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Política : SOBERANIA
Enviado por alexandre em 30/08/2021 08:46:13

EUA não acredita que Forças Armadas participariam de golpe no Brasil
  • Mariana Sanches - @mariana_sanches
  • Da BBC News Brasil em Washington
O presidente brasileiro Jair Bolsonaro cumprimenta o conselheiro de segurança nacional dos EUA, Jake Sullivan no Palácio do Planalto

Crédito, Reprodução/Embaixada dos EUA

Legenda da foto,

O presidente brasileiro Jair Bolsonaro cumprimenta o conselheiro de segurança nacional dos EUA, Jake Sullivan, no Palácio do Planalto

Quando o Conselheiro de Segurança Nacional dos Estados Unidos, Jake Sullivan, e o Assessor Especial do presidente americano Joe Biden, Juan González, entraram no gabinete de Jair Bolsonaro, no Palácio do Planalto, no último dia 5, não esperavam uma conversa de melhores amigos. Mas o que encontraram foi descrito à BBC News Brasil como "nonsense" e "tenso" por oficiais americanos.

Do encontro sobraram não só uma foto de um aperto de mão de Sullivan, de máscara, e Bolsonaro, sem máscara e oficialmente não vacinado, mas também uma preocupação dos americanos com a saúde da democracia brasileira, diante das alegações sem provas do presidente brasileiro de fraude eleitoral nas urnas eletrônicas.

Originalmente, a agenda dos enviados de Biden ao Brasil não teria a democracia brasileira como destaque principal.

A pauta deles incluía oferecer ao país o status de parceiro global da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), condição que dará acesso ao Brasil à compra de equipamentos de guerra de última linha, além de sessões de treinamento militares com os americanos em bases nos EUA.

Por outro lado, a missão americana pretendia pressionar o Brasil a estabelecer — e cumprir — metas de redução de desmatamento ambiciosas e dissuadir o Brasil de usar equipamentos da gigante chinesa de telecomunicações Huawei em sua rede 5G — um dos argumentos dos americanos foi, inclusive, o de que a empresa poderia não entregar os materiais contratados pelo governo Bolsonaro por crise de matérias-primas.

A conversa, no entanto, saiu do script normal com insinuações de Bolsonaro de que o pleito americano de 2020 havia sido roubado — o que faria de Joe Biden um presidente ilegítimo.

A administração Biden sempre esteve ciente de que Bolsonaro defendia publicamente as falsas alegações de Trump sobre as eleições. O republicano fazia múltiplas acusações ao sistema eleitoral dos EUA, questionando tanto aos votos de papel quanto àqueles depositados em urna eletrônica, mesmo antes do dia da votação. Bolsonaro foi o último líder do G-20 a reconhecer a vitória de Biden.

O que os americanos não esperavam é que Bolsonaro dissesse tais coisas diante de Sullivan e Gonzalez, ambos altos representantes do governo a serviços dos democratas há anos.

Segundo autoridades com conhecimento dos fatos, ambos ouviram o suficiente para deixar o encontro preocupados com a democracia no Brasil. Sullivan foi às redes sociais enunciar que a "gestão Biden defende um hemisfério seguro e democrático".

Bolsonaro e Trump na Casa Branca

Crédito, Alan Santos / Presidência da República

Legenda da foto,

Juan Gonzalez apontou paralelos entre comportamentos de Trump e Bolsonaro

Já Juan Gonzalez fez uma coletiva de imprensa sobre a viagem para Brasil e Argentina na qual falou, na maior parte do tempo, da democracia brasileira. "Fomos muito diretos em expressar nossa confiança na capacidade de as instituições brasileiras conduzirem uma eleição livre e limpa e enfatizamos a importância de não ser minada a confiança no processo de eleições, especialmente porque não há indício de fraude nas eleições passadas", disse Gonzalez, sobre o teor da conversa com Bolsonaro.

