Regionais : Agentes localizam buraco em cela e evitam fuga do presídio
Enviado por alexandre em 05/10/2013 12:04:33

Agentes localizam buraco em cela e evitam fuga no presídio

A administração da Casa de Detenção de Guajará-Mirim, foi comunicada da descoberta nesta quinta-feira (3) de um túnel de cerca de 4 metros de profundidade em um dos alojamentos. O buraco, de 50 cm de diâmetro, era cavado embaixo do concreto utilizado como cama para os mesmo, no local havia 07 detentos e ninguém assumiu a autoria. O buraco somente foi descoberto no Pavilhão E, cela E3, durante revista rotineira realizada pelos agentes penitenciários de plantão. O buraco daria acesso com o campo de futebol da Associação da Polícia Civil.

O diretor responsável pelo presídio, Paulo Soares Farfan, e o diretor de segurança, Sandro Suares Quintão, ao tomarem conhecimento do fato retiraram os presos da cela, na manhã desta sexta-feira (4) o buraco foi tampado.

Segundo informações do diretor, Paulo Farfan, os detentos camuflaram o buraco colocando pasta de dente o que poderia ter dificultado a descoberta. Disse ainda que para os presos conseguirem cavar até o campo de futebol teria que utilizar ferramentas para retirada de concreto existente como proteção e além do muro do local.



Fonte: omamore

Regionais : Constituição mudou muito, mas não no essencial, diz pesquisa
Enviado por alexandre em 05/10/2013 12:01:58

O Globo

Turismo engavetou contratos irregulares de R$ 44 milhões

O Ministério do Turismo constatou irregularidades na aplicação de R$ 44 milhões repassados a prefeituras, governos estaduais e entidades privadas. O dinheiro foi transferido em 160 convênios cujas prestações de contas estavam engavetadas, parte delas à espera de providências burocráticas, como a anexação dos comprovantes de que gestores acusados de desvios foram notificados pelo correio. Na última segunda-feira, o ministério criou uma força-tarefa para concluir a análise de 2,8 mil processos nessa situação.

A maior parte das 160 prestações de contas já examinadas diz respeito a shows, festas e eventos bancados pelo Ministério do Turismo, desde 2002. A primeira análise desses convênios tinha detectado indícios de fraudes. Havia até recomendação de abertura de tomada de contas especial, que é o procedimento de analisados na controle interno destinado a aferir o tamanho do desvio e identificar os responsáveis. Mas até agora essa investigação não tinha sido deflagrada.

De acordo com o ministério, os 160 convênios foram firmados com oito governos estaduais, 82 prefeituras e 52 entidades privadas, muitas delas organizações não governamentais.

Leia mais no Congresso em Foco sobre a folia com dinheiro público

PMs acusados da morte de Amarildo são presos

Os dez policiais acusados pela Justiça de torturar e matar o ajudante de pedreiro Amarildo de Souza foram presos na noite de ontem. Eles se entregaram após a 35^ Vara Criminal da Capital decretar a prisão preventiva do major Edson Santos, ex~comandante da UPP da Rocinha, e dos outros nove PMs. Eles vão responder judicialmente pelos crimes de tortura seguida de morte e ocul-tação de cadáver. Amarildo desapareceu no dia 14 de julho, após ser levado à sede da UPP da Rocinha para verificação. Além do major, tiveram a prisão decretada o tenente Luiz Felipe de Medeiros, o sargento Jairo da Conceição Ribas e os soldados Douglas Roberto Vital Machado, Marlon Campos Reis, Jorge Luiz Gonçalves Coelho, Victor Vi~ nícius Pereira da Silva, Anderson César Soares Maia, Wellington Tavares da Silva e Fábio Brasil da Rocha.

A juíza responsável pelo caso concedeu a prisão preventiva pedida pelo Ministério Público por entender que a conduta dos acusados prejudicava o andamento do caso. No dia 18 de julho, um dos policiais teria forjado uma conversa telefônica para responsabilizar traficantes pelo crime. Sabendo que a ligação era monitorada, o policial teria usado o telefone de um morador da comunidade para se passar por um trafí-cante, assumindo o crime. A denúncia afirma que os acusados “tentaram tea-tralizar as conversas, de modo a não permitir que fossem descobertos como autores do delito” Além disso, eles teriam montado uma “versão fantasiosa” de que Amarildo teria saído a UPP.

