« 1 ... 45 46 47 (48) 49 50 »
Coluna Meio Ambiente : Estudo revela plantas e frutos com capacidade de acelerar o crescimento dos filhotes de quelônios
Enviado por alexandre em 20/01/2023 00:32:31


Projetos inovadores tem ganhado destaque com o desenvolvimento de estratégias de sustentabilidade, especialmente em comunidades de reservas extrativistas na Amazônia. Uma das pesquisas mais recentes colaborou com o desenvolvimento de uma metodologia capaz de melhorar o manejo alimentar de filhotes e juvenis de quelônios.

A pesquisa contou com apoio de cerca de 400 comunitários, entre eles ribeirinhos, agroextrativistas e seringueiros que se dedicaram a aprender técnicas para melhorar a alimentação dos filhotes de tartarugas e tracajás. O estudo foi realizado em comunidades do interior do Amazonas e o resultado mostra plantas, frutos e sementes que foram encontradas e testadas para agregar nessa alimentação com seus valores nutricionais.

Portal Amazônia conversou com o coordenador do projeto, Paulo César Machado Andrade, doutor e pesquisador da Faculdade de Ciências Agrárias da Universidade Federal do Amazonas (UFAM), que explicou mais sobre a metodologia, principais resultados e a importância das unidades de conservação comunitária.
Foto: Paulo César/Acervo pessoal

A pesquisa compõe o projeto 'Pé-de-pincha', idealizado como forma de incentivo a conservação comunitária das populações de quelônios em municípios do Amazonas, as primeiras unidades demonstrativas ficam localizadas em Carauari e Barreirinha. Além da UFAM, desde 2018 o projeto conta com o incentivo da Fundação de Amparo à Pesquisa (Fapeam) e colaboração do Instituto Federal do Amazonas (IFAM).

Com o desenvolvimento sustentável e a utilização de recursos naturais como as plantas, sementes e frutos, o estudo revelou quais são ricos em nutrientes com capacidade de estimular o crescimento dos filhotes e juvenis de tartarugas e tracajás. Os estudos existentes, até então, mostravam apenas a composição de itens alimentares na alimentação dos adultos.

"A escolha dos filhotes foi impulsionada devido a maioria dos estudos sobre itens alimentares que as tartarugas e tracajás consomem na natureza ter sido feita com animais adultos, existindo muitas dúvidas sobre a questão alimentar do filhote na natureza. Nosso trabalho ficou dividido entre identificar o que os filhotes e juvenis comiam na natureza e tentar montar uma dieta para ser utilizada nos filhotes em cativeiro, criados pela comunidade. A ideia era ter uma alimentação local mais próxima de itens e valores nutricionais da dieta da natureza e que também fosse uma ração com valor mais acessível", destacou Paulo César.

Além de beneficiar filhotes de 2 anos de idade e juvenis entre 3 e 4 anos, o estudo também barateia o custo com alimentação, devido a utilização de recursos naturais. Com a coleta de sementes e extração de óleo, é gerado um resíduo, formando uma "torta residual", e assim são formados produtos altamente proteicos.

"A ideia é ter uma alimentação, dieta a base de ração artesanal que faça eles crescerem mais rápido e em menos tempo, sendo uma ideia para que o animal tenha uma capacidade produtiva maior e com isso baratear o custo de produção desse animal. Com a redução do custo com ração, é gerada uma maior expectativa de renda para as comunidades, e assim também incentivar que elas continuem protegendo a natureza. A criação comunitária serve como uma estratégia de conservação muito importante para esses animais, que vai permitir com que as comunidades continuem fazendo esse trabalho de proteção, gerando renda e garantindo com que essa espécie sobreviva por mais tempo",

esclareceu o pesquisador.

Metodologia da pesquisa

A primeira etapa do estudo contou com a identificação dos frutos, sementes, flores e folhas, além da participação de comunitários que auxiliaram na coleta das amostras desses frutos e, a partir disso, identificação das suas propriedades científicas e valores nutricionais.

