Deputado forjou o próprio atentado a bala, diz PGR
Manifestação da PGR foi enviada ao Supremo Tribunal Federal
A Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou o deputado federal Loester Trutis (PSL-MS) por comunicação falsa de crime, porte ilegal de arma e disparo de arma de fogo. Ele é acusado de ‘forjar o próprio atentado’.
Em manifestação enviada ao Supremo Tribunal Federal (STF), o vice-procurador-geral Humberto Jacques de Medeiros diz que ‘robustos elementos’ contradizem a versão do parlamentar.
“Diversos Laudos Periciais, Relatórios e Informações Policiais, além de oitivas, revelaram a real dinâmica dos fatos e refutaram a versão inicialmente apresentada pelos denunciados à Polícia Federal”, afirmou a PGR.
A Procuradoria também chamou atenção para o uso político do episódio.
“Considerando que o porte de arma é uma pauta política defendida intensamente pelo Deputado Loester Trutis; o Parlamentar, ao noticiar o episódio, atribui ao porte de arma a ausência de lesões e, até mesmo, o escape da morte”, destaco o vice-procurador.
Caberá à ministra Rosa Weber, relatora do caso no STF, decidir se aceita ou não a denúncia.
Ao concluir a investigação, em maio, a Polícia Federal (PF) apresentou um relatório de 105 páginas em que rebate a versão do deputado e do assessor dele, Ciro Nogueira Fidelis. Os investigadores disseram que ambos prestaram informações falsas para tentar inviabilizar as apurações.
“Na verdade, as informações recebidas, constantemente, serviram somente para que fossem empreendidos esforços em diligências desnecessárias, tirando os investigadores do foco”, diz um trecho do documento. “As diligências que tomaram por base a versão trazida pelas supostas vítimas não eram corroboradas com nenhum dado, prova ou até mesmo indício e sempre levavam a investigação por caminhos que não traziam quaisquer resultados”, acrescentou a PF.
Ao cruzar imagens de câmeras de segurança instaladas no trajeto e dados do GPS do carro do deputado, a Polícia Federal concluiu que não havia nenhum veículo perseguindo ou monitorando Trutis. A versão dos investigadores é que o parlamentar entrou em uma estrada secundária e atirou contra o próprio veículo.
“O veículo esteve parado no mesmo local por exatos 40 segundos, entre o horário das 05:29:02 às 05:29:42. E mais, por aproximadamente 24 segundos o automóvel esteve com a ignição desligada. Tempo suficiente para descer do veículo, efetuar vários disparos de arma de fogo e retomar para dentro do veículo”, apontou a PF.
“Ao que tudo indica, planejaram de madrugada o plano e pela manhã cedo foram executá-lo, sem antes ter estudado a localidade Essa escolha ocorreu ali mesmo na rodovia BR-060. É possível constatar pelos dados do rastreador veicular como o Toyota Corolla trafegou na rodovia, nos mais diversos sentidos em velocidades baixas, pois os atores da tragicomédia estavam procurando o lugar para encenarem a sua peça”, ressaltou outro trecho do relatório.
COM A PALAVRA, O DEPUTADO Confio no poder da verdade. Sou vítima de um refinado conluio de autoridades locais, que induziram o PGR e a ministra a erro. Testemunhas essenciais não foram ouvidas, e provas foram destruídas ou manipuladas, como por exemplo o GPS do carro que eu ocupava, que foi formatado pela locadora. Ou mesmo o veículo alvejado, que não foi preservado pela polícia técnica, tendo sido devolvido à locadora, reformado e vendido. Em ambos os casos me foi cerceada qualquer possibilidade de proceder perícia complementar e independente. Tudo isso foi feito com a autorização da Polícia Federal do Mato Grosso do Sul, um verdadeiro absurdo jurídico.
Desde o primeiro dia, meu mandato se pautou no combate ao crime organizado e no fortalecimento das Instituições de Segurança Pública que combatem quadrilhas que assolam o Estado do Mato Grosso do Sul há mais de 30 anos.
