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Coluna Meio Ambiente : Ibama prioriza educação ambiental para enfrentar perdas na biodiversidade e crise climática em 2024
Enviado por alexandre em 17/04/2024 09:49:28


Neste ano em que completa 35 anos, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) divulga o impacto do trabalho realizado em 2023 e aponta para uma mudança de comportamento, de forma inédita, com a definição da Educação Ambiental (EA) como prioridade no planejamento de suas ações.

No ano passado, o Ibama registrou aumento de 30,6% nas ações de fiscalização ambiental no país (em relação a 2022). No balanço de 2023, foram 21,4 mil operações fiscalizatórias realizadas. 

Com base nelas, o Instituto aplicou 16,49 mil infrações ambientais — aumento de 33,2% — e emitiu 5,88 mil embargos ambientais (crescimento de 20,4%). 

Dados divulgados em fevereiro pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), apontam que houve queda dos alertas de desmatamento na Amazônia e no Cerrado no mês de janeiro.

Foto: Divulgação/Arquivo Ibama

Em janeiro, cerca de 119 km² de vegetação nativa foram perdidos na Amazônia, o que representa queda de 29% ante o total de 166,5 km² observado em dezembro de 2023. Já no Cerrado, o desmatamento chegou a 295,9 km² no primeiro mês deste ano, uma redução de 33% em relação a janeiro de 2023, quando atingiu 440,5 km².

O impacto do trabalho do Ibama também foi sentido nos cofres públicos: um aumento de R$ 194,6 milhões na arrecadação, resultante da concessão de 1,3 milhão de hectares de florestas públicas federais para o manejo florestal sustentável.

Para 2024, o Ibama definiu, em seu planejamento, que dará prioridade para a Educação Ambiental (EA). O objetivo é garantir relevância para o tema por meio de maior autonomia de atuação, uma estrutura física melhor e um orçamento mais robusto, tornando-o transversal, com envolvimento de todas as diretorias da autarquia.

Apesar da atuação permanente do Ibama no combate aos crimes ambientais, a priorização da EA busca a mudança de comportamento da população. Ações de educação ambiental, inclusive a partir de procedimentos internos do Instituto, vão contribuir para essas mudanças na sociedade.

Para o presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, o órgão precisa "rever processos e a forma como com desafios que estão vivos neste país". Ele enfatizou a necessidade de prosseguir, em 2024, com a modernização e com uso de tecnologias para o enfrentamento à crise climática, à perda de biodiversidade, às contaminações, e à crise socioambiental.

 ComunicaBR

Todas as informações sobre ações, projetos e programas do Governo Federal na área de fiscalização e gestão ambiental passam a integrar a base do ComunicaBR, que ganhou atualização e ampliação no dia 12 de abril. Desde que foi colocada no ar, em dezembro de 2023, a ferramenta de transparência e comunicação pública já registrou mais de 1,5 milhão de consultas.

*Com informações da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República

 

Coluna Meio Ambiente : Fazendeiro é multado em R$ 2,8 bilhões por desmatar Pantanal com agrotóxico
Enviado por alexandre em 16/04/2024 11:23:21

O valor é o maior já aplicado pela Secretaria de Meio Ambiente de Mato Grosso (Sema-MT)

Um fazendeiro identificado como Claudecy Oliveira Lemes, proprietário de 11 propriedades no Pantanal, foi multado em mais de R$ 2,8 bilhões por desmatar uma área de mais de 80 mil hectares do Pantanal mato-grossense usando agrotóxicos. O valor é o maior já aplicado pela Secretaria de Meio Ambiente de Mato Grosso (Sema-MT).

 

O cumprimento de mandados e o sequestro de bens foram realizados durante a segunda fase da “Operação Cordilheira”, deflagrada pela Delegacia Especializada do Meio Ambiente (Dema) da Polícia Civil. A operação também contou com o apoio do Ministério Público Estadual (MPE), da Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec) e do Instituto de Defesa Agropecuária (Indea-MT).