"A segunda fase foi a captura desses quelônios, tracajás e tartarugas para ver o que eles comiam, utilizamos uma técnica com uma sonda, no qual os animais vomitavam e analisamos o conteúdo que eles tinham no estômago. Nós identificamos assim, a porcentagem proteica de origem vegetal e animal. O etnoconhecimento local também contribui com a evolução da ciência. Através das informações disponibilizadas pelos comunitários, pudemos avançar na pesquisa", explicou Paulo.

A última etapa foi a avaliação das respostas dos filhotes dentro das criações comunitárias, analisando como o fornecimento desses alimentos afetaria o crescimento desses filhotes. Para isso, foi necessário coletar biometria e realizar pesagem mensal dos filhotes durante seis meses para acompanhar o crescimento de cada um.

"Para o teste usamos comparação entre os animais que se alimentavam com a ração artesanal e a comercial, dividindo os animais em lotes, e assim analisamos a diferença de crescimento entre eles. Além do experimento em campo nas comunidades, realizamos um experimento de controle no laboratório da UFAM para acompanhar o desempenho desses animais", informou. 

Quelônios no Amazonas

No Amazonas, dentre os organismos aquáticos mais criados comercialmente, os quelônios assumem o quarto lugar, ficando atrás apenas do Tambaqui, Matrinxã e Pirarucu. Tradicionalmente, os quelônios (tartarugas e tracajás) são utilizados como uma iguaria culinária, tradição que surgiu a partir da chegada dos portugueses, que foram os primeiros a explorar comercialmente este recurso.

"No processo de exploração, eram retirados os ovos para a fabricação de óleo, esse óleo também era utilizado para a iluminação pública nos lampiões de Manaus e Belém. O consumo permaneceu por muito tempo. Assim, algo que ameaçava a preservação dessa espécie era a exploração e saqueamento das praias onde essas tartarugas costumam se reproduzir", revelou o pesquisador Paulo.

Com o passar dos anos, em 1967 foi instaurada a lei de proteção à fauna, que passou a proibir a comercialização de animais silvestres, dentre os animais estão as tartarugas, tracajás e quelônios. A lei também estabeleceu a possibilidade da criação desses animais de forma legal. Por meio de registro em órgão ambiental, são permitidos criadouros para a comercialização de quelônios. 

O artigo 'O conhecimento ribeirinho que vêm do Igapó: Plantas consumidas por quelônios, no rio Andirá, Amazonas', da Universidade Federal do Pará (UFPA), desenvolvido pelo pesquisador Paulo Cesar Machado Andrade em parceria com Paulo Henrique Guimarães de Oliveira, José Ferreira da Silva, Joari Costa de Arruda e Aldeniza Cardoso Lima, aprofunda o tema. Confira:

Seu navegador não oferece suporte ao visualizador de PDF<br /> <a href="/images/p/37479/11184-45295-1-PB.pdf">Baixe o arquivo PDF aqui</a>

Coluna Meio Ambiente : Desmatamento do Cerrado cresce 20% em 2022, aponta Ipam
Enviado por alexandre em 19/01/2023 00:25:55

Levantamento mostra que área desmatada supera o tamanho do Distrito Federal; Maranhão fo o líder em área desmatada no ano passado

O desmatamento no Cerrado cresceu 20% em 2022 em comparação com o ano anterior, informam os dados divulgados pelo Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam).

 

As informações derivam de um levantamento do Sistema de Alerta de Desmatamento do Cerrado ( SAD Cerrado ), uma ferramenta desenvolvida pelo Ipam em parceria com rede MapBiomas, LAPG e Universidade Federal de Goiás (UFG).

 

De acordo com a pesquisa do SAD Cerrado, foram desmatados 815.532 em 2022 – uma área maior que a do Distrito Federal. Em 2021, foram cerca de 680 mil hectares desmatados.

 

Veja também

 

Governo do Amazonas apoia atualizações do Banco Ativo de Guaraná, da Embrapa Amazônia Ocidental

 

Ministério revoga medida do governo Bolsonaro que liberou extração de madeira em terra indígena

 

Em dezembro, o último mês da gestão Jair Bolsonaro (PL), o ritmo do desmatamento acelerou e a prática teve uma alta de 89% em relação ao mesmo mês de 2021.

