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Política : ROBÔTICA
Enviado por alexandre em 14/12/2016 16:54:35


Juíza do Trabalho de Ouro Preto recebe Gênios Inventores da Escola 28 de Novembro
Os alunos vencedores da Escola Estadual 28 de Novembro foram recebidos na tarde da última segunda-feira (12) pela juíza titular da Vara do Trabalho Dra. Ana Carla dos Reis, na oportunidade se fizeram presentes a professora Maria das Graças a diretora da unidade escola pedagoga Rosiane Lubiana e a advogada Paula Vasconcelos no ato representando a Associação Comercial e Industrial de Ouro Preto – ACIOP. O motivo da visita foi uma forma de agradecer ao pontual apoio que a Vara do Trabalho oportunizou para os alunos e professores participarem na cidade de Novo Hamburgo – RS da Mostra Brasileira de Ciência e Tecnologia – MOSTRATEC Júnior uma feira tecnológica que foi realizada no período de 24 a 28 de outubro passado Centro de Eventos Fenac.

A MOSTRATEC Júnior é realizada pela Fundação Liberato, destina-se à apresentação de trabalhos de pesquisa em diversas áreas, realizados por estudantes do ensino fundamental do Brasil e do Exterior. A 6ª edição da feira teve a participação de representantes de mais 21 países, e foram apresentados cerca de 420 projetos e os alunos de Rondônia alcançaram um expressivo lugar de destaque na pontuação final da feira.

O projeto “Robô Triturador de Para-Brisa e Separador da Película Colante”, já é um campeão, “ganhou em Rondônia o direito de representar o estado, conquistou o 1º lugar na MILSET Brasil 2016 em Fortaleza/CE e o 2º lugar na FENECIT em Recife/PE” e na MOSTRATEC Júnior em Novo Hamburgo – RS elevou o nome de Rondônia mais uma vez ao pódio da vitória o que é muito de orgulho vendo o nome do Estado sendo destaque por um fator positivo.

A comitiva é formada por cinco integrantes, duas professoras e três alunos, que são: Professora Maria das Graças (Coordenadora do Projeto) e Maria Helena (Professora, auxiliar e assistente), alunos, “Francis Nepomuceno Souza Junior, de 13 anos”; “Ester Icidici Leal Furtado” e “Maurilio da Silva Lenk Junior, 12 anos”, cursando 7º e 8º ano, estudantes da Escola Estadual 28 de Novembro.

Na reunião de agradecimento na Vara do Trabalho os alunos vencedores fizeram uma pequena apresentação para o corpo de funcionários e convidados deixando à todos encantados com o notório saber cientifico/técnicos dos mesmos. A juíza do Trabalho Dra Ana Carla parabenizou os alunos vencedores e os professores orientadores bem como a diretora da unidade escolar pelo profícuo feito o que é muito de comemoração em um momento tão conturbado que vive o país pontuou a magistrada que sinalizou apoio para a continuidade do projeto dentro da legalidade. “É gratificante sabemos que temos em Ouro Preto do Oeste um grupo de pessoas que estão elevando o nome de Rondônia positivamente fato este que nos motiva a abraçar esta idéia porque entendemos ser o nosso papel apoiar as coisas profícuas que dignifica a nossa cultura do saber e do aprender”, disse a juíza do Trabalho que parabenizou a iniciativa da ACIOP na pessoa da Dra. Paula Vasconcelos em apoiar os jovens talentos e professores neste projeto.

Sobre o projeto premiado


O Projeto “Aprendendo com Robótica”, apresentou na II Ferocit o subprojeto “Triturador de Para-Brisa” O qual tem como objetivo: Montar e programar um robô utilizando o kit LEGO, visando a trituração de pára-brisa separando o PVB do vidro para diminuir o impacto ambiental causado pelos resíduos ao solo, juntando teoria e prática através de montagens e programação de robôs buscando solucionar problemas reais em um ambiente de aprendizagem criativo, visando desenvolver nos alunos conceitos psicomotores, afetivos e cognitivos, levando-os a adquirir uma melhor compreensão do mundo tecnológico permitindo envolver a ciência em seu cotidiano.

