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Brasil : MAIS MÉDICOS
Enviado por alexandre em 24/12/2018 18:28:59

Cubano decide ficar e ajudar indígenas

G1

Era outubro de 2013 quando Arumis Benitez embarcou num avião com destino ao Amazonas. Com o diploma de médico debaixo do braço e o sonho de fazer a diferença por onde aquele papel pudesse o levar, deixou Cuba. Foi deslocado, de cara, para atuar no município de Nhamundá, localizado a 375 km de Manaus. Lá encontrou a população inteira da Aldeia Kassauá à ânsia de uma assistência médica. Ele atuou, ao longo desses cinco anos, em distritos indígenas no Amazonas.

Desde o último mês, quando Cuba anunciou a retirada de seus profissionais do Programa Mais Médicos, Arumis ficou sem emprego. Mas não deixou o Brasil. Hoje ele vive no município de Parintins, está casado com uma mulher de origem indígena, tem dois filhos e luta para conseguir se manter no país.

Das 106 vagas que não foram ocupadas no Mais Médicos, 63 estão em Distritos Sanitários Especiais Indígenas (Dseis). No Brasil, 301 dos 529 médicos nos distritos indígenas eram cubanos — 57%, segundo o Ministério da Saúde. A população atendida nos distritos de saúde indígena é de 818 mil pessoas, segundo o Governo Federal.

Médico cubano, Arumis Benitez fala sobre saída do Mais Médicos e rompimento de vínculo

O médico aguarda os resultados do Revalida, o exame que valida diplomas do exterior e permite o exercício da medicina no Brasil, e sonha com a naturalização brasileira. Mais que isso: ele espera a valorização do povo de zonas remotas que vivem quase sem assistência básica de saúde.

"São pessoas que não têm acesso à saúde, não têm acesso a uma farmácia. Não têm à disposição uma hospitalização. Não têm nem conhecimento sobre uma prevenção. É o contrário da pessoa que mora na cidade [grande] e que, de certa maneira, tem acesso aos serviços de saúde".

"Meu primeiro trabalho no Brasil foi como médico geral nas aldeias Riozinho e Kassaúa, no município de Nhamundá. [Desde o início] foi um trabalho muito gratificante. São pessoas que precisam muito mesmo [de assistência médica]", avalia.

A adaptação

Em Nhamundá, município da Microrregião de Parintins, a população é de quase 21 mil pessoas e ocupa área territorial de 14.107,972 km². Por lá, Arumis assumiu função de clínico geral chefe e se dividia entre trabalhos pela microrregião.

Lotado, oficialmente, no distrito Indígena de Parintins, fazia atendimentos por toda a região, virando referência nos atendimentos a diferentes etnias indígenas que compõem o complexo.

Em um dos relatos, ele fala ainda sobre a fronteira que aprendeu a cruzar com os indígenas e o respeito às suas crenças, numa linha muito tênue que transita entre a medicina tradicional, a pajelança e as linhas evangélicas que, aos poucos, são cada vez mais inseridas na cultura daquele povo.

"Sim, os índios respeitam os médicos sim. Mas depende. Hoje é um pouco mais fácil, pelo fato de eles serem evangélicos. Ele têm um pouco mais de orientação da medicina ocidental deles mesmos também, demoram para aceitar, mas aceitam o que temos a oferecer. Então conseguimos [colocar nossa medicina em prática]. Eles aceitam o nosso receituário, nossa prescrições e nossas orientações", relata.

O rompimento

Hoje, sem emprego, com uma esposa e dois filhos brasileiros, ele pede respeito. Não só a ele e aos cubanos. Mas ao povo desassistido das pequenas regiões brasileiras.

Ele é defensor da ideia de que um retorno a Cuba não beneficia nenhum dos lados. Nem dos médicos, que se firmaram no Brasil, nem dos brasileiros. Enquanto defende a tese, faz uso de discurso político humanizado.

"Eu fiquei muito, muito triste [quando soube da saída de Cuba do programa], sobretudo pelo povo brasileiro. Eu fazia o meu trabalho só ajudando o povo. Eu sabia: [o Mais Médicos] é um programa que teria fim, sim. Mas não imaginava que o fim seria tão abrupto, tão rápido. Nós, cubanos, merecemos respeito, claro. Mas é o povo brasileiro que merece esse respeito".

"O governo cubano, da noite pro dia, decidiu, sem uma conversa, pelo fato de o presidente eleito Jair Bolsonaro ter se manifestado com palavras fortes. Mas o governo cubano não valorizou outras coisas."

