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Brasil : AMARELAS
Enviado por alexandre em 10/12/2021 23:03:00

Qual é o significado da tampinha amarela nas garrafas de coca-cola?

Fortalecendo a marca no mercado de refrigerantes há gerações, a Coca-Cola é notoriamente uma superpotência no segmento. Isso, consequentemente, significa que a marca sabe se posicionar comercialmente para atrair o maior número de consumidores e constantemente se repagina para cumprir todo tipo de tendência.

 

Então, você já deve ter notado que em algumas épocas do ano a tampinha das garrafas de Coca mudam da cor vermelha para a amarela, certo? Por mais insignificante que essa transformação de visual pareça, ela carrega uma forte tradição por trás.

 

Nós te contaremos mais sobre esse tema durante este texto!

 

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Feriado judaico 

 

(Fonte: Internet/Reprodução)

 

Se você não conhece a Pessach, também chamada de "Páscoa Judaica", ela é um feriado judaico que celebra a libertação dos hebreus da escravidão do Egito e acontece durante a primavera no Hemisfério Norte, durando um total de 7 dias. Nesse período, os judeus são proibidos de possuir ou consumir alimentos fermentados, o que inclui 5 grãos principais: trigo, espelta, aveia, centeio e cevada. É comum também que alguns judeus reconheçam outra categoria de alimentos proibidos (conhecidos como kitniyot), que inclui milho, arroz e feijão.

 

Mas o que isso tem a ver com a Coca-Cola? Na maior parte do ano, a fórmula do refrigerante contém xarope de milho, fazendo o produto não ser apropriado para consumo na Pessach (ou um alimento kosher), principalmente para as comunidades com descendência da Europa oriental.

 

Por conta disso, a Coca-Cola decidiu temporariamente substituir o xarope de milho na sua receita por açúcar, fazendo que a bebida se torne apta ao consumo dos judeus. E, para marcar essa alteração, a empresa utiliza as famosas tampinhas amarelas como demarcação.

 

Mudança de posicionamento

 

(Fonte: Internet/Reprodução)

Imagens: Reprodução

 

Toda essa transformação no posicionamento da Coca-Cola aconteceu em 1935, quando Tobias Geffen, um rabino ortodoxo residente de Atlanta (EUA), decidiu categorizar a bebida como um produto kosher. Logo, Geffen passou a lutar para que o refrigerante pudesse ser consumido dentro das tradições judaicas.

 

No mesmo ano, ele conseguiu convencer a Coca-Cola de que seria benéfico para a empresa realizar adaptações na fórmula de seu produto entre os meses de março e abril. “Porque a Coca-Cola já foi aceita pelo público em geral neste país e no Canadá, tornando-se um problema insuperável induzir a grande maioria dos judeus a se abster de tomar essa bebida. Então, eu tentei fervorosamente encontrar um método que permitisse o seu consumo”, declarou Geffen na época.

 

 

E logo o produto se tornou um sucesso. Mesmo que seja voltado à comunidade judaica, a Coca-Cola de tampinha amarela é a favorita de alguns consumidores pelo sabor diferenciado ou simplesmente pelo fato de evitar o xarope de milho com alto teor de frutose. Para não perder a participação no segmento, diversos outros fabricantes — como Sprite e Pepsi — também têm adotado técnicas similares nos últimos anos.

 

Fonte: Mega Curioso

Brasil : FARINHAS DO NORTE
Enviado por alexandre em 10/12/2021 15:00:37

Farinha d' água Farinha ovinha? Conheça as diferenças das farinhas de mandioca

Quem mora ou já visitou as cidades da Região Norte, principalmente nos Estados do Amazonas e Pará, se deparou com um ingrediente essencial na culinária amazônica, a famosa farinha uarini. A mais conhecida de todas é a farinha ovinha, com grãos pequenos e uma crocância única. Mas você sabia que ela não é o único tipo de farinha de mandioca produzida?

O Portal Amazônia entrevistou o presidente da Associação de Moradores e Usuários da RDS Mamirauá Antônio Martins (AMURMAM), Raimundo Rodrigues, e líder do projeto da Farinha Ribeirinha.

De acordo com Raimundo, existem três tipos de farinha: ovinha, filé e amarela. Todas três têm quase as mesmas etapas na produção.

