Regionais : Escola Pública de Trânsito promove cursos profissionalizantes
Enviado por alexandre em 28/03/2016 19:45:45


Atendendo as resoluções do Conselho Nacional de Trânsito (Contran), o Departamento Estadual de Trânsito (Detran), por meio da Escola Pública de Trânsito (Eptran), está com inscrições abertas para diversos cursos profissionalizantes e de atualizações. A supervisora da Escola Púbica de Trânsito, Rosana Maria Matos, explica que os cursos oferecidos têm por objetivo formar profissionais, bem como atualizar o conhecimento dos profissionais que já atuam no mercado. A taxa de inscrição para todos os cursos é de R$ 61,09.

Há cursos disponíveis para os municípios de Ariquemes, Ouro Preto do Oeste, Ji-Paraná, Itapuã do Oeste, Cacoal, Rolim de Moura, Colorado do Oeste, Cerejeitas, Pimenta Bueno, Nova Mamoré, Guajará-Mirim, Jaru e Porto Velho.

Para se inscrever, basta procurar a Escola Pública de Trânsito, que fica localizada na Avenida Lauro Sodré, n° 1983, bairro Olaria, em Porto Velho.

Para quem mora no interior do estado, é necessário prencher a ficha de inscrição, disponível no site do Detran, e enviar para a sede da Escola pública na capital (endereço acima). Na página, os interessados têm acesso, ainda, a relação de documentos exigidos.

Cursos com inscrições abertas até 30 de março de 2016.

Curso de Atualização de Instrutor, Examinador e de Diretor de Ensino e Geral de CFC – Porto Velho
Curso de Atualização de Mototaxista – Ouro Preto do Oeste
Curso de Formação de Taxista – Ji-Paraná
Curso de formação de Mototaxista – Itapoã do Oeste

Cursos com inscrições abertas de 04 a 29 de abril de 2016.
Curso de Atualização de Mototaxista – Ariquemes, Ji-Paraná, Cacoal, Rolim de Moura, Colorado do Oeste e Cerejeiras
Curso de Formação de Mototaxista – Pimenta Bueno
Fórum Estadual de Educação de Trânsito – Porto Velho
Curso de Formação para Condutores de Veículo de Transporte Escolar – Nova Mamoré, Guajará Mirim e Jaru
Curso de Formação de Condutores de Veículos de Transporte de Emergência – Porto Velho, no 1° BTPM/RO



Mais informações podem ser obtidas pelo telefone (69) 3217 – 2942 ou pelo e-mail: ept@detran.ro.gov.br

Regionais : O silêncio inconteste dos pretensos candidatos de Rondônia
Enviado por alexandre em 28/03/2016 19:42:19


Porto Velho, RO – Já faz um tempo que o jornal eletrônico Rondônia Dinâmica tem publicado material opinativo na área política abordando as eleições de 2016. Em quase todos os textos publicados, o indicativo tem sido praticamente o mesmo: neste ano o pleito está caminhando a passos curtíssimos, quase parando.

Um burburinho aqui, outra movimentação acolá e é só. Não ocorre mais como num passado extremamente recente em que pré-candidatos faziam questão de aparecer de qualquer maneira a fim de lograr êxito diante de seus adversários.

A lei eleitoral, a internet como ferramenta exemplar de denúncias – e denuncismo também, diga-se de passagem – e a própria transformação vivencia da pelo Brasil em termos de Poder Judiciário e atuação da Polícia Federal, Ministério Público Federal e Estadual, Tribunal de Contas e afins direcionam um potente feixe de luz expondo qualquer figura pública.

O medo de atacar é o mesmo de receber o peso do contra-ataque. O primeiro a fazer movimento brusco ofensivo pode acabar sendo alvo de todos os demais envolvidos numa campanha política nos tempos de hoje.

O que se faz hoje para alcançar um cargo político é espantoso. A arena de batalha não é utilizada apenas com potencial bélico direcionado à vida pública dos combatentes. Esmiúça-se cada ponto de suas vidas privadas, interesses particulares são colocados diante da opinião dos eleitores – habitualmente de forma distorcida – justamente para denegrir o oponente.

São tempos difíceis.

O enfrentamento não é mais de ideias, propostas e programas de governo. Hoje, ao se digladiarem, os que buscam manter ou se estabelecer pela primeira vez num cargo político optam, principalmente, por destacar defeitos dos outros.