Por fim, espero ansiosamente que as provas possam ser analisadas fora do MS, e os atos ilícitos dessa investigação – que nunca teve o intuito de apontar o autor da tentativa de assassinato que sofri, e sim tenta promover um assassinato de reputação e da minha vida política – sejam finalmente demonstrados.
Seria cômica se não fosse trágica a fala da presidente do PT, Gleisi Hoffman, no encontro do ex-presidente Lula, ontem, em Brasília, com a bancada petista no Congresso, quando conclamou aliados para terem um discurso alinhado de rebate aos escândalos na era petista de Lula e Dilma. “Podemos fazer módulos específicos, com umas três horas, para a bancada, explicando tintim por tintim o que aconteceu. Mostrar o que aconteceu na lava jato, as mentiras que foram contadas, no que culminaram, o que falaram sobre a Petrobras. Temos que estar com isso na ponta da língua. Temos muitos argumentos e vamos encarar nosso debate”, disse ao lado do ex-presidente.
Joseph Goebbels, ministro de Propaganda Hitler na Alemanha Nazista, dizia que uma mentira repetida mil vezes torna-se verdade. Não é o caso do que aconteceu nos governos petistas, campeões em roubalheira no País, a começar do Mensalão, no primeiro mandato de Lula. Só não deu em impeachment porque o pernambucano Severino Cavalcanti, então presidente da Câmara, engavetou todos os pedidos feitos pela oposição.
O escândalo estourou em 6 de junho de 2005, quando o deputado Roberto Jefferson disse ao jornal Folha de São Paulo que o Partido dos Trabalhadores (PT) pagou a vários deputados R$ 30 mil por mês para votar favorável aos interesses do Governo na Câmara dos Deputados. Os fundos supostamente vieram dos orçamentos de publicidade das empresas estatais, canalizados através de uma agência de publicidade de propriedade de Marcos Valério. O que Hoffman tem a dizer sobre isso? Mentira, cara pálida?
Quanto à lava jato, exclusividade do seu discurso, foi resultado de um conjunto de investigações, realizadas pela Polícia Federal do Brasil, que cumpriu mais de mil mandados de busca e apreensão, de prisão temporária, de prisão preventiva e de condução coercitiva, visando apurar um esquema de lavagem de dinheiro que movimentou bilhões de reais em propina. Ao longo de seus desdobramentos, entre outras pessoas relevantes que acabaram sendo presas, o próprio ex-presidente Lula.
Também ex-governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, e o seu sucessor Luiz Fernando Pezão, ainda durante o mandato. Ainda ex-senador Delcídio do Amaral, o ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, os ex-ministros da Fazenda, Antonio Palocci e Guido Mantega, o publicitário João Santana, o ex-ministro-chefe da Casa Civil José Dirceu, e o empresário Eike Batista. Ao final de dezembro de 2016, a Operação Lava Jato obteve um acordo de leniência com a empreiteira Odebrecht, que proporcionou o maior ressarcimento da história mundial, que causou graves danos à ordem econômica brasileira.
O acordo previu o depoimento de 78 executivos da empreiteira, gerando 83 inquéritos no STF, e de que o ministro Edson Fachin. Do STF, retirou o sigilo em abril de 2017. Aonde está a mentira, Gleisi Hoffman, cara pálida?
Maior do País – A operação Lava Jato investigou crimes de corrupção ativa e passiva, gestão fraudulenta, lavagem de dinheiro, organização criminosa, obstrução da justiça, operação fraudulenta de câmbio e recebimento de vantagem indevida. Foi apontada como uma das causas da crise político-econômica de 2014 no País. De acordo com investigações e delações premiadas, estavam envolvidos em corrupção membros administrativos da empresa estatal Petrobras, políticos dos maiores partidos do Brasil, incluindo presidentes da República, presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado Federal e governadores de estados, além de empresários de grandes empresas brasileiras. A Polícia Federal considera-a a maior investigação de corrupção da história do País.