Foto: Reprodução / Provando o mundo

Uarini

A farinha do tipo uarini é uma farinha de mandioca fermentada, também conhecida como farinha de bolinha, ova ou ovinha, já que a sua aparência lembra as ovas dos peixes da região amazônica. Ela é fabricada no interior do Amazonas, nos municípios de Uarini, próximo a Tefé, e Alvarães, e mais 18 comunidades ribeirinhas. Elas são produzidas dentro da Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) Mamirauá.

Foto: Dirce Quintino / FAS

Filé e farinha d'água

A farinha filé é uma farinha fina onde todos os caroços são quase iguais, já no caso da farinha mais ovinha. Seus caroços são um pouco mais grossos do que o filé, com um gosto crocante, diferente da farinha amarela, conhecida também como farinha d'água, que consiste em caroços grossos e um gosto mais amargo.

Farinha Amarela. Foto: Reprodução /Shopee

Produção

A farinha é feita em etapas. Primeiro, ocorre a coleta da mandioca da roça para depois transportá-la para uma caixa, que é colocada em um igarapé de água corrente, ou em um tanque de 1000 litros, para fermentar, amolecer e soltar a casca, deixando a mandioca de molho por três dias. 

Após esse período, é descascada a mandioca seguindo para o processo de serva, onde ela é triturada para ficar melhor de enxugar. Depois se inicia o processo para prensagem e secagem do tipiti, para ser peneirado, e passado para o processo de embolar, feito por um maquinário de alumínio em formato cilíndrico, onde se coloca a massa peneirada dentro para ficar rodando até criar bolinhas.  Esse processo dura cerca de quatro minutos. Depois o material é colocado no forno para torrar, o que dura entre 45 a 50 minutos.

Foto: Dirce Quintino / FAS

As farinhas vão ser diferentes pela forma e tamanhos que os caroços se formam. Apesar de serem produzidas pela mandioca, os gostos de ambas também se diferenciam umas das outras. Isso acontece, pois existem outras espécies de maniva e o modo de preparo das farinhas, trazendo seu gosto característico.

O que diferencia umas das outras, está no processo de peneirar a massa. Nos casos das farinhas filé e ovinha, são utilizadas tipos específicos de peneiras para que elas tenham o tamanho ideal. Enquanto a chamada farinha amarela não passa pelo processo de embolar, indo direto para o processo de torrificar a farinha. Por isso, os grãos são mais grossos do que a farinha ovinha, por exemplo. Visualmente é possível perceber, já que no caso da farinha amarela, os grãos possuem formas mais irregulares.

A farinha d'água possui um gosto mais ácido e é descrita por algumas pessoas como "de estufar a barriga" ao comê-la. Mas por que isso acontece?

Segundo Raimundo, o gosto ácido se dá por conta do processo da mistura da massa puba e a mandioca dura. A massa puba é uma massa extraída da mandioca fermentada, resultado da fermentação natural das raízes da mandioca junto a microorganismos que auxiliam no amolecimento das raízes. Tem aspecto semelhante à goma de tapioca, cheiro ácido e sabor azedinho. Essa massa é feita após o processo de molho, depois de ser descascada e passado pela serva.


Vídeo: aprenda como ticar peixes da Amazônia

Quem vê assim, o peixe no prato, não imagina o trabalho que dá. Mas o preparo começa muito antes da cozinha. Antes de chegarem nas casas dos amazônidas, o pescado passa por um tratamento, onde os feirantes limpam os peixes, que na linguagem popular é ticar.

O termo ticar significa remover as espinhas do peixe, além de retirar as vísceras e guelras, mas se você tem um pescado e não sabe por onde começar, o Portal Amazônia te mostra a melhor maneira de tratá-lo. Assista ao vídeo e aprenda a melhor maneira de tratar um peixe:

Ficou na duvida de como tratar um peixe? O Portal Amazônia fez uma lista com dicas do experiente Chef Mota para você não se perder no processo:

1. Peixes Frescos

Tente ser rápido e tratar peixes ainda frescos. É importante selecionar bem quando for a feira ou mercado. Dessa forma, o sabor da carne do peixe é preservado.

2. Use uma faca de corte

Existem inúmeras facas na cozinha profissional para as mais diferentes trabalhos com peixes. O ideal numa cozinha comum é encontrar facas de cortes retos que tenham uma ponta afiada.

