Bolsonaro dispara contra Doria "Tá preocupado com 2022"
O presidente Jair Bolsonaro usou a sua live semanal para criticar dois de seus possíveis adversários nas eleições do ano que vem: o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o governador de São Paulo, João Doria.
Ao criticar o endurecimento das restrições anunciado em São Paulo, na quinta-feira (11), Bolsonaro acusou Doria de se movimentar de olho na sucessão presidencial, traçando também uma comparação com o governador do Rio de Janeiro, Claudio Castro (PSC), que flexibilizou medidas de contenção do vírus por, na opinião do presidente, não estar pensando em 2022.
– Quer votar no engomadinho, que coloca o cabelo pro lado, vive com máscara, mas que tem pancadão na casa dele de vez em quando? Vote nesse cara que é educado. Ele vai falar fino, vai falar que está preocupado com sua vida. Tá o cacete, tá preocupado com 2022 – disse Bolsonaro num momento da live em que subiu ainda mais o tom contra Doria.
O presidente voltou a dizer que os Estados que fecham o comércio, gerando assim maior número de trabalhadores desocupados, também devem pagar o auxílio emergencial, uma vez que o governo federal está com a dívida no limite e vai relançar o benefício a um custo de R$ 44 bilhões.
Antes de Doria, Bolsonaro usou a live para rebater as declarações, carregadas de ironia, dadas pelo ex-presidente Lula, na quarta-feira (10), de que o atual chefe do Executivo não sabe que a Terra é redonda, mesmo tendo em sua equipe o astronauta Marcos Pontes (ministro da Ciência), que já testemunhou o formato esférico do planeta.
Com a réplica do globo terrestre posicionada em sua mesa, Bolsonaro disse que críticas “baratas” não procedem e aproveitou a citação ao ministro Pontes para contrastar seu ministério com a equipe de Lula.
– Olha a qualidade dos meus ministros e a do presidiário – disse Bolsonaro, que no fim da live, já mais descontraído, chamou Pontes para “confirmar” que a Terra é redonda.
*Estadão
Castro rechaça Doria: “Cuide de SP porque do Rio cuido eu”
Governador em exercício do Rio de Janeiro rebateu críticas do governo paulista
Após o governador de São Paulo disparar críticas contra o governador em exercício do Rio de Janeiro, Cláudio Castro decidiu responder à altura. Em suas redes sociais, Castro disse respeitar João Doria, mas recomendou que ele cuide de São Paulo, “porque do Rio cuido eu”.
Nesta quinta-feira (11), Doria criticou o governador em exercício do Rio de Janeiro por “flexibilizar” as medidas de restrição no estado.
Para Cláudio Castro, no entanto, o governador de São Paulo está “fora do tom”.
– Respeito o governador de SP. Reconheço sua liderança, mas acho que está fora do tom. Espero que sua atitude não seja reflexo do novo cenário eleitoral, e sim por conta do aumento de casos da Covid. Recomendo a ele um chá de camomila e que cuide de SP, porque, do Rio, cuido eu – escreveu Castro.
O deputado federal Abílio Santana (PL-BA) confrontou as declarações do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que fez um pronunciamento nesta quarta-feira (10), em São Paulo. Dentre as queixas de Lula, o petista afirmou que foi alvo da “maior mentira jurídica em 500 anos”.
Santana refutou a declaração e chamou Lula de “egocêntrico” e “ridículo”.
– Eu prefiro acreditar que Lula estava alcoolizado para ter dito tanta asneira, o que para mim não seria uma surpresa. De que história ele estava se referindo quando disse que sofreu a maior mentira jurídica em 500 anos? O ex-presidente se colocou como o centro das atenções, foi egocêntrico e ridículo. Achei interessante ele dizer que quer um país mais justo, mas ficou 16 anos no poder e não fez nada, além de roubar o povo brasileiro – disse o parlamentar.
Santana, que também é pastor, disse até que Lula poderia escapar da justiça dos homens, mas que “nunca será inocente”.