"O meu contrato não era com o presidente Jair Bolsonaro, meu contrato era com o povo brasileiro."

Agora, à espera dos resultados do Revalida, ele aumenta o sonho e busca uma naturalização brasileira.

"Eu já fiz Revalida. Eu fiz a primeira parte do Revalida no ano de 2017. Na primeira fase teórica passei com uma boa nota. No dia 17 faço a parte prática. Eu tenho toda a esperança de passar. Quero me naturalizar brasileiro. Sou brasileiro, sou cubano, sou tudo! Sou pai de dois filhos", finaliza.

Brasil : PAPO RETO
Enviado por alexandre em 23/12/2018 21:21:54

Os Avós Nunca Morrem, Apenas Ficam Invisíveis!
Papo Reto
Os avós nunca morrem, tornam-se invisíveis e dormem para sempre nas profundezas do nosso coração.

Ainda hoje sentimos a falta deles e daríamos qualquer coisa para voltar a escutar as suas histórias, sentir as suas carícias e aqueles olhares cheios de ternura infinita.

Sabemos que é a lei da vida, enquanto os avós têm o privilégio de nos ver nascer e crescer, nós temos que testemunhar o envelhecimento deles e o adeus deles ao mundo.

A perda deles é quase sempre a nossa primeira despedida, e normalmente durante a nossa infância.

Os avós que participam na infância dos seus netos deixam vestígios da sua alma, legados que irão acompanhá-los durante a vida como sementes de amor eterno para esses dias em que eles se tornam invisíveis.

Hoje em dia é muito comum ver os avôs e as avós envolvidos nas tarefas de criança com os seus netos.

Eles são uma rede de apoio inestimável nas famílias atuais. Não obstante, o seu papel não é o mesmo que o de um pai ou de uma mãe, e isso é algo que as crianças percebem desde bem cedo.

O vínculo dos avós com os netos é criado a partir de uma cumplicidade muito mais íntima e profunda, por isso, a sua perda pode ser algo muito delicado na mente de uma criança ou adolescente.

Convidamos você a refletir sobre esse tema conosco.

O adeus dos avós: a primeira experiência com a perda

Muitas pessoas têm o privilégio de ter ao seu lado algum dos seus avós até ter chegado à idade adulta.

Outros, pelo contrário, tiveram que enfrentar a morte deles ainda na primeira infância, naquela idade em que ainda não se entende a perda de uma forma verdadeiramente real, e onde os adultos, em certas situações, a explicam mal na tentativa de suavizar a morte ou fazer de conta que é algo que não faz sofrer.

A maioria dos psicopedagogos diz de forma bem clara: devemos dizer sempre a verdade a uma criança.

É preciso adaptar a mensagem à sua idade, sobre isso não há dúvidas, mas um erro que muitos pais cometem é evitar, por exemplo, uma última despedida entre a criança e o avô enquanto este está no hospital ou quando fazem uso de metáforas como “o avô está em uma estrela ou a avó está dormindo no céu“.

– É preciso explicar a morte às crianças de forma simples e sem metáforas para que elas não criem ideias erradas. Se dissermos a elas que o avô foi embora, o mais provável é a criança perguntar quando é que ele vai voltar.

– Se explicarmos a morte à criança a partir de uma visão religiosa, é necessário incidir no fato de que ele “não vai regressar”. Uma criança pequena consegue absorver apenas quantidades limitadas de informação, dessa forma, as explicações devem ser breves e simples.

É também importante ter em conta que a morte não é um tabu e que as lágrimas dos adultos não têm que ficar ocultas perante o olhar das crianças. Todos sofremos com a perda de um ente querido e é necessário falar sobre isso e desabafar.

As crianças vão fazer isso no seu tempo e no momento certo, por isso, temos que facilitar este processo.

As crianças irão nos fazer muitas perguntas que precisam das melhores e mais pacientes respostas.

A perda dos avós na infância ou na adolescência é sempre algo complexo, por isso é necessário atravessar essa luta em família sendo bastante intuitivos perante qualquer necessidade dos nossos filhos.

Embora já não estejam entre nós, eles continuam muito presentes

Os avós, embora já não estejam entre nós, continuam muito presentes nas nossas vidas, nesses cenários comuns que compartilhamos com a nossa família e também nesse legado verbal que oferecemos às novas gerações e aos novos netos e bisnetos que não tiveram a oportunidade de conhecer o avô ou a avó.

