Governo só tem dinheiro para pagar salários de militares até maio
Blog do Vicente
O Palácio do Planalto terá de correr para aprovar o Orçamento da União de 2021, que está parado no Congresso. Um dos principais motivos é que só há dinheiro para pagar os salários dos militares até maio. Depois, desse período, o governo terá que pedir autorização ao Legislativo para créditos suplementares. E isso precisa estar previsto no Orçamento.
Pelo projeto de Orçamento que está no Congresso, o governo terá de se endividar em R$ 56,8 bilhões para manter os contracheque das Forças Armadas em dia. Como os salários se tratam de despesas correntes, o Legislativo precisa dar autorização para os gastos por meio de créditos suplementares. Se não for dessa maneira, o governo cometerá crime fiscal.
Segundo Felipe Salto, diretor-executivo da Instituição Fiscal Independente (IFI), ligada ao Senado, o projeto de Orçamento prevê gastos sem qualquer condicionante com salários de militares da ativa de R$ 7,6 bilhões. Esses recursos, no entanto, são suficientes para bancar a folha de salários das Forças Armadas até maio.
Para não dar calote nos fardados da ativa, o Ministério da Economia estima, no projeto de Orçamento, que pedirá créditos suplementares de R$ 22,8 bilhões, ou seja, 75% do total necessário de R$ 30,5 bilhões para honrar os contracheques durante todo o ano. Essa fatura inclui os vencimentos normais mais os reajustes concedidos pelo governo.
Aposentados e pensionistas
O mesmo drama se repete com os militares inativos. Pelo projeto de Orçamento, estão previstos gastos com aposentadorias e pensões de R$ 6,6 bilhões até maio. Nesse caso, as verbas estão garantidas. De junho a dezembro, serão necessários mais R$ 19,7 bilhões por meio de créditos suplementares, isto é, dívida. A folha total de inativos das Forças Armadas é de R$ 26,3 bilhões.
No governo, a preocupação é grande, pois se teme criar instabilidade dentro dos quartéis caso o Congresso demore demais para aprovar o Orçamento e os créditos suplementares, cujo prazo máximo para ter aval de deputados e senadores é junho. Se a autorização para o endividamento do Legislativo não sair, o caminho mais provável será o calote.
Apesar do agravamento da pandemia de coronavírus no Brasil, este mês de fevereiro deverá contar com apenas metade dos leitos de UTI exclusivos para tratar pacientes com a Covid-19 financiados pelo Ministério da Saúde de janeiro ―na emergência sanitária, a pasta federal paga parte dos custos ao lado de Estados e municípios com os leitos intensivos utilizados. Segundo dados apresentados pela pasta na semana passada, havia 7.717 leitos vigentes no mês passado e 3.187 em fevereiro. Um total de 13.045 leitos estão sem habilitação federal, aponta o levantamento feito pelo Conselho Nacional dos Secretários Estaduais da Saúde (Conass), com dados até 20 de janeiro, e não há perspectiva de solução rápida, pois dependeria de recursos do Orçamento que ainda precisa ser votado no Congresso Nacional. A situação tem preocupado os gestores locais, que precisarão arcar com estas despesas em meio a uma subida de casos e internações ― e consequentemente a necessidade de mais leitos. São várias as regiões do país que já sentem uma forte pressão sobre os seus sistemas de saúde: oito capitais têm mais de 80% dos seus leitos de UTI ocupados. E o Conass aponta que vários Estados estão fechando leitos por não terem condições de mantê-los sozinhos, quando deveriam estar ampliando a rede.
Os gestores locais temem que outros locais do país vivam situações dramáticas como a do Amazonas em um contexto de circulação de uma nova variante potencialmente mais transmissíveis e vacinação ainda lenta no país. O Estado perdeu completamente o controle de seu sistema de saúde em cerca de dois meses e viu pacientes morrerem asfixiados pela falta até de oxigênio nos hospitais enquanto a fila de pacientes por um leito também se alongava. Mais de 400 pessoas já foram transferidas do Amazonas a outros Estados nas últimas semanas em busca de assistência médica. No fim de janeiro, o próprio ministro Pazuello previu cem mortes diárias em Manaus sem transferência maciça dos pacientes. “O receio é de que o mesmo aconteça em outros locais do país. Este é o pior momento que a gente teria para fechar leitos”, argumenta o presidente do Conass e secretário da Saúde do Maranhão, Carlos Lula.Continue lendo →
Bolsonaro adia medidas para os mais pobres, mas coteja as classes C e D
Folha de S.Paulo
Jair Bolsonaro quer dar “uma mexidinha” no Imposto de Renda. Na campanha, o presidente prometeu aumentar de R$ 2 mil para R$ 5 mil a faixa de renda que fica isenta do tributo. Agora, ele fala no valor de R$ 3 mil. O presidente nunca teve capacidade de implantar a ideia, mas a insistência reforça seu flerte com um nicho das classes C e D.
A sociedade de Bolsonaro tem uma linha de corte peculiar. Em sua carreira política, ele atacou programas que atendem a população miserável. Nos últimos meses, o presidente criticou a proposta de renovar o auxílio emergencial pago aos mais pobres. Seu instinto de proteção, porém, aflorou para outros grupos.