Pressões e bate-boca

Numa encruzilhada após a derrota no TSE, que sepultou sua Rede Sustentabilidade, Marina Silva viveu uma longa, tensa e insone noite de quinta para sexta-feira. Para tentar juntar os cacos e definir o plano que sempre rejeitou, ela reuniu-se com cerca de 20 aliados em um encontro que varou a madrugada. Sem consenso, e pressionada, ouviu apelos tanto para ser candidata por nova legenda, quanto para adiar o projeto presidencial para 2018 e insistir na criação da Rede. Ao deixar o local às 5h, a ex-senadora disse apenas que não teria uma “crise de incoerência”.

A reunião, no apartamento de uma amiga de Marina, na Asa Sul de Brasília, foi marcada por fortes defesas das duas teses, e teve momentos de tensão, como um áspero bate-boca entre Marina e um de seus mais antigos aliados, o deputado federal Alfredo Sirkis (PV-RJ). Junto com Miro Teixeira (PDT-RJ), Reguffe (PDT-DF) e Walter Feldman (sem partido-SP), ele defendia que Marina se filiasse a uma nova legenda e disputasse a eleição. Uma parte significativa dos presentes, no entanto, posicionava-se contra, alegando que Marina seria constrangida pelos desvios dessas legendas. Sirkis alegou que a própria Rede não era perfeita e tinha entre seus quadros pessoas progressistas, de extrema-esquerda e também “evangélicos de direita”. Foi quando Marina questionou:

— Quem é evangélica aqui sou eu. Então sou de direita?

Sem Rede, Miro vai para o PROS

Depois de acompanhar o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) rejeitar o registro da Rede Sustentabilidade, partido que estava sendo criado pela ex-senadora Marina Silva, o deputado federal Miro Teixeira seguiu para sua segunda opção, e se filiou na tarde de ontem ao recém-criado PROS, pelo qual deve disputar o governo do Rio em 2014.

O parlamentar estava no PDT e, na última segunda-feira, ligou para o presidente nacional da legenda, Carlos Lupi, informando a decisão de sair do partido. Fez dois comunicados, um para o caso de a Rede sair do papel, o que acabou não acontecendo, e outro afirmando que ia para o PROS, após receber convite do deputado federal Hugo Leal e do ex-ministro Ciro Gomes. Miro era um dos deputados que estavam ajudando Marina a criar a Rede e, quando houve a decisão do TSE, ele entregou sua desfiliação ao PDT e comunicou sua adesão ao PROS.

— Percebi que para o PDT, na organização burocrática, eu estava sendo um incômodo. O partido está muito próximo do governador Sérgio Cabral e isso a mim não agradava — disse o deputado, ao GLOBO.

Opções de legenda que se oferecem a Marina contradizem discurso de renovação política

O discurso da coerência é o principal entrave para a ex-senadora Marina Silva escolher uma entre as opções de partidos que se oferecem para abrigar sua possível candidatura a presidente da República em 2014. Ela está sendo disputada e assediada por partidos dos mais diferentes matizes ideológicos e terá de adequar seu discurso de renovação da política caso decida se filiar, na última hora, a uma dessas agremiações. Somente ontem, quatro legendas se ofereceram para abrigá-la: PPS, PEN, PTN e PTB. As siglas, porém, estão distantes do alardeado sonho de Marina.

O PPS é egresso do antigo PCB (Partido Comunista Brasileiro), o “partidão” e, desde 1992, quando nasceu, é controlado pelo deputado Roberto Freire (SP). Uma das divergências de Marina que ocasionaram sua saída do PV era a falta de democracia interna. Outro entrave: o PPS votou a favor do Código Florestal, outra barreira imposta pelos “marineiros”. Em 1993, o PPS apoiou o governo Itamar Franco, com Roberto Freire sendo líder do governo na Câmara. Em 1994, o PPS apoiou, mesmo com divergências, a candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva, contra Fernando Henrique Cardoso, eleito em 1994 e reeleito em 1998.

Mas o PPS se tornou oposição ao governo Lula e depois ao governo da presidente Dilma Rousseff. Atualmente, é um dos mais combativos no plenário da Câmara e do Senado, em oposição às propostas do governo. Tem uma boa estrutura e oito deputados em sua bancada.

Arruda aproveita janela para concorrer em 2014

Preso por três meses e afastado do cargo depois de ser flagrado em vídeo recebendo R$50 mil do ex-policial Durval Barbosa, em 2010, o ex-governador José Roberto Arruda está novamente apto a entrar na corrida eleitoral pelo governo do Distrito Federal ou disputar uma cadeira no Congresso. Discretamente, ele assinou a ficha de filiação ao Partido da República, de Valdemar da Costa Neto (PR-SP), condenado no processo do mensalão. Arruda é o principal personagem do chamado mensalão do DEM, partido do qual foi expulso, e o único governador que foi preso, sob a acusação de ter oferecido propina.