– Por acreditar na justiça, sobretudo de Deus, sei que muitas águas vão rolar debaixo dessa ponte. Lula pode até ser inocentado pela incompetência dos homens, mas ele nunca vai ser inocente. Enquanto ele faz aparições circenses, o presidente Bolsonaro trabalha, em meio a uma pandemia que tem afetados os brasileiros e a economia do país – destacou o parlamentar.
BOLSONARO QUESTIONA: “IMAGINA A PANDEMIA COM LULA PRESIDENTE?” O presidente Jair Bolsonaro rebateu, nesta quarta-feira (10), as críticas feitas pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Para Bolsonaro, o pronunciamento do petista deixou claro que ele “iniciou campanha” para as eleições de 2022 – para o qual está elegível após decisão do ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal.
Chamado de “fanfarrão” por Lula e criticado pela forma como conduz o governo, Bolsonaro afirmou o ex-presidente “não tem nada de bom para mostrar”.
– Não justifica essa crítica do ex-presidente Lula, que agora inicia essa campanha e como não tem nada para mostrar de bom – e essa é uma regra do PT – a campanha deles é baseada em criticar, mentir e desinformar. Nada mais além disso – disse Bolsonaro no Palácio da Alvorada.
Bolsonaro também afastou as críticas de Lula, que disse que ele não tinha ministros da Economia e nem da Saúde.
– Eu queria que ele apontasse um ponto de corrupção por parte do Ministério da Economia – afirmou Bolsonaro, destacando que o governo de Lula foi um “governo voltado para a corrupção”.
– Coisa que era muito comum no governo dele, tanto é que ele trocou vários ministros. Um dos seus ministros, o [Antonio] Palocci [então ministro da Casa Civil], inclusive, em delação premiada, falou que levava dinheiro em caixas de sapato pra ele, em volumes que variavam em média, R$ 50 mil, esse era o governo dele, baseado na corrupção – declarou.
Bolsonaro ainda afirmou que se o PT estivesse no comando do país durante esta pandemia, “seria roubado no mínimo 90% do que foi entregue” a estados e municípios.
– Imagina a pandemia com o Lula presidente da República? Se roubaram, e muito, alguns governadores e alguns prefeitos com esses recursos, imagina se o PT estivesse no governo? Seria roubado no mínimo 90% do que foi entregue para esse entes federais – declarou.
Araújo dá choque de realidade na esquerda: ‘Aqui não é Lulaland’
Ministro fez série de publicações em que lembrou como era a diplomacia brasileira na época do PT
O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, fez uma série de publicações no Twitter para, segundo ele, “recordar como era a política externa da Era Lula”. A publicação de Araújo surge no mesmo dia em que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez um pronunciamento em tom de campanha eleitoral, Sindicato dos Metalúrgicos, em São Paulo.
– Só para recordar como era a política externa da Era Lula: hostilizar os EUA e a Europa, ignorar o Japão, discriminar Israel, desvincular o Brasil dos países desenvolvidos e das democracias, fechar a América do Sul para criar um bloco coeso de corrupção, terrorismo e crime, confraternizar com antissemitas, financiar ditadores, defender na ONU a agenda anti-vida e anti-família, perder acordos comerciais, abandonar nossos exportadores e investidores para não incomodar os aliados na Argentina e Bolívia, desindustrializar o país – escreveu.
O ministro também lembrou das alianças duvidosas mantidas pelos governos do PT.
– Ser chamado de anão diplomático, ajudar Chávez e Maduro a destruírem a Venezuela, adotar atitude submissa diante da China, ofender a África, falar de paz e cooperação para esconder a roubalheira, desprezar o sentimento conservador e cristão do povo brasileiro, etc. Então, prezados lulólatras: dobrem a língua antes de falarem da nossa política externa que luta e trabalha pela liberdade, identidade, segurança, desenvolvimento, soberania e grandeza da nação brasileira. Aqui não é Lulaland, aqui é Brasil – encerrou.
Jair Bolsonaro nunca foi contra a vacina prova Carlos Bolsonaro
Vereador alertou seus seguidores para que não caiam em "narrativas" e chamou os críticos do presidente de canalhas
Nesta quarta-feira (10), o vereador do Rio de Janeiro, Carlos Bolsonaro, publicou um vídeo em suas redes sociais para mostrar que seu pai, o presidente Jair Bolsonaro, nunca se opôs às vacinas contra a Covid-19.
