Ex-presidente disse que poderia estar em outro país, mas que retornou ao Brasil mesmo "sob risco"
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou, neste sábado (16), que “não tem medo de qualquer julgamento” e que “poderia estar em um outro país”, mas decidiu voltar ao Brasil em março do ano passado, depois de três meses nos Estados Unidos, mesmo considerando estar sob “risco”.
– Eu poderia estar muito bem em outro país, mas decidi voltar pra cá com todo o risco. Não tenho medo de qualquer julgamento – afirmou Bolsonaro na cerimônia de lançamento da pré-candidatura do deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) à Prefeitura do Rio.
Sob a frase “um novo Rio começa agora”, Bolsonaro e Ramagem posaram no palco ao lado de aliados e correligionários para o ato político.
– O presidente Bolsonaro que nos uniu como patriotas resgatou os valores tradicionais, resgatou a família brasileira e os valores de liberdade. Volta, Bolsonaro. Em 2018, elegemos Bolsonaro presidente do Brasil. Isso vai voltar. No dia seguinte, eu fui indicado pela PF para trabalhar diretamente com o presidente Bolsonaro. Aquela antiga PF que nós dava tanto orgulho. Minha responsabilidade era levar o presidente para a posse. Eu trabalhei com o presidente Bolsonaro há quase seis anos. Em 2022, eu tive a missão de concorrer a uma vaga no Congresso Nacional. Hoje eu recebo uma nova missão do presidente.
Vamos tirar a esquerda do poder do Rio de Janeiro. Vamos tirar esses soldados do Lula da cúpula do Rio – afirmou Ramagem.
O governador do Rio de Janeiro Cláudio Castro (PL), o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho do ex-presidente, deputados federais e estaduais estiveram ao lado de Bolsonaro no palco da escola do Castor.
Castro discursou e apelou às pautas de costumes, com indiretas ao atual prefeito Eduardo Paes (PSD), que tentará a reeleição em outubro deste ano, e ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
– Bolsonaro fez em dois anos o que muita gente não fez em 20 anos Em 2022, o Rio fez sua parte. Bolsonaro ganhou no primeiro e no segundo turno. O PL ganhou o governo no primeiro turno. Foi uma escolha fácil. Você quer ideologia de gênero nas escolas? Você quer bandido podendo matar policial a vontade? Esse ano temos a escolha de quem no fim de semana está nos botecos por aí, ou vamos chamar o delegado para dar ordem nesse Rio de Janeiro. Não somos gado de ninguém – afirmou o governador.
Jake Wallis Simons deu declarações durante entrevista à Folha de S. Paulo
O jornalista britânico Jake Wallis Simons, autor do livro Israelophobia – The Newest Version of the Oldest Hatred and What To Do About It (Israelofobia – a mais nova versão do mais antigo ódio e o que fazer a respeito, em tradução livre), criticou o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva (PL), durante entrevista à Folha de S. Paulo.
Simons chamou Lula de idiota útil do Hamas. O comentário surgiu após ele ter sido questionado sobre a fala do presidente brasileiro que, em fevereiro, comparou a resposta de Israel aos ataques do Hamas com o massacre de judeus promovido por Adolf Hitler durante a 2ª Guerra Mundial.
– É óbvio que é antissemitismo. E totalmente injusto. Hitler tomou um país com uma minoria, tirou os direitos dessa minoria, degradou-os, roubou-os, diminuiu-os até que eles fossem sub-humanos na sociedade, deportou-os para os guetos e matou-os em fábricas de morte. Enquanto no caso israelense, em Gaza, Israel foi a vítima do ataque mais selvagem desde a Segunda Guerra Mundial e respondeu tentando destruir o inimigo, como qualquer outro país democrático faria. Mas precisamos reconhecer que o objetivo do Hamas é criar tantas vítimas palestinas quanto possível, pois isso faz pessoas como o presidente Lula dizerem coisas idiotas. Pessoas como o presidente Lula são, infelizmente, idiotas úteis para o Hamas. As pessoas que fazem essa comparação sabem que não é verdade. Todo mundo sabe que não é verdade. Há um velho ditado segundo o qual um antissemita só acusa um judeu de roubo pela alegria de vê-lo revirar os bolsos para provar que não é um ladrão. Essa é a humilhação de que desfrutam os antissemitas quando pessoas como eu são forçadas a afirmar que judeus e nazistas não são a mesma coisa – afirmou.
Primeira-dama segue causando desconforto entre auxiliares do presidente
As disputas internas entre a primeira-dama Janja da Silva (PT) e auxiliares do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) seguem gerando dor de cabeça no Palácio do Planalto.
Segundo fontes do colunista Lauro Jardim, do jornal O Globo, a esposa do petista está decidida a controlar a comunicação digital do marido, e por isso, trava um “cabo de guerra” com a equipe.
Acontece que Janja quer que as contas do chefe do Executivo passem a ser administradas pela chefe da Secretaria de Estratégia e Redes, Bruna Rosa, pessoa de confiança da primeira-dama.
Bruna faz parte da Secom (Secretaria de Comunicação), e fez parte da campanha do petista à Presidência em 2022. Ela, porém, não goza da mesma confiança por parte dos auxiliares de Lula.
Devido ao poder de influência de Janja, Bruna já possui grande parte do controle sobre as redes do presidente, e nesse período, postagens consideradas polêmicas vieram à tona, como as que ironizam adversários políticos em perfis oficiais do governo.
Um dos exemplos é a publicação envolvendo a dengue, na conta do governo brasileiro da rede social X, em janeiro deste ano. Na época, o perfil usou de ironia ao fazer referência velada à ação da Polícia Federal (PF) contra o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ).
A imagem compartilhada na rede mostra uma mão batendo na porta com a mensagem “toc, toc, toc”. A legenda da publicação, porém, fala sobre a chegada de agentes comunitários nas casas dos cidadãos brasileiros.
Para o opositores como o deputado federal Sanderson (PL-RS), casos do tipo representam um “provável desvio de finalidade das propagandas institucionais”.
De acordo com a coluna Radar, da revista Veja, a esposa do petista definiu que o entorno de ambas as salas – que ficam localizadas no terceiro andar – será um espaço restrito, mesmo para auxiliares.
Assim, a equipe do presidente teve a circulação limitada, e eventual descumprimento da regra resulta em uma “bronca” para toda equipe, como ocorreu recentemente quando um ministro entrou na sala do chefe do Executivo sem bater.
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