Com este robô (protótipo) foi demonstrado como triturar o pára-brisa separando o PVB das camadas de vidro. Facilitando a reciclagem do vidro e a reutilização do PVB, evitando deixar aproximadamente 18 mil toneladas desses resíduos no lixão. Causando impacto ao solo devido ser duas vezes mais prejudiciais, pois segundo pesquisas o vidro leva tempo indeterminado para decompor se e o PVB em torno de 500 anos.










Fonte: Alexandre Araujo/WWW.ouropretoonline.com

Política : RONDÔNIA
Enviado por alexandre em 13/12/2016 20:05:27


Emenda do deputado Marcelino Tenório beneficia APRULIC, associação rural de Vale do Anari


O deputado estadual Marcelino Tenório (PRP – Ouro Preto) participou em Vale do AnarI, na sede da Associação dos Produtores Rurais do Travessão 54 – APRULIC, do ato da assinatura de um convênio de emenda parlamentar de sua autoria, no valor de R$ 60.900 mil reais, para aquisição de mais de 300 horas máquinas para atender associados da organização rural presidida pel agricultor Geraldo Ronconi.

O convênio, liberado pelo governo estadual através da Secretaria de Estado da Agricultura (SEAGRI/RO) tem como objetivo a recuperação de áreas degradadas, construções de pequenas represas e limpezas de áreas para o plantio de lavouras, tais como café, cacau entre outras e plantações de milho para produção de alimentos para o seu rebanho. A SEAGRI liberou R$ 60 mil e a associação vai dispor da contrapartida de R$ 900,00.

Membros da APRULIC recepcionaram o deputado Marcelino Tenório e agradeceram ao parlamentar pela gestão política dele que originou na liberação recurso, e posterior assinatura do convênio que vai possibilitar os associados a realizar serviços diversos em suas propriedades.

O deputado Marcelino explicou que, o recurso faz parte do projeto de Recuperação de Área Agrícola e é destinado para a contratação de horas-máquina do tipo pá-carregadeira para o serviço de destoca para os agricultores filiados a APRULIC. “O repasse será para a associação custear as horas-máquinas que além da destoca em áreas agrícolas também será utilizado na abertura e limpeza de pastagens degradadas. Temos buscado meios para dar suporte para as organizações rurais executarem esses projetos e melhorar a produtividade nas comunidades agrícolas do interior do estado”, argumenta o deputado ouro-pretense.

ASCOM

Política : OURO PRETO
Enviado por alexandre em 13/12/2016 12:10:25


Vereador eleito Bruno Brustolon é a bola da vez na escolha do futuro presidente da Câmara de Ouro Preto
A briga pela presidência da Câmara municipal de Ouro Preto do Oeste, é de cachorro grande como diz o “matuto”. Quem souber jogar melhor sentará na cadeira de presidente no biênio 2017/2018. Dois nomes são os cotados para conduzir os destinos do Legislativo municipal: o vereador reeleito Serginho Castilho (PRP) e o vereador eleito J. Rabelo (PTB), ambos se auto intitulam tem o apoio dos caciques políticos da região leia-se deputado estadual Marcelino Tenório (PRP) e o atual prefeito do município Alex Testoni (PSD) este terá um papel importante para o nome que será urgido a presidente.

Tem até propostas indecentes rodando os novos e velhos vereadores na disputa do poder, ou seja, tudo pelo poder nada pelo povo. Propostas milagrosas de quem não quer largar o filé entre outras coisas menos republicanas e tem muita gente das “costas largas”, por trás de tudo e quem for fraco que se tore é a lei da selva que impera na disputa pela presidência da Câmara municipal de Ouro Preto do Oeste.

E no meio desta disputa surge o nome do vereador eleito Bruno Brustolon (PSDC - foto) que obteve 358 votos sendo o menos votado entre os nove edis eleitos no dia 02 de outubro passado. Simples mas antenado aos acontecimentos o vereador Bruno é a “bola da vez”, sendo cotejado pelos dois grupos políticos que estão na disputa. Inicialmente era dada como certa que o voto do Brustolon seria confiado ao vereador reeleito Serginho Castilho, por questões de afinidade política, mas nos últimos dias o cenário mudou e agora a certeza tornou-se incerteza. Ao ser questionado pela nossa reportagem durante um evento no escritório da Emater/RO de Ouro Preto do Oeste Brustolon despistou e asseverou. “Já tenho o meu candidato definido, estou tranqüilo e sabedor que sou o voto decisivo não me deixo levar por conversas”.