A Cartilha Trump

Dentro do governo americano, tanto no Executivo quanto no Congresso, tem ganhado força a percepção de que Bolsonaro segue estritamente a cartilha que Trump adotou ao tentar se perpetuar no poder: denunciar fraudes sem prova, antes mesmo do pleito ocorrer, e criar descrença em parte do eleitorado sobre o processo eleitoral, a ponto de levar a cenas como a invasão do Capitólio por apoiadores, em 6 de janeiro.

A diplomacia de Biden não deixou de notar, por exemplo, o interesse do ex-estrategista de Trump, Steve Bannon, nas eleições de 2022, no Brasil.

O próprio Gonzalez foi explícito sobre o assunto. "Fomos sinceros sobre nossa posição, especialmente em vista dos paralelos em relação à tentativa de invalidar as eleições antes do tempo, algo que, é óbvio, tem um paralelo com o que aconteceu nos Estados Unidos."

Em Washington, a percepção é de que a imagem de Bolsonaro sofreu um abalo significativo como um possível interlocutor após a visita.

"Acho que o governo Biden, especialmente depois dessa reunião em Brasília, vê Bolsonaro como uma figura errática, ou pelo menos como alguém que age de uma forma muito excêntrica e difícil de prever. Ele diz coisas que parecem ir contra seu próprio interesse nacional. Por que ele iria querer brigar com o novo governo dos EUA dizendo que a eleição (americana) foi fraudada? Dá pra entender o porquê Trump faz isso, já que ele quer disputar a presidência de novo e fazer disso um tema, mas para um líder estrangeiro dizer esse tipo de coisa é, no mínimo, estranho", afirma Melvyn Levitsky, ex-secretário executivo do Departamento de Estado e embaixador no Brasil entre 1994-1998.

Militares longe do golpe

Levitsky, que hoje é professor de políticas internacionais da Universidade de Michigan, afirma que nessa situação, os americanos vão jogar (quase) parados, sem qualquer ação que possa soar como interferência nas eleições brasileiras.

Bolsonaro em cerimônia militar de 2018

Crédito, Reuters

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Bolsonaro em cerimônia militar de 2018: EUA não veem como provável a possibilidade de que as Forças Armadas embarquem em uma eventual aventura golpista do presidente

E isso também porque a diplomacia americana não vê como provável a possibilidade de que as Forças Armadas embarquem em uma eventual aventura golpista de Bolsonaro. Reservadamente, autoridades dos EUA citaram as ações recentes do ex-comandante do Exército, o general Edson Pujol, e de seu atual líder, o general Paulo Sérgio de Oliveira, como sinais de anteparos ao presidente no uso político das forças armadas. Em discurso no dia do soldado, Oliveira afirmou que o Exército quer ser respeitado "nacional e internacionalmente" e tem "compromisso com os valores mais nobres da Pátria e com a sociedade brasileira em seus anseios de tranquilidade, estabilidade e desenvolvimento".

"Eu conhecia muito bem os militares brasileiros. E embora faça algum tempo que não fale com eles, meu senso é de que os militares estavam muito subordinados ao governo civil e eu não acho que isso mudou. Não acho que os militares queiram entrar de vez na política. Seria devastador para eles fazer isso. E se isso acontecesse, seria devastador para as relações entre Brasil e Estados Unidos também", afirma Levitsky.

É essa percepção que explica, em parte, porque os americanos não viram problemas em oferecer ao Brasil uma posição como parceiro global na Otan que fortalece diretamente o Exército brasileiro. Se avaliasse haver tendência golpista nas forças, esse não teria sido um caminho para Biden, asseguram os diplomatas. Além disso, nem todos os parceiros globais da Otan são países de democracia perfeita — a Turquia, por exemplo, é tido como um deles.

Por fim, para os militares brasileiros a possibilidade de acessar contratos de vendas de armamento de ponta e participar em treinamentos com os americanos é algo de que eles provavelmente não estariam dispostos a abrir mão em troca da tentativa de um golpe ao lado de Bolsonaro. É o que argumenta Ryan Berg, cientista-político especialista em regimes autoritários na América Latina do Centro de Estratégias e Estudos Internacionais (CSIS, na sigla em inglês).

