O número de trabalhadores na informalidade registrou recorde, representando 41,4% da mão-de-obra ativa no país. Em consequência, a taxa de desemprego fechou o trimestre encerrado em setembro com uma leve queda em relação ao período anterior, finalizado em junho. Agora são 11,8% da população, e antes eram 12%.
Os dados foram divulgados pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) do IBGE. De acordo com o levantamento, outro recorde foi entre a categoria de quem trabalha por conta própria, que conta com 24,4 milhões de pessoas.
Ainda segundo a pesquisa, o setor que mais contribuiu para gerar empregos foi o da construção, com cerca de 254 mil pessoas efetivadas.
No total, são 12,5 milhões de pessoas que ainda estão desocupadas. O número diminuiu em 251 mil pessoas em relação ao último trimestre. Já a população em atividade atingiu 93,8 milhões, crescimento de 459 mil empregados.
Produção industrial e balança comercial apresentam melhora.
Foto: Agência Brasil/EBC Foto: Valter Campanato/Agência Brasil
Do G1
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulga dados de setembro da produção industrial.
Em agosto, após três meses em queda, a produção industrial brasileira cresceu 0,8%, na comparação com julho, melhor resultado para meses de agosto desde 2014, quando a alta foi de 0,9%.
Enquanto isso, o Ministério da Economia divulga os dados de outubro da balança comercial. Em setembro, houve superávit de US$ 2,246 bi
A Polícia Federal, junto com a Agência Norte-Americana de Imigração, prendeu nesta quinta-feira (31) em São Paulo Saifullah Manun, considerado o maior contrabandista de imigrantes do mundo. Outras sete pessoas foram presas suspeitas de participar da organização criminosa que levou ilegalmente quase 200 pessoas da Ásia para os Estados Unidos passando pelo Brasil.
Segundo autoridades norte americanas, Saifullah Manun é o maior contrabandista de pessoas do mundo. Ele tem permanência de refugiado e mora há 6 anos no bairro do Brás na região central de São Paulo.
Manun é dono de uma agência de turismo e de um mercado no Brás, e tem diversas empresas que ele contratava em nome de terceiros, além várias contas em nome de terceiros também.
Cinco imigrantes que estavam presos foral resgatados nessa operação. Ao todo oito mandados de prisão e 18 de busca e apreensão foram cumpridos numa grande operação contra a imigração ilegal e lavagem de dinheiro que envolveu 20 países das Américas.
Jornada perigosa
Os imigrantes partiam de países como Afeganistão, Bangladeche, Índia, Nepal e Paquistão, chegavam ao Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, de onde seguiam para o Acre. Lá começava uma longa e perigosa jornada feita de ônibus, barco e a pé por Peru Equador, Colômbia, Panamá, Costa Rica, Honduras, Nicarágua, El Salvador e Guatemala.
A etapa final de coiotes e imigrantes era cruzar a fronteira do México e entrar nos Estados Unidos. Mortes e maus tratos aconteciam pelo caminho, segundo a investigação.
“No trajeto, eles passam pela selva de Darem chamada de Darem Gap”, diz Milton Fornazari Junior, delegado da Polícia Federal. “É o lugar mais perigosos da travessia, muitos imigrantes morrem. Essa organização criminosa é também objeto de atividade de envio de criança nessa rota.”
O esquema que vinha sendo investigado desde maio em colaboração com a Agência Norte-Americana De Imigração e a Polícia Federal era multinacional, mas a liderança da organização criminosa era exercida por um estrangeiro que morava em São Paulo. Só no Brasil, de 2014 para cá, a quadrilha faturou, segundo a Polícia Federal, mais de US$ 10 milhões.
Os criminosos providenciavam documentos falsos de viagem como passaportes, vistos e cartas de tripulantes marítimos. Com autorização da Justiça a polícia quebrou sigilos bancários e fiscal, fez interceptações telefônicas, de e-mail e bloqueou 42 contas bancárias. Segundo a Polícia Federal, o Brasil sempre foi rota de imigração ilegal, mas a operação mostra que esse tipo de crime aumentou e mudou.
"Eles utilizariam como método para a introdução desses estrangeiros no território nacional a legislação de refúgio, solicitações de refúgio que eram feitas por esses imigrantes que tinham por objetivo de ingressar no país e migrar posteriormente, com a ajuda desse grupo para os Estados Unidos”, diz o delegado da PF Marcelo Ivo de Carvalho.