Esse é o espírito da coisa, na realidade. Não há mais como lidar com tudo isso sem que se pese a importância das pequenas movimentações nos bastidores. Está tudo em franco silêncio, uma estratégia muito bem utilizada. Com todas essas considerações, ficar quieto, no caso dos pré-candidatos, é uma atitude muito mais inteligente do que avançar o sinal construindo prematuramente desavenças que virão de forma natural posteriormente.

Autor: Rondoniadinamica

Regionais : Grau: impeachment não é golpe
Enviado por alexandre em 28/03/2016 09:13:39

Grau: impeachment não é golpe



O ministro aposentado do Supremo Eros Grau criticou a reação da presidente Dilma e de outros governistas em relação ao impeachment. “A afirmação de que a admissão de acusação contra o presidente da República por dois terços da Câmara dos Deputados consubstancia um golpe é expressiva e desabrida agressão à Constituição, própria a quem tem plena consciência de que o presidente da República delinquiu, tendo praticado crime de responsabilidade”, diz

Palavra final é do Supremo



Ao comentar a questão dos grampos da operação "lava jato" envolvendo pessoas com foro especial, o ministro aposentado do Supremo Carlos Ayres Brito afirmou que “não é a primeira instância que decide o que sobe, mas o Supremo quem decide o que fica com ele (dos grampos) e o que desce”.

“Foi o que Teori Zavascki entendeu. E agora cabe ao Plenário da corte confirmar se é isso mesmo”, complementa.

O ministro aposentado também diz que “nada está fora do eixo quando o Judiciário funciona bem e dá a última palavra”. As informações são da colunista Sonia Racy, do jornal O Estado de S. Paulo.

O ministro aposentado também destacou que “quem não é criminoso enfrenta com dignidade o devido processo legal, exercendo o direito de provar não ter sido agente de comportamento delituoso”. As informações são do jornal O Globo.

Gilmar e seu evento inconveniente



Em editorial criticando as afirmações da presidente Dilma Rousseff, que tem classificado os pedidos de impeachment contra ela de golpe, a Folha de S.Paulo também cita negativamente a ida do ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes a Portugal para um evento do Instituto Brasiliense de Direito Público onde estarão representantes da oposição.

"O fato de ser um evento acadêmico programado há muito tempo não diminui sua inconveniência. Se o Executivo e o Legislativo gozam de pouco prestígio, se a presidente e lideranças do Congresso contribuem para acirrar os ânimos, cabe ao Judiciário dar o exemplo. Um processo de impeachment já é suficientemente traumático; o país não precisa sair da crise com suas instituições desacreditadas."

Mais Notícias : Funcionária: Propina é prática antiga na Odebrecht
Enviado por alexandre em 28/03/2016 09:09:50

Funcionária: Propina é prática antiga na Odebrecht

Postado por Magno Martins

Conceição Andrade guardou lista com mais de 500 nomes de políticos.
Ela trabalhou na empresa na década de 80; PF analisa documentação.

Do G1, em São Paulo

Uma ex-funcionária da Odebrecht afirma que o pagamento de propinas a agentes públicos é uma prática antiga na empresa, segundo reportagem do Fantástico deste domingo (27). Conceição Andrade trabalhou como secretária do departamento financeiro da Odebrecht por 11 anos e guardou uma lista com mais de 500 nomes de políticos, empresários e agentes públicos que, segundo ela, recebiam propina da empresa na década de 80. A Polícia Federal afirma que está analisando a documentação.

Na semana passada, tornaram-se públicas planilhas que mostram doações feitas pela empresa a mais de 200 políticos de 24 partidos. Os políticos negam ter cometido irregularidades. Em despacho, o juiz Sergio Moro afirmou que vai decidir nesta segunda-feira se a lista será encaminhada ao Supremo Tribunal Federal (STF), já que nela aparecem nomes de políticos com foro privilegiado. O juiz também afirmou que é prematura qualquer conclusão sobre a natureza, lícita ou não, dos pagamentos que fazem parte da planilha.

Assim como nas planilhas divulgadas na semana passada, na lista de 1988 guardada por Conceição, os políticos são identificados com apelidos. Um codinome é jargão da Justiça: Capa Preta. Há ainda "Almofadinha", "Ceguinho", "Sabiá", "Mel", "Whisky", "Boca Mole", "Gambá, "Pequeno Suíno", entre outros. "Era o próprio pessoal da empresa que dava [esses apelidos aos políticos] de acordo com o momento, de acordo com a figura física de cada um deles", diz Conceição. "Eles faziam isso em tom de deboche."