"A visão do governo dos EUA é que, embora os movimentos de Bolsonaro sejam muito preocupantes, com desfile de tanques pelas ruas de Brasília e atos para desacreditar as eleições, ainda assim o Congresso rejeitou o voto impresso e isso, para o governo dos Estados Unidos, indica que as instituições do Brasil são mais fortes do que algumas pessoas gostam de dizer. O governo dos EUA tem muita confiança que os militares brasileiros não ficariam do lado do Bolsonaro se ele tentasse cometer algum tipo de autogolpe, como vimos com Trump, na invasão do Capitólio em 6 de janeiro", afirma Ryan Berg.

O futuro das relações EUA-Brasil

Biden na Cúpula do clima

Crédito, Reuters

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Cúpula do clima organizada por Joe Biden, em abril, da qual Bolsonaro participou

É consenso entre diplomatas e especialistas internacionais americanos que os EUA não podem e nem querem virar as costas para o Brasil. Primeiro porque o país, com suas florestas tropicais, é visto como chave para avançar no combate ao aquecimento global, pauta prioritária do governo Biden.

Segundo, porque a China tenta ganhar espaço na América Latina a passos largos, e os americanos não estão dispostos a ceder, ao principal rival, espaço de influência na segunda maior democracia do continente — ainda mais com a disputa do 5G a pleno vapor.

E terceiro, porque, em que pesem as ações de Bolsonaro sobre a democracia brasileira ou sobre o meio ambiente, seu governo promoveu um alinhamento ideológico com os Estados Unidos no continente, adotando tom duro contra Venezuela e Cuba, algo bastante valorizado no Departamento de Estado.

No entanto, dada a percepção de que "Bolsonaro não é um líder plenamente confiável", como afirma Levitsky, os próximos movimentos na relação dependerão de seu governo. E a diplomacia americana diz que não vai se furtar da possibilidade de se engajar com outros atores políticos, em diferentes níveis de poder e sem a intermediação do Executivo federal, para fazer avançar sua agenda.

Foi exatamente o que fez, há um mês, o Enviado Climático de Biden, John Kerry. Diante de promessas não cumpridas e do mal-estar que representava a presença do então ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles, que os americanos veem como envolvido em um possível esquema de tráfico ilegal de madeira amazônica para os EUA, Kerry driblou Brasília e se reuniu por uma hora e meia com os governadores do Fórum de Governadores, que inclui quase todos os Estados.

Na semana seguinte, Jake Sullivan não esteve apenas no Palácio do Planalto, mas fez também uma reunião com governadores do Consórcio da Amazônia Legal.

"Há uma percepção dos EUA de que o governo federal infelizmente não vai avançar muito na questão do desmatamento. Então falar com os governadores não chega a ser uma exclusão do governo federal, mas uma forma de jogar nas duas vias", afirmou à BBC News Brasil o governador do Maranhão, Flávio Dino (PSB), que esteve no encontro com Kerry.

Depois de três meses sem encontros com a equipe de Kerry, na última semana, técnicos do Ministério do Meio Ambiente e representantes do Itamaraty retomaram conversas com os americanos. Isso acontece a menos de três meses da Conferência do Clima, em Glasgow, na Escócia, encarada pelos americanos como a última grande oportunidade para que o governo Bolsonaro mostre algum avanço na agenda ambiental.

Consultado pela BBC News Brasil, o Departamento de Estado afirmou, por meio de um porta-voz, que "esperamos ver progressos adicionais à medida que o Brasil avança para combater o desmatamento ilegal e reduzir suas emissões de gases do efeito estufa, em linha com os compromissos assumidos pelo presidente Bolsonaro na Cúpula dos Líderes sobre o Clima realizada em abril".

O Itamaraty defende que as metas de redução de desmatamento (que deve ser zerado até 2030) e de emissões (zero até 2050) são as mais ambiciosas entre os países em desenvolvimento. Reservadamente, no entanto, diplomatas envolvidos nas negociações com os americanos reconhecem "dificuldades internas do governo" para entregar reduções expressivas no desmatamento ainda em 2021. Dados do INPE mostram que o acumulado de desmatamento entre janeiro e julho deste ano é o maior desde 2016.

