam naturalmente. "A questão é que, na natureza, os pirarucus machos disputam território. Por isso, cada casal precisa ser colocado em um tanque diferente, o que exige muito espaço. Se colocar dois casais em um mesmo tanque, eles vão lutar pelo espaço. Imagine dois peixes de 250 quilos brigando entre si", observa Caetano.

Outro aspecto que dificulta a reprodução em cativeiro é que, na maior parte dos peixes, a fêmea desova todos os óvulos de uma vez, e eles são fecundados pelo macho. Já a fêmea do pirarucu vai soltando os óvulos em lotes, que vão sendo fertilizados aos poucos. Com as análises realizadas utilizando o ArapaimaPLUS, a equipe da Embrapa fornece orientações para o produtor otimizar a formação dos casais, evitando o acasalamento entre animais de parentesco próximo e as perdas decorrentes, gerando, portanto, animais de alto potencial produtivo.

O segundo fator complicador na criação desse peixe em cativeiro no Brasil está relacionado às flutuações de preços no mercado. "Em condições normais, a extração da espécie pela pesca consegue abastecer o mercado a preços competitivos. Por isso, para o produtor de pirarucu em cativeiro, em um ano de pesca boa, o valor de venda no mercado fica abaixo do custo de produção", assinala o pesquisador. 

A espécie ocorre na Bacia Amazônica, que é uma área muito extensa, e também na região do Araguaia/Tocantins

"Apenas nos anos em que a pesca não é tão boa, em função de algum evento climático, é que vale a pena produzir na região", 

explica.
Foto: Siglia Souza

Nicho

Um aspecto positivo, segundo Caetano, é que o pirarucu pode crescer até 10 quilos no primeiro ano de vida. "Não tem outra espécie de peixe que se equipare." Além disso, alguns produtores já conseguem produzir alevinos de pirarucu em cativeiro, e outros resolveram a questão das oscilações de preço instalando-se em locais próximos aos mercados consumidores. O pesquisador cita o caso de um produtor na região de Jundiaí, São Paulo, que apesar de não conseguir fazer a reprodução, traz os alevinos de outra região.

"Ele enfrenta uma complicação a mais, pois os animais não suportam o frio do inverno na região. Por isso, é preciso fazer tudo em estufas, em sistemas que chamamos de 'fechados'. Em compensação, consegue colocar um produto de altíssima qualidade em um mercado bem valorizado, que é São Paulo, onde há alta gastronomia, hotéis etc. É um nicho interessante. Independentemente da pesca, ele está ali, ao lado do mercado consumidor, e consegue ser competitivo com um produto fresquíssimo", afirma Caetano, lembrando que os produtores da Região Norte sofrem mais com as oscilações de mercado.

Ferramenta também serve para monitoramento e rastreabilidade 

Além de auxiliar no desenvolvimento da piscicultura, como as demais ferramentas da família AquaPLUS, o ArapaimaPLUS traz outras possibilidades de uso. Uma delas é o monitoramento de populações selvagens de pirarucu. A tecnologia conseguiu corroborar, por exemplo, um fato que já estava descrito na literatura: a variabilidade genética existente entre populações de pirarucu que vivem em diferentes pontos das bacias hidrográficas onde a espécie ocorre naturalmente.

Foto: Simone Oliveira Yokoyama

"Na calha do Amazonas, a diferença genética do pirarucu que vive na cabeceira com relação ao que vive na foz é maior do que entre o boi taurino e o boi zebuíno, que são consideradas subespécies do ponto de vista taxonômico. No Araguaia/Tocantins é mais diverso ainda, geneticamente falando, apesar de todas as populações serem consideradas da mesma espécie", 

diz Caetano.

A ferramenta também permite monitorar o escape de peixes na piscicultura, e como isso pode afetar as populações nativas. Na criação de peixes, é possível misturar materiais genéticos que não se encontrariam na natureza. "Se um produtor de Manaus traz matrizes de Belém ou do Acre, e dentro da piscicultura esses animais se reproduzirem, vão fazer uma reprodução que jamais ocorreria de forma natural", afirma o pesquisador. 

Caso esses alevinos escapem, poderão posteriormente se reproduzir com os peixes selvagens do local. Isso não traz prejuízos econômicos para o produtor, mas pode contaminar geneticamente as populações locais. "As consequências potenciais desse escape ainda não estão mensuradas, principalmente em espécies selvagens", explica Caetano. De acordo com ele, o ArapaimaPLUS pode ser utilizado por órgãos ambientais, organizações não governamentais ou certificadoras para monitorar essa questão.