3. Saiba o que você quer fazer

Antes de fazer os cortes, pense no que você quer fazer. É um escalope, um filé, à milanesa, sushi ou uma caldeirada? Você vai utilizar o couro ou as escamas? A partir disso é possível fazer o melhor corte, ao tirar filés do peixe ou simplesmente retirar as espinhas.

4. Descamar

Existem tipos diferentes de descamação para diferentes tipos de peixe na Amazônia. Para peixes de escamas é preciso utilizar uma faca de filetar para raspar as laterais do peixe. A descamação vai do rabo para a cabeça no sentido inverso às escamas. Para peixes de couro é possível raspar com mais profundidade tirando totalmente a pele do peixe e deixando apenas a carne.

5. Tirar a espinha

A faca de desossar é ideal; começando rente à espinha do peixe. Dessa forma é possível retirar tudo sem prejudicar o filé.

6. Grandes ossos

Alguns peixem tem grandes e fortes ossos, às vezes bem presos a espinha, como a cabeça por exemplo. Nessas situações um cutelo é a peça mais indicada para quebrar a espinha na região desejada.

7. Entranhas

Para retirar as entranhas utilize a faca de filetar para abrir a parte debaixo do peixe e retirar com cuidado todos os órgãos. Retira-se porque ela pode atrapalhar diretamente no sabor da carne.

8. A textura do corte

Utilize a faca de filetar para fazer escalopes e filés retirados das laterais do peixe, rente a espinha. A maioria dos peixes podem ser cortados em temperatura ambiente. Entretanto, peixes como o Pescado, o Surubim ou o Pintado tem uma carne extremamente tenra, o que dificulta na hora do corte. Para esses peixes, exclusivamente, é recomendado que não estejam nem muito congelados, nem descongelados totalmente. Nesse ponto é possível fazer cortes mais precisos.

VEJA VÍDEO:https://portalamazonia.com/cultura/gastronomia/video-aprenda-como-ticar-peixes-da-amazonia



Brasil : SURINAME/TURISMO
Enviado por alexandre em 10/12/2021 14:55:48

Países esquecidos da Amazônia: conheça o que há de encantador no Suriname

O Portal Amazônia segue com a série de matérias sobre os Países Esquecidos da Amazônia, para apresentar as peculiaridades, pontos turísticos e boas dicas do que fazer, se escolher, dessa vez, o Suriname para explorar



O Portal Amazônia segue com a série de matérias sobre os Países Esquecidos da Amazônia, para apresentar as peculiaridades, pontos turísticos e boas dicas do que fazer, se escolher, dessa vez, o Suriname para explorar. Vem com a equipe do Portal Amazônia conhecer mais da nossa diversidade regional.

O Suriname, assim como a Guiana e a Guiana Francesa, é um país que faz parte da Amazônia Internacional. Oficialmente chamado de República do Suriname, ele é considerado o menor país da América do Sul. Foi colonizado por espanhóis e ingleses, mas principalmente pelos holandeses, e teve sua independência em 1975.
Foto: Divulgação
A população do Suriname é concentrada na região costeira, e as estimativas apontam 558 mil habitantes. O Índice de Desenvolvimento Humano é 0,720, que é considerado alto. A maioria da população é cristã e se divide entre protestantes e católicos.

O Clima é temperado equatorial, e por lá a língua oficial é o neerlândes ou holandês, mas existem outras como o javanês, e também o surinamês, bem difundido no país, e na capital, Paramaribo, o inglês é a língua que mais falam. A economia é movimentada pelos recursos minerais, de lá saem ouro, bauxita, alumínio e outros minérios.

Saúde

A malária é bem incidente em áreas de floresta no Suriname, assim como a febre amarela, a dengue, a esquistossomose, e a chikungunya, além da AIDS que continua como um dos maiores problemas de saúde pública, principalmente em região de garimpo.

A rede de saúde é pública, mas são poucas opções tanto de hospital e ambulâncias, quanto de especialistas. E no casos dos brasileiros, precisam estar com a autorização de estada (stay permit) para receber o antendimento gratuito, caso não esteja, deverá arcar com todos os custos dos procedimentos médicos.
Foto: Divulgação
Vistos e passaporte

Para viagens de 30 dias, não há requisitos especiais para a permanência no país, desde que concedida automaticamente no passaporte quando da entrada.