Na pandemia, Bolsonaro demonstra preocupação especial com caminhoneiros, taxistas e comerciantes. Todos enfrentam dificuldades, mas a atenção presidencial é notável –e tem cores políticas. Em janeiro, ele divulgou o protesto de uma lojista contra medidas de restrição tomadas pelo governo paulista. “Se coloque no lugar dessa senhora”, escreveu.
No caso dos motoristas de caminhão, o governo incluiu o grupo na fila prioritária de vacinação, zerou a tarifa de importação de pneus e, agora, quer reduzir tributos sobre o diesel. O presidente avisou que deve anunciar uma medida para baratear os combustíveis e fez um aceno a sua base: “Tem a ver com os caminhoneiros, com os taxistas, Uber, vocês que têm carro particular”.Continue lendo →
O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou na noite desta quinta-feira (04) que o governo já tem protocolos para lidar com a deterioração da pandemia de Covid-19. Ele disse que conversou com o presidente Jair Bolsonaro sobre medidas sem impacto fiscal. Citou a antecipação do 13º dos segurados do INSS (aposentadoria, pensão, auxílio-doença, auxílio-acidente, salário-maternidade e auxílio-reclusão).
Os recursos para o pagamento do estipêndio já estão previstos no Orçamento e seriam apenas desembolsados com antecedência. A antecipação foi feita no ano passado, no início da pandemia, como forma de mitigar os efeitos da crise.
Segundo dados do Ministério da Economia, a antecipação injetou R$ 47,2 bilhões na economia entre maio e abril de 2020.
Se a medida for utilizada novamente, poderá despejar um caminhão de dinheiro na economia nos primeiros meses do ano. Para 2021, é esperado que os pagamentos do 13º do INSS sejam pagos apenas depois de agosto.
“Nós temos o protocolo da crise. Se a pandemia nos atacar, nós sabemos como reagir”, afirmou Guedes na saída do ministério, ao lado do novo presidente da Câmara, Arthur Lira.
O ministro da Economia disse que a medida poderá ser utilizada enquanto o Congresso toca as reformas defendidas pelo governo. Citou a administrativa, o pacto federativo e a PEC emergencial.
Outras ações para mitigar os efeitos da pandemia estão em estudo pelo governo, como a reformulação do Bolsa Família e a antecipação do abono salarial. “A saúde e a economia andam juntas. Na saúde, a vacinação em massa, a proteção aos mais vulneráveis”, afirmou o ministro.
MDB não quer Alcolumbre na presidência da CCJ e promete guerra pela indicação
A escolha para comandar a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado também gera tensões, assim como na Câmara. A possibilidade de o senador Davi Alcolumbre (DEM-AP) assumir o colegiado abriu uma crise entre o novo presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (MDB-MG), e parte da bancada do MDB. Alguns emedebistas alegam que, por representarem a maior bancada, com 15 parlamentares, deveriam ficar com o colegiado mais relevante.
“A estrela de Davi Alcolumbre reluziu nos 2 anos no Senado. Para o brilho não se tornar opaco, é prudente que abdique da síndrome de Golias, do gigantismo dos filisteus. A CCJ será o estilingue nos olhos do presidente Rodrigo Pacheco, uma confrontação e divisão de poder ilógicas”, escreveu o senador Renan Calheiros (MDB-AL) nas redes sociais.
Segundo aliados de Alcolumbre, no entanto, ele continua disposto a assumir o cargo, por acreditar que a posição de Renan está isolada na bancada do MDB. Além disso, pessoas próximas ao senador do DEM afirmam que ele chegou a oferecer a CCJ aos emedebistas no final do ano passado, caso aceitassem apoiar Pacheco, mas eles optaram por lançar Simone Tebet (MDB-MS).Continue lendo →
Depois de o presidente Jair Bolsonaro apresentar oficialmente na quarta-feira ao Congresso uma lista de projetos prioritários, o governo discute com seus líderes na Câmara e no Senado uma sequência enxuta de propostas econômicas a serem de fato votadas nos primeiros meses do novo comando do Legislativo.
A ideia é concentrar esforços em projetos já em andamento e que enfrentem menos resistência.
Documento entregue pelo Palácio do Planalto aos presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), traz uma lista ampla de reformas econômicas, incluindo três propostas de emenda à Constituição (PEC) voltadas para medidas de ajuste fiscal, reformas administrativa e tributária, além da privatização da Eletrobras. O plano, no entanto, é avançar aos poucos nessas medidas.
A estratégia foi discutida em almoço na quarta-feira com os líderes do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR); no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE); no Congresso, Eduardo Gomes (MDB-GO); e os ministros da Economia, Paulo Guedes; e da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos.
A expectativa é que os líderes se reúnam nesta quinta com Lira e Pacheco. Nesses encontros, o governo quer definir uma lista de cinco ou seis projetos em cada Casa para serem votados entre fevereiro e março.