 

Foram 83.998 hectares devastados em dezembro de 2022, contra 44.486 hectares no mesmo mês em 2021.

 

A ferramenta constatou que as áreas de savanas foram as mais afetadas, concentrando 65% da área desmatada no período.

 

No ranking dos estados que mais desmatam, o Maranhão ocupa o primeiro lugar. Só em Balsas (MA) foram mais de 24 mil hectares desmatados, contra 14 mil no ano anterior, alta de quase 60%.

 

 

Em 2022, cerca de 80% da área desmatada foi identificada em propriedades privadas, seguida de vazio fundiário (13,5%), assentamentos (4,5%) e áreas protegidas (3,6%).

 

Fonte: IG

LEIA MAIS

Coluna Meio Ambiente : Pesquisa apoiada pelo Governo do Amazonas capacita sobre manejo alimentar de quelônios
Enviado por alexandre em 12/01/2023 09:22:07

Aproximadamente 400 comunitários, entre ribeirinhos, agroextrativistas, seringueiros, além de professores e alunos de comunidades de reservas extrativista e de desenvolvimento sustentável fizeram parte da pesquisa: “Alimentação de filhotes e juvenis de tartarugas e tracajás na natureza e em sistemas de criação comunitários no Amazonas”, a qual contou com o apoio do Governo do Estado, por meio do Programa Universal Amazonas, da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam).

 

O número estimado de comunitários que podem ser beneficiados direta ou indiretamente pelos resultados do estudo pode chegar a 32 mil ribeirinhos, conforme dados do coordenador do projeto, Paulo César Machado Andrade, pesquisador da Faculdade de Ciências Agrárias da Universidade Federal do Amazonas (Ufam).

 

O estudo buscou avaliar a alimentação de filhotes e juvenis de tartarugas na natureza e em sistemas de criação comunitária nos municípios de Barreirinha e Carauari (a 331 e 788 quilômetros da capital, respectivamente).

 

Veja também

 

Saideira do desgoverno: desmatamento ilegal aumentou 150% em dezembro

 

Fast perde para o Zumbi-AL e é eliminado na Copa São Paulo

 

A pesquisa, especificamente, foi realizada em sete comunidades: nas criações comunitárias da RDS Uacari e Reserva Extrativista Médio Juruá, em Carauari, nas comunidades do Manarian, São Raimundo, Vila Ramalho, Xibauazinho e Nova União. Também em comunidades de Barreirinha, no rio Andirá, na Granja e no Piraí. Outra parte ocorreu no Laboratório de Animais Silvestres, da Ufam, em Manaus, como informou o coordenador.

 

“O principal impacto social foi a capacitação dos comunitários que acompanharam os ensaios em unidades experimentais. Os ribeirinhos aprenderam sobre o manejo alimentar adequado dos filhotes em cativeiro, sobre quais frutos, sementes e folhas que são alimentos destes quelônios na natureza e, com esses ingredientes, aprenderam os procedimentos para a fabricação de ração artesanal, o que ajudará a baratear os custos de produção nessa atividade”, acrescentou o pesquisador.

 

De acordo com os resultados da pesquisa, o impacto científico mais importante é a definição de uma lista de plantas, frutos, sementes e outros itens alimentares das dietas de juvenis de tartarugas e tracajás na natureza. Os estudos existentes, até então, mostravam apenas a composição de itens alimentares na dieta dos adultos.

 

“Nós identificamos o que eles comiam na natureza e passamos a usar alguns destes ingredientes na alimentação em cativeiro, substituindo as rações comerciais”, observou Paulo César.

 

Com a pesquisa, também foi possível obter a redução dos custos com a alimentação dos filhotes nas criações comunitárias, além do potencial de geração de renda quando ocorrerem as futuras vendas dos animais criados.