O certo é que o vereador eleito o comunicador J. Rabelo tem o apoio dos vereadores eleitos e não menos experientes em matéria de articulação política o jovem e politizado Jeferson Silva (PMDB), Eudes Venâncio (PRP) com larga experiência no Legislativo municipal e o sindicalista Delisio Fernandes (PSD) que acumula historias de lutas em prol dos servidores públicos municipais e que provou ser estrategista que sabe os caminhos das pedras no tabuleiro político. Já o vereador reeleito Serginho Castilho tem o apoio do atual presidente Edis Farias (PSD) um bom jogador nos bastidores da política e que sabe como poucos articular politicamente, o novato na política Celso Coelho (PRP) que segue fielmente o seu guru, ou seja, Alex Testoni e a vereadora reeleita Ivone Vicentin (PMDB) que também segue as ordens políticas do alcaide do município. O cenário político para a escolha da presidência será decidido em duas vertentes: gado nelore que é aquele aonde um vai os demais seguem ou burro xucro que é aquele independente e não segue líder algum, resta esperar o voto “MINERVA”, do vereador eleito Bruno Brustolon e saber se o mesmo está bem tranqüilo conforme apregoa.

Fonte: Alexandre Araujo/ouropretoonline.com

Política : EDUCAÇÃO
Enviado por alexandre em 11/12/2016 13:26:13


Governador inaugura quadra poliesportiva no distrito de Santa Cruz da Serra
O governador Confúcio Moura inaugurou nesta sexta-feira (9) a quadra poliesportiva coberta da Escola Estadual Josué Montello, no Distrito de Santa Cruz da Serra distante 35 quilômetros do município sede Jaru. A obra vai beneficiar 200 crianças que estudam na unidade de ensino além da comunidade local.

Na cerimônia de inauguração, Confúcio Moura destacou que o papel do Governo é fazer os investimentos do Estado chegarem a todos os rondonienses. Em sua fala o governador destacou os investimentos no setor e elencando como a base de um estado solido e reafirmou o seu compromisso e comprometimento na busca de uma educação de qualidade para isso que a valorização profissional do professor é uma prioridade pontuou Confúcio Moura.

"É importante que investimentos como este cheguem em todos os lugares do Estado. Temos o compromisso de não deixar nenhum rondoniense pra trás. Trabalhamos muito para cumprir esse objetivo", destacou o governador que sugeriu que o espaço seja utilizado não só pela comunidade escolar, mas pela comunidade do Distrito de Santa Cruz da Serra.

O professor de Educação Física, Ademir Morales Jurado conta que antes da construção da quadra os alunos faziam suas atividades em um local improvisado de terra batida ou no campo de futebol que fica em frente a escola tudo isso a céu aberto. "Na verdade, o campo tem mais pedra que grama. Eles se machucavam, às vezes eles caiam, se ralavam. Constantemente acontecia isso", lembrou o professor que acrescentou – Agora temos um local adequado para desenvolvemos as atividades e o que é melhor os alunos vão está melhores preparados para participarem dos jogos escolares a comunidade como toda agradece ao emprenho do governo do Estado em tornar o sonho de uma quadra coberta em realidade.
A quadra poliesportiva da Escola Estadual tem padrão MEC é coberta, com arquibancadas laterais, vestiários masculino e feminino (adaptado para deficientes), conta com instalações hidrossanitárias e elétricas, adequações entre a escola e a quadra, drenagem pluviais e sistema de proteção contra descargas atmosféricas (raios).

Os investimentos para a construção da quadra somam R$ 720.659,81. Recursos oriundos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), do Governo Federal e contra partida do governo do Estado por meio da Secretária Estadual de Educação – Seduc.

A Escola Estadual Josué Montello foi inaugurada no ano de 1981, espera a realização desse sonho há 35 anos: “- é um benefício que atingirá não só os alunos da escola, mas também toda a comunidade que, a partir de então, terá um espaço para que as crianças e os jovens pratiquem atividades desportivas de forma segura, digna e com qualidade. É, portanto, uma contribuição decisiva para a formação atlética, intelectual e moral dos nossos jovens”, disse o diretor da unidade escolar pedagogo Adilson Rodrigues de Oliveira.