“Havia um advogado que dava todo o suporte, toda a assistência a essas pessoas. Esse advogado ele fazia petições de pedido de refúgio até mesmo antes desses estrangeiros chegarem, que chegassem ao ter nacional e acompanhava todo o desembarque desses estrangeiros. Então essa participação desse advogado contribuiu e muito para realização dessa atividade ilícita.”
Delegados da DRACO foram afastados e corregedoria deve abrir procedimentos
Resumo da notícia
Áudio de delegado revela intenção de prender presidente do TJRO
Ele afirma que a promotora do Meio Ambiente teria concordado em esconder de colega do MPRO informação sobre investigação que citava o diretor geral da Polícia Civil
Delegado é o mesmo que admitiu ter induzido magistrado a erro na Operação Pau Oco
“Vocês iriam perder o gostinho, de passar a trabalhar diretamente com o Procurador Geral da República e, a gente prender o presidente do TJ”? Essa frase é atribuída ao delegado de Polícia Civil de Rondônia, Júlio Cezar, falando em um grupo de Whatsapp, referindo-se ao desembargador Walter Waltenberg, presidente do Tribunal de Justiça. As circunstâncias que o presidente do TJRO apareceu nas investigações não foram esclarecidas.
Uma série de áudios do delegado vem sendo divulgados pelo radialista Fábio Camilo, e revelam ilegalidades cometidas pela delegacia que deveria combater o crime.
No novo áudio, divulgado nesta quinta-feira, Júlio Cezar fala sobre a possibilidade de prender o presidente do Tribunal de Justiça, que detém foro privilegiado. E ele faz esse alerta, “isso ai cria um problema, tá? Isso ai cria um problema a partir do que vier o relatório, você tem uma suspeição sobre o desembargador presidente do Tribunal de Justiça, ou seja, o foro sobe”. Qualquer citação a autoridades com foro deve ser comunicada a instâncias superiores, que autorizam ou não o prosseguimento das investigações. No caso do desembargador, a instância é o Superior Tribunal de Justiça (STJ).
A simples citação do desembargador já deveria ter deslocado o foro e a competência das investigações. O que não ocorreu.
Em outro áudio, o delegado afirma que a promotora responsável pelo Meio Ambiente, Aidee Maria Moser Torquato Luiz teria concordado em omitir o nome do Diretor Geral da Polícia Civil, delegado Samir Fouad Abboud, em uma investigação em andamento em Ji-Paraná. O delegado teria sido citado em depoimento de dois homens, presos como estelionatários, que vendiam rifas para empresários do interior em nome da Academia de Polícia Civil (Acadepol). No depoimento, eles teriam dito que tinham ‘autorização do diretor e da cúpula da Polícia Civil para a venda’. O delegado afirma que a citação do nome do diretor deveria ter sido comunicada ao chefe do Gaeco do Ministério Público, promotor Shalimar Christian Priester Marques, apelidado por Júlio Cezar de “Thanos”. Mas, o delegado avalia que, caso o diretor fosse afastado, a operação Pau Oco perderia força, e segundo ele, a promotora teria conhecimento disso.
Abaixo, a fala de Júlio Cézar:
“Qual o problema disso. O problema é que citando o DG (diretor geral), no âmbito do MP, isso cai na mão do Thanos (Shalimar Christian Priester Marques) titular da 26ª Promotoria de Justiça de Porto Velho – chefe do GAECO – e caindo na mão do Thanos, vocês já conseguem fazer uma dimensão de onde vai acertar a gente. A gente vai fortalecer uma coisa, enfraquecer outra, de modo que tendo o Samir no meio disso, por mera citação que seja, e já tem essa citação nos autos é um problema pra gente gerenciar porque atinge a gente. Até porque esses fatos vir pra gente apurar vira outra situação desagradável. Então, eu liguei inclusive e falei com o Alexandre, delegado de Jipa, dei uma sugesta nele pra ele pegar isso pra apurar lá e tal, ele falou que não quer, não quer mexer com isso não. Tá todo mundo escapando disso ai que é uma pica do tamanho do mundo. Então, comentei até com a doutora Aidée, e conforme falei com ela, ela falou, é realmente, se tinha conhecimento vai rodar junto. E o pior que tinha. Acreditem ou não, foi feita uma reunião na direção, pelo menos é o que consta nos autos aqui. E eu tenho certeza que aconteceu, e que o DG autoriza o estelionatário a descer em nome da Acadepol. Então tá lá a Acadepol, DG e os malas fizeram reunião na direção e ele autorizou a descer. O quanto o DG sabia dessa situação e qual o envolvimento dele do ponto de vista omissivo a gente não sabe, mas a minha opinião a única forma de escapar de uma pica, é mandar apurar rigorosamente. Acredito que não será o caso. Mas também não é caso de ligar pra ele, tô até com medo de ligar pra ele, e ele não tratar isso pessoalmente. O que eu tô enxergando é a repercussão disso pra gente, se o DG nosso cai, tô enxergando essa repercussão do ponto do vista do Daniel Pereira, do ponto de vista de outros investigados, enfraquecer o DG enfraquece nóis ( esse que é o problema. Bom enfim, tem muito mais informação, muito mais coisa mas vou passar pessoalmente amanhã pra vocês. Vou passar em Jipa, conversar com o Alexandre, e ele já me falou que tem mais um monte de coisa, gente que pegou dinheiro, delegado que pegou dinheiro”.
