Medicamento é um dos mais vendidos no país e favorece a ereção no caso de estímulo sexual
A tadalafila, medicamento também conhecido por um de seus nomes comerciais, Cialis, é um dos fármacos mais vendidos no Brasil. Em 2023, por exemplo, foi o 9º genérico com mais vendas, segundo a Associação Brasileira das Indústrias de Medicamentos Genéricos e Biossimilares (PróGenéricos).
Dados da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), compilados a pedido do g1, mostram a explosão no crescimento durante a última década. Se, em 2015, foram comercializadas pouco mais de 3,2 milhões de unidades, em 2024 esse número saltou quase 20 vezes e chegou a 64,7 milhões.
A tadalafila é um remédio indicado para o tratamento da disfunção erétil (DE) e dos sinais e sintomas da hiperplasia prostática benigna (HPB), embora seja mais utilizado para o primeiro objetivo. Mas como age o remédio?
Quando existe um estímulo sexual, o fluxo sanguíneo para o pênis aumenta, o órgão se enche de sangue e, com isso, o homem tem a ereção. Nos casos de disfunção erétil, também conhecida como impotência sexual, isso não ocorre de forma adequada, e a ereção não é suficiente para a relação. Nesses casos, em que o homem tem dificuldade de iniciar ou manter a ereção, a tadalafila é indicada.
O remédio atua justamente para aumentar o fluxo sanguíneo necessário para que o pênis fique ereto quando o homem está sexualmente estimulado. A excitação é necessária para que o medicamento funcione, e a ereção termina ao fim da atividade sexual.
De forma mais detalhada, a tadalafila é um inibidor seletivo da fosfodiesterase tipo 5 (PDE5), uma enzima encontrada predominantemente nas células musculares lisas do corpo cavernoso do pênis.
Segundo informações dos Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos (NIH, da sigla em inglês), a PDE5 decompõe o monofosfato de guanosina cíclico (GMPc), que por sua vez é uma molécula crucial no processo vasodilatador, ou seja, que atua no fluxo sanguíneo.
O GMPc desempenha um papel vital no processo fisiológico da ereção, sendo sintetizado em resposta à liberação de óxido nítrico (NO) que ocorre durante a estimulação sexual. Níveis elevados de GMPc levam ao relaxamento das células musculares lisas do corpo cavernoso e à dilatação dos vasos sanguíneos, o que facilita o aumento do fluxo sanguíneo para o tecido peniano e gera a ereção.
Ao inibir a ação da PDE5, a tadalafila previne a degradação do GMPc, aumentando sua concentração no pênis, potencializando e prolongando seus efeitos vasodilatadores no pênis e facilitando a ereção.
POR QUE ‘METBALA’ FOI PROIBIDA?
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) proibiu o gummy de tadalafila "Metbala", da empresa FB Manipulação Ltda. A decisão veta a comercialização, a distribuição, a fabricação, a manipulação, a propaganda e o uso de todos os lotes do produto.
"A medida foi adotada porque o produto não tem qualquer tipo de regularização na Agência. Além disso, a empresa identificada não tem autorização da Anvisa para fabricar medicamentos", afirma a autarquia.
"De acordo com a legislação, medicamentos só podem ser comercializados por farmácias e drogarias e precisam estar registrados na Agência. O registro é a comprovação de que o produto possui eficácia, segurança e qualidade", continua.
A "Metbala" foi lançada no início do ano pelo influenciador digital "Jon Vlogs", que chegou a afirmar que se tratava de um produto "100% legalizado e aprovado pela Anvisa" em postagem no X. O site do gummy e a conta criada para sua divulgação nas redes sociais, porém, foram retirados do ar, assim como algumas publicações feitas por ele.
Médicos do Shrewsbury and Telford Hospital, na Inglaterra, relataram três casos recentes de fasciíte necrosante na região genital de mulheres, doença causada por bactérias que destroem rapidamente a pele e os músculos. A pesquisa, publicada em 8 de abril no periódico BMJ Case Reports, alerta para o aumento desses casos no hospital, fenômeno que também tem sido observado em outros lugares.
Segundo o estudo, o hospital registrou 20 diagnósticos entre 2022 e 2024, superando os 18 casos somados nos dez anos anteriores. A fasciíte necrosante, quando afeta a região genital, é conhecida como Gangrena de Fournier. Trata-se de uma infecção agressiva que pode levar à morte em até 48 horas se não for tratada rapidamente.