Já para a permanência entre 30 e 90 dias, é necessário ir até a Polícia do Suriname, fazer a solicitação, ainda dentro do prazo de permanência inicial, que é de 30 dias. Se for ultrapassar esse período, é necessário fazer um novo pedido, agora ao Departamento de Imigração, o Hoofd Afdeling Vreemdelingen Zaken, do Ministério da Justiça e Polícia.
Foto: Divulgação
Pontos Turísticos

Dos atrativos turísticos, a capital Paramaribo é recheada de museus, igrejas, parques, cachoeiras e contato com a natureza. E a relação com o Brasil vai além de um acordo de cooperação e assistência técnica, lá eles tem um bairro brasileiro chamado "Little Belém".

Entre os pontos turísticos está o Fort Zeelandia, que é uma área de fortificação criada para defender a cidade ainda no século XVII, e no século XX foi usado como prisão. Desde 2004, o local se tornou um museu. Outro local que vale a visita é o Palácio Presidencial (Gouvernementsgebouw), criado em 1730, que é a casa oficial do presidente do país.
Foto: Divulgação

O Paramaribo Zoo é uma das opções de contato com os animais da flora e fauna amazônica no país. Ele é o único zoológico no Suriname. Um dos parques que valem a visita é o Palmentuin (Jardim das Palmeiras), que concentra mais de mil palmeiras imperiais, uma ótima pedida para fotos e descanso.

A Saint Peter and Paul Cathedral (Catedral de São Pedro e São Paulo) foi feita toda em madeira, e é considerada a maior com esse tipo de construção. Só funciona pela manhã e tem regras para entrada, entre elas, não é permitido camisetas sem mangas, shorts, saias acima do joelho, e alimentos. Além dessa catedral há templos de outras religiões, entre eles uma sinagoga, uma mesquita, e um templo hindu, o Arya Dewaker Hindu Temple.

A viagem pode ser complementada por passeios em trilhas, como um tuor de tartarugas marinhas, uma excursão a montanha, tuor de quad e zipline, observação de golfinhos, e mercados, como o Central Markt.
Foto: Divulgação

C
omo chegar?

Não existem ligações por terra do Brasil com o Suriname direto, mas, pelas Guianas sim, tanto da Inglesa, quanto da Francesa, e há trajetos de ônibus, inclusive.

Para chegar à Paramaribo, há vôos as terças e sextas-feiras entre Belém e a capital do Suriname, operados pela Surinam Airways. E dependendo da época do ano, o trecho ida e volta pode sair a partir de $330 dólares.

Consulados

Antes de embarcar, é importante passar no Consulado do país, e tirar todas as dúvidas, pois as regras mudam constantemente. Confira os locais:

Embaixada da República do Suriname - Brasília
surinameemb@terra.com.br
Endereço: SHIS QI 9 conjunto 8 casa 24 – Lago Sul
CEP: 71.625-080 - Brasília / DF
Tel: (61) 3248-3595 / 6706
Fax: (61) 3248-3791


Consulado Geral do Suriname em Belém
cons.belem@foreignaffairs.gov.sr
Vice-Cônsul Sra. Claudia Irene Lucille Zeefuik
Endereço:Avenida Governador José Malcher, no. 108 Nazaré, CEP 66.035-065, Belém-PA
Tel: (91) 3241-0654
Fax: (91) 3242-6900


Consulado Geral do Suriname em São Paulo
consuladodosuriname.saopaulo@bol.com.br
Cônsul-Honorário Sr. Luiz Carlos Szymonowicz
Endereço: Avenida Angélica 819, Conjunto 71 Santa Cecília, CEP 01.227-000, São Paulo_SP
Tel: (11) 3884-7868
Fax: (11) 3884 8269


Consulado Geral do Suriname no Rio de Janeiro
consulado.suriname_rj@yahoo.com.br
Cônsul-Honorário Sr. Jorge José González Séba
Endereço: Rua Desembargador Alfredo Russel 160/103 Leblon, Rio de Janeiro-RJ
Tel: (21) 98471 6715 / 98194-2688
Fax: (21) 3796-7822

Brasil : ANTIVIRAIS
Enviado por alexandre em 08/12/2021 23:57:19

Medicamentos antivirais surgem como esperança para mudar rumo da pandemia

Pesquisadores consultados pela CNN explicam como remédios que combatem a replicação do vírus — como o molnupiravir (da MSD) e o Paxlovid (da Pfizer) — atuam no organismo e podem garantir eficácia contra a Covid e traçam paralelo com o antiviral Tamiflu, na pandemia de 2009

Medicamentos antivirais reduzem as chances de hospitalização e de mortes em estudos
Medicamentos antivirais reduzem as chances de hospitalização e de mortes em estudos Christina Victoria Craft/Unsplash

Lucas Rochada CNN

Os medicamentos antivirais utilizam diferentes mecanismos com o objetivo de frear a ação dos vírus. Alguns contam com propriedades que impedem os microrganismos de invadir as células humanas, parte fundamental do processo de infecção. Outros agem diretamente sobre as informações genéticas do vírus, enfraquecendo a replicação viral.