Na terça-feira (22), os procuradores da Operação Lava Jato afirmaram que havia um setor na Odebrecht dedicado exclusivamente ao pagamento de propinas. Segundo Conceição, quando ela trabalhava na empresa, entre 1979 e 1990, esse setor ainda não existia. "[Antes], eles funcionavam com esquema de caixa dois paralelo ao esquema, à contabilidade da própria empresa. Não tinha um departamento separado como hoje", diz.

Documentação
A ex-funcionária afirma que guardou em casa, durante 25 anos, documentos que ela diz serem provas da corrupção que testemunhou e de que até fez parte quando trabalhou no departamento financeiro da Odebrecht. Ela diz que foi demitida por contenção de despesas. "Quando eu fui demitida da empresa, vieram dentro dos meus pertences pessoais. Quando eu cheguei em casa, eu percebi que tinha esses papéis da empresa. Eu não tive mais como devolvê-los. (...) Todos esses anos ficou [tudo] guardado", diz.

Após a demissão, Conceição afirma que entrou na justiça contra a empresa, cobrando direitos trabalhistas, mas perdeu. Questionada sobre o motivo de ter levado tanto tempo para divulgar os documentos, ela diz que, se fizesse isso na época, "seria uma briga de uma pequena com um sistema todo". "Eu fiquei com medo de retaliações, de agressões. Inclusive consultei algumas pessoas, e as pessoas me aconselharam a não mostrar", afirma. "Resolvi tornar público [agora] pela situação que o país está passando, e eu vi que era uma oportunidade para contribuir para poder passar esse país a limpo."

Mais de 500 nomes
A lista tem mais de 500 nomes, entre ex-ministros, ex-governadores, ex-prefeitos, senadores e deputados. Alguns dos citados já morreram. Os que continuam na vida pública estão em vários partidos, tanto da base do governo quanto da oposição, e há pelo menos um jornalista. O Fantástico não divulgou os nomes das pessoas que aparecem na lista, pois a polícia ainda não sabe se elas cometeram alguma irregularidade ou não.

Apesar de a Polícia Federal ainda não poder afirmar que todas as anotações na lista se referem a propinas, Conceição se diz convencida. "Tudo isso era propina. Tudo que tem dentro, toda essa relação que existe nessa lista foi pagamento de propina, de caixa dois", diz.

Além da lista, a ex-funcionária guardou um dossiê com mais de 200 itens, entre bilhetinhos, contas, recibos e anotações feitas a mão.

Em um dos papéis, há um cálculo para pagar a uma pessoa identificada como "Azeitona" a comissão de 2% sobre a obra de irrigação do Formoso. Essa obra, segundo o site da Odebrecht, foi executada em Bom Jesus da Lapa (BA) nas décadas de 80 e 90. O rascunho do cálculo informa que o valor deve ser pago em "dólar black", que era o mercado negro de câmbio na época. Feita a conversão de 2% de mais de 700 milhões de cruzados, a moeda da época, dá US$ 28 mil.

Segundo Conceição, o pagamento em dólar não era incomum. "Havia pagamento em dólar (...) porque isso era exigência do político que ia receber a propina", diz. Outro rascunho da ex-funcionária revela a partilha da propina pela obra da adutora João Pessoa e os valores pagos a "Graviola", "Aviador", "Tênis", "Pardal" e "Pouca Telha".

Conceição diz que chegou a entregar dinheiro para políticos pessoalmente algumas vezes. "Tinham algumas políticos aqui de Salvador que algumas vezes iam receber o dinheiro dentro da própria empresa em 'cash'. E outras vezes a empresa repassava o dinheiro para os gerentes de obra, e eles distribuiam para os políticos daquela região. (...) [Era] bastante dinheiro. (...) Era 100 vezes mais do que eu ganhava", afirma.

Conceição afirma que acredita que, quando entrou na empresa, o esquema já existia, mas não tem certeza. Ela afirma que tudo era feito abertamente. "Todo mundo sabia na empresa. As pessoas do departamento financeiro sabiam e algumas pessoas fora sabiam que a empresa trabalhava com caixa dois", diz. Ela afirma que está disposta a falar com a polícia e com a Justiça se for chamada.

