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Justiça em Foco : Aras sobre a crise: presidente tem certas imunidades
Enviado por alexandre em 06/04/2020 09:12:12


Por Estadão Conteúdo

Pressionado a agir para enquadrar Jair Bolsonaro diante de suas polêmicas atitudes na condução da crisedo coronavírus, o procurador-geral da República, Augusto Aras, afirmou que a instituição deve se afastar de disputas políticas. Para o chefe do Ministério Público Federal, o presidente tem "liberdade de expressão" e os Poderes devem se guiar pelo consenso social.

"A Procuradoria-Geral da República não é casa de solução política. É casa da legalidade. Para cassar presidente, é preciso ir ao Congresso", disse Aras ao Estado. "Os poderes Legislativo e Executivo, eleitos pelo povo, devem se guiar pelo consenso social resultante do amplo debate instalado em todos os seus segmentos. Diversamente, as duas magistraturas, especialmente o Ministério Público, devem buscar sua legitimação no dever de fundamentar seus atos e decisões na Constituição e nas leis do País", argumentou.

Aras arquivou, recentemente, pedido de subprocuradores para obrigar Bolsonaro a seguir recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) no combate à pandemia. "É preciso separar Estado e governo", afirmou ele. "O Estado brasileiro está funcionando normalmente, com técnicos empenhados no combate à covid-19. O governo, na figura do presidente, tem liberdade de expressão e goza de certas imunidades, assim como os parlamentares. Eventuais medidas que contrariem as orientações técnicas poderão ser passíveis de apreciação judicial."

Confronto

A falta de reações mais enfáticas por parte dos Poderes abriu espaço para governadores como João Doria (PSDB) e Wilson Witzel (PSC) assumirem o papel de antagonistas do presidente.

Doria chegou a pregar a desobediência aos insistentes apelos de Bolsonaro para a abertura do comércio. "Não sigam as orientações do presidente", aconselhou o governador de São Paulo. Witzel, por sua vez, sugeriu que Bolsonaro seja julgado internacionalmente por "crime contra a humanidade". Doria e Witzel sonham em disputar o Planalto, em 2022, quando o presidente planeja concorrer à reeleição.

Aliados de primeira hora, como o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM), foram se desgarrando de Bolsonaro no primeiro mês da pandemia. Embora o caso mais notório seja o de Caiado, o governador do Acre, Gladson Cameli (Progressistas), também afirmou que os embates provocados pelo presidente são "desnecessários" e acabam por deixá-lo cada vez mais isolado.

Próximo de Bolsonaro, Cameli disse não saber quem está aconselhando o presidente. "Prefiro dizer que não entendo qual é a estratégia", resumiu o governador do Acre. "Quando eu falar com ele, vou dizer que ele está tirando autoridade dos ministros e dos governadores. Todos estão em alinhamento. Por que só o presidente não está? Até Donald Trump (presidente dos EUA) está voltando atrás, tomando outras medidas. Por que ele não está fazendo isso?", questionou.

Justiça em Foco : Como Fux deve votar em ação contra bloqueio decretado por governadores e prefeitos
Enviado por alexandre em 05/04/2020 12:59:51


Luiz Fux, ministro do STF Foto: Jorge William / Agência O Globo

O ministro do STF, Luiz Fux, não deve atender, pelo menos não integralmente, o pedido liminar da Confederação Nacional dos Transportes pedindo para suspender atos de estados e municípios que tenham restringido unilateralmente o transporte intermunicipal e interestadual de pessoas e cargas, sob a justificativa de combater a propagação de coronavírus.

Esta foi à conclusão de um interlocutor do ministro, para quem Fux não comentou a ação em específico, tampouco adiantou seu juízo, mas com quem conversou sobre a necessidade de municípios e estados observarem principalmente a necessidade dos três entes federativos conversarem entre si neste momento, buscando conciliação.

Como essas conversas já estão em grande parte ocorrendo, não haveria necessidade de intervir no direito de prefeitos e governadores de decidir sobre o governo interestadual e intermunicipal.

Justiça em Foco : Juízes estaduais proferem 187 mil sentenças em 5 dias
Enviado por alexandre em 04/04/2020 14:02:55


Os Tribunais de Justiça estaduais praticaram mais de 1,3 milhão de atos judiciais em apenas 5 dias, segundo levantamento da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) referente ao período de 20 a 25 de março. Ao todo, foram 682.000 despachos, 470.000 decisões, 187.000 sentenças e 18.000 acórdãos.

“Os magistrados estaduais estão trabalhando de forma remota e, muitos de nós, também estão nos plantões presenciais. Temos que manter alta produtividade para garantir o acesso das pessoas à Justiça com agilidade. Estamos em um momento de alta demanda”, afirma a presidente da AMB, Renata Gil.

A AMB lançou uma campanha virtual de mobilização dos juízes para divulgar as boas práticas do Judiciário nos Estados durante a pandemia por meio da hashtag #ajustiçanãopara. Mais de 1.200 publicações nas mídias sociais já foram realizadas mostrando o trabalho da magistratura estadual no período.