O ex-governador foi um dos políticos que aproveitaram a data-limite para ingressar em algum partido com o objetivo de participar das eleições do ano que vem. O prazo para os que querem mudar de legenda e concorrer nas próximas eleições termina hoje, à meia noite.

Considerando o quadro de parlamentares, no balanço do troca-troca partidário, 42 deputados comunicaram, oficialmente, até as 19h de ontem, a mudança de partido à Secretaria-Geral da Mesa da Câmara.

O Solidariedade conseguiu 20 filiados e o PROS 14. Já o PP conta com cinco novos correligionários, o PSB três, e o DEM, PMDB, PSDB e PSD ganharam um deputado cada.

Este número irá aumentar porque vários parlamentares anunciaram a troca, mas ainda não integram a lista.

Do PMDB, foram registradas seis debandadas. PR, PSD, e PSB perderam quatro parlamentares, cada. DEM e PSDB estão com três deputados a menos. Outros dois parlamentares deixaram o PPS e PP. Ficaram com um deputado a menos o PEN, PSL, PRB, PRTB, PSC, PTB.

No Senado, Kátia Abreu (TO) informou ontem que deixou o PSD e integra agora a bancada do PMDB. Vicente Alves migrou do PR para o Solidariedade.

Grupo quer mudar lei do direito autoral

A exemplo do cantor e compositor Djavan, que se manifestou ontem na coluna de Ancelmo Gois, o grupo Procure Saber — formado por artistas como Roberto Carlos, Erasmo Carlos e Caetano Veloso — defende mudança da legislação brasileira do direito autoral.

A proposta, segundo artigo da produtora Paula Lavigne, quer mudanças nos artigos 20 e 21 do Código Civil, de forma a contemplar também os biografados ou seus familiares com parte dos lucros que a obra biográfica arrecadar.

Professor brasileiro está entre os mais desprestigiados, diz pesquisa

Uma pesquisa recém-divulgada mostra que o Brasil não tem motivos de sobra para festejar o Dia Mundial do Professor, celebrado em mais de cem nações hoje. O país é um dos que menos respeitam os seus professores, de acordo com estudo inédito da Fundação Varkey Gems, sediada nos Emirados Árabes.

A entidade analisou a forma como o docente é valorizado em 21 países, escolhidos segundo critérios de representação regional e de desempenho no Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa). No chamado ranking de status do professor, o Brasil está em penúltimo lugar, à frente apenas de Israel. Do outro lado da lista, China, Grécia e Turquia, respectivamente, são os países que mais respeitam os seus docentes.

O Estado de S. Paulo

PDT e PPS oferecem sigla após Justiça negar registro

Na noite de anteontem, tão logo foi proferida a decisão do Tribunal Superior Eleitoral que rejeitou o registro partidário da Rede, o presidente do PDT, Carlos Lupi, telefonou ao deputado federal Reguffe (PDT-DF) e pediu que ele oferecesse a Marina Silva a legenda para concorrer à presidência da República em 2014, Era o início do assédio à ex-senadora, que se estendeu por todo o dia de ontem.

O presidente nacional do PPS, deputado Roberto Freire (SP), usou a internet para convidá-la a ingressar no partido. Na sua conta no microblog Twitter, escreveu: “Reafirmo convite do PPS para que junto com a Rede se integre conosco para se candidatar e disputar 2014!”.

Depois, o partido se reuniu em sua sede nacional à espera de uma resposta da senadora.

O PPS, ao lado do PEN, são apontados como os mais prováveis caminhos de Marina se ela optar por se filiar a algum partido hoje. O que não impede que ambos contenham grandes contradições com seu discurso e também tragam dificuldades para sua eventual campanha. O maior problema é que são muito pequenos e sem capilaridade nos Estados.

O PEN conta com apenas uma deputada federal, a tocantinense Nilmar Ruiz. Ou seja, cerca de cinco segundos de tempo de TV na propaganda eleitoral. Batizado de Partido Ecológico Nacional, recebeu o registro definitivo em 19 de junho de 2012 e na ocasião atraiu somente três deputados federais.

Dilma lança ministra e responde a Aécio no Paraná

A presidente Dilma Rousseff aproveitou ontem o discurso em evento no interior do Paraná para responder a críticas feitas pelo senador tucano Aécio Neves (MG) em programa partidário de TV. Ao mesmo tempo, aproveitou para elogiar a ministra Gleisi Hoffmann (Casa Civil), provável candidata do PT ao governo paranaense.