Análise da Polícia Federal
Em setembro de 2015, a ex-funcionária entregou a lista e os documentos para o deputado federal Jorge Solla (PT), que apresentou a documentação na CPI da Petrobras. Solla entregou os papéis também para o Ministério da Justiça, que os repassou para a Polícia Federal. A documentação está com a Delegacia de Repressão a Crimes Financeiros, no Paraná, já que seria de interesse da Operação Lava Jato.

Neste domingo, a Polícia Federal informou que os documentos estão sendo analisados e que, se comprovada a autencidade, eles serão incorporados ao banco de dados da Lava Jato, pois as informações podem ajudar a esclarecer pontos da investigação. Segundo a PF, mesmo que os papéis sejam considerados legítimos, não há como processar os envolvidos, pois os crimes já estariam prescritos.

Por meio de sua assessoria de imprensa, a Odebrecht informou que a empresa não vai se manifestar sobre a lista da ex-funcionária.

Marchinha da Dilma

Postado por Magno Martins

Valdo Cruz - Folha de S.Paulo

Daqui não saio/daqui ninguém me tira. Eu sou honesta/ eu não roubei. Ganhei meu mandato/foi do povão. Escreve aí/creia em mim/vão me tirar/com gol de mão.

Se eu perder/pode crer/vou recorrer/ao tapetão. Assim é golpe/é armação/me derrubar só porque dei umas pedaladas lá na União.

Pintada para a guerra, essa é a marchinha que Dilma Rousseff não cansa de entoar nos últimos dias no Palácio do Planalto, transformado na última trincheira contra a batalha final do impeachment.

Reflete o desespero palaciano diante do risco real de queda do governo, pela primeira vez admitido por assessores da própria presidente, que até alguns dias se agarrava a seu canto de guerra para confiar que nada aconteceria a ela.

Um erro de avaliação. Na política, nem sempre basta ser e parecer honesto. Tem de atender seus aliados para que acreditem em você. É uma regra um pouco diferente da de são Tomé: aqui é receber para crer.

Dilma imaginou que ninguém tinha o direito de duvidar de sua honestidade e que isso bastava para se livrar do impeachment. Uma ilusão, da qual acordou um pouco tarde.

É certo que, hoje, o argumento jurídico do pedido de impeachment contra ela é frágil e, para alguns, até inexistente. Mas será usado como argumento, por uns, e pretexto, por outros, só para derrubá-la.

Dilma já deixou claro que entrará com recurso no Supremo Tribunal Federal contra essa eventual decisão. Aí, caberá ao STF decidir o rumo do país: concordar com Dilma ou com a Câmara dos Deputados.

Em Brasília, porém, dizem que Dilma pode até escapar do atual pedido de impeachment, mas não teria a mesma sorte depois que algumas delações vierem a público.

Ela seguirá dizendo ser honesta, mas sua campanha pode não ter sido tanto assim. Daí a pressa do PMDB em romper com a petista. Acelerar o que já é dado como certo. E evitar ser vítima também do que vem por aí.

Mídia distorce fala de Dilma sobre golpe


Engajadas numa tentativa de golpe contra a democracia brasileira, assim como fizeram em 1964, as três famílias que hoje controlam os três principais jornais do País, os Frias, os Marinho e os Mesquita, passaram a se dedicar a um exercício de cinismo. A ordem, agora, é encontrar personalidades que repitam um truísmo: o de que o impeachment não é golpe por estar previsto na Constituição – como se a presidente Dilma Rousseff algum tivesse dito o contrário. (Do Portal Brasil 247)

Há dois exemplos no Estado de S. Paulo de hoje (aqui e aqui), um no Globo (aqui) e um no próprio editorial da Folha.

O ponto, no entanto, é que Dilma jamais negou que o impeachment em si seja um golpe. O que ela e diversos juristas têm afirmado, assim como políticos com sólida formação jurídica, como o governador maranhense Flávio Dino, é que um impeachment só se torna um processo legítimo quando vem acompanhado de um crime de responsabilidade cometido pelo presidente da República.

Nunca é demais lembrar que o golpe conduzido por Eduardo Cunha (PMDB-RJ), com apoio da oposição e de diversos parlamentares acusados de crimes gravíssimos, tem como fundamento as chamadas "pedaladas fiscais" – algo que, como diz Delfim Netto neste domingo, ocorre no Brasil desde D. João VI.

