Saúde é a "máquina que fura poço" do PMDB Postado por Magno Martins às 05:45 Segundo a colunista Vera Magalhães, na sua coluna de hoje na Folha de S.Paulo, aliados acham que, apesar da grita, os deputados do PMDB não recusarão a gigante pasta da Saúde. "É como Severino Cavalcanti, que queria a diretoria da Petrobras que furava poço. Eles querem ministério que fure poço. E a Saúde fura", diz um observador. Informa ainda a colunista que Michel Temer mostrou a Dilma números da votação dos vetos na quarta: mesmo com a promessa da Saúde, a bancada entregou menos votos do que em decisões anteriores, quando ele fazia a articulação política. Enquanto a presidente quebrava a cabeça para contemplar o partido, a nata do PMDB festejava o aniversário de Temer em uma festa reservada no restaurante Grand Cru, na capital. Foram à comemoração os ministros ameaçados – Padilha, Alves e Helder Barbalho, da Pesca– e o líder no Senado, Eunício Oliveira (CE), que deu uma uma gravata Hermès ao vice. Picciani jantava no restaurante, mas fora da festa.
PSDB aposta no caos
Bernardo Mello Franco - Folha de S.Paulo Na campanha de 2014, o PSDB prometeu arrumar as contas públicas e zelar pela responsabilidade fiscal. Na oposição ao governo Dilma, o partido apoia medidas irresponsáveis que elevam despesas e agravam o descontrole na economia. Os tucanos dobraram a aposta no caos nesta semana. Com uma única exceção, eles se uniram para derrubar vetos de Dilma Rousseff a projetos que ameaçam o ajuste fiscal. O governo venceu a disputa, e o PSDB ficou com a incômoda tarefa de explicar por que está fazendo o contrário do que sempre pregou. Dos 51 deputados do partido que analisaram os vetos presidenciais, 50 votaram a favor de derrubá-los. O único dissidente foi o paulista Samuel Moreira, que pediu permissão aos colegas para defender as ideias que eles abandonaram. "O PSDB não pode se descaracterizar. É possível fazer oposição sem ser irresponsável com as contas públicas", diz ele. Moreira afirma que não tinha como votar contra o fator previdenciário, regra criada pelo governo FHC para frear as aposentadorias precoces. "O deficit da Previdência vai chegar a R$ 124 bilhões no ano que vem. Não dá para criar despesas que o governo não poderá pagar", defende. A lógica por trás dos votos do PSDB é clara. O partido quer desgastar Dilma a qualquer preço, mesmo que essa atitude ajude a empurrar o Brasil para o buraco. A incoerência dos tucanos incomodou FHC. "Na minha opinião, nós temos que pensar no futuro do país. Há outras matérias que você pode votar contra", protestou o ex-presidente, no dia seguinte à votação. O presidente da sigla, Aécio Neves, lavou as mãos. "Quem foi eleito para governar e para dar solução a essa crise é o governo do PT", declarou o senador, nesta quinta. |