Ao comentar a infeliz declaração de um dos seus filhos ameaçando o Brasil da edição de um AI-5, o presidente da república afirmou que “quem pensar nisso está sonhando”. Não, presidente, isso jamais poderia ser considerado um sonho. Isso é pesadelo dos grandes. Mas o que o seu “pupilo” declarou não é muito diferente do que sempre foi dito por vossa excelência. Ele deve estar repetindo apenas o que ouve diariamente em casa.
O senhor nunca escondeu que é um vocacionado para ditador. Por diversas vezes fez publicamente apologia da tortura, chegando a homenagear um dos mais cruéis praticantes desses atos de barbárie por motivações políticas. Não poderia se esperar dos seus filhos nada que diversificasse do pensamento político que o senhor permanentemente expõe nos seus pronunciamentos. O exercício da democracia não é o seu forte, apesar de ter jurado obediência à Constituição de 1988 ao tomar posse nos diversos mandatos para os quais foi eleito.
O AI-5 foi o mais severo dos atos institucionais estabelecidos pela ditadura militar. Desmascarou o que chamavam de “movimento revolucionário de 1964”. Explicitou o regime ditatorial, recrudesceu a repressão, fechou o Congresso, cassou mandatos eletivos, prendeu, torturou e assassinou adversários políticos, aboliu o instituto do “habeas corpus”, censurou os meios de comunicação, puniu arbitrariamente os que consideravam inimigos do sistema. Isso jamais poderia ser considerado um sonho. O senhor cometeu um “ato falho”, traido pelo incosciente.
É retrocesso, ataque de morte à democracia, manifesta intenção de adotar o autoritarismo. O AI-5 ofereceu arcabouço jurídico com a finalidade de promover a intimidação, o medo, aos que ousavam divergir da ideologia dos ditadores. Portanto, é um pesadelo que vivenciamos e que não queremos viver novamente. Custou caro reconquistarmos a democracia.
O deputado Eduardo Bolsonaro esquece que temos uma história de resistência cívica. Prega a volta do AI-5 quem tem medo de debater ideias, de exercitar a democracia, de conviver com a liberdade de pensamento. Sua estapafúrdia declaração causou perplexidade em todos os que amam a democracia. Mas não nos amedronta. Não permitiremos que agentes políticos sem patriotismo tentem descumprir a Constituição e as leis de nosso país. Ainda estamos cicatrizando as feridas abertas em decorrência das arbitrariedades cometidas pelo AI-5. Não esquecemos as marcas deixadas por ele. Não abriremos mão do Estado Democrático de Direito. Nosso sonho é fortalecer o regime democrático. Ditadura nunca mais.
Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal Polêmica Paraíba
A colunista Dora Kramer, da revista “Veja”, afirma que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva aproveita-se da prisão que está cumprindo na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba para fomentar a “mitologia” em torno dele e adverte que, uma vez solto, o líder petista enfrentará uma dura realidade simbolizada pelo seu isolamento social. Kramer adianta que no aspecto jurídico Lula continuará inelegível mesmo que saia da sala da PF em decorrência da derrubada da prisão depois da segunda instância. “Voltará a ter ficha eleitoral limpa só no caso de uma outra decisão do Supremo vir a anular a sentença de Sergio Moro no processo do tríplex do Guarujá. Ainda assim, o ex-presidente responde a mais oito ações, cujo andamento pode novamente lhe suprimir a liberdade e/ou a elegibilidade. Tantos processos desautorizam maiores otimismos”, avalia a colunista.