Folha, Globo e Estado, que colaboraram com o golpe militar de 1964 e agora articulam o "golpe institucional" de 2016, são incapazes de demonstrar um ponto singelo: qual foi o crime de responsabilidade cometido pela presidente Dilma Rousseff.

Enquanto isso não ocorrer, o impeachment, ainda que mascarado pela legalidade, não poderá ser chamado de outra coisa, a não ser o que efetivamente é: um golpe contra a democracia, apoiado por meios de comunicação que deveriam, em tese, defendê-la. (Do Brasil247)

Dilma diz que aguenta pressão



"Podem ficar tranquilos porque eu aguento bem a pressão. Sou resistente", disse a presidente, em reunião com ministros

Do Correio Braziliense

Sob intenso cerco político, Dilma Rousseff deixou impressionados os ministros com quem conversou nesta semana. Não sem motivo: com uma frieza a toda prova, ela expôs planos de governo para os próximos dias, meses e até para 2018. "Podem ficar tranquilos porque eu aguento bem a pressão. Sou resistente", disse a presidente, ainda gripada, em uma das reuniões com a equipe.

Sem tempo, Dilma trocou a leitura frenética de livros pela análise minuciosa de mapas de votação na Câmara, onde uma comissão com 65 deputados vai definir o destino do impeachment. Ampliou o escopo, mirando em mais do que os 171 votos necessários para barrar o processo no plenário, e exibiu habilidade em decorar o Estado de cada parlamentar a ser fisgado

A ordem é abrir o cofre, atender os aliados fiéis, desalojar os "traidores" e dividir o PMDB, que na terça-feira deve oficializar o divórcio do governo. Na estratégia do "tudo ou nada", Dilma partiu para o varejo das negociações políticas, virou uma espécie de "ouvidora" dos insatisfeitos, coisa que sempre abominou, e montou um gabinete de crise permanente.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que teve a nomeação suspensa como ministro da Casa Civil e aguarda decisão do Supremo Tribunal Federal para saber se poderá assumir o cargo, atua de longe na coordenação geral dos trabalhos, sem pisar no Palácio do Planalto.

A batalha de comunicação do governo é agora direcionada para "vender" a imagem de Dilma como mulher "guerreira", que lutou contra a ditadura e hoje enfrenta um "novo modelo de golpe". Todos os dias, Dilma recebe no Planalto ou mesmo na residência do Alvorada líderes e dirigentes de partidos aliados, além de ministros do PMDB. Pede apoio e promete mudanças.

Deputados do PP e do PR informaram a ela que será difícil manter o aval ao governo se o PMDB desembarcar e alertaram sobre um possível efeito dominó em outros partidos.

"Foi um aviso de que o gato subiu no telhado. A ficha dela caiu, mas, por incrível que pareça, não se abateu", contou um dos deputados que estiveram com a presidente. "Parece que, se morrer, vai morrer lutando".

Numa contraofensiva arriscada, o governo decidiu, na quinta-feira, desafiar o vice Michel Temer - que comanda o PMDB e é chamado por petistas de "chefe da facção" -, exonerando o presidente da Funasa, Antônio Henrique de Carvalho Pires, homem de sua confiança.

Nos bastidores, auxiliares de Dilma afirmam que tudo será feito para enfrentar a "conspiração" do grupo de Temer e contemplar com cargos quem pode ajudar a derrubar o impeachment na Câmara. É uma disputa voto a voto, no mais fiel estilo do "toma lá, dá cá".

Tática semelhante foi usada em dezembro, quando Dilma dispensou o vice-presidente de Fundos e Loterias da Caixa Econômica Federal Fábio Cleto, indicado pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), como retaliação à atitude do deputado de aceitar o pedido de impeachment.

Em conversas reservadas, Dilma mostra inconformismo com o fato de Cunha, réu no Supremo Tribunal Federal, acusado de corrupção na Petrobras, conduzir o processo que pode levar a seu afastamento. "Eu não cometi nenhum crime para justificar a interrupção do meu mandato. Brigarei até o fim", diz ela, enquanto a Operação Lava Jato avança sobre o governo.

No PT há quem pregue até mesmo que, em caso de impeachment, Dilma recorra à Organização dos Estados Americanos (OEA). Nesse combate, há ainda táticas de guerrilha que circulam na internet, com ameaças de fim de programas sociais, como o Bolsa Família, se a presidente cair.

