Países esquecidos da Amazônia: conheça o que há de encantador no Suriname
O Portal Amazônia segue com a série de matérias sobre os Países Esquecidos da Amazônia, para apresentar as peculiaridades, pontos turísticos e boas dicas do que fazer, se escolher, dessa vez, o Suriname para explorar
O Portal Amazônia segue com a série de matérias sobre os Países Esquecidos da Amazônia, para apresentar as peculiaridades, pontos turísticos e boas dicas do que fazer, se escolher, dessa vez, o Suriname para explorar. Vem com a equipe do Portal Amazônia conhecer mais da nossa diversidade regional.
O Suriname, assim como a Guiana e a Guiana Francesa, é um país que faz parte da Amazônia Internacional. Oficialmente chamado de República do Suriname, ele é considerado o menor país da América do Sul. Foi colonizado por espanhóis e ingleses, mas principalmente pelos holandeses, e teve sua independência em 1975.
A população do Suriname é concentrada na região costeira, e as estimativas apontam 558 mil habitantes. O Índice de Desenvolvimento Humano é 0,720, que é considerado alto. A maioria da população é cristã e se divide entre protestantes e católicos.
O Clima é temperado equatorial, e por lá a língua oficial é o neerlândes ou holandês, mas existem outras como o javanês, e também o surinamês, bem difundido no país, e na capital, Paramaribo, o inglês é a língua que mais falam. A economia é movimentada pelos recursos minerais, de lá saem ouro, bauxita, alumínio e outros minérios.
Saúde
A malária é bem incidente em áreas de floresta no Suriname, assim como a febre amarela, a dengue, a esquistossomose, e a chikungunya, além da AIDS que continua como um dos maiores problemas de saúde pública, principalmente em região de garimpo.
A rede de saúde é pública, mas são poucas opções tanto de hospital e ambulâncias, quanto de especialistas. E no casos dos brasileiros, precisam estar com a autorização de estada (stay permit) para receber o antendimento gratuito, caso não esteja, deverá arcar com todos os custos dos procedimentos médicos.
Vistos e passaporte
Para viagens de 30 dias, não há requisitos especiais para a permanência no país, desde que concedida automaticamente no passaporte quando da entrada.
Já para a permanência entre 30 e 90 dias, é necessário ir até a Polícia do Suriname, fazer a solicitação, ainda dentro do prazo de permanência inicial, que é de 30 dias. Se for ultrapassar esse período, é necessário fazer um novo pedido, agora ao Departamento de Imigração, o Hoofd Afdeling Vreemdelingen Zaken, do Ministério da Justiça e Polícia.
Pontos Turísticos
Dos atrativos turísticos, a capital Paramaribo é recheada de museus, igrejas, parques, cachoeiras e contato com a natureza. E a relação com o Brasil vai além de um acordo de cooperação e assistência técnica, lá eles tem um bairro brasileiro chamado "Little Belém".
Entre os pontos turísticos está o Fort Zeelandia, que é uma área de fortificação criada para defender a cidade ainda no século XVII, e no século XX foi usado como prisão. Desde 2004, o local se tornou um museu. Outro local que vale a visita é o Palácio Presidencial (Gouvernementsgebouw), criado em 1730, que é a casa oficial do presidente do país.
O Paramaribo Zoo é uma das opções de contato com os animais da flora e fauna amazônica no país. Ele é o único zoológico no Suriname. Um dos parques que valem a visita é o Palmentuin (Jardim das Palmeiras), que concentra mais de mil palmeiras imperiais, uma ótima pedida para fotos e descanso.
A Saint Peter and Paul Cathedral (Catedral de São Pedro e São Paulo) foi feita toda em madeira, e é considerada a maior com esse tipo de construção. Só funciona pela manhã e tem regras para entrada, entre elas, não é permitido camisetas sem mangas, shorts, saias acima do joelho, e alimentos. Além dessa catedral há templos de outras religiões, entre eles uma sinagoga, uma mesquita, e um templo hindu, o Arya Dewaker Hindu Temple.
A viagem pode ser complementada por passeios em trilhas, como um tuor de tartarugas marinhas, uma excursão a montanha, tuor de quad e zipline, observação de golfinhos, e mercados, como o Central Markt.
Como chegar?
Não existem ligações por terra do Brasil com o Suriname direto, mas, pelas Guianas sim, tanto da Inglesa, quanto da Francesa, e há trajetos de ônibus, inclusive.