Duas das pacientes chegaram ao hospital com queixas de dor e lesões na vulva, enquanto a terceira desenvolveu a doença após uma cirurgia para remoção de miomas. No primeiro caso, a infecção se espalhou rapidamente pelo abdome e, apesar da cirurgia e cuidados intensivos, a paciente não resistiu. As outras duas mulheres sobreviveram após procedimentos cirúrgicos e uso de antibióticos.
A fasciíte necrosante pode ser causada por bactérias como Escherichia coli, Klebsiella, Staphylococcus e Streptococcus do grupo A. Elas infiltram o tecido ao redor dos músculos e vasos sanguíneos, liberando toxinas que destroem o tecido rapidamente. A circulação prejudicada dificulta a ação dos antibióticos, tornando o tratamento um desafio.
Registro da lesão provocada pela Síndrome de Fournier. Foto: Reprodução
“É uma infecção extremamente agressiva que pode avançar para uma situação com risco de morte em 24 a 48 horas”, explica Bill Sullivan, professor de microbiologia da Universidade de Indiana, em entrevista ao Live Science. Ele destaca a velocidade da destruição causada pelas toxinas bacterianas.
O Hospital Israelita Albert Einstein aponta que a doença atinge com maior facilidade pessoas com imunidade baixa, como diabéticos, pacientes com câncer, alcoolistas e pessoas com desnutrição grave. O diagnóstico pode ser difícil, já que os sintomas iniciais podem ser confundidos com outras infecções e o paciente pode sentir vergonha de procurar ajuda médica.
Os sinais de alerta incluem vermelhidão, dor intensa, inchaço na região genital, febre, lesões que mudam de cor até ficarem pretas, além de sintomas como taquicardia e pressão baixa. O tempo é um fator decisivo para evitar complicações graves.
O estudo reforça a necessidade de atenção imediata ao menor sinal de infecção genital, pois o avanço rápido da fasciíte necrosante pode ser fatal. A prevenção passa por cuidados básicos, higiene adequada e busca rápida por atendimento médico diante dos sintomas.
Diarreia crônica e distensão abdominal são alguns dos sintomas da doença
Doença celíaca causa desconforto abdominal Foto: Freepik
No dia 16 de maio é celebrado o Dia Mundial de Conscientização sobre a Doença Celíaca, que atinge milhões de pessoas em todo o mundo. A data busca alertar a sociedade sobre os desafios enfrentados por quem convive com a doença e a importância de garantir acolhimento e respeito em ambientes coletivos como escolas, restaurantes e espaços públicos.
A doença celíaca é uma condição em que o organismo reage de forma exagerada ao glúten, uma proteína presente em cereais como trigo, centeio, cevada e, em alguns casos, aveia. Essa reação inflamatória no intestino delgado pode levar à má absorção de nutrientes essenciais. Os sintomas da doença celíaca podem variar bastante de criança para criança.
O médico pediatra Antonio Carlos Turner, diretor técnico da rede de clínicas Total Kids, ressalta que pais, mães e responsáveis devem ficar atentos aos sinais:
– Na primeira infância, diarreia crônica, perda de peso ou dificuldade em ganhar peso, distensão abdominal (barriga inchada), irritabilidade, atraso no crescimento e vômitos frequentes são os principais sintomas da doença celíaca. Já em crianças maiores e adolescentes, os sinais mais evidentes são dor abdominal recorrente, constipação (prisão de ventre), baixa estatura, anemia (cansaço, palidez), atraso na puberdade, dor nos ossos e articulações, problemas de pele (erupções), alterações de humor ou dificuldade de concentração. É fundamental procurar avaliação médica se a criança apresentar um ou mais desses sintomas, especialmente se houver histórico familiar de doença celíaca, diabetes tipo 1 ou T21 (Síndrome de Down).
A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima uma prevalência global de aproximadamente 1% da população. A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e a Sociedade Paulista de Pediatria (SPSP) indicam uma prevalência estimada no Brasil entre 0,5% e 1,4% da população em diferentes estudos.