Para o embaixador Levitsky, até a eleição do próximo ano, EUA e Brasil devem levar uma relação "em banho-maria". De um lado, os americanos não demonstram grandes expectativas de novos compromissos de Bolsonaro, a quem veem majoritariamente voltado à agenda eleitoral doméstica.

Por outro, preferem ver quem assumirá o país pelos quatro anos seguintes para tentar implementar qualquer ação fora das relações rotineiras. E já avisaram a Bolsonaro que reconhecerão como presidente quem quer que a Justiça Eleitoral aponte como vencedor do pleito em outubro de 2022.

Política : AGRONEGÓCIO
Enviado por alexandre em 30/08/2021 08:38:34

"Rejeição ao marco temporal inviabilizaria o agronegócio"
O presidente Jair Bolsonaro voltou a defender neste sábado (28), que o Supremo Tribunal Federal (STF) declare como válido o marco temporal de terras indígenas. Para ele, uma decisão contrária da Suprema Corte pode inviabilizar o agronegócio brasileiro e afetar a segurança alimentar.

Ele ainda destacou que, se o marco temporal for rejeitado, “sob o arrepio da Constituição”, o Brasil terá uma decisão judicial que permitirá a demarcação de uma área do tamanho da região Sul.

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– Essa nova área, somando aquilo que seria equivalente aos estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Isso simplesmente inviabilizaria o nosso agronegócio, praticamente deixaríamos de produzir, de importar e entendo, pela dimensão do fato, sequer teríamos como garantir a nossa segurança alimentar – disse o presidente após participar de culto alusivo ao 1º Encontro Fraternal de Líderes Evangélicos em Goiânia (GO).

O julgamento no Supremo sobre a tese das demarcações está previsto para ser retomado na próxima quarta-feira (1°) de setembro, mas ainda não há previsão de encerramento. A Corte decidirá se uma terra indígena só pode ser demarcada se for comprovado que as comunidades originárias já estavam estabelecidas sobre o território requerido na data da promulgação da Constituição, ou seja, em 5 de outubro de 1988.

As centenas de povos que não conseguirem comprovar legalmente a ocupação das terras nesta data não terão direito a pedir demarcação e poderão ser removidas compulsoriamente dos territórios. A possibilidade do marco temporal é defendida pelo governo e por ruralistas.

Sem detalhes, o presidente afirmou que, se a tese for chancelada pelo STF, terá “duas opções”.

– Não vou dizer agora, mas já está decidido qual é a opção. É aquela que interessa ao povo brasileiro, é aquela que está ao lado da nossa Constituição. Pior do que uma decisão mal tomada, é uma indecisão. O que for decidido lá pelo outro Poder, tem reflexos nos outros dois Poderes, Legislativo e Executivo, e nós representamos, sim, de verdade, de fato, pelo voto, a população brasileira – afirmou.

*AE


Bolsonaro: Não desejo rupturas, “mas tudo tem um limite”

Presidente também criticou decisão do TSE de desmonetizar canal de apoiadores de seu governo


Presidente Jair Bolsonaro Foto: PR/Alan Santos

Durante o Encontro Fraternal de Líderes Evangélicos, em Goiânia (GO), no sábado (28), o presidente Jair Bolsonaro falou sobre o momento político atual vivido no país. Na ocasião, o chefe do Executivo disse que não tem a intenção de “provocar rupturas”, mas que tudo teria “um limite”.

– Temos um presidente que não deseja e nem provoca rupturas, mas tudo tem um limite em nossas vidas. Não podemos continuar convivendo com isso. É impressionante como alguns querem evitar esse movimento espontâneo do povo, desse povo que, movimentos outros, quando participou, sempre imperou a ordem, a disciplina – afirmou.

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O presidente também criticou a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que resultou na desmonetização de canais do YouTube de apoiadores do governo. Segundo ele, a atitude “não é democracia” já que “a liberdade de expressão tem que valer para todos”.

– Quando o Tribunal Superior Eleitoral desmonetiza páginas de apoiadores do governo, ele abre brechas para que presidentes de Tribunais Regionais Eleitorais façam a mesma coisa para defender o seu respectivo governador. Isso não é democracia. A liberdade de expressão tem que valer para todos – completou.