Ao anunciar medidas para melhorar rodovias e estimular a construção de armazéns para a produção agrícola, Dilma disse que o governo federal quer investir anualmente R$ 5 bilhões para fazer armazéns “por esse País afora”. “Nós queremos gastar, nós queremos, Porque tem gente que não quer”, afirmou. Em programa exibido em 19 de setembro, Aécio escutou agricultores, falou de problemas de escoamento e armazenagem e disse que, “do ponto de vista de logística e infraestrutura, o Brasil parou no tempo”.

A presidente anunciou que o Banco do Brasil vai financiar R$ 110 milhões para novos armazéns no Paraná e assinou ordem de serviço para trechos das BR-487 e BR-158 que passam pelo noroeste do Estado.

Lula indica usineiro para vice de Padilha na disputa paulista

O empresário Maurílio Biagi Filho foi indicado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para ser candidato a vice na chapa do ministro da Saúde, Alexandre Padilha (PT), ao governo de São Paulo, em 2014. Do ramo usineiro e amigo do ex-ministro Ati-tonio Palocci, Biagi Filho se filiou ontem ao PR para compor a chapa de Padilha e enfrentar o PSDB do governador Geraldo Alckmin.

Lula sempre defendeu o nome de um empresário para fazer dobradinha com o PT em São Paulo e conquistarvotos fora do tradicional leque de alianças do petismo. A estratégia foi usada por ele próprio nas campanhas de 2002 e de 2006, quando houve a parceria com José Alencar, então presidente da Coteminas. Alencar era do PL (hoje PR) quando foi escolhido para Service de Lula pela primeira vez.

As negociações entre o PT e o PR para a composição da chapa de Padilha ocorreram no início desta semana, em Brasília, com dirigentes dos dois partidos e a bênção de Lula.

Derrotar o PSDB em São Paulo, principal reduto dos tucanos, é considerado estratégico por Lula para a reeleição da presidente Dilma Rousseff.

“O Serra tem todas as condições de ser nosso candidato”

Na semana em que o ex-governador José Serra decidiu ficar no PSDB, um de seus principais aliados no Congresso, o sena dor Aloysio Nunes Ferreiia (SP) não descarta a possibilidade do tucano ser novamente o candidato da sigla à Presidência, já nas próximas eleições. A ideia de Serra estar na campanha de 2014 foi anunciada por Aloysio ao Broadcast Político, ontem.

* José Serra decidiu ficar no PSDB. Que papel o ex-governador pode ter em 2014?

O Serra tem enorme prestígio político, pessoal, tem voto. Ele tem prestígio real e seu engajamento na campanha é muito importante para a vitória, seja ele candidato ou não. Essa decisão só vamos oficializar no ano que vem. Seja Serra ou Aécio o candidato, a presença dele é muito importante.

* O Serra é o plano B de Aécio ou deveria ser o plano A do PSDB?

Os dois hoje são planos do PSDB, são pessoas que têm todas as condições de ser o nosso candidato. O que o Aécio está fazendo hoje, e muito bem, é um trabalho de organização do partido, de aproximação com aliados, de reforçar os pontos mais frágeis da nossa estrutura partidária, de ouvir as pessoas e organizar nossa plataforma política. Mas é um trabalho como presidente do partido, evidentemente. Eu diria hoje que a maioria dos militantes do PSDB pende para uma candidatura do Aécio, mas a candidatura Serra, se ocorrer, será vista com naturalidade por todos. Eu não posso dizer que ele é candidato.

* Serra seria candidato, caso o projeto de Aécio não decole até abril ou maio de 2014?

Não sei, isso será decidido mediante avaliação política do partido, ouvindo os dois, mas ouvindo também os governadores, aliados. O que é certo é que não haverá luta interna. Vamos caminhar para uma solução consensual.

Rejeição de sigla pelo TSE toma redes sociais

A situação da ex-ministra Marina Silva levou seu nome ontem ao topo dos assuntos mais comentados pelo Twitter. Desde cedo, havia comentários sobre a rejeição ao registro da Rede Sustentabilidade, e a repercussão aumentou após Marina dizer que “está em processo de decisão”.

“Apesar de não votar nela, sou a favor da candidatura Marina Silva. Quanto mais candidatos, melhor pra acabar com polarização PTx PSDB”, escreveu o carioca Gus Parker, que se define como defensor da reforma política.

Líder do PSDB na Assembleia, Carlos Bezerra Junior (SP) elogiou a ex-ministra: “Toda solidariedade a @silva_marina. Quem tem integridade no DNA sempre enfrenta obstáculos maiores”.