Refeitório novo

Durante o ato solene de inauguração da quadra poliesportiva o governador Confúcio Moura participou ainda da inauguração do novo refeitório da unidade escolar executado com recurso na ordem de R$ 145.555,13 proveniente do Proafi Adicional. “A Escola acaba de ser contemplada com um refeitório novo, não tínhamos onde os alunos sentar para merendar confortavelmente, nossos alunos alimentavam-se debaixo de pés de manga, calçada e esparramados pelo pátio”, pontuou o diretor da escola que é totalmente climatizada.













Fonte

Texto: Alexandre Araujo

Fotos: Alexandre Araujo

Secom – Governo de Rondônia

Política : QUEDA DE BRAÇO
Enviado por alexandre em 11/12/2016 02:43:33


'Crise entre Legislativo e Judiciário é a maior da história recente do país', diz historiador Boris Fausto

Foto: Bel Pedrosa

Para historiador Boris Fausto, crise entre Legislativo e Judiciário é a maior da história recente do país

Aos 86 anos, o historiador e cientista social, três vezes ganhador do prêmio Jabuti (de literatura), referia-se à recusa do senador Renan Calheiros em obedecer a uma decisão do ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), que determinou seu afastamento da presidência  Senado após se tornar réu - em um dos 12 inquéritos que enfrenta.

Nesta terça-feira, a decisão de Marco Aurélio foi submetida ao conjunto de ministros no plenário do STF. O resultado se inverteu e Renan foi mantido no cargo - apesar de não poder mais figurar entre os possíveis sucessores imediatos do presidente Michel Temer.

"É um arranjo estranho. Uma fórmula para diminuir o fogo da crise. Mas não elimina a crise", avalia Fausto.

À BBC Brasil, o historiador elogiou a Operação Lava Jato e comentou o que classifica como "riscos" das manifestações de rua e das 10 medidas contra a corrupção. Fausto também comparou o momento atual e o do golpe militar de 1964 e ainda avaliou o governo Temer ("que não sabemos se chega ao fim").

E deu um recado ao juiz Sergio Moro - que nos últimos dias voltou a despertar controvérsia graças a uma foto em que aparece, rindo, ao lado do senador Aécio Neves (PSDB).



"Se eu pudesse dar um conselho, do alto de muitas décadas de experiência, eu diria a ele: 'Não apareça muito, do alto da sua função. Não é prudente. Não acho bom'."

Leia os principais trechos da entrevista:



BBC Brasil - Numa perspectiva histórica, como avalia a recusa de Renan Calheiros à determinação do ministro Marco Aurélio pelo seu afastamento da presidência do Senado?



Boris Fausto - É uma coisa gravíssima. Este desencontro entre a mesa do Senado e o Supremo, embora todos os ministros não apoiassem a resolução de afastar o Renan, mostra que entramos em uma nova fase: a crise do funcionamento das instituições.



Até aqui, dizia-se que as instituições estavam preservadas e que o trabalho da Lava Jato prosseguia. Mas, agora, ultrapassamos este momento, e a harmonia entre poderes começa a ruir. Isso ocorre justamente quando todas as apurações (sobre corrupção) que vêm desde o impeachment estão se processando. É uma situação de enorme desestabilidade.



BBC Brasil - Como avalia a reviravolta desta terça-feira do plenário do Supremo, que optou pelo manutenção de Calheiros na presidência do Senado, mas fora da linha sucessória da Presidência da República?



Boris Fausto - É um arranjo estranho. É uma fórmula para diminuir o fogo da crise. Mas não elimina a crise. Resolve neste momento, supera-se esta situação específica. Mas uma saída como esta, que contraria inclusive decisões anteriores, é evidentemente um arranjo para resolver uma situação. Pelo que percebo, não é uma boa coisa.



BBC Brasil - Há exemplos semelhantes a este descompasso entre Legislativo e Judiciário na história brasileira?



Boris Fausto - Não me ocorrem. Com esta gravidade, com este impacto, a crise entre Legislativo e Judiciário é a maior da história recente do país.

BBC Brasil - E o que pode acontecer quando um poder desobedece ao outro? A quem a sociedade pode recorrer?