A Academia Americana de Pediatria (AAP) e a ESPGHAN (Sociedade Europeia de Gastroenterologia, Hepatologia e Nutrição Pediátrica) apontam um risco de 5% a 10% em parentes de primeiro grau de indivíduos com doença celíaca. As instituições mencionam um alto índice de subdiagnóstico da doença celíaca devido à variedade de apresentações clínicas, o que é um risco para a saúde.
– O Ministério da Saúde e as sociedades de pediatria recomendam o diagnóstico baseado na suspeita clínica, teste sanguíneo sorológico (anticorpo antitransglutaminase) e biópsia intestinal com análise histopatológica – diz o pediatra.
– Feito o diagnóstico, o início do tratamento deve ser imediato. A dieta isenta de glúten é fundamental para sempre. É crucial que essa dieta seja orientada por um gastroenterologista infantil e nutricionista infantil para que a criança receba todos os nutrientes necessários para um crescimento e desenvolvimento saudáveis, evitando deficiências nutricionais e tornando a transição alimentar mais fácil – observa.
* Confira às terças e quintas-feiras às 15h30 o quadro Dicas de Saúde e Beleza na Rádio 93 FM.
Nevos oculares, também conhecidos como pintas ou manchas, geralmente aparecem na superfície do olho, na pálpebra, abaixo da retina e ao redor da íris como marcas marrons ou pretas produzidas pelo aumento do número de melanócitos, as células responsáveis ??pela produção do pigmento do corpo.
Embora a grande maioria das manchas geralmente sejam benignas, o melhor é consultar um especialista sobre seu crescimento, pois em alguns casos podem ser sintoma de um possível melanoma.
De acordo com a Clínica Baviera, instituto oftalmológico em Madrid, na Espanha, essas sardas aparecem em qualquer fase da vida, mas geralmente são mais comuns no nascimento e antes dos 20 anos. Além disso, pessoas de pele clara ou que são constantemente expostas ao sol têm maior probabilidade de desenvolver marcas nos olhos.
Nesse sentido, é importante saber que os nevos oculares são assintomáticos, por isso a maioria dos pacientes os identifica apenas porque aparecem na superfície do olho, mas às vezes podem causar complicações como descolamento de vasos sanguíneos ou da retina.
Diante disso, o oftalmologista Vicente Miralles compartilha constantemente conteúdos em suas redes sociais para alertar as pessoas sobre a importância de manter a saúde dos olhos e os sinais de alerta que devem ser observados para evitar diagnósticos tardios.
Segundo o especialista, o cuidado que se deve ter com essas marcas devido ao acúmulo descontrolado de pigmento é exatamente o mesmo que com as pintas que aparecem inesperadamente na pele, por isso o mais aconselhável é monitorar seu crescimento periodicamente.
Embora essas sardas sejam inofensivas na maioria dos casos, o oftalmologista considera pertinente garantir que a mancha não mude de tamanho com o tempo, pois isso pode estar relacionado a algum problema de saúde ocular.
Se a pinta deixar de ser marrom ou preta e mudar para uma cor diferente, é melhor consultar um especialista sobre as causas dessa alteração e o impacto que ela pode ter no funcionamento do olho.
Por isso, Miralles recomenda o uso de óculos escuros para proteger os olhos dos raios UV, já que a alta exposição também aumenta o risco de desenvolver catarata, degeneração macular ou danos à córnea e à retina.
Se por algum motivo a mancha começar a causar irritação ou dor, significa que há alguma complicação na saúde ocular, que pode estar relacionada ao câncer, mas para obter um diagnóstico detalhado, o melhor é consultar um médico.
Com a chegada do Mounjaro ao mercado brasileiro, muitos se perguntam qual medicamento é mais eficaz para a perda de peso, Mounjaro, Wegovy ou Ozempic? Um estudo apresentado neste domingo no Congresso Europeu de Obesidade (ECO) e publicado simultaneamente na revista científica New England Journal of Medicine buscou responder essa pergunta e concluiu que se trata do Mounjaro.
Os resultados do estudo SURMOUNT-5 mostram que os participantes tratados com a tirzepatida (princípio ativo do Mounjaro) alcançaram uma redução média de peso de 20,2% em comparação a 13,7% com a semaglutida (princípio ativo do Ozempic), em 72 semanas.