Correio Braziliense

Plano de saúde lesa 195 mil conveniados

Os 195 mil beneficiários dos planos de saúde individuais da Golden Cross estão enfrentando sérias dificuldades para conseguir atendimento. Eles foram transferidos para a Unimed-Rio, que comprou a carteira da operadora no início de setembro, mas ainda não conseguiu incorporá-los à sua rede. A morosidade desse processo já deixou milhares de pacientes sem socorro. Em Brasília, usuários da Golden que necessitam de médicos ou exames têm de ter paciência ou pagar pelos serviços. Segundo relatos, os clientes não foram avisados sobre a mudança de operadora nem como seria o procedimento daqui para a frente.

A venda dos planos individuais da Golden para a Unimed-Rio e os transtornos enfrentados pelos consumidores chamaram a atenção do Ministério Público Federal, que decidiu abrir inquérito para investigar a operação. Os procuradores querem saber o porquê de as empresas estarem saindo desse segmento do mercado. Das 17 empresas que vendiam convênios individuais, 11 suspenderam a comercialização desse tipo de planos. Com isso, as pessoas estão sendo empurradas para sistema coletivos, que podem reajustar os valores das mensalidades sem autorização da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).

Eleições: Marina está decidida a ser candidata

Marina Silva decidiu ser candidata a presidente da República. Só não anunciou ontem porque ainda tem dúvidas de qual será a legenda que vai escolher para concorrer ao Planalto em 2014. Apesar do longo périplo de partidos que sonhariam ter a ex-senadora em seus quadros, o funil fechou-se no PPS e no PEN. As duas siglas, contudo, são vistas com cautela pela ex-senadora, que ainda sentiu necessidade de mais conversas para tomar a decisão. “Ainda estou em processo de definição. Faltam uma noite e um dia para decidir”, afirmou, em coletiva no fim da tarde de ontem. Marina tem até as 23h59 de hoje para se pronunciar oficialmente.

Durante a entrevista, ela negou que esteja sendo vítima de assédio exagerado pelas legendas. “Todos estão sendo extremamente respeitosos comigo, entendendo o meu momento”, disse. Ela preferiu não declinar nomes dos postulantes, mas se referia ao PEN, de Adilson Barroso, e ao PPS, de Roberto Freire. Adilson está desde terça-feira em Brasília à espera de uma resposta de Marina. Ele já ofereceu o comando da legenda, os cargos do diretório e da executiva e toda a estrutura partidária que ela desejasse para viabilizar a candidatura presidencial.

Marina, no entanto, está reticente, por desconhecer o perfil do novo partido. Ela teme que, lá na frente, no calor da campanha presidencial, surjam denúncias sobre a direção do PEN ou alguns de seus filiados e ela veja arranhada a imagem de política ética e íntegra. Além disso, com apenas um deputado no Congresso, o PEN teria muito pouco a oferecer em termos de tempo de televisão e fundo partidário.

O PPS, porém, tem uma estrutura melhor, mais deputados — oito —, uma história política consolidada e foi o primeiro partido a procurá-la quando ela decidiu deixar o PV em 2011. “Nós interrompemos as negociações quando ela decidiu iniciar o processo de criação da Rede”, disse o presidente nacional do PPS, Roberto Freire.

A Carta que consolidou a democracia

No mês em que a Constituição brasileira completa 25 anos e alguns agentes políticos têm falado em uma revisão completa do texto, estudo do Instituto Brasiliense de Direito Público (IDP) contesta a tese de que a reformulação do documento seja necessária. Ao revisitar todos os passos que levaram à elaboração da Carta Magna, o IDP constatou que o processo foi complexo o suficiente para torná-la adequada aos tempos atuais. A pesquisa, produzida por 70 alunos do instituto, analisou os bastidores da Assembleia Constituinte e o contexto histórico em que as mudanças estavam inseridas. Além de recuperar diálogos da época, o grupo também ouviu personagens que tiveram papel decisivo no processo, como os ex-presidentes da República José Sarney, hoje senador pelo PMDB-AP, que comandava o país no período, e Fernando Henrique Cardoso (PSDB), que integrou a assembleia.

Novatos sem espaço

Depois da corrida para conseguir o registro no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e a peregrinação atrás de adesões, os dois novos partidos têm outro desafio: garantir espaço dentro da Câmara dos Deputados. O Partido Republicano da Ordem Social (Pros) e o Solidariedade precisarão brigar para ter um gabinete para liderança e, ainda, conseguir funcionários. Segundo o presidente em exercício, André Vargas (PT-RS), o mais provável é que se arrume uma solução provisória e que o espaço definitivo só seja acertado na próxima Legislatura, com a nova composição da Casa.