Os avós seguraram as nossas mãos durante um tempo, enquanto isso nos ensinaram a andar, mas depois, o que seguraram para sempre foram os nossos corações, onde eles descansam eternamente nos oferecendo a sua luz, a sua memória.

A presença deles ainda mora nessas fotografias amareladas que são guardadas nos porta-retratos e não na memória de um celular. O avô está naquela árvore que plantou com as suas próprias mãos, e a avó no vestido que nos costurou e que ainda hoje temos.

Estão no cheiro daqueles doces que habitam a nossa memória emocional. A sua lembrança está também em cada um dos conselhos que nos deram, nas histórias que nos contaram, na forma como amarramos os sapatos e até na covinha do nosso queixo que herdamos deles.

Os avós não morrem porque ficam gravados nas nossas emoções de um modo mais delicado e profundo do que a simples genética. Eles nos ensinaram a ir um pouco mais devagar e ao ritmo deles, a saborear uma tarde no campo, a descobrir que os bons livros têm um cheiro especial e que existe uma linguagem que vai muito mais além das palavras.

É a linguagem de um abraço, de uma carícia, de um sorriso cúmplice e de um passeio no meio da tarde compartilhando silêncios enquanto vemos o pôr do sol. Tudo isso perdurará para sempre, e é aí onde acontece a verdadeira eternidade das pessoas.

No legado afetivo de quem nos ama de verdade e que nos honra ao recordar-nos a cada dia.

Fonte:Provocações Filosóficas

Brasil : INSS APAGÃO
Enviado por alexandre em 20/12/2018 09:54:38

Governo de transição prepara medidas para evitar apagão de atendimento no INSS

Atendimento no INSS Foto: Reprodução

Para evitar um apagão no INSS em janeiro, quando quase 11,5 mil servidores (mais de um terço do quadro de pessoal) poderão se aposentar – levando no valor do benefício 100% da gratificação por desempenho -, o governo de transição prepara duas medidas na tentativa de segurar uma parte dos funcionários. Uma delas é pagar um bônus de R$ 60 por cada processo concluído (análise de pedido de benefício). A outra é inaugurar no INSS o chamado teletrabalho, que vai permitir que o servidor analise os documentos de casa, sem precisar se deslocar até as agências.

A nova modalidade de trabalho deve ser anunciada nesta quinta-feira pelo presidente do INSS, Edison Garcia, e entrará em vigor imediatamente. Já o bônus dependerá da edição de medida provisória (MP).

– As duas medidas são instrumentos para estimular os servidores a continuarem na ativa. O teletrabalho, por exemplo, é um modelo moderno que alia produtividade e qualidade de vida para os servidores, disse Garcia.

O INSS tem 32.879 servidores, sendo que 11.355 já terão completado os requisitos para se aposentar em janeiro. Com o estímulo da incorporação da integralidade da gratificação no benefício, a expectativa é que todos entrem com pedidos de aposentadoria. Segundo Garcia, há risco de que algumas agências fiquem praticamente vazias.

Impacto de R$ 100 milhões

A preocupação com a iminente debandada no INSS foi levada a integrantes da equipe do presidente eleito, Jair Bolsonaro. O entendimento é que é preciso adotar uma medida emergencial para evitar que a população fique sem atendimento, no início do novo governo. Soluções tradicionais, como realizar um concurso público para repor o pessoal, além de elevarem as despesas da União, levariam tempo para surtir efeito, porque o processo é demorado e os aprovados precisariam ser treinados.

Com a criação do bônus, o objetivo é convencer os servidores experientes a adiarem a aposentadoria por até cinco anos, explicou Garcia. Segundo ele, o impacto para as contas públicas seria de R$ 100 milhões por ano. A cifra é inferior ao gasto da União com pagamento de juros e correção para os benefícios quando os processos demoram mais de 45 dias para serem concluídos. Neste ano, o gasto deverá superar R$ 200 milhões.

Garcia admite que a produtividade atual do INSS é baixa, de apenas 2,5 processos por dia. A ideia do bônus é triplicar, e até quadruplicar, esse número, o que resultaria em economia à União. O servidor que aderir terá que entregar, no mínimo, seis processos por dia e, a partir do sétimo, receberia R$ 60 por cada tarefa concluída. Dependendo da produtividade, o ganho adicional no salário pode chegar a R$ 6 mil, afirmou Garcia.

No caso do teletrabalho, serão definidos critérios para a adesão dos servidores, sempre mantendo um efetivo mínimo de 60% nas agências do INSS. Esses funcionários também poderão receber o bônus por processo.

