Confirmado embaixador, Eduardo Bolsonaro terá como um dos primeiros testes de fogo a revisão do contrato de fornecimento do etanol americano que abastece o Nordeste. O Brasil quer aproveitar o vencimento do contrato, em setembro, para renegociar termos e tentar abrir mercado para o açúcar brasileiro.
Uma vez embaixador, dizem nomes fortes do setor agro, Eduardo terá de aprender que, embora esteja ideologicamente alinhado à política de Donald Trump, Brasil e EUA são rivais nos negócios. Disputam os mercados globais de soja e carne. (Painel – FSP)
Indicação de Eduardo Bolsonaro a embaixada sobe o passe do Senado em meio a tramitação da reforma
Daniela Lima – Painel – Folha de S.Paulo
A decisão de Jair Bolsonaro de indicar o filho Eduardo embaixador em Washington foi considerada um erro por dirigentes de partidos que apoiaram mudanças na Previdência. O presidente, dizem, falhou não só na forma, mas especialmente no timing, interrompendo a repercussão positiva do avanço da reforma no Parlamento.
Esse grupo lembra que o nome do 03 chegará ao Senado em meio à tramitação das novas regras de aposentadoria —agregando custo extra à articulação do Planalto.
Líderes de partidos de centro e centro-direita dizem que o presidente precisa estar ciente de que, se confirmar a indicação do filho à representação mais nobre do Brasil, iniciará operação de alto risco —a votação no Senado é secreta.
Por isso, senadores de partidos de oposição ainda custam a crer que Bolsonaro vai levar a operação adiante. Um integrante dessa ala política e da Comissão de Relações Exteriores calcula que, na largada, Eduardo tenha nove votos contrários entre os 17 titulares.
A comissão sabatina e avaliza antes do plenário os indicados a postos diplomáticos.
Vinicius Tadeu Sattin Rodrigues, primeiro suplente do PSL de São Paulo Foto: Divulgação/Época
O suplente do PSL que pode assumir a vaga de Eduardo na Câmara, Vinicius Tadeu Sattin Rodrigues, 30, é médico e, mesmo após o anúncio, deu plantão no hospital onde atua como radiologista.
“Não procurei ninguém e ninguém me procurou”.
“Independentemente do interesse pessoal, concordo com a escolha”, diz Vinicius.
“Ele é preparado, já participa das relações exteriores. A capacidade técnica e a confiança que tem do presidente são indiscutíveis. Não entendo o problema.”(Folha de S. Paulo - Coluna Painel - Por Daniela Lima)