Olho na bancada – Presente ao encontro, o ex-presidente Lula destacou a necessidade de o PT eleger uma bancada expressiva no Congresso nas eleições de 2022. “É importante formar uma bancada grande para ter um bom apoio”, afirmou. “Só não vou conversar com quem não quiser conversar comigo”, disse Lula. A agenda do ex-presidente em Brasília deve se estender pelo menos até sexta-feira. Na quinta-feira, visitará uma cooperativa de catadores de materiais recicláveis na Cidade Estrutural, na periferia de Brasília. Lula também planeja para os próximos meses ao menos duas viagens internacionais. Uma para a Europa, onde deve ir à Bélgica, França e Alemanha. Depois, à América Latina, começando pela Argentina.
Folia sem restrição – Apostando na vacinação em massa da população até o final do ano, Rio e São Paulo saíram na frente e já anunciaram a volta do Carnaval em 2022. No Rio, por exemplo, será sem nenhum tipo de restrição, como o uso de máscaras. Da mesma forma, a capital paulista. O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, anunciou que a festa será realizada sem medidas de restrição “se a questão sanitária estiver da forma como está”. Declaração foi dada em fala a jornalista no Hospital Municipal da Bela Vista, no centro. “Tanto o Carnaval de rua quanto o do Sambódromo, não conseguiríamos fazer se não houvesse uma preparação antes. Não dá pra esperar até fevereiro para eles começarem a fazer toda a preparação”, afirmou.
Ciro busca Datena – O ex-ministro Ciro Gomes (PDT) e o apresentador José Luiz Datena se reuniram neste fim de semana durante um jantar em São Paulo para discutir uma possível aliança para 2022. O presidente do PDT, Carlos Lupi, e a mulher de Ciro, Giselle Bezerra, também participaram do encontro. O jantar marca a primeira reunião presencial entre Ciro e Datena depois que o apresentador foi convidado pelo PDT a se filiar ao partido. De acordo com o jornal O Estado de S. Paulo, eles conversaram sobre o “futuro do Brasil” e “possíveis alianças”.
É bronca! – Se Lula optar pelo nome de Marília Arraes para disputar o Senado pelo PT, nome mais forte da legenda no Estado, como a deputada reagirá, tendo em vista que será obrigada a participar de uma aliança liderada pelo PSB? E da parte do PSB, suas principais lideranças, que enxergam em Marília uma inimiga e não adversária, haverá disposição para entendimento? Eis uma equação que só o próprio Lula será capaz de resolver!
CURTAS
NO PÉ DE GUEDES – O deputado Alexandre Frota (PSDB-SP) apresentou, ontem, um ofício contra o ministro da Economia, Paulo Guedes, e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. Ele afirma que as offshores mantidas por ambos configura os crimes de tráfico de influência, advocacia administrativa e improbidade administrativa. A acusação de Frota foi enviada a PGR (Procuradoria Geral da República.
ELEIÇÕES LIVRES – O ministro Luís Roberto Barroso, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), afirmou, ontem, que o Brasil terá eleições livres em 2022 e com as instituições funcionando. Barroso deu as declarações ao discursar na abertura do "Seminário Internacional: Integridade Eleitoral na América Latina – Experiências Recentes e Perspectivas", organizado em parceria pelo TSE e pela Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB).
Perguntar não ofende: Sem coligações, MDB, SD e Avante se unem numa federação partidária?
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse a congressistas do PT, em reunião, hoje, que, mesmo com a vantagem nas pesquisas, não deve haver clima de “já ganhou”. Também pediu mais esforço dos correligionários para se contraporem ao bolsonarismo.
Ele também demonstrou preocupação com o domínio legislativo sobre o Orçamento da União e citou que fará viagens internacionais nos próximos meses.
Disse também que o partido precisa ter como prioridade para o ano que vem aumentar as bancadas no Congresso. Lula está em Brasília para uma série de encontros políticos que começou ontem, quando jantou com governadores.