O objetivo final é o mesmo: preservar o organismo e impedir a evolução e o agravamento da doença. Para que isso aconteça, os medicamentos precisam ser utilizados ainda na fase inicial da infecção — de preferência, entre o primeiro e o quinto dia do aparecimento dos sintomas. Isso porque a ação dos antivirais está condicionada à presença de uma maior quantidade de vírus no organismo, ou seja, uma alta carga viral.

Os primeiros medicamentos contra o novo coronavírus, com eficácia cientificamente comprovada, foram desenvolvidos em 2021. Pesquisadores consultados pela CNN explicam como eles funcionam e como poderão transformar a pandemia de Covid-19.

“Estamos perto de um tratamento precoce para impedir que a Covid se agrave”, resumiu o médico Drauzio Varella, em sua coluna no jornal Folha de S.Paulo.

“Desde o começo da pandemia, com um vírus novo, se busca uma medicação com ação antiviral. Ou seja, você prescreve a medicação para alguns grupos de pacientes e, especialmente em uma fase que o vírus circula no organismo, para que ele, consiga eliminar a replicação do vírus e, assim, diminuir todos aqueles gatilhos de inflamação e complicação no pulmão”, explica o médico Álvaro Furtado, infectologista do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (USP).

Os efeitos da Covid-19 no corpo podem ser divididos em duas fases. A primeira consiste na fase viral, que reúne sintomas comuns de outras viroses, como dor no corpo, dor de cabeça, coriza, mal estar e febre.

Conforme a doença avança, por volta do sétimo dia da infecção, tem início a fase inflamatória, na qual os antivirais já não têm o mesmo efeito.

Nesse momento, os médicos utilizam outros recursos como corticoides ou anticorpos monoclonais com o objetivo de controlar a inflamação e impedir a evolução para os quadros graves da doença.

A médica infectologista Rosana Richtmann, do Hospital Emílio Ribas, de São Paulo, destaca que o uso dos antivirais irá reforçar a necessidade de testagem e diagnóstico precoce da Covid-19.

Nós temos um antiviral, o molnupiravir, que consegue atrapalhar o vírus em sua replicação. Ele faz uma replicação embaralhada, que não consegue ser reconhecida e ir pra frente. Quanto mais precoce a administração, melhor. Se você deixa para os antivirais com a doença adiantada, no sexto ou sétimo dia, acaba tendo o risco de a cadeia inflamatória já ter sido iniciada”, explica Rosana.

“É a primeira medicação oral aprovada para impedir a progressão para as formas graves da Covid”, lembra Drauzio Varella sobre o molnupiravir no mesmo artigo da Folha.

Molnupiravir é testado no Brasil

O molnupiravir é um antiviral produzido pela farmacêutica MSD (Merck Sharp & Dohme), de administração por via oral, que atua impedindo a replicação do novo coronavírus ao introduzir erros no código genético do vírus.

“O material genético do vírus é composto por várias letras. Os medicamentos antivirais são análogos a essas letrinhas, só que vão dar uma bagunçada no ‘manual de instrução’ do vírus”, explica o microbiologista Luiz Almeida, do Instituto Questão de Ciência.

“No processo de replicação, o vírus tem que replicar o próprio genoma, produzir novas proteínas, empacotar novamente para produzir novas partículas virais. Nesse processo, se vier uma letrinha errada, dá uma bagunçada geral no vírus.”

O medicamento está em avaliação em estudos globais de fase três, com testes em diferentes países, incluindo o Brasil.

No país, os testes foram realizados em sete centros: três em São Paulo (dois na capital e um em São José do Rio Preto), Brasília (DF), Belo Horizonte (MG), Curitiba (PR) e Bento Gonçalves (RS).