 

O infrator possuía 11 propriedades no Pantanal e a investigação começou em 2022, quando foi registrada uma denúncia de que uma propriedade rural, localizada em Barão de Melgaço (a 109 quilômetros de distância de Cuiabá), estava utilizando agrotóxicos na região do Pantanal para realizar o chamado desmate químico.

 

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Os produtos químicos eram aplicados com aviões e, como resultado, mataram diversas espécies de plantas arbóreas. Foram utilizados 25 tipos de agrotóxicos em áreas de vegetação nativa, promovendo o desmatamento ilegal nas propriedades rurais. Os investigadores solicitaram a prisão preventiva do produtor, mas o pedido foi negado pela Justiça Estadual. O Ministério Público Estadual (MPE) informou nesta segunda-feira, dia 15, que recorreu da decisão.

 

Segundo os investigadores, devido à aplicação ter sido feita por via aérea, a situação é agravada, pois o Pantanal é uma área alagada, o que possibilita que as substâncias tóxicas se espalhem pelas águas e atinjam a fauna, a ictiofauna e até os humanos.

 

Os 81.223,7532 hectares dos imóveis rurais de propriedade do investigado, que sofreram desmatamento químico e estão localizados no Pantanal, estão comprometidos, segundo os peritos. O local desmatado foi usado para plantar capim, visando alimentar o gado.

 

Foto: Reprodução

 

Segundo a investigação da Dema e Sema, foram coletadas informações fiscais, financeiras, georreferenciadas e de campo, bem como mapeamentos dos imóveis rurais onde houve o dano ambiental. Foi constatado que no período de 1º de fevereiro de 2021 a 8 de fevereiro de 2022, foram adquiridos agrotóxicos de várias distribuidoras, totalizando mais de R$ 9,5 milhões em insumos.

 

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Durante as fiscalizações, os investigadores encontraram diversas embalagens de substâncias tóxicas. As amostras coletadas na vegetação e nos sedimentos detectaram a presença de quatro herbicidas: imazamox, picloram, fluroxipir e 2,4-D.O fazendeiro recebeu nove termos de embargo e interdição em suas 11 propriedades. A Sema estima que o custo da reparação dos danos ambientais, somado ao valor das multas cominadas pelo órgão ambiental, resulte no pagamento de R$ 5,2 bilhões pelo fazendeiro. Ele ainda será ouvido pela Polícia Civil nesta terça-feira, 16.

 

Fonte: Revista Cenarium  

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Coluna Meio Ambiente : Pesquisadores alertam para impactos de turbinas eólicas sobre morcegos
Enviado por alexandre em 15/04/2024 08:53:16

Artigo assinado por 12 pesquisadores de 9 países e territórios aborda efeitos das turbinas sobre morcegos ao redor do mundo, lista medidas de prevenção e pede maiores regulações

Com o mundo em busca de soluções para a diminuição nas emissões de carbono, a energia eólica vive um momento de forte crescimento. Segundo o Global Wind Energy Council, o mundo gerou 842 gigawatts (GW) de energia eólica onshore (excluindo turbinas em alto-mar) em 2022, sendo quase 10% (78 GW) fruto de novas fontes, instaladas naquele ano.

 

Só no Brasil, a modalidade registrou aumento de 4,9 GW em 2023. Mas, apesar da energia eólica ser uma fonte renovável, ela não é ambientalmente neutra, mostra um artigo produzido por pesquisadores de Brasil, Alemanha, Austrália, Estados Unidos, França, Porto Rico, Quênia, Taiwan e Reino Unido publicado na revista científica BioScience.