Justiça em Foco : STF proibe Bolsonaro de fazer campanha contra isolamento
Enviado por alexandre em 01/04/2020 10:17:48


Por Estadão Conteúdo

O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal, decidiu nesta terça-feira (31), proibir que o governo federal veicule qualquer campanha que pregue que "O Brasil não pode parar", que sugira que a população deve retornar às suas atividades ou que minimize os riscos da pandemia do novo coronavírus para a saúde e a vida da população.

Ao avaliar que a situação é "gravíssima" e que "não há qualquer dúvida" de que a infecção por covid-19 representa uma ameaça à saúde e à vida da população, Barroso acolheu pedido da Rede Sustentabilidade contra uma campanha intitulada "O Brasil não pode parar". Para o ministro, uma peça publicitária nesse sentido não está voltada para "informar, educar ou orientar socialmente" no interesse da população, e sim para desinformar as pessoas.

"Em momento em que a Organização Mundial de Saúde, o Ministério da Saúde, as mais diversas entidades médicas se manifestam pela necessidade de distanciamento social, uma propaganda do governo incita a população ao inverso. Trata-se, ademais, de uma campanha 'desinformativa': se o poder público chama os cidadãos da "Pátria Amada" a voltar ao trabalho, a medida sinaliza que não há uma grave ameaça para a saúde da população e leva cada cidadão a tomar decisões firmadas em bases inverídicas acerca das suas reais condições de segurança e de saúde", alertou Barroso.

Conforme informou o jornal O Estado de S. Paulo, ministros do Supremo Tribunal Federal dizem, em conversas reservadas, que se Bolsonaro levar adiante a ideia de reabrir o comércio, a medida será barrada pela Corte. O Estadão/Broadcast apurou que o Supremo não autorizará ação que confronte as recomendações das autoridades de saúde do Brasil e do mundo com relação ao combate do novo coronavírus. A principal delas é o isolamento social.

O presidente Jair Bolsonaro afirmou no último domingo que a divulgação do vídeo da campanha "O Brasil não pode parar" foi um vazamento. Após a repercussão, a Secretaria Especial de Comunicação Social da Presidência da República afirmou em nota que o vídeo estava sendo divulgado de "forma equivocada". A Secom chegou a dizer que o material foi produzido em caráter experimental e não foi aprovado para veiculação.

Distanciamento

Em sua decisão, Barroso destacou que as medidas de distanciamento social são as medidas recomendadas para ganhar tempo no combate à transmissão do vírus e assegurar maior capacidade de resposta para o sistema público de saúde. "Os países que as adotaram de forma mais rápida e rigorosa sofreram menos", observou.

O ministro frisou ainda que o Brasil é um país em desenvolvimento, com "muitas comunidades pobres" e milhões de pessoas que vivem em "situação de precariedade sanitária".

"Estudo do Imperial College COVID-19 Response Team aponta justamente que as estimativas de contágio e de colapso dos sistemas de saúde em países em desenvolvimento e em cenários de baixa renda podem se revelar ainda mais graves do que aquelas já expostas em cenários em que esse componente não está presente", escreveu Barroso.

"Portanto, nada recomenda que as medidas de contenção da propagação do vírus sejam flexibilizadas em países em desenvolvimento. Ao contrário, tais medidas, em cenários de baixa renda, são urgentes e devem ser rigorosas, dado que as condições de vida em tais cenários - grandes aglomerações e falta de condições sanitárias adequadas - favorecem o contágio e a propagação do vírus", concluiu o ministro.

Justiça em Foco : Judiciário e Congresso querem mudança temporária de leis durante pandemia
Enviado por alexandre em 31/03/2020 22:21:44


Os Poderes Judiciário e Legislativo se uniram para montar um projeto de lei que suspende inúmeras regras e determinações até o final de 2020. O objetivo é dar segurança jurídica ao país enquanto persistirem os efeitos mais fortes da pandemia de coronavírus no mundo.

A ideia é que todas essas mudanças sejam temporárias e depois o direito volte ao estado anterior, com todas as regras já existentes. Trata-se de projeto de lei emergencial exclusivamente para o direito privado. Não altera nem revoga leis em vigor, apenas suspende parcialmente a eficácia de algumas.

O texto foi protocolado no Senado por Antonio Anastasia (PSD-MG), que é o atual vice-presidente da Casa.

Leia aqui o projeto completo.

Se aprovado, o texto muda temporariamente regras para despejo de inquilinos que alugam imóveis residenciais, suspende prazos de prescrição, restringe até outubro o direito de devolução de mercadorias (em razão de dificuldades logísticas), permite assembleias de empresas, condomínios e outras pessoas jurídicas na modalidade virtual e prorroga a entrada em vigor da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) em 18 meses.

A redação do projeto foi coordenada e incentivada pelo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Dias Toffoli. Muitos advogados e especialistas colaboraram. A cúpula do Congresso foi consultada e deu sinal verde. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), é simpático ao projeto. No Senado, o presidente Davi Alcolumbre (DEM-AP), acompanhou enquanto não estava em quarentena (ele está com covid-19). Antonio Anastasia é um entusiasta da ideia e adotou a paternidade do texto. Continue reading

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