Além disso, é possível incorporar a ferramenta ao processo de rastreabilidade, como um mecanismo de comprovação genética de origem dos produtos. "Na Amazônia, existem reservas extrativistas que comercializam o pirarucu pescado no local. Mas depois que o peixe é processado, mesmo que seja rastreado, não tem como comprovar geneticamente a origem do produto. O ArapaimaPLUS oferece uma ferramenta prática para validar geneticamente esse rastreamento", esclarece o pesquisador, destacando que a tecnologia poderá abrir um novo capítulo no processo de rastreabilidade de peixes, ao indicar com precisão de onde veio cada animal.

Escape leva pirarucu ao RioTietê 

O escape de pisciculturas já gerou situações curiosas, como o caso dos pirarucus pescados no Rio Tietê, em São Paulo, bem longe da área de ocorrência natural da espécie. "Nesse caso, o prejuízo é menor, uma vez que os animais, até onde se sabe, não conseguem se reproduzir na região, por falta dos gatilhos ambientais necessários, e acabam sendo capturados. Mas até lá, eles atuam como predadores que podem afetar a cadeia alimentar do local", esclarece Caetano.

O gatilho ambiental a que se refere o pesquisador é a migração que os peixes precisam fazer todos os anos para se reproduzir. A maior parte das espécies do Brasil faz a piracema: na época da reprodução, sobem para as cabeceiras dos rios para se reproduzir e depois o material genético ali depositado se dispersa pela bacia hidrográfica. Já com o pirarucu, o processo é diferente. Para se reproduzir, ele migra da calha dos rios para a várzea, na época das águas, e da várzea para a calha, quando o nível da água desce. Diferentemente dos rios amazônicos, o Tietê não oferece essa condição.

Foto: Simone Oliveira Yokoyama

 Produtores confiantes na nova tecnologia

O presidente-executivo da Associação Brasileira de Piscicultura (PeixeBR), Francisco Medeiros, destaca que, por motivos diferentes, o pirarucu sempre despertou um interesse muito grande de pescadores, consumidores e produtores. 

"Mas todos são unânimes em afirmar que esse peixe amazônico encanta pela beleza, pelo tamanho e, principalmente, pelo sabor diferenciado", 

assinala.

De acordo com ele, a maior parte da carne de pirarucu que chega ao mercado é oriunda da pesca, hoje bem estruturada com projetos de manejo, o que não impediu o interesse de produtores de peixes para a oportunidade de explorar essa espécie.

Porém, Medeiros confirma que os desafios ainda são grandes. "Ao começar o processo de domesticação, para transformar o pirarucu em um produto da piscicultura com resultados econômicos, encontramos uma série de dificuldades, principalmente relacionadas à alimentação e à reprodução. Por se tratar de uma espécie muito antiga, o sistema reprodutivo é totalmente diferente do de outros peixes", aponta o presidente-executivo da Peixe BR.

Ele ressalta que muitos produtores não obtiveram sucesso por desconhecer a identidade genética dos animais. "Nesse sentido, a ferramenta ArapaimaPLUS permite a elaboração de um programa reprodutivo capaz de gerar os melhores resultados zootécnicos que a espécie pode proporcionar", afirma.

Medeiros explica que, diferentemente dos demais peixes amazônicos que são explorados na piscicultura, o pirarucu forma grupos familiares muitos específicos e locais, o que proporciona uma variabilidade genética muito maior do que a encontrada em espécies que fazem migração ou que nadam nos principais rios da região.

"A identificação dessa realidade só foi possível com o ArapaimaPLUS. Agora, com esse conhecimento, devemos trabalhar para a formação de famílias e acasalamentos que proporcionem o melhor resultado zootécnico, sem perder a riqueza genética que esses peixes carregam. Vemos um futuro promissor para a espécie e os negócios", conclui.

A produtora Simone Oliveira, filha do Sr. Megumi (Pedrinho) Yokoyama, de Rondônia, é uma das que está apostando no ArapaimaPLUS como ferramenta para alavancar a criação de pirarucu. Ela já utiliza o TambaPLUS, com bons resultados, e recentemente, enviou as nadadeiras das matrizes de pirarucu para análise de consanguinidade, em Brasília.