Para chegar à Paramaribo, há vôos as terças e sextas-feiras entre Belém e a capital do Suriname, operados pela Surinam Airways. E dependendo da época do ano, o trecho ida e volta pode sair a partir de $330 dólares.
Consulados
Antes de embarcar, é importante passar no Consulado do país, e tirar todas as dúvidas, pois as regras mudam constantemente. Confira os locais:
Embaixada da República do Suriname - Brasília surinameemb@terra.com.br Endereço: SHIS QI 9 conjunto 8 casa 24 – Lago Sul CEP: 71.625-080 - Brasília / DF Tel: (61) 3248-3595 / 6706 Fax: (61) 3248-3791
Consulado Geral do Suriname em Belém cons.belem@foreignaffairs.gov.sr Vice-Cônsul Sra. Claudia Irene Lucille Zeefuik Endereço:Avenida Governador José Malcher, no. 108 Nazaré, CEP 66.035-065, Belém-PA Tel: (91) 3241-0654 Fax: (91) 3242-6900
Consulado Geral do Suriname em São Paulo consuladodosuriname.saopaulo@bol.com.br Cônsul-Honorário Sr. Luiz Carlos Szymonowicz Endereço: Avenida Angélica 819, Conjunto 71 Santa Cecília, CEP 01.227-000, São Paulo_SP Tel: (11) 3884-7868 Fax: (11) 3884 8269
Consulado Geral do Suriname no Rio de Janeiro consulado.suriname_rj@yahoo.com.br Cônsul-Honorário Sr. Jorge José González Séba Endereço: Rua Desembargador Alfredo Russel 160/103 Leblon, Rio de Janeiro-RJ Tel: (21) 98471 6715 / 98194-2688 Fax: (21) 3796-7822
Peixes ornamentais do Amazonas: Conheça prática que atrai entusiastas do mundo inteiro
A criação de peixes ornamentais tem uma importância econômica e sustentável. Atualmente, é uma das atividades extrativistas mais sustentáveis. Por ano, o Brasil exporta cerca de 20 milhões de peixes ornamentais de água doce.
Quem já assistiu 'Procurando Nemo', filme de 2003 dos estúdios Pixar, provavelmente deve ter ficado encantado com a beleza do peixe-palhaço (Amphiprioninae), o Nemo. Esse animal, na verdade, é uma espécie de peixe ornamental, que são espécies de peixes com cores e formas exuberantes vendidos e criados como "pets". Além disso, o peixe ornamental é caracterizado pela facilidade de manutenção em recipientes e representa fonte de subsistência para pescadores.
No Brasil, a prática ganhou forma na segunda metade do século XX e com o passar do tempo foram surgindo normas e o mercado se consolidou. Apesar de ser uma prática ainda muito criticada, tem sua importância econômica e sustentável. Contudo, as fiscalizações são necessárias para garantir a sustentabilidade da pesca.
Então de que forma a pesca ornamental fomenta a economia de comunidades ribeirinhas em municípios do interior do Amazonas?
O Portal Amazônia mostra curiosidades sobre a pesca ornamental, seu comércio, sustentabilidade e eventos relacionados. Confira a seguir:
Foto: Reprodução/My Aquarium
De acordo com dados da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), atualmente, a pesca ornamental é uma das atividades extrativistas mais sustentáveis quando comparada, por exemplo, com a extração de madeira e mineração, que trazem enormes prejuízos ao ambiente à curto e longo prazo.
O Brasil exporta, por ano, cerca de 20 milhões de peixes ornamentais de água doce, o que gera um lucro de cerca de 4 milhões de dólares.
Na Amazônia
Com uma das maiores biodiversidades de fauna do planeta, a Amazônia apresenta uma enorme quantidade de espécies de peixes ornamentais, de diferentes tipos, tamanhos e cores. Mais de 90% das espécies de peixes ornamentais exportados são de espécies capturadas no Pará e no Amazonas.
A bióloga e mestra em biologia de água doce e pesca interior Lucia Rapp Py-Daniel, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), alerta para os alguns impactos provocados pelo descarte irregular dos animais.
Durante um bom tempo, a prática do aquarismo, e a própria fiscalização, não respeitava essas diferentes regionalizações e o que ocorria eram descartes de espécies ou apreendidas em comércio ilegal ou até pelos próprios aquaristas, em locais que não eram a procedência original, muitas vezes provocando introdução de espécies que poderiam prejudicar a fauna local e causando desequilíbrios nessas populações.