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A gravação traz diversos trechos em que Bolsonaro falou sobre a compra de vacinas após a aprovação pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Em sua publicação, Carlos alertou seus seguidores para que não caiam em “narrativas” e chamou os críticos de Bolsonaro de canalhas.
– Siga a ordem cronológica dos fatos para não cair em narrativas. Presidente Jair Bolsonaro nunca foi contra vacina como dizem os canalhas – escreveu.
Em outro publicação, o vereador lembrou a seus seguidores que é preciso questionar os recursos gastos na compra de respiradores e equipamentos durante a pandemia.
Lula ataca a imprensa e Rede Globo faz o contra-ataque
Em discurso, o petista disse esperar que a rede dos Marinho passe a ter compromisso com a verdade
Durante o seu primeiro pronunciamento após a anulação de suas condenações, o ex-presidente Lula fez críticas à Rede Globo. Referindo-se à cobertura do julgamento de suspeição de Sergio Moro feita pelo Jornal Nacional nesta terça-feira (1), o petista disse que pela primeira vez “a verdade prevaleceu” e que espera que esse se torne o padrão da emissora daqui para frente.
– Ontem, assistimos a um Jornal Nacional épico. Quem viu nem acreditou. Pela primeira vez a verdade prevaleceu. E a verdade dita não pela boca do PT, mas pelos ministros Gilmar Mendes e Ricardo Lewandowski. Espero que esse seja o padrão da Rede Globo daqui para frente.
Lula disse ainda que a emissora não precisa gostar de determinado presidente, apenas “informar a verdade”.
– Fiquei feliz porque espero que a verdade versada pela Globo ontem seja um novo padrão de comportamento da Globo com a verdade. A Globo não tem que gostar ou não gostar de presidente. Ela não tem que gostar ou gostar do partido. Ela decide na hora de votar. Na hora de informar, tem que informar a verdade. E somente a verdade. Ela tem que falar a verdade – insistiu.
A Rede Globo não permaneceu calada diante das declarações e decidiu manifestar-se por meio de nota.
– O ex-presidente Lula fez críticas aos órgãos de imprensa e a Globo, em especial. Elogiou a cobertura do Jornal Nacional de ontem (09/03), que classificou de épica. Deu a entender que, ontem, a Globo relatou a verdade, o que antes não fazia. E desejou que esse passe a ser o padrão do jornalismo da emissora. O ex-presidente está errado. O jornalismo da Globo se dedica a relatar aos fatos e buscar a verdade. E vai continuar a fazê-lo, mas não somente os fatos e as verdades que lhe sejam favoráveis – escreveu.
Como fica o futuro político com Lula elegível até novo julgamento
Com a decisão monocrática do ministro Edson Fachin, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) recuperou os direitos políticos e voltou a ser elegível. O ex-presidente permanecerá com os direitos políticos nos seguintes cenários: se for absolvido, se for condenado apenas em primeira instância e se as acusações prescreverem. Pela lei da Ficha Limpa, Lula não poderia ser candidato apenas se for condenado em um órgão colegiado, no caso o Tribunal Regional Federal da Primeira Região.
Ao decidir sobre o pedido de habeas corpus da defesa de Lula, de novembro do ano passado, Fachin declarou a incompetência da Justiça Federal do Paraná em quatro processos: do triplex de Guarujá, do sítio de Atibaia, da instalação do Instituto Lula e de doações da Odebrecht. Segundo o ministro, a décima terceira Vara Federal de Curitiba, cujo titular na ocasião das condenações era o ex-ministro Sergio Moro, não era o "juiz natural" dos casos.
Na mesma decisão, Fachin extinguiu catorze processos que tramitavam no Supremo e questionavam se Moro agiu com parcialidade ao condenar Lula, como alegava a defesa do ex-presidente.