"Nossa expectativa é formar novos casais para acasalamentos, com zero de consanguinidade, para um melhor crescimento e desenvolvimento dos peixes. A ciência e a aquicultura sempre estiveram ligadas, agora mais do que nunca, com as novas tecnologias e pesquisas", ressalta a produtora.

Futuras soluções para o setor produtivo

O projeto para desenvolvimento do ArapaimaPLUS contou com financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Distrito Federal (FAP-DF) e com a participação dos pesquisadores Michel Yamagishi, do Laboratório Multiusuário de Bioinformática da Embrapa Agricultura Digital (SP), que fez a mineração dos dados públicos para descoberta dos SNPs (polimorfismo de nucleotídeo simples - em inglês, single nucleotide polymorphism), e Patricia Ianella, da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia. Já a validação da ferramenta foi parte do trabalho de mestrado da aluna Aline Campelo, da Universidade de Brasília (UnB), dentro do Programa de Pós-graduação em Ciências Animais.

Foto: Siglia Souza

O ArapaimaPLUS é o sexto produto disponível na família AquaPLUS, que já disponibiliza serviços para tambaqui (Colossoma macropomum): TambaPLUS Parentesco e TambaPLUS Pureza; para o camarão vannamei (Litopenaeus vannamei): VannaPLUS, para a tilápia (Oreochromis niloticus): TilaPLUS; e para a truta arco-íris (Oncorhynchus mykiss): TrutaPLUS.

A Embrapa também está em fase de validação do desenvolvimento de plataformas para peixes como pirapitinga (Piaractus brachypomus) e pacu (Piaractus mesopotamicus). "Já temos demanda para outras espécies, como matrinxã (Brycon cephalus) e dourado (Salminus brasiliensis). Em princípio, vamos ter tecnologias para todas as espécies de interesse da aquicultura brasileira. Contribuir com o produtor é a nossa bandeira", finaliza Caetano.

Interessados nos serviços de análise com a ferramenta ArapaimaPLUS, ou com qualquer outra ferramenta da família AquaPLUS, podem entrar em contato pelo telefone +55 (61) 3448-4662 ou pelo e-mail cenargen.sipt@embrapa.br.

Brasil : Rondônia tem o 3º maior rendimento médio do Norte, diz IBGE
Enviado por alexandre em 29/04/2024 12:40:18

O rendimento médio mensal domiciliar per capita é uma medida que representa a média do dinheiro que cada pessoa em uma casa ganha por mês.


Rondônia teve o 3º maior rendimento médio de todos os Estados da Região Norte, revelam os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

De acordo com o IBGE, em 2023, o rendimento médio mensal domiciliar de Rondônia foi de R$ 2.475, 17% menor do que a média nacional, que fechou em R$ 2.846.

Bandeira de Rondônia. Foto: Divulgação

O rendimento médio mensal domiciliar per capita é uma medida que representa a média do dinheiro que cada pessoa em uma casa ganha por mês. Para calcular esse valor, é necessário somar todos os rendimentos mensais de uma casa (como salários, pensões e outros ganhos) e dividir pelo número de pessoas que vivem nessa casa. 

Benefícios 

A pesquisa também mostra que Rondônia é o único estado da região Norte onde a proporção das moradias que têm algum morador que recebe rendimento de programa social, como o Bolsa Família, é menor que a do país.

13% das moradias de Rondônia têm algum morador que recebe rendimento do Bolsa Família. Já no Brasill, o índice é de 19%. 

A PNAD Contínua adicionalmente mostrou que em Rondônia:


  • O rendimento médio mensal domiciliar per capita de uma moradia com beneficiário era de R$ 665,00;
  • Enquanto que nas residências que não recebiam Bolsa Família, a média per capita era de R$ 1.697,00.

Justiça : Combustível roubado por piratas gera prejuízos de R$ 48 milhões no Amazonas
Enviado por alexandre em 29/04/2024 12:39:01

O período com maior número de ocorrências foi em 2022, com oito grandes assaltos e 3 milhões de litros levados para serem comercializados ilegalmente.


Entre outubro de 2020 a dezembro de 2023, os piratas de rios roubaram mais de 7,7 milhões de litros de combustíveis, totalizando R$ 48 milhões em prejuízos provocados em ataques contra embarcações das transportadoras amazonenses.