Sobre o universo da política e dos fatos, sublinha Dora Kramer: “É nele que Lula terá de transitar depois de libertado. Pois é justamente nesse mundo que ele já não vinha transitando bem havia tempo, muito antes da prisão e desde que se agravou sua situação na Justiça com repercussão na política. O ex-presidente não frequentava – nem falava em – ambiente que não fosse de convertidos ao seu altar do petismo mais exacerbado. Entrevistas só para simpatizantes e circular em público nem pensar. De uma pessoa tão importante e querida seria de esperar que andasse por aí a desfrutar a popularidade. No entanto, nunca se viu Lula em restaurantes, cinemas, teatros, aeroportos nem em estádios em jogos de seu amado futebol. Incomparavelmente menos festejado nas pesquisas, Fernando Henrique Cardoso, por exemplo, vai a todo lugar e fala em toda parte sem restrições desde que deixou a Presidência”.
E conclui Dora: “E o discurso do Lula livre, será como disse outro dia o do pacificador? Incongruente com a autoria da dinâmica do “nós contra eles”, cuja consequência tem hoje assento no Palácio do Planalto. Preso, pode exercitar a intransigência típica dos carismáticos. Quando exige absolvição total soa convicto, algo a ser lido como “ele deve ter razão”. Solto, terá de se ver com a realidade, por vezes uma madrasta”. Dora observa que cedo ou tarde Luiz Inácio Lula da Silva terá de sair da situação de restrição de liberdade em que se encontra. E adverte que o termo “cadeia” não se aplica, está mesmo a léguas de distância das instalações da Polícia Federal, onde Lula tem televisão, geladeira, se exercita na esteira, recebe visitas ilustres, dá entrevistas, divulga comunicados de orientação política ao PT, contesta o que acha que deve ser contestado em seus processos, emite julgamento sobre seus julgadores, tem, enfim, regalias de que nenhum outro condenado dispõe, até porque é o único ex-presidente da República a viver em semelhante condição”.
Segundo Dora Kramer, “em se tratando de Lula, tudo é sempre muito peculiar. Porta=voz do lema “Nunca antes neste país”, é o ineditismo em pessoa, tenha tal conceito o significado que melhor convier ao gosto do freguês. De todos os investigados no esquema de corrupção na Petrobras, foi o único a causar impacto quando alvo de operações de busca por documentos em sua residência e a provocar comoção por ocasião da condução coercitiva para prestar depoimento em processos na Lava-Jato. Ali se fizeram as previsões mais tenebrosas sobre as possíveis consequências do tratamento dado pela Polícia Federal e pela Justiça ao ex-presidente. Nada aconteceu. De novo se desenhou no horizonte um cenário de perturbação social quando da decretação da prisão após a condenação em segunda instância no caso do apartamento do Guarujá, uma gentil oferenda da OAS. Chegou-se a falar em revolta popular em seguida, à luz dos fatos circunscrita às imediações do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo e depois ao acampamento no entorno da sede da PF em Curitiba”.
– Nesse tempo em que o Supremo Tribunal Federal voltou a examinar a questão da prisão após a sentença confirmada em segundo grau e de decisões passíveis de anular a condenação no caso do tríplex, voltam à cena as conjecturas. Desta vez sobre o papel a ser exercido por Lula na política, em particular a influência dele nas disputas de 2020 e 2022. Pesquisa Veja/FSB mostra o ex-presidente como o nome eleitoralmente mais viável entre os antagonistas de Bolsonaro localizados à esquerda. Até aí, nenhuma surpresa, inclusive porque ele não é o mais forte; é o único nesse campo capaz de competir em boa situação. Algo que para Bolsonaro seria a composição dos sonhos numa campanha, para repetir o enfrentamento que o levou à Presidência. Mas a realidade é um tanto diferente do mundo dos números de pesquisas colhidas quando ainda há um volume oceânico de metros cúbicos a passar por baixo da ponte e inúmeros obstáculos a ser superados antes de se considerar de maneira racional Lula como uma força real e objetiva, para além da mitologia”, acentua Dora Kramer.