Peitando Gimar: Por que só Dilma e não Aécio? Postado por Magno Martins às 05:00“Isso não muda nada”. Foi assim que reagiu o deputado Carlos Zarattini (PT-SP). “Mendes (Gilmar) está fazendo o trabalho de oposição em parceria com o presidente do PSDB, Aécio Neves (MG). Aécio torce por uma nova eleição, o que só será possível se o TSE cassar a chapa eleitoral de Dilma e Temer”, criticou o petista. O parlamentar questiona as razões que levam Mendes e a oposição a pedir uma investigação das contas de campanha de Dilma por causa da doação da UTC. “A campanha de Aécio recebeu recursos semelhantes da mesma UTC e de outras empreiteiras investigadas na Operação Lava-Jato. Por que só a doação para nós é irregular?”, questionou o deputado do PT. Um aliado fiel ao Planalto também não acredita em uma reviravolta no julgamento do Tribunal. Nas últimas semanas, Dilma e outros ministros mais próximos, como José Eduardo Cardozo (Justiça) tem intensificado as conversas com os integrantes dos tribunais superiores para distensionar o relacionamento entre os poderes. Os três patéticos Postado por Magno Martins Ricardo Melo - Folha de S.Paulo Isolada de sua base histórica, a banca e o empresariado, à tropa do impeachment só resta a debandada Aécio Neves, Gilmar Mendes e Eduardo Cunha atuam como protagonistas de uma causa falida. Mesmo assim, não perdem uma oportunidade de expor em público sua estreiteza de horizontes. São golpistas declarados. Não importa a lógica, a política, a dialética ou mesmo o senso comum. Suas biografias, já não propriamente admiráveis, dissolvem-se a jato a cada movimento realizado para derrubar um governo eleito. Presidente do PSDB, o senador mineiro-carioca pouco se incomoda com o ridículo de suas atitudes. Aécio sempre defendeu um programa de arrocho contra os pobres. Gabou-se da coragem de adotar medidas impopulares para "consertar o Brasil". Agora sobe em trios elétricos como porta-voz do povo. Critica medidas de ajuste, jura pensar no Brasil e usa qualquer artimanha com uma única finalidade: isolar a presidente. Convoca sabujos para atacar um jornalista que revelou o escândalo do aeroporto construído para atender a ele e à própria família. Maiores informações na página A3 desta Folha publicada ontem (23/08). Seu ajudante de ordens, ou vice-versa, é o ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes. Sintoma da fragilidade do equilíbrio de poderes vigente no Brasil, Mendes emite toda sorte de opiniões fora de autos. Muda de ideia conforme as conveniências. De tão tendencioso e parcial, seu comportamento público seria suficiente para impugná-lo como síndico de prédio. Na democracia à brasileira, pontifica como jurista na mais alta corte do país. Quem quiser que leve a sério. Mendes endossou as contas da campanha da presidente eleita alguns meses atrás. Coisas do passado. Esqueçam o que ele votou. De repente, detectou problemas insanáveis na mesma contabilidade e ruge ameaçadoramente contra o que ele mesmo aprovou. No meio tempo, acusa o Planalto de comandar um sindicato de ladrões financiado por empreiteiras envolvidas na roubalheira da Petrobras. Bem, mas as mesmas empresas financiaram a campanha dos outros partidos. O que fazer? Vale lembrar: Mendes até hoje trava o julgamento favorável à proibição do financiamento empresarial de campanhas políticas. Seu pedido de vistas escancara um escândalo jurídico, legal e moral que o STF finge não existir. Ora, isso não vem ao caso, socorreria o juiz paladino Sergio Moro. E aí aparece Eduardo Cunha, o peemedebista dirigente da Câmara. Terceiro na linha de sucessão presidencial, Cunha encenava comandar um exército invencível. Primeiro humilhou o Planalto na eleição para o comando da Casa. Depois, passou a manobrar o regimento para aprovar o que interessa a aliados nem sempre expostos. Tentou ainda se credenciar como alternativa golpista. Curto circuito total. Pego numa mentira de pelo menos 5 milhões de dólares, a acreditar no procurador geral, Cunha atualmente circula como um zumbi rogando piedade de parlamentares muito mais interessados em salvar a própria pele. Cambaleante, o trio parece ter recebido a pá de cal com os pronunciamentos dos verdadeiros comandantes da nossa democracia. O mais recente veio do chefe do maior banco privado do país, Roberto Setubal. Presidente do Itaú Unibanco, Setubal afirmou com todas as letras não haver motivos para tirar Dilma do cargo. Tipo ruim com ela, pior sem ela ""que o digam os lucros pornográficos auferidos pela turma financeira. Sem a banca por trás, abandonada pelo pessoal do dinheiro grosso e encrencada em acusações lançadas contra os adversários, à troupe do impeachment não resta muito mais que baixar o pano.
Intriga empresarial Postado por Magno Martins
A CNA e a CNF não assinaram a “Carta à Nação” lançada, na quarta-feira, pela OAB e pela CNI, por não terem sido consultadas. Seus presidentes, Luiz Carlos Trabuco e João Martins da Silva Jr., receberam um prato feito. O texto lhes foi enviado por e-mail. Consta que Robson Andrade (CNI) não ligou para nenhum deles, e a entrevista foi marcada sem qualquer consulta prévia. Ficaram com a impressão de que a CNI e a OAB queriam se recompor com o governo. Pois, ao contrário de Trabuco, que deu entrevista defendendo o diálogo e a união, e de Martins, que vai a eventos do setor agrícola com a presidente Dilma, Andrade e Marcos Vinícius falavam mal do governo. Enquanto isso, o PSDB, presidido pelo senador Aécio Neves, articula com as organizações Vem Pra Rua, Revoltados On Line e MBL a realização de manifestações em frente ao TSE e ao TCU. Um dirigente tucano garantiu: “Não vamos dar gás para ela (Dilma)”. Na reunião da Executiva, avaliou-se que não se trata mais de ir às ruas. E resolveram que o foco, agora, será pressionar diretamente os tribunais que cuidam dos processos. (Lauro Jardim - O Globo) |