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Mais Notícias : Watertok: conheça os riscos do consumo de água com sabor
Enviado por alexandre em 26/04/2024 16:14:15

Tendência pode provocar problemas de saúde a longo prazo devido o uso de aditivos nas bebidas

A busca incessante pelo corpo perfeito fez surgir diversos métodos duvidosos para perder peso rápido. Uma delas é a tendência “watertok”, que viralizou recentemente nas redes sociais. A trend incentiva o uso de saborizantes na água para tornar seu sabor mais atrativo e manter o corpo hidratado e garantir a boa forma.

 

A tendência aparentemente teve origem com a criadora de conteúdo Tonya Spanglo. Ela é famosa por suas águas saborizadas criativas, que incluem combinações como maçã com caramelo salgado e até mesmo água de melancia com algodão-doce. A ideia de uma bebida à base de água, com baixo teor calórico e saborosa, conquistou muitas pessoas, especialmente nos Estados Unidos. Nas redes sociais, os usuários compartilham suas escolhas de sabores e incentivam seus seguidores a experimentarem suas próprias receitas.

 

Com a crescente popularidade da tendência “watertok”, especialistas alertam que a prática pode causar impactos negativos na saúde. Segundo a nutricionista Dione Silva, o consumo de água com quantidade excessiva de açúcar pode elevar o risco de desenvolver problemas metabólicos.

 

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“A longo prazo, eles podem ocasionar alergias, até induzir a alterações do metabolismo, como o aumento de triglicérides, resistência insulínica e esteatose hepática, em decorrência do excesso de frutose presente nestes xaropes e aromatizante”, explica a especialista em emagrecimento e performance de atletas.

 

WaterTok: Trend estimula o consumo de água com sabor; veja os riscos para a  saúde

 Foto: Reprodução

 

De acordo com a nutricionista, “manter-se hidratado é essencial para o funcionamento saudável do corpo e pode até mesmo auxiliar no processo de perda de peso”. Para isso, o ideal é consumir água pura, sem adição de adoçantes e outros aditivos.

 


 

Dione explica que aditivos como açúcares, corantes e aromatizantes presentes em algumas bebidas podem não apenas adicionar calorias desnecessárias, mas também prejudicar a saúde. “Priorize a água como sua principal fonte de hidratação e acompanhe-a com uma alimentação balanceada e atividade física regular para alcançar seus objetivos de forma saudável e sustentável”, enfatiza a especialista.

 

Fonte: Revista Veja

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Mais Notícias : Dez razões, além dos dentes, para cuidar da saúde bucal
Enviado por alexandre em 25/04/2024 00:16:45

Falta de cuidado pode acarretar Alzheimer, doenças cardiovasculares, entre outras

Paciente no dentista Foto: Senivpetro/Freepik

Quando se fala em saúde bucal, refere-se ao estado da boca, dos dentes e das estruturas orofaciais que permitem ao indivíduo desempenhar funções essenciais como comer, respirar e falar. Também, abrange uma série de doenças e condições que incluem cárie dentária, doença periodontal (gengiva), edentulismo (perda de dentes), trauma oro-dental, e defeitos congênitos, como fissura labial e palatina.

As doenças orais estão entre as doenças não transmissíveis mais comuns em todo o mundo, afetando cerca de 3,5 bilhões de pessoas, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). A saúde bucal, no entanto, vai muito além dos dentes e de tudo mais que está dentro da boca, alerta o dentista Sérgio Kignel, doutor em Diagnóstico Bucal, professor titular da disciplina de Semiologia do Centro Universitário Herminio Ometto (UNIARARAS).

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– Muitas pessoas acreditam que a boca é uma parte isolada do corpo e que ela não afeta a saúde geral. Pelo contrário, a saúde bucal atua na prevenção de uma série de doenças. Escovação, uso de fio dental e idas regulares ao dentista são ações que vão além de cuidar dos dentes – afirma Kignel.