Ainda hoje, Lula se reunirá com embaixadores africanos. Nos próximos dias, ele se encontrará com representantes de outros países, como o embaixador russo, Alexey Labetskiy, e presidentes de partidos de esquerda e de centro. Um deles deve ser Gilberto Kassab, cacique do PSD, e Carlos Siqueira, do PSB. A ideia exposta por Lula aos correligionários é mostrar ao eleitor que o partido tem soluções para os problemas atuais, como a inflação e a fome. Uma das estratégias será comparar como era a vida do cidadão comum nos anos em que Lula foi presidente, de 2003 a 2010.
Um dos focos deverá ser o preço da carne. Lula costuma dizer que o trabalhador comum podia comer picanha em seu governo. “Ele colocou claramente que nós temos lado, temos posições consolidadas. Já mostramos serviço ao povo brasileiro”, afirmou o líder da Minoria no Senado, Jean Paul Prates (RN).
Com Hang, TV Senado bateu de audiência na CPI da COVID-19
Canal do YouTube da TV Senado teve a maior audiência de toda a CPI
Gabriela Doria - 03/10/2021 09h01 | atualizado em 03/10/2021 09h05
Marcado por tumultos e polêmicas, o depoimento do empresário Luciano Hang à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, última na quarta-feira (29), fez o canal da TV Senado no YouTube bater recorde de audiência. Até o momento, o vídeo já tem mais de 1,6 milhão de visualizações.
A presença de Hang foi até mais assistida do que os depoimentos dos irmãos Miranda (o deputado federal Luis Miranda e o servidor do Ministério da Saúde Luis Ricardo Fernandes Miranda). Os Miranda foram responsáveis por trazer à tona o escândalo envolvendo a compra da vacina indiana Covaxin, cujo contrato foi cancelado pelo governo federal. O depoimento dos dois tem 1,38 milhão de views.
Hang também rendeu à TV Senado a maior audiência desde as sessões no Congresso Nacional que resultaram no impeachment da ex-presidente Dilma. Rousseff (PT), em 2016. Ele é o terceiro vídeo mais popular do canal no YouTube, atrás apenas do pronunciamento de Dilma no Senado Federal, no dia 29 de agosto de 2016, e da sessão que confirmou seu afastamento, em 31 de agosto de 2016. Os vídeos têm 3,7 milhões e 2,7 milhões de views, respectivamente.
A curiosidade em acompanhar as sessões, que chegaram a se tornar “entretenimento” por causa dos embates entre senadores e depoentes, fez com que o canal da TV Senado na plataforma alcançasse 1 milhão de inscritos. Para se ter uma ideia, a TV Câmara tem pouco mais de 680 mil inscritos.
CPI: Hang celebra “recorde de audiência” e agradece o convite dos senadores
Vídeo com o depoimento do empresário foi o mais visto no canal do YouTube da TV Senado
Neste domingo (3), o empresário Luciano Hang, dono da rede de lojas Havan, utilizou as redes sociais para celebrar o recorde de audiência do canal da TV Senado no YouTube e agradecer ao apoio de todos. Até o momento, o vídeo de seu depoimento já tem mais de 1,6 milhão de visualizações.
Os senadores decidiram convocar o empresário após a acusação de que Luciano Hang teria manipulado informações relacionadas ao tratamento e à morte de sua própria mãe, “para não desmerecer” o tratamento precoce contra a Covid-19. Após o depoimento, ele concedeu uma entrevista coletiva na qual chamou a CPI de “tribunal de inquisição” e disse ser atacado desde que se “posicionou politicamente”.
Ao celebrar o resultado, Luciano Hang agradeceu aos senadores pelo convite para o depoimento.
– Na quarta-feira batemos 1,5 milhão de visualizações no canal da TV Senado no YouTube, sendo o vídeo mais acessado desde que a CPI iniciou. Só tenho motivos para agradecer todo apoio, audiência e, principalmente, por ficarem comigo nesse momento tão importante – escreveu.