 

Segundo o estudo, quando as turbinas são instaladas sem preocupações com a biodiversidade, causam grandes impactos ambientais. Os morcegos, foco do artigo, são as maiores vítimas entre os vertebrados em todo o mundo, sofrendo consequências como a perda de habitat – no caso dos que vivem em baixas altitudes e vegetação densa – e a morte por colisão com as pás – risco maior para espécies que se alimentam de insetos e frutas, que voam no nível das hélices.

 

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O artigo estima que 30 mil morcegos morram vítimas de turbinas por ano no Reino Unido, 50 mil no Canadá, 200 mil na Alemanha e mais de 500 mil nos EUA. “Fatalidades podem ser ainda maiores nos trópicos, onde a abundância de morcegos e riqueza de espécies são maiores”, diz um trecho do artigo.“Os morcegos colidem com as pás das turbinas se voarem muito perto delas”, explica Christian Voigt, especialista em morcegos e chefe do Departamento de Ecologia Evolutiva do Instituto Leibniz de Pesquisa, na Alemanha. “Além disso, há uma perda direta de habitat nos locais de construção das turbinas, bem como uma perda indireta, já que algumas espécies de morcegos evitam as turbinas e, portanto, são afastadas do seu habitat tradicional”, completa o pesquisador.

 

 

A perda das populações de morcegos pode resultar em problemas também para os humanos. Segundo os pesquisadores, dezenas de estudos ao redor do planeta comprovam o alto benefício econômico proporcionado pelos morcegos. Eles são responsáveis pelo controle de espécies de insetos que podem virar pragas agrícolas, por exemplo, ou até vetores de doenças para rebanhos e humanos, além de polinizar sementes de centenas de espécies de plantas, inclusive de interesse comercial. “A conciliação da produção de energia eólica e a proteção dos morcegos – e dos serviços que eles prestam gratuitamente – é possível e deveria, portanto, ser do interesse da população e tomadores de decisão”, afirmam os responsáveis pelo estudo.

 

( Fotos; Reprodução)

 

Para prevenir os impactos, os pesquisadores sugerem uma série de ações. A mais eficiente é também a mais simples: não construir turbinas eólicas em locais ecologicamente valiosos e sensíveis, como florestas e suas bordas, próximas de corpos d’água e corredores de migração de aves e morcegos. O artigo propõe que as turbinas devam ser instaladas a pelo menos 500 metros de distância dessas áreas, distância que pode chegar a pelo menos 5 km no caso de grandes colônias de morcegos, com centenas de milhares de indivíduos.

 

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De acordo com o estudo, muitos corredores de migração e deslocamento dos morcegos estão localizados ao longo de vales de rios e da costa, locais muito utilizados para a produção de energia eólica. “Embora existam oportunidades para potencialmente reduzir a mortalidade de morcegos em turbinas eólicas por meio de sensibilidade na instalação, os locais são geralmente escolhidos de acordo com outros critérios, como o acesso a linhas de transmissão, regulações locais e preços de aluguel do terreno”, diz o artigo. “Critérios de biodiversidade deveriam ser tão importantes quanto os de infraestrutura na localização de turbinas eólicas”, avaliam os pesquisadores.

 

Fonte: G1

 

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Coluna Meio Ambiente : Entenda as etapas de demarcação de terras indígenas
Enviado por alexandre em 12/04/2024 09:49:50


O registro de uma terra indígena é a última das 5 etapas que passam por diferentes instâncias administrativas do Governo Federal, entre as quais, a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), a Secretaria do Patrimônio da União (SPU) e registros imobiliários da comarca competente. Confira o passo a passo:

Foto: Acervo/Funai

1ª etapa: Identificação e delimitação 

A primeira etapa é realizada pela Funai e consiste no estudo da área reivindicada por indígenas para identificar e delimitar o território. Esse estudo é feito por uma equipe técnica multidisciplinar composta por antropólogos, ambientalistas, historiadores - quando necessário - engenheiros agrônomos, entre outros. Neste estudo são consideradas a história e a territorialidade dos povos indígenas, bem como sua ocupação para verificar se a reivindicada área atende à reprodução física e cultural daquele povo, conforme previsto na Constituição Federal.