Sinal de ‘destravamento’
O objetivo do governo, neste momento, é demonstrar força e indicar que a agenda legislativa está avançando. Por isso, a intenção é votar rapidamente a independência do Banco Central. Já aprovado no Senado, o projeto está parado na Câmara.Continue lendo →
Presidente falou sobre os objetivos do governo em 2021 e exaltou os feitos de 2020
O presidente Jair Bolsonaro participou, nesta quarta-feira (3), da abertura dos trabalhos do ano legislativo. Ao lado dos presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco (MDB-MG), da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, o presidente fez um discurso e falou dos feitos de seu governo em 2020.
Ele iniciou o discurso falando do trabalho em parceria com o Poder Legislativo.
– Faremos o que for possível, juntos, para o bem-estar do povo brasileiro – apontou o presidente da República.
Bolsonaro, então, falou sobre as medidas adotadas pelo governo brasileiro no combate à pandemia de Covid-19. Ele destacou feitos de seu governo em 2020 e alfinetou os governos petistas.
– Entregamos mais títulos de propriedade rural nesses dois anos do que nos 14 anos de um governo anterior – destacou.
O chefe do Executivo também falou sobre as propostas defendidas por seu governo para 2021.
– O atual cenário em que o Brasil se encontra exige de todas autoridades públicas uma atuação ainda mais coordenada, integrada, harmônica e fulcrada no espírito público para, juntos, construirmos um Brasil mais próspero e mais justo para todos. A participação de nosso Parlamento é indispensável para o alcance desse objetivo – ressaltou ele.
O presidente ainda disse que irá seguir trabalhando em benefício do povo brasileiro e ressaltou que não irá propor uma redemocratização da mídia.
– Neste ano de 2021, prosseguiremos trabalhando em prol do povo brasileiro, de nossos princípios, de nosso valores, de nossa liberdade e de nossa democracia – afirmou.
Marcos Rocha quer expor ao risco de vida professores e alunos com a volta das aulas em Rondônia
O Governo de Rondônia demonstra na prática, de que forma está conduzindo a pandemia do coronavírus em Rondônia e pretende expor desnecessariamente milhares de trabalhadores em educação, estudantes e seus familiares ao insistir com a ideia de retorno das aulas presenciais, enquanto o Estado mostra indícios de estar à beira de um colapso na saúde. Há poucos dias, Rondônia estava transferindo pacientes para outros estados, devido à superlotação de leitos de UTI. Agora, decide de maneira arbitrária e impositiva que alunos do 9º ano do Ensino Fundamental e 3º ano do Ensino Médio voltem às escolas, sem discutir previamente com o representante dos trabalhadores em educação e, consequentemente, ignorando o Planejamento Estratégico construído em 2020, que regulamenta o retorno das atividades educacionais somente nos municípios que estiverem na fase 4 do Plano de Ação “Todos por Rondônia”.
Experiências como o caso de Manaus, revelam que o Brasil está longe do patamar seguro para o retorno das aulas, pois em menos de duas semanas, 1.064 dos professores que retornaram ao trabalho presencial no Estado, testaram positivo para a Covid-19, levando o governador Wilson Lima a desistir da ideia. O caso aconteceu em agosto de 2020, quando o Amazonas nem imaginava sofrer com a situação caótica no sistema de saúde. Destaca-se ainda que estudos recentes apontam a existência de uma nova variante do SARS-COV-2 em 91% dos pacientes do Amazonas, revelando que a mutação do vírus pode ser mais contagiosa e agressiva. Logo, pela distância territorial, Rondônia encontra-se na rota do inimigo invisível que se desenvolve, especialmente, com a ajuda de contatos entre pessoas.
As divulgações e experimentos científicos estão acessíveis a todos, sendo o conhecimento o bem mais poderoso neste contexto de crise sanitária. Por isso, questiona-se ao Governo de Rondônia quais as reais condições proporcionadas aos trabalhadores em educação e a população como um todo com o possível retorno e quem serão os responsabilizados pela tragédia previamente anunciada. O Sintero interroga ainda se as escolas estão estruturadas para receber os estudantes e se serão capazes de evitar que a transmissão comunitária ocorra e ainda, se o sistema de saúde público está preparado para atender um possível aumento de casos e internações, caso seja necessário. É importante ressaltar que grande parte dos trabalhadores em educação possuem idade avançada e doenças crônicas, portanto, fazem parte do grupo de risco.
O Sintero reforça que seu posicionamento permanece contrário ao retorno das atividades presenciais nas escolas, até que haja vacinação para todos os trabalhadores em educação. Além disso, reitera a luta pela criação de políticas públicas conscientes para conter a disseminação do vírus, repudiando práticas impulsivas, que colocam os interesses econômicos dos grandes empresários acima da saúde e segurança da população rondoniense. Neste momento, em que autoridades e especialistas em saúde reforçam a necessidade de adoção de medidas de distanciamento e isolamento social como opções mais eficazes ao combate do coronavírus, o Sintero pede o envolvimento dos órgãos de controle para que se manifestem sobre o assunto. De antemão, o Sintero informa que irá recorrer a todas as instâncias possíveis para impedir que a decisão se efetive.