Meio Ambiente em Foco : Três em cada quatro hectares desmatados têm indícios de ilegalidade
Enviado por alexandre em 17/04/2023 09:31:50

Levantamento se refere ao período entre 2019 e 2022

Quase 73% das áreas desmatadas, entre 2019 e 2022, apresentam indícios de ilegalidade – o que corresponde a três em cada quatro hectares. Essa é a conclusão obtida a partir de dados recentes do Monitor da Fiscalização do Desmatamento, plataforma online do MapBiomas. De acordo com a organização, que une universidades, organizações não governamentais (ONGs) e empresas de tecnologia, os números revelam um alto índice de ilegalidade no uso da terra.

 

“A ideia é compreender quanto do desmatamento é legalizado, porque ele tem uma autorização do órgão competente, quanto não tem autorização e, portanto, apresenta indícios de ilegalidade, e quanto disso já foi fiscalizado pelos órgãos competentes”, explica Ana Valdiones, coordenadora da plataforma.

 

Lançado em 2022, o Monitor da Fiscalização atualmente compila dados de dez unidades federativas: Acre, Amazonas, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais, Pará, Rondônia e São Paulo. Segundo as informações obtidas, 72,6% das áreas desmatadas no período avaliado estiveram livres de fiscalização.

 

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“A gente conseguiu chegar a dez estados porque eram aqueles que tinham essa informação disponível na internet com a qualidade que nos permitia uma análise”, afirma Ana Valdiones. Os estados que apresentaram números mais alarmantes foram Acre, Ceará e Rondônia. No Acre, apenas 146 alertas de desmatamento tiveram ações de fiscalização sobrepostas, dos mais de 32 mil alertas validados no estado.

 

O monitor usa como base informações fornecidas por órgãos federais e estaduais de controle, tais como autorizações, autuações e embargo de propriedades rurais. Para identificar quanto do desmatamento tem ações de fiscalização sobrepostas, esses dados são cruzados com os alertas de desmatamento publicados pelo MapBiomas. Cada alerta é conferido, validado e gera um laudo com imagens em alta resolução de antes e depois da área desmatada. Para Ana Valdiones, é preciso aumentar a transparência sobre os dados ambientais disponibilizados. “Nossa intenção é que o monitor cubra todos os estados brasileiros, com a atuação de todos os órgãos ambientais, estaduais e federais, mas a gente se depara com essa questão de nem sempre ter acesso facilitado a informações de qualidade”, esclarece.

 

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O Monitor da Fiscalização do Desmatamento é uma iniciativa do MapBiomas em parceria com o Instituto Centro de Vida (ICV) e com a plataforma Brasil.IO, que propõe a disponibilização de dados públicos em formato acessível para a população. As informações compiladas pelo monitor podem ser acessadas online gratuitamente. De acordo com Ana Valdiones, a organização espera ampliar o monitoramento para todo o território nacional até o final de 2023. 

 

Fonte: Agência Brasil

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Meio Ambiente em Foco : Ciclone Freddy pode bater recorde de mais duradouro, mas já é raro por sua longevidade, distância e impacto
Enviado por alexandre em 17/03/2023 10:29:58

Evento extremo devastou duas vezes o sul da África. Quando Freddy terminar seu ciclo, Organização Meteorológica Mundial (OMM) vai analisar se ele preenche os critérios para ser declarado recordista.

O ciclone Freddy, que devastou duas vezes a mesma região na África, pode se tornar o ciclone tropical mais longo já registrado, segundo informações da Organização Meteorológica Mundial (OMM) da ONU.

 

Tempestade devastadora deixou cerca de 270 mortos;


Ela atravessou todo o sul do Oceano Índico e viajou mais de 8 mil quilômetros;

 

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Evento climático foi declarado oficialmente um ciclone em 6 de fevereiro, quando estava na Austrália;


Recorde anterior é do tufão John, que durou 31 dias em 1994.


Atualmente, ciclone Freddy parece estar se dissipando e o comitê da OMM vai analisar os dados somente após o término do evento.

 

Apesar da longa trajetória e atividade do evento, pode ser que ele não seja declarado o mais longo ciclone tropical por ter "oscilado" ao longo de seu périplo pelo Oceano Índico.

 

"Uma questão que abordaremos é o fato de que, ao longo de sua longa vida útil, a tempestade enfraqueceu periodicamente abaixo do status de tempestade tropical", explica o professor Randall Cerveny, relator de climas e extremos climáticos da OMM. "Nossas avaliações são investigações científicas detalhadas, então elas levam tempo", completou.Sebastien Langlade, chefe de operações da RSMC La Réunion, ressaltou que, recordista ou não, Freddy permanecerá sendo um fenômeno raro em muitos aspectos: longevidade, distância percorrida, intensidade máxima notável, quantidade de energia ciclônica acumulada (ACE) e impacto em terras habitadas.

 

O CAMINHO DO FREDDY 

 

As pessoas observam os danos causados pelo ciclone Freddy em Chilobwe, Blantyre, Malaui, 13 de março de 2023. — Foto: REUTERS/Eldson Chagara.

As pessoas observam os danos causados pelo ciclone Freddy

em Chilobwe, Blantyre, Malaui, 13 de março de 2023.

(Foto: REUTERS/Eldson Chagara)

 

O Freddy se formou no nordeste da Austrália na primeira semana de fevereiro. A tempestade atravessou o sul do Oceano Índico e atingiu Madagascar em 21 de fevereiro, antes de chegar a Moçambique em 24 de fevereiro.

 

Com uma trajetória incomum, Freddy voltou a afetar o território moçambicano durante o último fim de semana e chegou ao Malaui na madrugada de segunda-feira (23).

 


"A energia ciclônica acumulada (índice usado para medir a energia liberada por um ciclone tropical) é equivalente a (toda) uma temporada média de furacões no Atlântico Norte", explicou a OMM.

 

Ciclone tropical Fred visto a nordeste das Ilhas Maurício em 20 de fevereiro de 2023. — Foto: Reprodução/Nasa/International Space Station

Ciclone tropical Fred visto a nordeste das Ilhas Maurício

em 20 de fevereiro de 2023. (Foto: Reprodução/

Nasa/International Space Station)

 

Fonte: G1

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