“Eu não vejo solução. Tem que dividir o que tem. Estamos precisando de uma reforma agrária”, brincou André Vargas. Segundo ele, há uma dificuldade porque as legendas antigas não querem abrir mão de seus espaços, mesmo com redução de bancadas. E não há mais lugar sobrando. “O Henrique Eduardo Alves (presidente da Câmara) tentará fazer uma adaptação até o fim dos mandatos.”

Marineiros começam a abandonar o barco

Cinco deputados federais que compõem o principal grupo de apoiadores de Marina Silva aproveitaram o dia seguinte ao fracasso da Rede Sustentabilidade para definir o futuro político. Miro Teixeira (ex-PDT-RJ) e Domingos Dutra (ex-PT-MA) se filiaram, respectivamente, ao Pros e ao Solidariedade. Walter Feldman (SP) e Alfredo Sirkis (RJ) deixaram as antigas legendas, PSDB e PV, mas ainda aguardam a decisão da ex-senadora, prometida para hoje. E José Antônio Reguffe anunciou que segue no PDT.

Alfredo Sirkis tentou permanecer no Partido Verde, mas foi impedido por correligionários em função das duras críticas que fez à legenda nos últimos meses. Integrantes do PV nem sequer quiseram recebê-lo para discutir a situação ontem. A Sirkis restou pedir a desfiliação e entrar para o time dos sem-partido. Ele buscará guarida na agremiação que Marina Silva escolher hoje, caso a ex-senadora confirme a inclinação em concorrer ao Planalto. “Para onde eu vou ainda não sei. Estou esperando que a Marina decida sobre a vida dela e vou tomar essa decisão em breve”, disse.

Outro que aguarda a manifestação da presidenciável é Walter Feldman, ex-PSDB. O deputado paulista também se desentendeu com ex-colegas de partido, e parte do diretório municipal paulista chegou a tentar expulsá-lo devido ao apoio a Marina Silva. O processo, porém, foi arquivado. Na quarta-feira, Feldman anunciou aos tucanos a desfiliação e, em seguida, disse que está com a Marina “para o que der e vier”.

Folha de S. Paulo

Ex-senadora tem força para influir na eleição

Assediada por agremiações políticas desde que sua Rede Sustentabilidade dava sinais de fragilidade, Marina Silva vem acumulando, nos últimos três anos, um considerável capital político para a sucessão presidencial de 2014.

Ela aparece atrás apenas de Dilma Rousseff nas intenções de voto, com 26% contra 35% da presidente, segundo pesquisa Datafolha do início de agosto.

Marina é o único nome que provocaria um segundo turno presidencial, conforme as simulações.

A ex-ministra de Lula concentra seu apoio entre as mulheres (57% do seu eleitorado), nas camadas mais jovens (55% têm até 34 anos), no Sudeste (45%) e na faixa de ensino superior (20%), ainda de acordo com o Datafolha.

Secretário vai para o PSB, e PT fica com 1 pasta só no governo Campos

O secretário de Transportes de Pernambuco, Isaltino Nascimento, deixou o PT e se filiou ao PSB ontem. A cerimônia contou também com a filiação do ex-deputado federal Maurício Rands, que deixou o PT após ser preterido pelo partido na disputa pela Prefeitura do Recife, no ano passado.

A migração dos dois já era dada como certa. Com a mudança, o PT tem agora só uma secretaria, a de Cultura, no governo de Eduardo Campos, presidente do PSB e possível candidato ao Planalto em 2014.

Desafeto de governador assume a presidência do PSB no Estado

Com a saída do grupo político do governador Cid Gomes do PSB e sua filiação ao Pros, Sérgio Novais, que fazia oposição a Cid entre os pessebistas, assumiu ontem a presidência da sigla no Ceará.

O PSB cearense ainda não tem, no entanto, um nome forte para dar palanque à provável candidatura presidencial do governador de Pernambuco, Eduardo Campos.

A nova executiva da legenda no Ceará –que perdeu cerca de 500 filiados após o grupo dos irmãos Cid e Ciro Gomes sair– anunciou ter recebido cem novas filiações, compostas principalmente de novatos na política, como empresários e profissionais liberais. Desses novos nomes devem sair os candidatos da legenda em 2014.

Transferências inflam partidos tradicionais

Às vésperas do fim do prazo para filiações partidárias com vistas às eleições do próximo ano, os dois partidos recém-criados no país, o Pros e o Solidariedade, atraíram apenas 39% dos deputados estaduais e distritais que trocaram de legenda até agora.

Os números contrastam com a expectativa de que as novas legendas atrairiam a maior parte dos políticos, pois, em caso de siglas recém-criadas, quem chega não corre o risco de cassação por infidelidade partidária.