 

“O apoio da Fapeam foi fundamental para que essa pesquisa pudesse ser realizada nas comunidades do interior, graças aos recursos para o apoio logístico e o transporte, para que nossos acadêmicos, técnicos e pesquisadores pudessem chegar até aquelas distantes localidades e implementar os experimentos. A Fapeam tem nos apoiado muito no desenvolvimento da linha de pesquisa de criação e manejo de quelônios, principalmente em comunidades ribeirinhas do interior do Amazonas”, concluiu.

 

METODOLOGIA

 

Foto: Reprodução

 

Segundo o coordenador, uma das metodologias da pesquisa foi a avaliação do crescimento dos filhotes de tartarugas e tracajás nas criações comunitárias, de acordo com a alimentação fornecida. Outro método foi a marcação, a biometria e o monitoramento do crescimento dos filhotes nas criações comunitárias. Em Carauari e Barreirinha foram acompanhados 4.648 filhotes de tartaruga e 1.938 de tracajá.

 

 

MAIS APOIO

 

Além da Fapeam, a pesquisa teve o apoio da Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Sema), do Instituto Chico Mendes da Biodiversidade (ICMBio), da Associação dos Moradores Agroextrativistas da RDS Uacari (Amaru) e do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Maués.

LEIA MAIS

Coluna Meio Ambiente : Serra do Tepequém
Enviado por alexandre em 09/01/2023 09:52:18

Antiga colônia de garimpo, a região é famosa por suas inúmeras cachoeiras, grutas e outros atrativos naturais


Foto: Divulgação/Secom-RR

Principal destino turístico de Roraima, a Serra do Tepequém e um acidente geográfico situado entre os limites da Venezuela e o município de Amajarí, em uma região onde a vegetação varia entre campos e floresta virgens. 

A região é famosa por suas inúmeras cachoeiras, grutas e outros atrativos naturais. A imponência de suas belezas naturais são demonstradas no seu ponto mais alto, situado a 1,2 mil metros de altitude.

Antiga colônia de garimpo, a região começou a ser povoada na década de 1930. Tradicionalmente registra-se que o seu nome é originado das palavras indígenas "Tupã queem" que quer dizer "Deus do fogo" por assim se localizar sobre um vulcão extinto há alguns milhares de anos. 

Esse vulcão místico e zangado, que queimava as roças das malocas próximas, só foi aplacado com a oferenda de três belas índias virgens, cujas lágrimas se tornaram diamantes.

O tepui (nome dado às montanhas da região que apresentam forma semelhante a uma mesa) localizado no Tepequém tem seu topo cortado por um vale que abriga duas lindas cachoeiras – Paiva e Funil – e é fronteado por três pequenas serras.

 

Comentários:

Coluna Meio Ambiente : 'Zerar o desmatamento na Amazônia é possível', diz indígena Txai Suruí
Enviado por alexandre em 04/01/2023 22:19:21

Com grandes expectativas para a volta do combate ao desmatamento e a fiscalização de terras, a indígena Txai Suruí. do povo Paiter-Suruí, de Rondônia, comentou, nesta quarta-feira (4/1), sobre as expectativas para o meio ambiente nas gestões do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e e da ministra do Meio Ambiente Marina Silva (Rede).


“O Brasil, se ele quiser, consegue zerar o desmatamento”, afirmou Txai ao Metrópoles.


Reforçada pela ministra Marina Silva em seu discurso de posse, a transversalidade se coloca como um objetivo dos ambientalistas. Txai enfatiza que o trabalho de preservação do meio ambiente não é uma pauta partidária, e sim um dever de todos.

 

Veja também 

 

Ministra do Meio Ambiente da Alemanha visita Unidades de Conservação do Amazonas

 

Prefeitura realiza serviço de poda artística e arborização nos canteiros da cidade

“O meu ambiente é uma pauta suprapartidária, que vai além do que direita ou esquerda e que tem que estar em todos os ministérios”, comentou Suruí.


Txai Suruí se destacou na Conferência das Partes das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 26), em Glasgow, ao ser a única brasileira a discursar na cerimônia de abertura.

 

A indígena se destaca na defesa da floresta e principalmente na resistência dos povos originários no Brasil.

 

Fonte: Metrópoles

LEIA MAIS

« 1 ... 45 46 47 (48) 49 50 »
Publicidade Notícia