Segundo um técnico da futura equipe econômica, o bônus é um remendo para que o chamou de decisão absurda, tomada na gestão da ex-presidente Dilma Rousseff, de autorizar a incorporação da gratificação paga a quem está na ativa. Os servidores conseguiram esse privilégio durante uma greve em 2015.

Até então, eles perdiam metade da gratificação ao se aposentar. Na época ficou acertado que os servidores incorporariam gradativamente a gratificação ao se aposentar – passou de 50% para 67%, em 2017; para 85%, em 2018; e chegará a 100% em 2019.

Além do risco de apagão de mão de obra, o INSS tem outros problemas, conforme diagnóstico apresentado ao novo governo. Há 1.704 agências de atendimento em todo o pais, o que deixa descobertos 3.866 municípios. Além disso, quase 70% delas contam com um sistema de internet muito lento, o que exige investimentos em tecnologia. O investimento previsto para este ano foi de apenas R$ 27,6 milhões para todo o país. A partir de janeiro, o órgão será transferido do Ministério do Desenvolvimento Social (MDS) para o Ministério da Economia. Com informações de O Globo.

Brasil : BAILARINA
Enviado por alexandre em 19/12/2018 18:34:05

Ex-bailarina do Faustão revela salário e o que gera demissão do programa

Kamilla Covas nunca foi bailarina de formação, mas fez parte do corpo de balé do “Domingão do Faustão” durante cinco anos. Em janeiro de 2013, ela entrou numa lista de dispensa com mais sete colegas e, oficialmente, a saída delas acabou sendo divulgada como uma renovação. Hoje, no entanto, ela acredita que há outra razão.

“Quem aparece demais é demitida. Todas as meninas que saem muito na mídia por conta de trabalhos ou de polêmicas não demoram muito para serem dispensadas. É só fazer uma pesquisa, gente! Não preciso citar nomes e, hoje, eu tenho a consciência disso”, afirma a agora estudante de Odontologia, de 30 anos.”Eu tinha acabado de fazer um ensaio nu e estava com uma agenda lotada de entrevistas, eventos, desfiles e isso acabou incomodando a produção. Faustão é muito discreto e não gosta de ver o nome dele na mídia de jeito nenhum. Isso é sabido e fica bem claro para todo mundo que trabalha com ele.”


Procurada, a Globo informou que as mudanças fazem parte de uma renovação natural do quadro de bailarinas do “Domingão do Faustão”.

Mãe de Sofia, de quem estava grávida de três meses na época da dispensa, Kamilla nunca mais viu o apresentador e perdeu completamente o contato com as ex-colegas de palco. Também deixou de assistir com frequência o programa.

“Fui readmitida logo depois porque avisei sobre a gravidez. Não entrei na Justiça como outras meninas que alegaram assédio moral. Não sofri, mas eu mesma presenciei duas delas serem chamadas de ‘gordas’ por pessoas próximas ao apresentador. Fiquei seis meses de licença-maternidade, e não fui chamada de volta. Outras meninas voltaram depois de filhos. Por que eu não? Fiquei magoada”, assume.

“Existe uma panela das preferidas. Normal. Em todo lugar é assim.”

Ex- bailarina do programa do “Faustão”, ela foi capa da revista “Sexy” no final de 2012Imagem: Onofre Veras/AgNews

Kamilla começou no Faustão como figurante de plateia e, de tanto pedir uma oportunidade para o coreógrafo Sylvio Lemgruber , conseguiu fazer um teste para bailarina. Durante um ano, ela fez três, passou apenas no último e ainda ficou dois meses ensaiando as 60 coreografias antes de entrar ao vivo. Ela conta que sua experiência era quase nenhuma: apenas dois meses de aulas de dança de salão.

“Antes de eu entrar, a produção era mais rígida com a questão da formação. Quando eu entrei, eles abriram um pouco o grupo e os requisitos básicos eram saber dançar, mostrar energia e ser simpática. Entrei nessa cota”, entregou, aos risos, a ex-bailarina.
Salário baixo

Apesar de toda badalação que envolve a função, Kamilla revela que o salário não é lá grande coisa. Segundo ela, seu último salário líquido foi R$ 2.500. “Tínhamos todos os benefícios, claro, mas a remuneração mensal não era alta. Valia pena trabalhar lá pela exposição e a possibilidade de outros trabalhos como presenças VIP, desfiles e campanhas publicitárias, por exemplos. Eu ganhava em média R$ 1.000 por duas horas em um evento e o dobro para posar nos ensaios.”