Foi após a campanha da reeleição, em 2014, que Dilma terminou de ler a biografia do ex-presidente Getúlio Vargas, escrita pelo jornalista Lira Neto. Não por acaso, outro dia voltou a dar uma espiada no terceiro volume, segundo relato de um ministro. "Tudo a seu tempo", costumava dizer Getúlio, quando era pressionado.

Mais Notícias : Dilma e o comando do Esporte: uma jogada perigosa
Enviado por alexandre em 28/03/2016 09:05:19

Dilma e o comando do Esporte: uma jogada perigosa

Postado por Magno Martins

Presidente transforma a pasta em objeto de barganha contra o impeachment. Mas movimentação para resgatar o PRB pode desagradar outro partido aliado

Veja - Marcela Mattos

Cada vez mais acuada diante do avanço do processo de impeachment, a presidente Dilma Rousseff tem feito uso escancarado de cargos no governo para tentar cooptar votos favoráveis à sua manutenção no cargo. Poucos exemplos são tão claros quanto a troca de comando no Ministério do Esporte nesta semana - que se deu ainda a menos de cinco meses de sediar os Jogos Olímpicos. Este é, aliás, mais um fator pelo qual a pasta se torna um objeto de barganha valioso no balcão de negócios para conter o impeachment. Mas as movimentações desta semana podem ter representado uma jogada desastrada do Planalto. Ao rifar George Hilton, o Planalto tenta agradar o PRB, satisfaz o aliadíssimo PCdoB - e arrisca-se a perder apoio do Pros.

De saída da pasta, o ministro George Hilton, segundo aliados, credita a sua provável demissão a uma investida do presidente do PRB, Marcos Pereira. Os dois, que até semana passada dividiam a legenda, entraram em rota de colisão ao divergirem sobre a destituição da petista. Pereira surpreendeu ao publicar artigo em que defendia a queda de Dilma. Querendo sustentar-se no cargo, Hilton apressou-se em discordar publicamente de seu presidente. A confusão no partido só aumentou: Marcos Pereira voltou a subir o tom contra o Planalto e conseguiu emplacar o desembarque da legenda do bloco de apoio à presidente Dilma. O governo ainda tentou conter o movimento, sem sucesso. Ao contrário: Pereira pediu a demissão de Hilton sob o argumento de que precisava do reforço dele na Câmara dos Deputados. De forma contraditória, no entanto, o partido não entregou os demais cargos mantidos na pasta.

Da arte de engolir patos

Postado por Magno Martins

Vinicius Mota - Folha de S.Paulo

O volumoso conjunto de brasileiros que sai à rua a pedir o fim do governo Dilma tem um encontro marcado com a decepção. Ela será dramática se o objetivo das multidões não for atingido; se o impeachment não obtiver ao menos os 342 votos na Câmara e os 41 no Senado para afastar a presidente.

Desapontamento também haverá, embora retardado pelo júbilo inicial, na hipótese de sucesso das marchas. Após a deposição da mandatária restará cristalino o desafio amargo de consertar as finanças do Estado e de distribuir os custos na sociedade.

A manifestantes da avenida Paulista recomenda-se iniciação na arte de engolir patos amarelos. O símbolo contra a alta de tributos escolhido pela Fiesp, ela mesma inflada com imposto sindical, começará a murchar já na posse do novo governo.

Não há hipótese de saída organizada, anti-inflacionária, desta crise sem a elevação emergencial da arrecadação dos governos, a prolongar-se no mínimo até o final da década.

Pessoas que protestam na avenida talvez se admirem, e se frustrem, ao saber que elas mesmas seriam alvos preferenciais de uma reforma tributária socialmente justa. Ricos pagam proporcionalmente pouco imposto no Brasil; e os ricos somos nós que debatemos nestas páginas. Constituem a maioria dos integrantes das marchas que vão à avenida, seja defender, seja criticar o governo petista.

Sob a ótica da distribuição de renda e escolaridade, o manifestante vermelho típico da Paulista mal se distingue do amarelo. Os dois são "coxinhas", de cores distintas, posicionados no topo da pirâmide social.

Ambos teriam de dar cota maior de contribuição para o reequilíbrio econômico e político do país se essa agenda pudesse ser implementada com franqueza. Haverá maioria governante capaz de levá-la adiante? Estará essa franja de alta renda da população disposta a despertar do encantamento de pensar-se a si mesma como "classe média"?

Publicidade Notícia