De acordo com o gabinete do ministro, o julgamento do plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) já havia restringido o alcance da competência da décima terceira Vara Federal de Curitiba.
“Aqueles praticados em detrimento da Petrobras são de competência da décima terceira Vara Criminal Federal de Curitiba, aqueles que não têm essa relação e se não tiverem, é caso de se decidir a respeito”, explica Carlos Velloso, ex-ministro do Supremo Tribunal Federal.
A decisão de Fachin tem caráter processual. O ministro não analisou o mérito das condenações. Em nota, o gabinete explicou que, embora a questão da competência de Curitiba para analisar os processos de Lula já tenha sido levantada anteriormente, "é a primeira vez que o argumento reúne condições processuais de ser examinado, diante do aprofundamento e aperfeiçoamento da matéria pelo Supremo".
De acordo com o texto, nas ações penais envolvendo Lula, assim como em outros processos julgados pelo Plenário e pela Segunda Turma do STF, "foi verificado que os supostos atos ilícitos não envolviam diretamente apenas a Petrobras, mas também outros órgãos da administração pública."
Conforme o ministro, em outros casos de agentes políticos denunciados pelo Ministério Público Federal em circunstâncias semelhantes ao de Lula, a Segunda Turma do Supremo já vem transferindo esses processos para a Justiça Federal do Distrito Federal.
Em 2017, o então juiz Sergio Moro condenou Lula a 9 anos e 6 meses de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso do tríplex de Guarujá. A sentença foi confirmada pelo Tribunal Regional Federal da quarta região, que aumentou a pena para 12 anos, e, posteriormente, pelo Superior Tribunal de Justiça, que reduziu o tempo de reclusão para 8 anos. Lula, no entanto, nega que tenha sido beneficiado com o apartamento.
O processo do sítio de Atibaia, por sua vez, foi o que rendeu a segunda condenação de Lula em ações judiciais da Lava Jato. Na denúncia do Ministério Público Federal, o ex-presidente também é acusado de crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Segundo os procuradores, o imóvel passou por reformas custeadas por empresas, que - em troca - teriam sido favorecidas em contratos com a Petrobras. Na primeira instância, ele foi condenado a quase 13 anos de prisão. Na segunda, a pena foi ampliada para mais de 17 anos pelos desembargadores do TRF-4.
Apesar de condenado, o ex-presidente está solto desde o dia oito de novembro de 2019, após 580 dias preso na sede da superintendência da Polícia Federal do Paraná, em Curitiba, em razão de decisão do STF, que barrou a prisão após condenação em segunda instância.
A defesa de Lula informa que recebeu a decisão de Fachin com "serenidade", "mas que não repara os danos irremediáveis causados pelo ex-juiz Sergio Moro e pelos procuradores da “Lava Jato” ao ex-presidente.
A Procuradoria-Geral da República já analisa o caso e prepara recurso contra a decisão do ministro, o que pode levar a análise do caso ao Plenário do Supremo.
Especialistas divergem sobre julgamento de suspeição de Moro
Apesar de Lula dizer a aliados que não abre mão de dar andamento ao processo de suspeição do ex-juiz Sergio Moro, o ex-ministro da Justiça Torquato Jardim defende a tese de que o caso não pode ser julgado após a decisão de Fachin.
“O processo de suspeição não pode ser julgado porque na ordem lógica dos afastamentos de um magistrado, a primeira questão é a sua imparcialidade. Antes de se decidir a competência se decide a imparcialidade,” disse o ex-ministro citando a decisão de Fachin.
Em outro ponto de vista, um dos criminalistas mais influentes de Brasília, o advogado Antônio Carlos de Almeida Castro criticou Moro em entrevista à CNN, afirmando que "hoje ninguém duvida que Moro era parcial". Para ele, o fato de as condenações de Lula terem sido anuladas não impede o julgamento da suspeição de Moro.
"O habeas corpus que trata da parcialidade, que está com o ministro Gilmar (Mendes), é uma outra questão, que deve ser levada a julgamento. O Sergio Moro estava trabalhando de forma indevida, sem ter competência para tal. Ele julgava que tinha uma jurisdição nacional, isso não existe".