Depois da saída da Globo, Kamilla ainda tentou trabalhar como modelo e assistente de palco de outros programas como o “Pânico” e “Programa do Sílvio Santos”. Paralelamente começou a pensar em uma carreira mais sólida e entrou primeiro para a faculdade de enfermagem, mas trocou por odontologia.

“Tenho me concentrado mais nos estudos e continuo fazendo, de vez em quando, alguns trabalhos como modelo. As pessoas ainda me reconhecem, bem menos agora do que da época que sai do Faustão. Graças a Deus, isso tem facilitado a minha vida. O que eu quero agora é trabalhar em uma novela na Record ou ser bailarina do Silvio Santos. Cheguei a fazer um teste, passei. mas não pude aceitar. Quero fazer alguns contatos e esperar ser chamada novamente. Na Record, você faz um teste e lá mesmo existe uma oficina. Seria ótimo”.
Reprodução/Instagram/@millacovas

Kamilla Covas quer trabalhar no SBT com Silvio Santos. “Fiz um teste e agora estou na torcida”


Fonte: UOL

Créditos: UOL


Brasil : RACIONAL
Enviado por alexandre em 18/12/2018 21:53:50

Uso de água no Brasil deve crescer 24% até 2030

Na próxima década, o aumento do consumo de água tratada no Brasil é um dos fatores que deverá amplificar os problemas causados pelas estiagens prolongadas e a precária infraestrutura nacional de distribuição. Até 2030, o uso da água terá um crescimento de 24% sobre o volume atual, resultado do processo de urbanização, expansão da indústria, agronegócio e economia.

A informação faz parte do estudo Conjuntura dos Recursos Hídricos – 2018. A reportagem teve acesso aos principais dados do levantamento elaborado anualmente pela Agência Nacional de Águas (ANA). O material deve ser divulgado nesta semana.

A retirada total de água no País para consumo foi de 2.083 metros cúbicos por segundo (m³/s) em 2017. O principal destino dessa água foi o agronegócio. A irrigação respondeu por 52% do volume total, além de outros 8% serem utilizados para a criação de animais. O abastecimento humano nas cidades representou 23,8% do consumo, seguido pela indústria (9,1%), usinas termoelétricas (3,8%), abastecimento rural (1,7%) e mineração (1,6%).

As regiões hidrográficas que apresentam a maior retirada são as da bacia do Rio Paraná (496 m³/s), seguida pela bacia do Atlântico Sul (305 m³/s) e pela bacia do São Francisco (282 m³/s). Juntas, essas regiões são responsáveis por aproximadamente 52% da retirada total de água no Brasil.

Marcelo Cruz, diretor da ANA, afirma que a projeção de crescimento é preocupante, apesar de o País ter registrado um avanço de 80% no total de água nas últimas duas décadas. “A perspectiva de crescimento é elevada e inspira um sinal de alerta, para que tenhamos uma gestão compatível. Não significa que estejamos em um cenário fora do controle, porque nossos números de oferta de água são confortáveis”, diz Cruz. “Por outro, há muito a ser feito. Mais da metade das águas que retiramos dos nossos mananciais e produzimos não chega ao consumidor, por problemas de infraestrutura.”

Reservatórios

As chuvas de 2018 têm colaborado para a recuperação de alguns dos maiores reservatórios de água do País, como Sobradinho (BA) e Furnas (MG), apesar dessas barragens necessitarem de mais algumas temporadas com grande precipitação para recuperarem seus níveis regulares.

Há exatamente um ano, o lago de Sobradinho, principal reservatório da Região Nordeste, localizado no Rio São Francisco estava com apenas 4% de sua capacidade total de água. Hoje esse volume está em 29%. O reservatório de Furnas, o “mar de Minas” que banha 34 municípios mineiros, estava com 10% de seu volume máximo de água um ano atrás. Hoje acumula 24% em sua barragem.

Neste ano, as precipitações também têm sido favoráveis ao reservatório do Rio Descoberto, lago localizado a 50 quilômetros de Brasília, que abastece mais de 60% do consumo do Distrito Federal. Um ano atrás, o Descoberto agonizava com só 5,3% de seu potencial.

Nesta segunda-feira (17), conforme dados da Agência Reguladora das Águas (Adasa) do DF, chegou a 97% de sua capacidade. A melhora levou a agência a anunciar que, a partir da próxima sexta-feira será declarado o fim da “situação crítica de escassez hídrica” no Distrito Federal. O governo do DF havia oficializado a situação crítica do abastecimento dois anos e três meses atrás, em 16 de setembro de 2016. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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