Isso corresponde a uma perda de peso relativa 47% maior. Em média, os pacientes em uso de tirzepatida perderam 22,8 kg, enquanto os que estavam em uso de semaglutida perderam 15 kg.
Em dezembro do ano passado, a Eli Lilly, farmacêutica fabricante do Mounjaro, já havia divulgado resultados preliminares deste estudo. Mas só agora o trabalho foi publicado na íntegra.
Em um desfecho secundário do estudo, o Mounjaro alcançou resultados superiores em todas as metas de redução de peso corporal, com 64,6% dos participantes em uso de tirzepatida alcançando pelo menos 15% de perda de peso, em comparação com 40,1% daqueles tratados com semaglutida.
Além disso, os participantes tratados com tirzepatida alcançaram uma redução média superior de circunferência abdominal de 18,4 cm, enquanto os tratados com semaglutida tiveram uma redução média de 13 cm.
Os efeitos colaterais relatados no estudo comparativo foram semelhantes aos já apresentados em trabalhos anteriores. Dessa forma, os eventos adversos mais comumente relatados tanto para tirzepatida quanto para semaglutida foram relacionados ao trato gastrointestinal leves a moderados.
Durante o estudo, 6,1% dos participantes que tomaram tirzepatida descontinuaram o tratamento devido a eventos adversos, em comparação com 8% dos participantes que tomaram semaglutida. No entanto, o estudo não foi projetado para comparar a segurança e a tolerabilidade de tirzepatida com as de semaglutida.
Foram recrutados para o estudo 751 participantes dos EUA e de Porto Rico que tinham obesidade ou sobrepeso junto a uma comorbidade como hipertensão, dislipidemia, apneia do sono ou doença cardiovascular. Os voluntários foram divididos em dois grupos, em que um recebeu a dose máxima tolerada da tirzepatida (10 mg ou 15 mg), e o outro a maior da semaglutida (1,7 mg ou 2,4 mg). Eles foram acompanhados ao longo de 72 semanas, cerca de um ano e meio.
É importante ressaltar que as doses de Mounjaro analisadas no estudo ainda não estão disponíveis no Brasil. Neste primeiro momento, estarão disponíveis no país apenas as doses de 2,5 mg e 5 mg, que correspondem às doses iniciais de tratamento para diabetes.
De acordo com o Luiz André Magno, diretor médico sênior da Eli Lilly do Brasil, a dosagem é eficaz para a redução da hemoglobina glicada e peso corporal e, portanto, para o controle da diabetes.
A Lilly afirmou que está trabalhando para trazer as outras doses ao país assim que possível. A farmacêutica também aguarda a aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para indicação do medicamento para o tratamento de obesidade. Atualmente, o Mounjaro está liberado no Brasil apenas para o controle do diabetes tipo 2.Magno acredita que os resultados de estudo como o SURMOUNT-5 reforçam o potencial da molécula para obesidade.
"Temos mais de um bilhão de pessoas que vivem com obesidade no mundo e, no Brasil, um em cada quatro adultos têm obesidade. Essa doença crônica é um grande desafio de saúde pública - temos estudos que mostram mais de 200 complicações relacionadas.
Por isso, novos tratamentos com resultados tão positivos são importantes para contribuir para a vida de quem convive com essa doença tão prevalente", afirma em comunicado.
A tirzepatida e a semaglutida são chamadas de análogos de GLP-1 pois simulam a atuação do hormônio de mesmo nome. Existem receptores dele em diversas partes do corpo humano: no pâncreas, por exemplo, essa interação aumenta a produção de insulina, o que é benéfico para os pacientes com diabetes.
Já no estômago, o GLP-1 reduz a velocidade da digestão da comida e, no cérebro, ativa a sensação de saciedade. Esses mecanismos levam a pessoa a sentir menos fome e, consequentemente, reduzir as calorias ingeridas por dia e perder peso.
A semaglutida simula apenas o GLP-1, porém a tirzepatida é uma nova geração que tem o diferencial de ser um duplo agonista, simulando também um outro hormônio intestinal chamado GIP. Existe ainda uma nova categoria em testes chamada de triplo agonista.
Testes iniciais com a retatrutida, da Eli Lilly, têm apontado para uma eficácia ainda maior para o tratamento da obesidade. Além do GLP-1 e do GIP, ela simula também o hormônio GCC.