Lucia Rapp Py-Daniel
Ela comenta sobre espécies de bodas do Xingu, no Pará, que são vendidos como se fossem do Rio Negro, no Amazonas, o que ocasiona distúrbios por conta de descartes irregulares. Por isso, é importante que compradores saibam a procedência dos peixes.
Conheça as espécies mais populares de peixes ornamentais:
Tetra cardinal (Paracheirodon axelrodi)
De todos é o mais popular. Ganhou a preferência de aquaristas do mundo todo devido a facilidade de criar, por ser pequeno e com cores exóticas. É uma espécie extremamente pacífica e cardumeira e pode ser mantida em aquário comunitário, desde que não possua espécies de porte muito maior. Deve-se mantê-los em pelo menos dez indivíduos para que fiquem desinibidos e a vontade.
Foto: Reprodução/Escola de aquário
Limpa-vidros (Otocinclus affinis e Otocinclus vittatus)
São muito procurados por seus serviços de "higienização" nos aquários. Conquista aquaristas iniciantes e experientes. Além disso, é muito apreciado por sua capacidade de se alimentar de algas. Alguns cuidados são necessários para não perder peixes na fase de adaptação. Devido ao seu tamanho, é uma ótima escolha para um aquário pequeno.
Foto: Reprodução/Pinterest-mundoacuariofilo
Acará- disco (Symphysodon)
São peixes mais indicados para fãs de aquário mais experientes. Uma disca para entusiastas é não misturar criados e importados com selvagens, pois os selvagens tem doenças e anticorpos que os criados e importados não tem. Selvagens quase sempre só se alimentam de comida viva.
Foto: Elma Cook/Depositphotos
Coridora (Corydoras sp)
Semelhante aos limpa-vidros, a Coridora é conhecida também como limpa-fundo e gosta de se alimentar de minhocas e animais semelhantes presentes nos fundos dos aquários.
Foto: Reprodução/Aquarium Domain
Peixe-borboleta (Carnegiella strigata)
Essa espécie é chamada assim devido ao seu comportamento de pular, literalmente, para fora do aquário. Por isso, deve-se sempre observar se a tampa foi colocada.
Foto: Reprodução/Aquarismo paulista
Comércio pouco estruturado
A pesquisadora Lúcia Py-Daniel relata que apesar da fiscalização recente, o comércio em alguns municípios interioranos ainda é pouco estruturado no Amazonas. O município de Barcelos, atualmente, é o que comporta o maior volume de comércio de peixes ornamentais amazônicos.
Existe comércio também em municípios como Tapauá, no Rio Purus, Humaitá, e outros nas margens do Rio Madeira. A cientista relembra o caso da zebrinha do Xingu (Hypancistrus zebra):
Tivemos na década 90 o problema com o zebrinha do Xingu, uma espécie muito popular de bodó e muita cara no comércio exterior. O alto preço do zebrinha na Europa e Estados Unidos provocou uma febre de pesca deste bodozinho que provocou uma diminuição drástica das populações naturais. Se uma espécie sofre uma diminuição muito grande de sua população, ela pode chegar a um ponto de não recuperação e, a partir daí, definhar até se extinguir na natureza.
Lucia Rapp Py-Daniel
Sustentabilidade
"Compre um peixe, salve uma árvore" é o lema do projeto que o Oceanário de Lisboa começou a apoiar. O objetivo é promover a pesca sustentável de peixes ornamentais na Amazônia através do Projeto Piaba, um projeto de conservação da natureza que, desde 1989, promove a captura destes pequenos peixes ornamentais.
A ideia até pode parecer contraditória à primeira vista, contudo, os mentores do projeto lembram que 60% dos rendimentos do município de Barcelos, no Amazonas, dependem da captura e venda destes peixes.
Quando retirada essa atividade, outras com impacto ambiental aparecem, como abate de árvores, criação de gado, exploração mineira de ouro e até migração para zonas urbanas.
Festival do Peixe Ornamental de Barcelos
Em 1994, a Prefeitura Municipal de Barcelos criou o Festival do Peixe Ornamental de Barcelos, com o objetivo de divulgar a cultura e os produtos regionais, principalmente o peixe ornamental, por representar uma das maiores fontes de renda do município.
No evento, que é um dos mais tradicionais do município, as agremiações Cardinal e Acará-Disco se enfrentam em uma disputa que envolve elementos de dança e música da cultura indígena. A programação também inclui shows de músicos locais e das atrações nacionais e acontece todo mês de janeiro. Em 2021, o evento não foi realizado em função da pandemia da Covid-19.