O estudo denominado MOVe-OUT (MK-4482-002) avalia a utilização do molnupiravir como tratamento nos primeiros cinco dias de sintomas. A análise preliminar apontou que o medicamento reduziu em aproximadamente 50% o risco de hospitalização ou morte.

Ao todo, o ensaio contou com a participação de 762 voluntários que foram divididos em dois grupos: uma parte recebeu o medicamento em teste; a outra recebeu o placebo, uma substância sem qualquer efeito para o organismo.

De acordo com a MSD, 7,3% dos pacientes que receberam molnupiravir foram hospitalizados ou morreram (28 pacientes de 385), em comparação a 14,1% dos pacientes tratados com placebo (53 pessoas de 377).

A partir do sequenciamento genômico viral, os pesquisadores verificaram que o medicamento também demonstrou eficácia diante das variantes do novo coronavírus, incluindo a Gama, a Delta e a Mu.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) informou que recebeu, no dia 26 de novembro, o pedido de uso emergencial do molnupiravir da MSD. Segundo a Anvisa, o prazo de avaliação é de até 30 dias.

A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) informou que o Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos/Fiocruz) está em diálogo avançado com a MSD para definir parcerias para o desenvolvimento de estudos conjuntos.

Na quarta-feira (1º), consultores da Food and Drug Administration (FDA), órgão semelhante à Anvisa nos Estados Unidos, votaram a favor da recomendação do uso emergencial do molnupiravir contra a Covid-19 no país. Caso a autorização seja concedida, o medicamento será o primeiro tratamento antiviral oral no enfrentamento à doença nos Estados Unidos.

Medicamento da Pfizer

A farmacêutica Pfizer, que também conta com a vacina contra a Covid-19 amplamente aplicada no mundo, atua no desenvolvimento do antiviral Paxlovid.

O medicamento, chamado tecnicamente de ritonavir, utilizado no tratamento do HIV, faz parte da classe de inibidores de protease, que são substâncias capazes de inibir a ação de enzimas associadas à replicação viral.

Em novembro, a Pfizer informou que o medicamento oral reduziu os riscos de hospitalização e de morte em 89% em pacientes de alto risco para a Covid-19. O tratamento experimental considera a utilização de três comprimidos, administrados duas vezes ao dia, por três dias.

Nos testes clínicos, a Pfizer avaliou 1.219 pacientes diagnosticados com a Covid-19, com sintomas brandos a moderados, com pelo menos um fator de risco para a forma grave da doença, como obesidade e idade avançada.

De acordo com o comunicado da farmacêutica, nenhum voluntário havia morrido depois de 28 dias de tratamento.

“O grupo de pesquisadores independentes encarregado de acompanhar os dados suspendeu o estudo precocemente, porque os resultados entre os que receberam a droga foram tão superiores que seria antiético prosseguir com ele”, conta o dr. Drauzio.

O preço de contrato da MSD/Merck nos Estados Unidos para o molnupiravir é de US$ 700 (cerca de R$ 3.862) para um período de cinco dias de terapia. Já a Pfizer ainda não definiu o preço do tratamento, mas afirma que deve ser próximo do valor do rival molnupiravir.

Por que é difícil produzir um antiviral

Os vírus são estruturas microscópicas muito simples, com alta capacidade de mutação. As proteínas utilizadas por cada vírus na interação com o organismo humano durante o processo de infecção também são diferentes.

O SARS-CoV-2, nome técnico do coronavírus, conta com a proteína Spike como a chave de ligação do vírus para a entrada nas células. Já o vírus influenza, causador da gripe comum, tem como elemento de associação com as células as enzimas chamadas neuraminidase.

O perfil único de cada vírus faz com que um antiviral que funciona para a gripe, como o oseltamivir, não tenha nenhum efeito benéfico para o tratamento da infecção pelo novo coronavírus, por exemplo.

Além do investimento financeiro, um desafio para o desenvolvimento de novos medicamentos são as diferentes fases de testes pré-clínicos (em animais) e clínicos (com humanos), com o objetivo de avaliar a eficácia, segurança e dosagem adequada das substâncias utilizadas —o que leva tempo.

“Os antivirais têm de ser mais específicos para aquela doença e aquele vírus. Não é tão fácil quanto um antibiótico usado contra bactérias, por exemplo. Por isso, temos poucos antivirais no mercado”, explica Almeida.

O diferencial do Tamiflu

No dia 11 de junho de 2009, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou situação de pandemia de influenza devido ao impacto em grande escala causado por uma linhagem do vírus A (H1N1).