O especialista elenca dez motivos, além dos dentes, para cuidar da saúde bucal, por contribuir para a prevenção de doenças fora da boca.

1. ENDOCARDITE INFECCIOSA
A boca é um ambiente propício para a proliferação de bactérias. Isso ocorre porque, quando a boca não é bem higienizada, as bactérias podem levar às infecções que, ao evoluírem, caem na corrente sanguínea e podem se alojar no coração e em outros órgãos vitais, causando a endocardite infecciosa.

A endocardite é uma inflamação potencialmente fatal do revestimento interno das câmaras e válvulas do coração. Esse revestimento é chamado de endocárdio. Bactérias, fungos ou outros germes entram na corrente sanguínea e se fixam em áreas danificadas do coração. Sem tratamento rápido, a endocardite pode danificar ou destruir as válvulas cardíacas. Os tratamentos para endocardite incluem medicamentos e cirurgia.

2. OUTRAS DOENÇAS CARDIOVASCULARES
Além da endocardite, outras doenças cardiovasculares podem ser causadas por bactérias da boca que caem na corrente sanguínea. A gengivite e a periodontite são condições que geram feridas nas gengivas e mucosas da boca, lesões estas que, ao alcançarem o coração, provocam outras doenças cardiovasculares como aterosclerose, que é formação de placas de gordura nas veias e artérias, prejudicando a circulação; arritmias, que são alterações nos batimentos cardíacos; acidente vascular cerebral (AVC), que é a obstrução ou deformação de vasos sanguíneos no cérebro e o infarto, que é a interrupção do fluxo de sangue para o coração.

3. PNEUMONIA
Germes presentes na boca podem chegar aos pulmões e isso pode causar pneumonia e outras doenças respiratórias. A falta de higiene bucal pode causar pneumonia por aspiração bacteriana, na qual grandes quantidades de bactérias da boca são inaladas e se instalam nos pulmões. O risco é aumentado em pacientes hospitalizados, idosos em condição vulnerável (como abrigos) e entre as pessoas em geral que não fazem uma adequada higiene bucal.

4. COMPLICAÇÕES NA GRAVIDEZ E NO PARTO
Evidências apontam que a periodontite (infecção da gengiva) aumenta o risco de parto prematuro e de bebês com baixo peso ao nascer. A gravidez pode tornar as mulheres mais propensas a doenças periodontais e cáries. De acordo com o Centro de Controle de Doenças (CDC), dos Estados Unidos, a saúde oral pode ser considerada uma parte importante dos cuidados pré-natais.

Entre 60% e 75% das mulheres grávidas têm gengivite, um estágio inicial da doença periodontal que ocorre quando as gengivas ficam vermelhas e inchadas devido à inflamação que pode ser agravada pelas alterações hormonais durante a gravidez.

– A gengivite não tratada pode resultar em dano ao osso que sustenta a gengiva e os dentes podem ser perdidos. Com isso, a gengiva pode inflamar e o pouco suporte ósseo pode deixar os dentes frouxos, necessitando que eles sejam extraídos – explica Sérgio Kignel.

A gengivite também pode aumentar o nível dos líquidos biológicos que estimulam o parto. Além disso, como a gengivite em geral não dói, muitas mulheres só notam que têm o problema quando este já está em estado avançado.

Outros dados do CDC apontam que mulheres que apresentam muitas bactérias causadoras de cáries durante a gravidez e após o parto podem transmitir essas bactérias para a boca do bebê; uma em cada quatro mulheres em idade fértil tem cáries não tratadas; filhos de mães que apresentam altos níveis de cáries não tratadas ou perda dentária têm três vezes mais probabilidade de ter cáries quando crianças; crianças com mau estado de saúde oral têm quase três vezes mais probabilidade de faltar à escola devido a dores dentárias.