Boris Fausto - Este é um choque na cúpula das instituições. Então não tem quem resolva, a não ser eles próprios. É preciso que haja bom senso entre os poderes.



Tudo isso é um produto direto do ambiente difícil que estamos vivendo. É uma transição muito dolorosa. A oposição (PT e partidos aliados) está claramente usando esta crise como pretexto para jogar a segunda votação da PEC do teto dos gastos para depois do recesso parlamentar. Isso é nítido, eles estão muito felizes.



BBC Brasil - E, de outro lado, PMDB e políticos da base aceleram esta votação em meio à mesma turbulência...



Boris Fausto - Pois é. E, no meio de tudo isso, há uma enorme pressão social, fundamentalmente positiva. É ela que tem sustentado a apuração de atos de corrupção e que pressiona pelo afastamento de corruptos. Mas isso envolve certos riscos. As manifestações de rua podem continuar, mas não vão apontar uma saída. Além disso, há sempre o risco de que parte do Judiciário tome decisões ouvindo diretamente a voz das ruas, e isso é sempre discutível.



BBC Brasil - Por que é discutível?



Boris Fausto - É discutível porque a voz das ruas tem um ímpeto que não é próprio àquele que julga, que interpreta fatos à luz da legislação. A voz das ruas é movida por paixão, não necessariamente por razão.



BBC Brasil - Falando nas ruas: os protestos também revelam um forte descontentamento com a política e com os políticos, o que não ocorre só no Brasil.



Boris Fausto - A desmoralização dos políticos é visível há muito tempo. E os políticos que estão no poder não fazem nada para restaurar a confiança. Ou fazem muito pouco. Volta e meia o Congresso surpreende a sociedade com decisões que vão no sentido oposto daquilo que a sociedade esta pleiteando. Isso se liga a um problema de crise de lideranças.



Uma das razões é que a política virou um negócio, que pode ser atraente para negociantes, mas não para os preocupados com valores, princípios. Desse vácuo surgem os personagens do mercado, como Donald Trump, no embalo da ilusão de que homens de fora da política possam realizar aquilo que os políticos não podem.



BBC Brasil - Isso é novidade?



Boris Fausto - Isso é um velho sonho no Brasil. O sonho do governo dos técnicos. Surgiu ligado ao movimento dos tenentes, na década de 1920, sobretudo quando partilharam o poder com Getulio Vargas na década de 1930. Eles defendiam conselhos técnicos de governo, um governo inspirado em regras, naquilo que é correto, e isso era claramente uma posição antipolítica, como a de agora.



BBC Brasil - E o governo Temer até agora, como avalia?



Boris Fausto - O que mais pesa na personalidade dele são os muitos e muitos anos que viveu como negociador de bastidores. De repente vem a guinada para a Presidência da República - e mais, numa situação política e econômica muto complicada.



Não é da noite para o dia que uma pessoa consegue mudar seu papel. Se ele quer deixar algum legado nesta presidência meteórica que a gente não sabe se vai chegar ao fim, ele tem que aprovar algumas coisas. Reforma da previdência, teto de gastos, tudo isso são coisas que marcam. Mas ele não parece ser um homem talhado para fazer tantas mudanças. Precisaria ser alguém com muita legitimidade, muita autoridade, para que as pessoas ouvissem, entendessem e aceitassem o seu discurso.



BBC Brasil - As reformas que o senhor citou - previdência, teto de gastos, etc. - são temas urgentes há bastante tempo, mas foram deixados de lado por todos os presidentes eleitos na última década, salvo políticas pontuais. Por que justamente Temer, que não teve o voto popular, decidiu levá-las à frente?



Boris Fausto - Fernando Henrique Cardoso tentou uma reforma da previdência mais profunda, mas perdeu no Congreso por um voto. Outros fizeram algumas coisas aqui e ali, como você diz, mas nenhum ousou enfrentar o problema. Gente eleita sempre toma atitudes pensando na sua massa de eleitores, em como será a reação deles. Então, os presidentes iam adiando. O governo Temer começa diferente e alguma coisa ele tem que fazer, porque ele não pode passar em branco.



BBC Brasil - A situação atual remete o senhor a outros momentos críticos do país? O contexto em 1964 (ano do golpe militar) era similar, diferente?