O bolsonarismo não respeita quem pensa de forma diferente. Quando era deputado federal, Jair Bolsonaro defendeu o fuzilamento de Fernando Henrique Cardoso. Na Presidência da República, continua na mesma rota de intolerância e violência. Não apenas utiliza o aparato estatal para perseguir adversários políticos, como suas milícias digitais promovem campanhas difamatórias na internet contra os que resistem aos intentos bolsonaristas.
Mas a violência e a agressividade na política não são exclusividade do bolsonarismo. As ameaças sofridas pela deputada Tabata Amaral, por ocasião de sua filiação ao PSB, recordam como parte da esquerda também é intolerante, desrespeitosa e agressiva. O ator José de Abreu, conhecido apoiador do PT, reproduziu em sua conta no Twitter mensagem que dizia: “Se eu encontro (a Tabata) na rua, soco até ser preso”.
A publicação gerou imediata repercussão, com inúmeras manifestações de solidariedade à deputada. No entanto, houve também por parte de alguns simpatizantes da esquerda a tentativa de relativizar a agressividade contra Tabata Amaral, mencionando como contraponto suas opções políticas. Ou seja, o princípio da dignidade humana, pedra basilar dos direitos humanos, não valeria sempre. A depender das escolhas políticas da vítima, nem toda violência ou intolerância seria abominável.
Além disso, a ignorância também está presente em setores da esquerda. Se é vergonhoso que Jair Bolsonaro fale, na Assembleia-Geral da ONU, que “estávamos à beira do socialismo”, várias manifestações de militantes de esquerda reproduzem obtusidades e preconceitos igualmente constrangedores.
“Não nos esqueçamos (de) que Tabata do Amaral estudou nos USA, apoiada por um bilhardário (sic) brasileiro. Ela se embebeu da ideologia destas duas fontes. Seria bom se voltasse às origens humildes de onde veio e aprender (sic) com o povo. Os olhos suplicantes das crianças pedindo comida a converteriam”, escreveu Leonardo Boff em sua conta no Twitter.
O post do conhecido teólogo, valendo-se do preconceito como arma política, também não é um caso isolado. Seu conteúdo remete ao constante discurso do PT, sempre carregado de imprecisões, simplismos e, não raro, do mais cabal negacionismo.
A esquerda mostra-se muito arredia a qualquer comparação entre bolsonarismo e lulopetismo. Em sua ótica, haveria uma diferença radical quanto ao compromisso das duas forças políticas com a democracia, o que inviabilizaria, por princípio, qualquer possibilidade de cotejo entre elas. A realidade é um pouco mais embaraçosa, no entanto.
O apoio de Lula a regimes não democráticos, como o da Venezuela ou de Cuba, campeões de violações de direitos humanos em nome do “socialismo”, revela que sua defesa da democracia depende da plateia. Não se trata de uma convicção firme. Outros interesses podem condicioná-la, sem maiores rubores.
A defesa lulopetista da “regulação da mídia”, sob o argumento de que a imprensa persegue Lula, também contraria os fundamentos do Estado Democrático de Direito, sendo, portanto, tão constrangedora quanto a hostilidade bolsonarista à imprensa. Não cabe ao Estado determinar o que os cidadãos podem ou não saber.
Por fim, o lulopetismo e o bolsonarismo se equivalem no negacionismo. Bolsonaro, por exemplo, não reconhece que errou ao dificultar a aquisição de vacinas e continua pregando o uso da cloroquina no tratamento contra a covid, custando milhares de vidas de brasileiros, apenas para satisfazer os interesses eleitorais do bolsonarismo. Incapaz de enfrentar com responsabilidade a pandemia, Bolsonaro optou por negar sua gravidade, instaurando uma revoltante política de descaso com a vida da população.
Igualmente negacionista e repleta de interesses políticos é a recusa do PT em admitir seus erros na seara econômica, na conivência com a corrupção e com o mau uso do dinheiro público e na disseminação do ódio no País. Mesmo depois de todos os danos causados ao Brasil, Lula continua pregando a irresponsabilidade fiscal e a cizânia, como se vê pelo comportamento de seus apoiadores. A esquerda pode ser democrática e responsável – tudo o que o lulopetismo não é.