Juntos, os novos partidos receberam ao menos 48 dos 123 deputados envolvidos na dança das cadeiras nos Legislativos estaduais até ontem, segundo levantamento feito pela Folha –29 foram para o Pros (Partido Republicano da Ordem Social) e 19 para o SDD (Solidariedade).

Apesar do risco de terem o mandato cassado por infidelidade partidária, 67 deputados estaduais preferiram se filiar a um dos partidos mais antigos, antecipando em alguns Estados a formação de coligações para 2014. Oito deputados ainda não haviam definido a sigla de destino até a conclusão desta edição.

Delta é suspeita de repassar R$ 327 mi a firmas de fachada

Alvo de investigação da Polícia Federal, a Delta Construções é suspeita de ter repassado ao menos R$ 327 milhões a 16 empresas de fachada de São Paulo e cinco de Goiás.

A polícia tenta descobrir de quais obras esses recursos foram desviados e quem são os beneficiários finais do esquema. Estima-se que a construtora tenha desviado cerca de R$ 360 milhões de contratos com o poder público.

Apesar de ainda estar rastreando o caminho do dinheiro, a PF afirma que o braço paulista do chamado “laranjal da Delta” foi responsável pela movimentação de R$ 265 milhões –o equivalente a 80% dos recursos já identificados que foram repassados pela construtora a empresas que só existem no papel.

Entre as beneficiárias de fachada listadas pela PF há 16 empresas na capital paulista e na Grande SP que receberam de R$ 397 mil a até R$ 46,4 milhões da Delta, classificada de “holding” do crime pelos investigadores.

Carta faz 25 anos com 112 temas à espera de uma lei

Vinte e cinco anos após sua promulgação, o arcabouço legal previsto na Constituição de 1988 continua incompleto. Um levantamento recente feito no Congresso identificou 112 leis mencionadas explicitamente no texto constitucional que deveriam ter sido criadas, mas até hoje não foram.

No meio jurídico, as normas inexistentes são conhecidas como “leis faltantes”.

Entre elas estão as regulamentações para greve de servidores públicos, crime de terrorismo, licença paternidade, produção regional para rádio e TV, trabalho escravo e vacância de presidente da República e vice.

Presidida pelo deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP), a comissão mista do Congresso sobre o tema pretende acelerar a aprovação dessas leis.

Até agora, três das 112 faltantes passaram pelo grupo. Aprovadas pelo plenário do Senado, estão agora paradas esperando a apreciação da Câmara.”Estamos fazendo nossa parte”, diz Vaccarezza. “Quero regulamentar [na comissão] no mínimo mais dez até o fim do ano”.

Constituição mudou muito, mas não no essencial, diz pesquisa

Apesar de ter sido muito reformada –foram 80 emendas em 25 anos–, os “princípios fundamentais” da Constituição de 1988 sofreram poucas alterações. O que muda bastante, cerca de 70% dos acréscimos ou remodelações, são os dispositivos que tratam de políticas públicas sociais.

São normas importantes, mas que, pela própria natureza, nem precisavam estar na Carta Magna. Poderiam existir como lei convencional.

A tese é defendida pelo cientista político Cláudio Couto, secretário adjunto da Anpocs (Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Ciências Sociais) e autor de uma série de trabalhos sobre o assunto em parceria com Rogério Arantes, da USP.

Conforme os pesquisadores, a Constituição cresceu quase 40% desde 1988. Mas nem o tamanho nem a frequência de alterações são vistos como problema.

Medida provisória é frustração, diz relator

Relator da comissão de sistematização da Constituição de 1988, o ex-senador Bernardo Cabral (PMDB-AM), hoje com 81 anos, diz que guarda duas grandes frustações dos trabalhos daquele período.

A primeira foi não ter conseguido impedir a aprovação da possibilidade de uso de Medida Provisória por parte do presidente da República.

A Medida Provisória, segundo ele, foi pensada para funcionar no sistema parlamentarista, modelo que ele defendeu –e ainda defende–, mas acabou derrotado no plenário.

“Eu disse (…): Se isso ficar no texto será dado ao presidente da República poderes que nenhum ditador teve’”, afirma ele. “Infelizmente a minha profecia estava certa”.

A outra frustração é com as normas aprovadas que passaram a balizar o processo de reforma agrária. Para Cabral, as regras atuais explicam as invasões, a demora para as desapropriações e as dificuldades para indenizações. “Ficou pior que o Estatuto da Terra do governo militar”, diz.

O ex-senador exerceu o papel mais importante da Constituinte depois de Ulysses Gumarães (PMDB-SP), o presidente da Assembleia.