5. CÂNCER
Vários tipos de câncer têm sido associados a doenças gengivais. Estes incluem câncer de boca, trato gastrointestinal, pulmão, mama, próstata e útero. O câncer de cavidade oral é um dos mais incidentes na população brasileira. A estimativa do Instituto Nacional de Câncer (INCA) é que 26 mil brasileiros receberão o diagnóstico de um câncer na cavidade oral em 2024. Essa localização corresponde a gengivas, língua, lábio, soalho bucal (a parte que fica embaixo da língua), palato duro (céu da boca) e a área atrás dos dentes do siso (retromolar).

– Dentre os sinais de câncer na cavidade oral estão a presença de mau hálito, placas vermelhas e brancas, secura na boca ou úlceras. Portanto, o diagnóstico pode começar já na cadeira do dentista – ressalta Sérgio Kignel.

Além disso, a boca pode ser uma agente de transmissão de câncer, principalmente por meio da prática de sexo oral, que é um fator de risco para infecção pelo papilomavírus humano (HPV). O HPV, especialmente os vírus do tipo 16 e 18, é a principal causa de câncer de colo do útero e está associado também com o desenvolvimento de câncer de pênis, canal anal, vulva, vagina e orofaringe.

6. INFECÕES SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS
A prática de sexo oral deve ser evitada, pois além de ser fator de risco para infecção pelo vírus HPV (que pode resultar em diferentes tipos de câncer), também está associada com outras infecções sexualmente transmissíveis (ISTs). Dentre as doenças, as mais comuns são herpes, gonorreia, clamídia e sífilis. A boa higiene bucal ajuda a prevenir essas infecções.

7. DIABETES
A gengivite é mais comum entre os pacientes com diagnóstico de diabetes. Nesses indivíduos é mais difícil controlar o açúcar no sangue e, com isso, a gengivite pode ser um fator de risco para o diabético, mesmo em indivíduos com açúcar controlado.

– O diabetes faz com que o corpo seja menos capaz de combater infecções – explica Sérgio Kignel.

Atendimento odontológico regular pode melhorar o controle do diabetes.

8. ARTRITE REUMATOIDE
A Porphyromonas gingivalis, uma bactéria que é causadora de doença periodontal e placa bacteriana, é um fator de risco para o desenvolvimento de artrite reumatoide em pacientes geneticamente predispostos. Isso ocorre porque essas bactérias possuem uma enzima, chamada peptidilarginina deiminase – PAD), que é capaz de produzir mudanças de aminoácidos constituintes das proteínas da mucosa da boca, processo conhecido como citrulinação.

Quando a pessoa é portadora de uma combinação de genes – epítopo compartilhado – essas proteínas citrulinadas passam a estimular uma resposta de autoimunidade, desencadeando o surgimento e perpetuando a artrite reumatoide.

9. DOENÇA DE ALZHEIMER E DEMÊNCIA
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS) à medida que a doença de Alzheimer piora, a saúde oral também tende a piorar. Uma pesquisa publicada em 2022 no periódico da Sociedade Americana de Geriatria concluiu que a má saúde bucal, caracterizada pela presença de periodontite, e a perda dentária estão associadas ao aumento no risco de declínio cognitivo e demência. Isso porque, segundo os autores, as bactérias da boca podem desempenhar um papel na inflamação do cérebro.

10. SAÚDE MENTAL E BUCAL
O desalinhamento dos dentes pode estar associado a uma série de problemas de saúde, como distúrbio da ATM, bruxismo, dor de cabeça, enxaqueca, dor no corpo, dor cervical, dor lombar e, até mesmo, associado com maior sofrimento psicológico à pessoa que sofre desses distúrbios.

A conclusão é do National Health and Nutrition Examination Survey, que aponta também que quase dois terços das pessoas diagnosticadas com depressão relataram ter dor de dente. Evidências também apontam que pessoas com saúde mental mais debilitada aderem menos ao tratamento odontológico e à higiene bucal.