Nessa primeira etapa, o Decreto nº 1775/96 garante a todos os interessados na área a possibilidade do contraditório desde o início do procedimento de regularização fundiária. E a Portaria nº 2.498/11-MJ determina não apenas a necessidade de informação, como também a participação dos entes federados em todo o processo, com destaque ao levantamento fundiário propriamente dito.

"A gente só consegue fechar um relatório de identificação e delimitação, após uma grande reunião onde as propostas de limite que serão disponibilizadas para a contestação e ao Ministério da Justiça, sejam também apresentadas aos entes federados, prefeituras e estados", explica a diretora de Proteção Territorial da Funai, Janete Carvalho.

Depois que o relatório de identificação e delimitação é publicado nos Diários Oficiais da União e dos estados onde a terra indígena se encontra, abre-se um prazo de 90 dias para a apresentação de contestações administrativas. Após a manifestação, a Funai tem mais 60 dias para responder. 

 2ª etapa: Declaração

Passado o prazo de contestações administrativas e respostas da Funai, o relatório é remetido ao Ministério da Justiça e Segurança Pública, a quem cabe avaliá-lo, podendo aprovar, reprovar ou pedir novas diligências. Essa é a segunda etapa do procedimento demarcatório: a emissão ou não de portaria declaratória pelo MJSP de que aquela terra pertence ao povo indígena que a está reivindicando. 

 3ª etapa: Demarcação física

Se a terra indígena em questão for declarada pelo MJSP, o processo retorna à Funai para que realize a demarcação física da área, colocando os marcos, as placas e fazendo alguns ajustes que possam ser necessários. 

 4ª etapa: Homologação

Feita a demarcação física, o processo é encaminhado novamente ao Ministério da Justiça para conferência e, depois, à Presidência da República para homologação.

5ª etapa: Registro na SPU e conselhos de imóveis 

Após a homologação, a Funai procede com o registro da terra indígena na Secretaria do Patrimônio da União e nos cartórios de registros de imóveis, por ser uma terra pública de usufruto exclusivo dos povos indígenas.

 Demarcações

Segundo a diretora de Proteção Territorial, a Funai possui atualmente mais de 400 registros de reivindicações fundiárias indígenas, que chegam ao órgão indigenista na forma de cartas, informes ou outras solicitações. Todas elas passam por análise a fim de se verificar os elementos que indicam a possibilidade de promover estudos demarcatórios. Até porque, pode haver duplicidade de pedidos, ou seja, uma ou mais solicitações podem se referir à mesma reivindicação. Daí a necessidade de avaliação de cada um.

Os processos de demarcação de terras indígenas foram retomados, em 2023, após seis anos de paralisação. Para esse trabalho, foram constituídos 37 Grupos Técnicos de identificação e delimitação. Com o retorno, o Governo Federal reconheceu três novos estudos e homologou oito terras indígenas: Arara do Rio Amônia (AC), Acapuri de Cima (AM), Rio Gregório (AC), Kariri-Xocó (AL), Uneiuxi (AM), Rio dos Índios (RS), Tremembé da Barra do Mundaí (CE) e Ava-Canoeiro (GO).

No momento, há 138 grupos de trabalho realizando atividades em campo ou em gabinete para consolidar o relatório de identificação e delimitação de terras indígenas em fase de estudo; e 11 procedimentos estão em fase de manifestação de contraditório administrativo, ainda não enviados ao Ministério da Justiça, nos quais há cerca de 300 processos de contestações administrativas.

Também há mais de 60 decisões judiciais demandando à Funai a conclusão de estudos de demarcação e 33 decisões judiciais determinando a constituição de novos grupos técnicos para estudos demarcatórios.