Os dados fazem parte do levantamento inédito realizado pelo Sindicato das Empresas de Navegação Fluvial no Estado do Amazonas (Sindarma) e não inclui outros tipos de cargas transportadas, equipamentos, itens danificados e roubados, como botes de apoio operacional, valores de refrete, multas, custos com reposição, consertos e ataques diretos contra tripulantes.

De acordo com o vice-presidente do Sindarma, Madson Nóbrega, nestes 39 meses houve um aumento de 105,6% nos roubos em comparação com os anos anteriores e o período com maior número de ocorrências foi em 2022, com oito grandes assaltos e 3 milhões de litros levados para serem comercializados ilegalmente.

No ano seguinte (2023), quando as transportadoras, por iniciativa própria, contrataram escoltas privadas armadas para fazer a segurança e acompanhar os comboios de balsas, a quantidade de combustível roubado caiu quase pela metade.

"Desde então, as distribuidoras, depois de longa conversa com as empresas, resolveram apoiar a iniciativa dos transportadores sobre a guarda armada. A outra opção seria paralisar e deixar a população, cidades, hospitais e o comércio no interior desabastecidos. Mas a redução não significa que as tentativas acabaram. Todos os dias há troca de tiros, ameaças e ocorrências", alertou

Investimentos

Além das escoltas armadas privadas, o dirigente do Sindarma ressalta que as transportadoras seguem investindo na segurança das tripulações e das embarcações, com a implantação de sistemas de câmeras que transmitem imagens para centrais, aquisição de painéis de energia solar e antenas móveis para assegurar acesso à Internet, e ainda sistemas de iluminação, alarmes de pânico, invasão e treinamento dos marinheiros para casos de abordagens.

Diante destas ações, Nóbrega adverte que as quadrilhas passaram a direcionar seus alvos para comboios que transportam outros produtos na orla de Manaus e embarcações atracadas nos portos, como aconteceu em janeiro deste ano, quando o tripulante de uma transportadora amazonense foi assassinado por piratas enquanto trabalhava em uma balsa fundeada em Porto Velho (RO).

"As transportadoras não tem condições de resolver sozinhas o problema da segurança pública fluvial no Amazonas e na região. Os custos são elevados, não há agentes privados capacitados para atender toda frota e as distâncias são grandes. Seguimos em permanente diálogo com o Poder Público para evitar que um problema maior possa acontecer, como o vazamento de combustível ou o ataque a um barco de passageiros", acrescentou. 

Brasil : Nova onda de calor: temperaturas podem chegar até 40ºC, diz Inmet
Enviado por alexandre em 29/04/2024 12:35:15


Termômetro de SP registra 40 graus célsius. (Foto: Reprodução)

O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitiu um alerta para uma onda de calor que deve atingir diversas regiões do Brasil com temperaturas chegando a 40ºC. As áreas mais afetadas incluem partes dos estados de Mato Grosso, Goiás, Minas Gerais, São Paulo e todo o Mato Grosso do Sul. O aviso é válido entre 27 de abril e 1º de maio, período em que as temperaturas podem ficar pelo menos 5ºC acima da média para a época.

Os efeitos da onda de calor serão mais intensos no interior de São Paulo, onde as máximas devem ultrapassar 35ºC nos próximos dias. Na capital paulista, os termômetros podem chegar entre 31ºC e 33ºC. O estado do Rio de Janeiro também deve registrar altas temperaturas, com a capital e a Baixada Fluminense enfrentando variações entre 35ºC e 38ºC, podendo ultrapassar 40ºC na primeira semana de maio.

Essa onda de calor é causada por um fenômeno conhecido como “bloqueio atmosférico”, que ocorre quando uma área de alta pressão impede a chegada de frentes frias. Segundo a Climatempo, esse bloqueio atmosférico mantém o ar quente e seco, elevando as temperaturas nas regiões afetadas. A previsão do Centro de Emergências Climáticas da Prefeitura (CGE) é de que o calor intenso continue nos próximos dias, sem previsão de chuva, o que pode agravar a situação.

Com as altas temperaturas e a baixa umidade do ar, as autoridades recomendam evitar atividades ao ar livre durante os períodos mais quentes do dia e manter-se hidratado. O risco de incêndios florestais também aumenta, especialmente nas áreas rurais. O Inmet aconselha a população a ficar atenta aos alertas meteorológicos e seguir as recomendações das autoridades locais para evitar problemas de saúde relacionados ao calor extremo.

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