Boris Fausto

Na visão do historiador, Temer precisa fazer algo para não passar em branco


Boris Fausto - Este é um tema bom, porque a gente tem que que fazer distinções. A crise de agora é mais grave como crise do que a de 1964. Mas o quadro brasileiro é bem mais estável e a sociedade, mais madura. A Guerra Fria acabou. Essa arma do comunismo, que ainda é jogada por alguns, nao é mais relevante.



Vivemos outra conjuntura. E há, mal ou bem, um horizonte democrático. Meio fragilizado nos últimos tempos, mas existe. Vou repetir uma frase já batida, mas que é boa. A maioria de nós hoje sabemos de cor os nomes de todos os ministros do Supremo. Quem sabe os nomes dos chefes militares? Há uma diferença imensa. Não dá para comparar.



BBC Brasil - O senhor quer dizer que, em 1964, as pessoas sabiam quem eram os chefes militares?



Boris Fausto - Ah, sabiam. Sabiam. Todo mundo sabia quando o ministro da Guerra ia ao hospital, por exemplo. Com todo o risco que enfrentamos agora, nós podemos ser muito mais esperançosos do que naquela época. É essa minha impressão pessoal.



BBC Brasil - Desde o impeachment, passando por decisões polêmicas da justiça federal do Paraná, muita gente fala no fim da democracia no Brasil. Qual é a sua opinião?



Boris Fausto - É um discurso de má fé, sinceramente, vindo de quem já foi visado e já teve suas principais figuras presas ou envolvidas em escândalos, etc.



Mas existem riscos, uma judicialização da política. Há excessos em alguns jovens promotores, alguns não tão jovens assim. Na lista das 10 medidas contra a corrupção proposta pelo Ministério Público havia coisas perigosas, como colher provas ilegais para fins legais ou o tal teste de honestidade para pessoas contratadas. Isso é preocupante, por melhores que sejam as intenções.



Mas, no conjunto, eu diria que o Judiciário foi forçado a entrar nessa pela falência total do Legislativo e do Executivo. O Legislativo andou parado por muito tempo, em inércia total. O Ministério Público, o Supremo, os juízes, eles preencheram este vazio. Sobretudo pelo seguinte: quem é que já viu uma tentativa tão grande de transformação dos nossos costumes políticos e empresariais? Prisões de poderosos, repatriação de bens desviados... Quem conseguiu, na história do Brasil, fazer isso? Coisas que nunca imaginamos estão acontecendo.



Sérgio Moro

Para historiador, juiz federal Sérgio Moro está muito em evidência e aconselha
que ele apareça menos



BBC Brasil - O senhor falou em judicialização da política e em riscos. Refere-se a que episódios?



Boris Fausto - Houve um ministro do Supremo Tribunal, José Linhares, que assumiu antes das eleições, em 1945, na redemocratização. Mas se notabilizou por distribuir cartórios a parentes e amigos. Então você vê que os males vêm de longe. E, veja, não digo que dona Cármen Lúcia (presidente do STF) faria uma coisa dessas. Longe disso.



Mas temos sinais do que pode ocorrer. Por exemplo, algo que sou insuspeito para falar, porque tenho uma visão negativa sobre esta figura. A condução coercitiva de Lula foi exagerada. E eu sou insuspeito. Quando os promotores fizeram aquele esquema, colocando Lula lá em cima sem provas contundentes, também não é bom. Estes são, então, os riscos da ação de uma gente de boa fé, mas que pode se precipitar em excessos, que podem crescer. Mas, repito: o pretexto dos excessos não deve ser usado. Não há proporção entre o que foi feito de bom para o país e estes excessos pontuais cometidos.



BBC Brasil - Enquanto conversamos, circulam com velocidade enorme nas redes sociais fotos do juiz Sergio Moro ao lado do senador Aécio Neves, citado em diversas delações premiadas, rindo juntos em um evento promovido por uma revista em São Paulo. Qual é sua opinião?



Boris Fausto - É melhor evitar. Não acho que isso influencie nos julgamentos, porque Aécio tem foro privilegiado. Mas convém evitar.



O Moro está muito em evidência. Se eu pudesse dar um conselho, do alto de muitas décadas de experiência, eu diria a ele: "Não apareça muito, do alto da sua função. Não é prudente Não acho bom".



BBC Brasil

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