"Ao mesmo tempo em que se observa uma grande judicialização contrária aos direitos dos povos indígenas, há também uma grande judicialização a favor dos seus direitos. E, cabe à Funai, como órgão público, cumprir a sua missão institucional dentro de parâmetros legais e jurídicos adequadamente instituídos",

reafirma a diretora de Proteção Territorial da Funai, Janete Carvalho.

Coluna Meio Ambiente : Em 9 comunidades Yanomami, 94% dos indígenas têm alto nível de contaminação por mercúrio
Enviado por alexandre em 11/04/2024 00:32:04

Indígenas de nove comunidades da Terra Indígena Yanomami têm alto nível de contaminação por mercúrio, alerta um novo estudo da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e do Instituto Socioambiental (ISA). A pesquisa, divulgada nesta quinta-feira (4), aponta que 94% dos indígenas que participaram da pesquisa estão contaminados pelo metal pesado.

O estudo coletou amostras de cabelo de 287 indígenas do subgrupo Ninam, do povo Yanomami, e revelou que os indígenas que vivem em aldeias mais próximas aos garimpos ilegais têm os maiores níveis de exposição ao mercúrio.

As comunidades que participaram da pesquisa ficam às margens do Rio Mucajaí, um dos mais impactados pelo garimpo ilegal na Terra Yanomami. Localizado no Amazonas e em Roraima, o território abriga 31 mil indígenas, que vivem em 370 comunidades.

Pesquisadores da Fiocruz estiveram em comunidades na Terra Yanomami — Foto: Fiocruz/Divulgação

 O povo Yanomami é considerado de recente contato com a população não indígena e se divide em seis subgrupos de línguas da mesma família, designados como: Yanomam, Yanomamɨ, Sanöma, Ninam, Ỹaroamë e Yãnoma.

As amostras foram coletadas em outubro de 2022 nas comunidades Caju, Castanha, Ilha, Ilihimakok, Lasasi, Milikowaxi, Porapi, Pewaú e Uxiú, todas na região do Alto Rio Mucajaí. A escolha das aldeias atendeu um pedido da Texoli Associação Indígena Ninam.

Das 287 amostras de cabelo examinadas, 84% registraram níveis de contaminação por mercúrio acima de 2,0 μg/g (micrograma por grama). Outros 10,8% ficaram acima de 6,0 μg/g. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), os níveis de mercúrio em cabelo não devem ultrapassar 1 micrograma por grama.

Os pesquisadores destacam que indígenas com níveis mais elevados de mercúrio apresentaram déficits cognitivos e danos em nervos nas extremidades, como mãos, braços, pés e pernas, com mais frequência.

"Esse cenário de vulnerabilidade aumenta exponencialmente o risco de adoecimento das crianças que vivem na região e, potencialmente, pode favorecer o surgimento de manifestações clínicas mais severas relacionadas à exposição crônica ao mercúrio, principalmente nos menores de 5 anos",

explica o coordenador do estudo, Paulo Basta, médico e pesquisador da Fiocruz.

O estudo "Impacto do mercúrio em áreas protegidas e povos da floresta na Amazônia: uma abordagem integrada saúde-ambiente" também realizou a coleta de células de mucosa oral, o que totalizou cerca de 300 pessoas analisadas.

Todos os examinados, incluindo homens, mulheres, crianças, adultos e idosos apresentaram níveis de mercúrio no corpo.

Além da detecção do mercúrio, a pesquisa fez exames clínicos para identificar doenças crônicas não transmissíveis, como transtornos nutricionais, anemia, diabetes e hipertensão.

Ao cruzar os dados, foi observado que, nos indígenas com pressão alta, os níveis de mercúrio acima de 2,0 μg/g são mais frequentes do que nos indígenas com pressão arterial normal.

As 9 comunidades analisadas, no entanto, não são as únicas afetadas pela contaminação por mercúrio. 

*Reportagem produzida por Yara Ramalho, Samantha Rufino.

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