Os impactos da pandemia de gripe provocaram a morte de mais de 570 mil pessoas em todo o mundo, de acordo com um estudo publicado por pesquisadores dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), dos Estados Unidos, no periódico científico Lancet Infectious Diseases, em 2012.

Com o mesmo objetivo de prevenir infecções graves e mortes, cientistas trabalharam na atualização do antiviral oseltamivir, conhecido comercialmente como Tamiflu. De acordo com os especialistas, o medicamento contribuiu, de forma complementar às vacinas, para a redução no número de mortes na pandemia de 2009 no mundo, também conhecida como “gripe suína”. 

O microbiologista Luiz Almeida explica que o Tamiflu tem como mecanismo de ação a inibição de uma enzima chamada neuroaminidase do vírus da gripe. A atividade dessa proteína é essencial para a entrada do vírus nas células humanas e para a liberação de partículas virais formadas a partir de células infectadas.

“O Tamiflu tem um mecanismo de impedir que o vírus entre nas células. Mas tem também uma limitação: não podemos dar uma dose cavalar desses remédios para as pessoas. Ele ajudou a controlar os casos de H1N1 que tivemos, mas não foi uma bala de prata, foi um auxílio a mais que tínhamos para combater o vírus da gripe naquela época”, diz Almeida.

O médico Valdez Madruga, infectologista, pesquisador do Centro de Referência e Treinamento DST/Aids-SP e um dos cientistas à frente do estudo da Pfizer, concorda que “o medicamento não substitui a vacina, mas é algo complementar”. “O medicamento, caso aprovado, formará uma proteção dupla para as pessoas vacinadas.”.

Baricitinibe e sotrovimabe: outros remédios, novos objetivos

Além dos antivirais, outros remédios já marcam sua importância no tratamento contra a Covid-19. Um deles é o baricitinibe, utilizado no Brasil para o tratamento de artrite reumatoide ativa moderada a grave e dermatite atópica moderada a grave. 

Aprovado em setembro pela Anvisa para tratar pacientes internados com Covid, a administração do medicamento só é autorizada em pacientes adultos hospitalizados que necessitam de oxigênio por máscara ou cateter nasal, ou que necessitam de alto fluxo de oxigênio ou ventilação não invasiva.

Já o sotrovimabe — desenvolvido pela farmacêutica britânica GSK em parceira com a americana Vir Biotechnology — revelou ser uma promessa contra pelo menos 37 mutações identificadas na proteína Spike do vírus da Covid-19. O anúncio foi feito pelo próprio laboratório nesta terça (7) e pode contribuir na luta contra a variante Ômicron.

“Dados pré-clínicos demonstram potencial de nossos anticorpos monoclonais serem efetivos contra a última variante, a Ômicron”, explicou o chefe científico da GSK, Hal Barron.


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Brasil : VIAGRA É BOM!
Enviado por alexandre em 08/12/2021 09:36:46

Estudo indica que Viagra pode ajudar a prevenir Alzheimer

Uma pesquisa publicada, nesta segunda-feira (6/12), na revista Nature Ageing aponta o sildenafil, princípio ativo do Viagra, como medicamente candidato para prevenir o mal de Alzheimer.

 

A partir da análise de um banco de dados de mais de 7 milhões de pacientes dos Estados Unidos, o estudo indica que o sildenafil pode estar associado à redução de 69% da incidência do problema entre usuários do medicamento.

 

Coordenada pela Clínica Cleveland, de Ohio (EUA), a pesquisa usou tecnologia computadorizada para rastrear e validar novos remédios como terapias potenciais para a doença.

 

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Os pesquisadores criaram ainda um modelo de células cerebrais derivadas de pacientes da doença. A partir do modelo, foi possível identificar que o princípio ativo do Viagra favoreceu o crescimento de células cerebrais e diminuiu a hiperfosforilação das proteínas tau – processo associado ao aparecimento de doenças neurodegenerativas.

 

 

Próximos passos

 

A Clínica Cleveland pretende aprofundar os estudos para testar a causalidade e confirmar os benefícios do sildenafil contra o mal de Alzheimer. Os pesquisadores reforçam, entretanto, a necessidade de cautela para os pacientes, pois, até aqui, a correlação não é resultado de testes clínicos com a aplicação direta da droga em voluntários. 

 

Fonte: Metrópoles

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