Política : LULA/MÍDIA
Enviado por alexandre em 30/08/2021 08:33:59

A ditadura de Lula
A ditadura de Lula

Lula é a vanguarda do atraso, como diria o ex-ministro Fernando Lyra, um dos melhores frasistas que o País conheceu. Não tem proposta para o País, seu discurso é uma cantilena de 89, quando disputou pela primeira vez e perdeu para Collor. Tem hora que fala para agradar ao centro e a direita, outra exagera na dosagem para atender aos radicais de esquerda e aos petistas raízes.

Está mais perdido do que cego em tiroteio. Sua mais recente pérola foi a regulação da mídia, caso venha a ser eleito, tremenda derrapada na tentativa de se apresentar como centro. Regular o quê? Lula ainda raciocina no tempo em que a Imprensa era monopólio de grupos que detinham a informação no Brasil, da Rede Globo aos então chamados jornalões – Estadão, Folha, JB e Globo.

Globalizado, o mundo da comunicação, hoje, é da internet, das redes sociais, dos grupos de Whatsapp, de gente que dá pitaco e forma opinião com liberdade em variadas plataformas, sem precisar recorrer aos então donos da informação. A regulação dos meios de comunicação, somada à defesa do regime cubano e da Venezuela e à ideia de reestatizar a Eletrobras e de revogar a reforma trabalhista, mostra que Lula só caminha para o centro da boca para fora, ou seja, na “narrativa”.

Na tentativa de deletar a derrapada do ex-presidiário, que tenta calar a mídia certamente ainda magoado com os tempos de prisão pelo maior assalto aos cofres públicos da história republicana, a operação Lava Jato, que resultou numa gatunagem de mais de R$ 40 bilhões, interlocutores andaram soprando que não passa pela cabeça de Lula censurar veículos de comunicação e que, na verdade, ele defende um modelo regulatório “democrático”, como acontece na Inglaterra.

O que os petistas classificam de modelo é uma aberração. Os ingleses criaram o Press Recognition Panel, painel que supervisiona um órgão de autorregulação e tem poder de aplicar multas de até um milhão de libras (R$ 4 milhões) às publicações, além de impor direito de resposta e correções a jornais, revistas e site noticiosos.

A filiação dos veículos ao sistema não é obrigatória, mas há diversos “incentivos” para que façam parte. O veículo que não integrar o órgão, é bom lembrar, precisa pagar as custas judiciais dos processos de acusação, mesmo se sair vencedor. Este é o modelo que os petistas raízes julgam democrático, mas não é ele, na verdade, o que Lula deseja. Se for eleito, Lula vai copiar o modelo chavista ou cubano de Fidel, ou seja, com ele, liberdade de expressão já era.

Bandeira petista – A regulação da mídia é uma bandeira histórica do PT. Já na campanha de Dilma à Presidência, o partido pressionou para que encampasse a discussão em um eventual segundo mandato. Após sua reeleição, a petista deu algumas declarações defendendo a regulação econômica da mídia. Ela negou repetidamente a intenção de regular conteúdo. Dilma chegou a defender a regulamentação de alguns artigos da Constituição que falam do setor pelo Congresso. Eles proíbem monopólios e oligopólios, estabelecem que a programação deve atender a critérios regionais e determinam regras para publicidade.

A primeira tentativa – Então presidente do PT, ligado ao grupo de Lula, Rui Falcão (foto) chegou a defender, abertamente, a censura e a regulação da mídia. “A democracia se aprofunda em ambientes onde há mais diálogo, onde a diversidade de ideias, as diferenças regionais, têm espaço equilibrado na mídia em geral. O que nós queremos, em resumo, é mais democracia. E o caminho é a criação de um marco regulatório moderno", disse. Em 2010, o então ministro Franklin Martins, hoje um dos principais assessores de Lula, chegou a apresentar um projeto de regulação da mídia. Diante da reação da sociedade, Dilma engavetou.