O Dr. Sérgio Kignel é autor do livro Estomatologia-Bases do Diagnóstico para o Clínico Geral, obra que, em 2007, recebeu o primeiro lugar do Prêmio Jabuti na categoria Ciências Naturais e Ciências da Saúde.

* Confira de segunda a sexta-feira às 15h30 o quadro Dicas de Saúde e Beleza na Rádio 93 FM.

Mais Notícias : Ozempic, dieta e bariátrica: saiba quando o corpo deixa de emagrecer
Enviado por alexandre em 24/04/2024 11:52:44

Estudo comparou diferentes métodos de emagrecimento para entender quando a pessoa alcança efeito platô e a perda de peso deixa de ocorrer

 Mesmo se dedicando à dieta, chega um momento que os resultados deixam de ser perceptíveis e o emagrecimento simplesmente não ocorre mais. De tão comum, esse fenômeno tem nome, é chamado de efeito platô.

 

Um estudo feito pelo endocrinologista Kevin Hall, do Instituto Nacional de Diabetes dos EUA, se dedicou a mapear quando o platô ocorre, tendo por base o método de emagrecimento indicado ao paciente.

 

Publicada na revista Obesity nesta segunda-feira (22/4), a pesquisa traz um modelo matemático que prevê quando ocorrerá a redução da perda de peso em quem faz dieta, usa remédios para emagrecer (Ozempic e Mounjaro) ou recorre à cirurgia bariátrica.

 

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Ao fazer uma dieta de restrição alimentar, o ritmo da perda de peso começa a diminuir cerca de seis meses após o início e alcança o platô em 12 meses.

 

O uso de remédios como Ozempic, Wegovy e Mounjaro, que controlam a insulina e geram saciedade imitando hormônios do corpo, alcança o efeito platô em dois anos. O método que mais perdura é o de cirurgia bariátrica e outras intervenções semelhantes, que levam cerca de três anos para perder a efetividade no controle da ingestão.

 

Para chegar a esses prazos, Hall fez uma revisão de estudos anteriores. Tomando como base as informações anteriores, ele estabeleceu que para cada quilo de peso que as pessoas perdem fazendo dietas, o apetite sobe cerca de 83 calorias a cada dia, com um efeito progressivo.

 

Ao perder 5 quilos fazendo dieta, a pessoa tem uma quantidade de fome que é superior às calorias de uma barra de chocolate a mais do que comia antes de começar o regime.

 

Os estudos de Hall indicaram, portanto, que quanto mais peso uma pessoa perde, maior é a chance de ela sofrer o efeito sanfona, quando há a recuperação do peso.

 

MÉTODOS QUE ATRASARAM O EFEITO PLATÔ

 

Para quem usou remédios para emagrecer, o apetite cresceu cerca de 48 ou 49 calorias por dia, a depender do remédio adotado. A cirurgia bariátrica levou a um aumento de 58 calorias por dia no apetite,

 


 

O modelo matemático do pesquisador, porém, é apenas uma aproximação. O início dos efeitos de perda de efetividade depende de fatores individuais de cada paciente, tais como sexo e idade. O próprio médico sugere que este número seja usado apenas como referência para pensar tratamentos de perda de peso.

 

Fonte: Metrópoles

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Mais Notícias : Dor crônica: tratamentos avançam para melhorar vida do paciente
Enviado por alexandre em 23/04/2024 14:32:06

Terapias alternativas, derivados de morfina e meditações são usadas para reduzir a dor crônicas de pacientes, especialmente os com câncer

A maioria das pessoas que trata doenças graves convive com dor crônica, seja a motivada pela doença ou pelo próprio tratamento ao qual o paciente é submetido. Entre pessoas com tumores avançados, por exemplo, 90% relatam dores constantes, de moderadas a intensas.

 

A dor crônica é aquela que persiste no tempo e precisa ser controlada continuamente. Ela não necessariamente é mais intensa que a dor aguda, que pode ser extrema, mas é pontual. A ausência de um horizonte de superação, porém, é que torna a vida com dor crônica insuportável.