O ministro da Economia, Paulo Guedes, e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, têm empresas em paraísos fiscais e mantiveram os empreendimentos depois de terem entrado para o governo do presidente Jair Bolsonaro, no início de 2019.
Ambos dizem que as offshores estão declaradas à Receita Federal. Normas do serviço público e da Lei de Conflito de Interesses indicam que os 2 mais importantes responsáveis pela economia brasileira podem ter desrespeitado os procedimentos demandados de altos funcionários do governo federal –o que eles negam.
No caso de Campos Neto, como se verá a seguir, há sinais concretos de que o presidente do Banco Central respeitou as normas vigentes ao não ter feito investimentos depois de assumir o cargo. Já o ministro da Economia não quis declarar nada a respeito.
Guedes mantém sua offshore aberta. Não respondeu de maneira direta se fez alguma movimentação, e, se fez, qual foi a natureza dessas operações.
Campos Neto fechou uma de suas companhias 15 meses depois de ter assumido o comando do BC. Questionado pelo Poder360, diz não ter feito nenhuma remessa de recursos nem investimentos com os recursos lá depositados.
Em sua resposta ao Poder360, uma curiosidade: usa a expressão “empresas“, no plural. É que ele mantém mais offshores do que as encontradas e descritas nesta reportagem –tudo está declarado à Receita Federal e foi também relatado ao Senado quando ele foi sabatinado para o cargo, no início de 2019.
Há uma declaração explícita, por escrito (íntegra) sobre se abster de fazer investimentos enquanto ocupar a presidência do Banco Central. Eis um trecho do documento:
DECISÕES DO CMN
Ao atuar em seus cargos no governo Bolsonaro, o ministro da Economia e o presidente do Banco Central foram responsáveis diretos por uma decisão que alterou as regras para donos de offshores. Foi elevado o limite valor depositado no exterior que precisa, obrigatoriamente, ser declarado. Essa decisão de Paulo Guedes e Campos Neto, tomada dentro do Conselho Monetário Nacional, é apontada por especialistas como possível conflito de interesses (embora existam nuances entre ambos).
O CMN tem 3 integrantes: 1) o ministro da Economia (presidente do Conselho), 2) o presidente do Banco Central e 3) o secretário Especial de Tesouro e Orçamento do Ministério da Economia.
Paulo Guedes tem o seu nome ligado à offshore Dreadnoughts International Group Limited (a palavra inglesa “dreadnought” é tanto um navio de guerra, um couraçado, como um capote grosso para o inverno rigoroso). Quando a empresa foi criada, em setembro de 2014, ele depositou US$ 8 milhões. Depois, segundo registros obtidos pelo Poder360, a cifra foi elevada para US$ 9,5 milhões até agosto de 2015.
Ala defende Malafaia como vice de Bolsonaro em 2022
Pastor costuma acompanhar o presidente em viagens oficiais pelo Brasil
O nome do pastor Silas Malafaia começou a ser citado como um possível e potencial nome para candidato a vice-presidente na chapa de Jair Bolsonaro, nas eleições de 2022. De acordo com Igor Gadelha, do Metrópoles, a hipótese fora levantada por aliados do pastor evangélico.
Interlocutores enumeram alguns sinais de que o presidente da República tem demonstrado interesse. O fato de Malafaia acompanhar Bolsonaro em viagens oficias seria um forte indicativo. Outro sinal é de que o pastor foi o único, além do presidente, a discursar no trio elétrico, durante o ato na Avenida Paulista, no último 7 de Setembro.
Uma parte dos manifestantes chegou a chamar Malafaia de “o vice do Bolsonaro”. Em tom de brincadeira, o atual chefe do Palácio do Planalto respondeu: “eu topo”.
Silas Malafaia, por sua vez, afirma não ter pretensão de ser candidato, embora não descarte a possibilidade.