No muro – O grupamento tucano em Pernambuco continua seguindo fielmente o preceito básico do partido de viver em cima do muro. Com a vinda de João Doria Calcinha Apertada, sábado passado, já é o segundo presidencial que a turma bate palminhas e paparica no Estado, mas não se decide. Teve o mesmo comportamento em relação ao governador Eduardo Leite, o fora do armário do Rio Grande do Sul. Traduzindo, ninguém ainda decidiu em quem votar nas prévias do partido que escolherão o candidato ao Planalto, marcadas para novembro.  

Aliança engole? – Ainda não se sabe o futuro do governador Paulo Câmara. Em nota, a revista Veja informa que está inclinado a disputar o Senado, mas ninguém no PSB confirma. É improvável, entretanto, que, diante de uma aliança tão ampla, com uma multiplicidade de partidos, já estando na chapa com o candidato a governador, a legenda socialista venha bater o pé e emplacar também o candidato a senador. MDB, PT, PCdoB, PSD e, principalmente, PP, que tem a maior bancada na Alepe, vão engolir governador e senador de um mesmo partido?

Enganador – Dizem que um cínico é um homem que olha o mundo com um monóculo na sua mente. Assim é João Doria, governador de São Paulo. Na maior cara de pau, o tucano disse em Caruaru, na visita de sábado passado, para apresentar sua plataforma presidencial, que a Transnordestina seria uma das suas prioridades, caso viesse a ser eleito. Ora, “Calcinha apertada”, como o apelidou Bolsonaro, não sabe nem de onde parte o projeto. De tamanho conhecimento da realidade nordestina, confunde alhos com bugalhos, ou seja, não sabe distinguir um bode de um carneiro.

CURTAS

Entrevista – Por falar em Transnordestina, esta será uma das pautas da entrevista que o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Freitas, concederá à Rede Nordeste de Rádio, com transmissão automática pelas redes sociais, na próxima quinta-feira. Depois do presidente Bolsonaro, entrevistei o ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho. Com Freitas, o modelo será o mesmo: ao vivo, direto do seu gabinete, em Brasília.

In loco – Diferente do governador João Doria, o ex-prefeito de Serra Talhada, Luciano Duque (PT), incluiu a conclusão da ferrovia Transnordestina entre as suas bandeiras de luta, caso seja eleito deputado estadual, mas foi lá mostrar num vídeo, pelas redes sociais, o trecho paralisado, destacando a sua importância para a economia do Estado.

Perguntar não ofende: Por que Lula quer calar a mídia brasileira?

Política : NEGADO
Enviado por alexandre em 27/08/2021 09:04:47

Justiça nega indenização a Lula por reportagem da revista IstoÉ

Decisão apontou que não houve excesso ou abuso na reportagem, que "visivelmente possui caráter informativo"

Ex-presidente Lula Foto: Reprodução

A 5ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) negou um pedido feito pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que solicitava indenização por danos morais que teriam sido praticados contra ele pela revista IstoÉ, dois jornalistas e um entrevistado, em razão de uma reportagem da publicação.

Na Justiça, Lula questionava uma entrevista publicada pela revista em fevereiro de 2017, com um ex-funcionário da construtora Camargo Corrêa. O homem relatou aos jornalistas da revista que teria levado uma mala com dólares ao ex-presidente, além de ter feito outras denúncias sobre casos de corrupção.

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Na ação que foi definida pelo TJSP, Lula alegou abalo moral e dano a sua imagem em decorrência da reportagem e acusou a revista e seus jornalistas de não apurar a veracidade dos relatos do entrevistado, que teria um “histórico de mentiras”. A ação indenizatória, porém, foi julgada como improcedente em primeiro e segundo graus.

Para o relator do acórdão, desembargador James Siano, não houve excesso ou abuso na reportagem, que “visivelmente possui caráter informativo”. O magistrado afirmou que a revista teve o cuidado de atribuir a narrativa de corrupção ao entrevistado, “sem formular considerações próprias”. Siano concluiu, assim, que o direito à informação foi cumprido.