 

Com os avanços nas terapias contra o câncer, cresceu a quantidade de pacientes sobreviventes que tiveram de passar por cirurgias complexas e que viverão por anos com dores constantes.A medicina tem investido em pesquisa sobre a dor, para entender formas de controlá-la e permitir que os pacientes não apenas sobrevivam, mas tenham qualidade de vida.

  

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“É muito comum que o paciente tenha doses padrão de morfina e que os médicos não queiram aumentar por insegurança no escalonamento, ao mesmo tempo que não encaminham os pacientes para especialistas em dor. Convencemos os pacientes de que a dor é normal, mas ela não é”, afrima Moreti.

 

Para responder às dores crônicas, há uma série de possibilidades, tanto de remédios como de terapias alternativas. Entre as terapias alternativas: práticas espiritualizadas, yoga e meditação já foram estudadas e apontaram grande eficácia no controle da dor.

 


“Implementar terapias não farmacológicas como a musicoterapia nos hospitais, permitir que o paciente durma quando está internado, fazer terapias de relaxamento e massagens localizadas, tudo isso ajuda o paciente a ter autonomia para manejar a própria dor”, enumera a anestesiologista e especialista em dor Julia Brum, do Rio de Janeiro. 

 

Fonte: Revista Veja

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Mais Notícias : Soroterapia: febre no Brasil, infusão de nutrientes é condenada por médicos; veja como funciona
Enviado por alexandre em 22/04/2024 00:24:56

Procedimento viral nas redes sociais é contraindicado por especialistas por não apresentar eficácia comprovada cientificamente

Ao passar pela porta, o cliente encontra um ambiente tomado por cadeiras confortáveis e acolchoadas, móveis assinados por designers, teto texturizado por estacas de madeira e luzes de led na cor amarela. Depois de se sentar, é oferecido a ele um cardápio simples com algumas opções: bolo de café e cacau, pão low carb, kombucha, água alcalina e chás. O diferencial, no entanto, é encontrado nas páginas finais do menu: a oferta de uma longa lista de soros que devem ser administrados por via endovenosa.

 

Esse cenário é mostrado em um vídeo que viralizou na rede social TikTok, no qual uma influenciadora relata a sua experiência em uma clínica de estética de luxo que oferece a soroterapia, procedimento alvo de críticas de especialistas e objeto da fiscalização dos Conselhos Regionais de Medicina de São Paulo e do Rio de Janeiro.

 

O tratamento é feito a partir da infusão intravenosa de vitaminas, sais minerais e aminoácidos, cuja mistura promete alcançar resultados milagrosos, que vão desde o aumento da imunidade, melhora do aspecto da pele, potencialização da energia, emagrecimento e até alívios para a depressão e ansiedade. Adotado por celebridades como Madonna, Rihanna, Gwyneth Paltrow e Hailey Bieber, a soroterapia também prevê a administração de hormônios como testosterona, estradiol, oxandrolona e outros nutrientes, como ferro e a vitamina B12.

 

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Nos estabelecimentos consultados para a realização desta reportagem, o procedimento ofertado necessariamente é antecedido por consultas preliminares com especialistas, cujos valores variam de R$180 a R$850, e pela realização de uma bateria de exames. Após essa etapa inicial, planos de tratamento personalizados seriam formulados com base no método de soroterapia.

 

USOS E DESUSOS DOS SOROS


De acordo com o presidente da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, o médico Paulo Augusto Miranda, a suplementação intravenosa é um protocolo indicado para situações em que o paciente necessita de absorção de vitaminas e minerais por essa via, como em casos de distúrbios de absorção intestinal ou restrição ingestão oral desses nutrientes. No entanto, ele ressalta que esse procedimento demanda, obrigatoriamente, a coleta de história clínica, avaliação de exames laboratoriais e a prescrição médica.

