Política : MEXIDINHA
Enviado por alexandre em 05/02/2021 10:09:13

Bolsonaro adia medidas para os mais pobres, mas coteja as classes C e D

Folha de S.Paulo

Jair Bolsonaro quer dar “uma mexidinha” no Imposto de Renda. Na campanha, o presidente prometeu aumentar de R$ 2 mil para R$ 5 mil a faixa de renda que fica isenta do tributo. Agora, ele fala no valor de R$ 3 mil. O presidente nunca teve capacidade de implantar a ideia, mas a insistência reforça seu flerte com um nicho das classes C e D.

A sociedade de Bolsonaro tem uma linha de corte peculiar. Em sua carreira política, ele atacou programas que atendem a população miserável. Nos últimos meses, o presidente criticou a proposta de renovar o auxílio emergencial pago aos mais pobres. Seu instinto de proteção, porém, aflorou para outros grupos.

Na pandemia, Bolsonaro demonstra preocupação especial com caminhoneiros, taxistas e comerciantes. Todos enfrentam dificuldades, mas a atenção presidencial é notável –e tem cores políticas. Em janeiro, ele divulgou o protesto de uma lojista contra medidas de restrição tomadas pelo governo paulista. “Se coloque no lugar dessa senhora”, escreveu.

No caso dos motoristas de caminhão, o governo incluiu o grupo na fila prioritária de vacinação, zerou a tarifa de importação de pneus e, agora, quer reduzir tributos sobre o diesel. O presidente avisou que deve anunciar uma medida para baratear os combustíveis e fez um aceno a sua base: “Tem a ver com os caminhoneiros, com os taxistas, Uber, vocês que têm carro particular”. Continue lendo

O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou na noite desta quinta-feira (04) que o governo já tem protocolos para lidar com a deterioração da pandemia de Covid-19. Ele disse que conversou com o presidente Jair Bolsonaro sobre medidas sem impacto fiscal. Citou a antecipação do 13º dos segurados do INSS (aposentadoria, pensão, auxílio-doença, auxílio-acidente, salário-maternidade e auxílio-reclusão).

Os recursos para o pagamento do estipêndio já estão previstos no Orçamento e seriam apenas desembolsados com antecedência. A antecipação foi feita no ano passado, no início da pandemia, como forma de mitigar os efeitos da crise.

Segundo dados do Ministério da Economia, a antecipação injetou R$ 47,2 bilhões na economia entre maio e abril de 2020.

Se a medida for utilizada novamente, poderá despejar um caminhão de dinheiro na economia nos primeiros meses do ano. Para 2021, é esperado que os pagamentos do 13º do INSS sejam pagos apenas depois de agosto.

“Nós temos o protocolo da crise. Se a pandemia nos atacar, nós sabemos como reagir”, afirmou Guedes na saída do ministério, ao lado do novo presidente da Câmara, Arthur Lira.

O ministro da Economia disse que a medida poderá ser utilizada enquanto o Congresso toca as reformas defendidas pelo governo. Citou a administrativa, o pacto federativo e a PEC emergencial.

Outras ações para mitigar os efeitos da pandemia estão em estudo pelo governo, como a reformulação do Bolsa Família e a antecipação do abono salarial. “A saúde e a economia andam juntas. Na saúde, a vacinação em massa, a proteção aos mais vulneráveis”, afirmou o ministro.

Página de impressão amigável Enviar esta história par aum amigo Criar um arquvo PDF do artigo
Publicidade Notícia