– Se as informações divulgadas são ou não verdadeiras, data vênia, não cabe ao veículo buscar tais esclarecimentos, sob pena de extrapolar os limites de sua atuação, restrita a transmitir informações e fatos, desde que identifique a fonte e origem do conteúdo, como feito no caso em tela – explicou o magistrado.

A decisão de negar o pedido de Lula se deu por maioria de votos. Entretanto, o relator sorteado, desembargador Erickson Gavazza, e o segundo juiz ficaram vencidos. Eles votaram para dar provimento ao recurso de Lula por entender que houve abuso do direito de informação, com violação ao direito de personalidade do ex-presidente.


‘Se tem alguém que tem moral para discutir sobre corrupção, somos nós do PT’

Segundo colunista, Gleisi Hoffmann tem divulgado livreto sobre processos movidos contra Lula

Pleno.News - 26/08/2021 22h42 | atualizado em 26/08/2021 22h52

Gleisi Hoffmann, presidente do PT Foto: Divulgação/Câmara dos Deputados

Durante a viagem de Lula pelo Nordeste, a presidente nacional do Partido dos Trabalhadores, Gleisi Hoffmann, tem divulgado um livreto produzido pelo PT sobre os processos movidos contra o ex-presidente da República.

Na quarta-feira (25), na Bahia, Gleisi pediu que os militantes do partido andem com o exemplar “debaixo do braço” para provar que Lula e o PT foram vítimas de perseguição. As informações são do colunista Lauro Jardim, do jornal O Globo.

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Segundo Hoffmann, ninguém tem mais “moral” para falar sobre corrupção do que os petistas.

— Esse é o debate que vão querer fazer conosco. E se tem alguém que tem moral para discutir sobre corrupção somos nós do Partido dos Trabalhadores, porque enfrentamos esse tema de todas as formas.

Política : 7 DE SETEMBRO
Enviado por alexandre em 27/08/2021 09:01:23

Lira pede "paciência, parcimônia e paz", em atos do dia 7 de setembro
Nesta quinta-feira (26), o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), comentou os atos marcados para o dia 7 de Setembro. Ele pediu que as pessoas saiam de casa com “paciência, parcimônia e sentimento de paz”.

A declaração foi dada após uma reunião com líderes partidários na Câmara.

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– A democracia tem de ser respeitada. Qualquer ato de ruptura institucional ou de desrespeito às instituições não deve ser tolerado, porque isso não ajudará vencidos ou vencedores. É importante que a democracia seja exercida, e a rua é o lugar do povo – apontou.

Em sua fala, o presidente da Câmara disse esperar ainda que as pessoas realizem “protestos construtivos, que tragam reflexão para as instituições”.


João Doria diz que não permitirá atos da esquerda em SP no dia 7

Governador paulista afirmou que a realização de atos simultâneos "põe em risco a segurança dos manifestantes"


Governador de São Paulo, João Doria Foto: Reprodução

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), afirmou nesta quinta-feira (26) que a Secretaria da Segurança Pública (SSP) paulista vetou a realização de atos organizados por movimentos de esquerda contra o presidente Jair Bolsonaro, na capital paulista, no próximo dia 7 de setembro. Segundo ele, por razões de segurança, só será permitido o ato favorável ao presidente.

Apoiadores do chefe do Executivo federal farão ato no dia 7 na Avenida Paulista, com a presença anunciada do presidente e de apoiadores. A via também era o local onde estava previsto inicialmente o protesto da oposição, mas a Polícia Militar decidiu que, pela alternância no uso da avenida, a vez é dos apoiadores do governo.

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O protesto contra o presidente então passou a ser anunciado para ocorrer no Vale do Anhangabaú. Porém, segundo Doria, a SSP já decidiu por uma resposta negativa à marcha da oposição. Como justificativa, Doria argumentou que a realização de manifestações simultâneas “põe em risco a segurança dos manifestantes” e “divide o esforço de segurança pública”.

O governador paulista disse ainda que a SSP vetará a utilização de qualquer área, “não só na capital, mas também no estado de São Paulo”, para manifestações contrárias a Bolsonaro no dia 7. Ele voltou a falar que a data para atos críticos ao presidente na avenida Paulista é 12 de setembro.

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