 

— O uso de micronutrientes, administrados muitas vezes em superdoses, para tratamentos voltados para a estética não traz nenhum benefício para a saúde porque o nosso organismo apresenta padrões próprios para a absorção desses elementos. Essas terapias endovenosas burlam esse mecanismo, e não há garantia alguma de melhor eficiência e aproveitamento. Temos uma capacidade limitada de uso agudo, e o nosso organismo excreta o resto — ele explica.

 

O endocrinologista também alerta para os riscos desse tratamento que podem estar relacionados ao procedimento de infusão intravenosa, como sangramentos, inchaços, inflamações e reações alérgicas. Ocorrências mais graves, no entanto, também podem ser desencadeadas pela superdosagem e pela incapacidade do organismo de processar o excesso de nutrientes, ocasionando intoxicações e infecções sistêmicas.


Esse foi o caso do deputado estadual Carlos Alexandre (PL- SE), conhecido como Pato Maravilha. Em entrevista ao Fantástico exibida no início do mês, o parlamentar disse que buscou a soroterapia para obter mais energia e solucionar sua sensação de cansaço constante. Depois da segunda sessão, o deputado sentiu um desconforto, mas o médico insistiu para que ele seguisse o tratamento.

 

Carlos Alexandre foi hospitalizado em Aracaju (SE) após sentir uma forte dor no estômago e na cabeça. Diante da piora de seu estado de saúde, ele precisou de uma transferência de emergência, por UTI aérea, para São Paulo. A equipe médica constatou que uma intoxicação por cromo, mineral que pode ser encontrado nos soros terapêuticos, tinha afetado vários órgãos.

 

INJETANDO A VERDADE


O Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro (CREMERJ) se posicionou contrário ao tratamento de soroterapia. Segundo o presidente desse órgão, o médico Walter Palis, a fiscalização de clínicas que oferecem esse serviço deve começar em breve e vai acontecer por meio da apuração de denúncias feitas pelo público e pela busca ativa por essas clínicas nas redes sociais.

 

De acordo com Palis, os principais questionamentos a serem feitos dizem respeito ao controle de qualidade dos produtos ofertados, uma vez que os estabelecimentos não disponibilizam informações prévias sobre a composição dos soros e a concentração de seus ingredientes. O médico também alerta sobre a inexistência de comprovação científica dos benefícios proporcionados por esses métodos.

 

— Reconhecemos que a hidratação endovenosa pode ser indicada em situações médicas, mas que requerem diagnóstico, estudo e consulta ao paciente. No entanto, enxergamos esses tratamentos que têm viralizado como uma estratégia mercadológica que nada tem a ver com a abordagem médica — ele afirma.

 

No início do mês, o Conselho Regional de Medicina de São Paulo (Cremesp) também promoveu uma operação de controle nesses estabelecimentos, nomeada "Soro da Verdade". No total, 16 clínicas analisadas prometiam resultados, 17 não apresentavam o registro no CRM e nenhum estabelecimento informava o RQE, registro de qualificação de especialidade.


— O público leigo pode se iludir e ser enganado pelos tratamentos que são oferecidos. Mas é preciso deixar claro que o milagre não existe na Medicina. Para alcançar resultados, fazemos muito estudos, consultas e diagnósticos — Palis esclarece.

 

A alternativa para esse tratamento está, justamente, em uma mudança do estilo de vida, incluindo a melhora da alimentação, realização de exercícios físicos e esforços para melhorar a saúde mental, de acordo com o nutricionista Elton Bicalho, vice-presidente do Conselho Regional de Nutricionistas.

 


 

— Infelizmente, a maioria das pessoas procura uma forma rápida de obtenção de resultados, e por vezes caem em promessas que, a médio ou longo prazo, não se sustentam. As pessoas buscam projetos, como o projeto verão, Carnaval ou casamento. Só que elas esquecem que tudo tem início, meio e fim. Quando você busca saúde e qualidade de vida, isso não é projeto, é meta — o especialista defende. 

 

Fonte: O Globo 

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