Como aspecto positivo, ele lista o poder do Ministério Público, a liberdade de informação e as garantias fundamentais. “Nenhuma outra constituição tem garantias para a cidadania como a nossa”, afirma o então relator.
Dilma defende ministro vaiado por carteiros em greve no Paraná

A presidente Dilma Rousseff teve que lidar ontem, pela terceira vez em um mês, com vaias durante um evento oficial da Presidência.

O alvo principal dos apupos ontem, em cerimônia em Campo Mourão (noroeste do Paraná), foi o ministro paranaense Paulo Bernardo (Comunicações), vaiado por funcionários dos Correios.

Os trabalhadores da estatal, subordinada ao ministério, estão em greve há 18 dias. Reivindicam aumento real de 15% e reclamam da “intransigência” da empresa, que diz oferecer 8% de reajuste.

Bernardo, que foi ao evento mas não discursou, foi vaiado ao ser mencionado pela presidente, que entregava máquinas a prefeituras –154 prefeitos subiram no palco.

Também nos jornais de hoje os seguintes assuntos publicados ontem pelo Congresso em Foco:

Marina Silva deixa futuro político para sábado

TSE nega pedido para anular registro do Solidariedade

Marina falha como operadora política, diz Sirkis

Deputados decidem destino sem a Rede

Regionais : Mais de 10% dos deputados já trocaram de partido
Enviado por alexandre em 05/10/2013 11:56:12

Mais de 10% dos 513 deputados trocaram de partido até a véspera do prazo final de filiação para quem pretende disputar as eleições de 2014. Até o final da tarde dessa sexta-feira (4), pelo menos 54 deputados e dois senadores haviam mudado de legenda, segundo balanço feito pelo Congresso em Foco com base em dados da Câmara e informações prestadas por parlamentares e lideranças partidárias. O número de mudanças, no entanto, deve ser ainda maior por dois motivos: nem todos que migraram de legenda repassaram a informação ao Congresso e alguns congressistas, em meio a negociações, deixaram para o último dia a assinatura da nova ficha de filiação.
Veja a lista dos parlamentares que trocaram de partido

 

Os recém-criados Solidariedade (SDD) e Partido Republicano da Ordem Social (Pros) receberam 75% dos migrantes: 21 foram para o primeiro, e 20 para o segundo. Quem mais perdeu foi o PDT, de onde saiu o fundador do SDD, Paulinho da Força (SP). Foram nove baixas na bancada: os pedetistas perderam seis deputados para a nova sigla e outros três para o também novato Pros.

Não é sem razão que o PDT ingressou na Justiça para suspender a criação do Solidariedade. Os pedetistas agora têm apenas 18 parlamentares. Um encolhimento de 33% em relação aos 27 deputados que compunham a bancada dias atrás. Até o deputado Miro Teixeira (RJ), em seu décimo mandato na Câmara, migrou para o Pros. O deputado era um dos aliados de Marina Silva na frustrada tentativa de registrar a Rede Sustentável, a tempo de participar das próximas eleições. Acabou indo para o partido do grupo do ex-ministro Ciro Gomes e do seu irmão, o governador Cid Gomes.

No Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o PDT argumenta que fraudes comprovadas nas assinaturas do Solidariedade justificam anular todo o processo de criação por vício na coleta de firmas. O pedido de anulação do registro, porém, foi rejeitado ontem à noite pelo ministro Gilmar Mendes.

O PMDB ficou em segundo lugar no número de perdas de parlamentares. A segunda maior bancada da Câmara ficou sem seis parlamentares, quatro para o novo partido de Paulinho, um para o PP e outro para o PSDB. O principal aliado da base da presidente Dilma ficará agora com 77 deputados na Câmara.

Na lista do troca-troca, aparece até quem fez que ia, mas não foi. É o caso do deputado Romário (RJ), que voltou ao PSB dois meses após ter deixado o partido. Nesse período, Romário conversou com diversos partidos, do Psol ao PR. Mas acabou voltando ao antigo partido em meio a promessas de mais espaço e a presidência do diretório estadual da legenda.

No Senado, o ritmo das mudanças é menos intenso. Uma das lideranças da bancada ruralista, a senadora Kátia Abreu (TO) trocou o PSD pelo PMDB. Dois anos atrás ela deixou o DEM para filiar-se ao partido criado pelo ex-prefeito paulistano Gilberto Kassab. Já o senador Vicentinho Alves deixa o PR para representar o Pros na Casa.

Quase 60 parlamentares trocaram de partido; veja a lista
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Enviado por alexandre em 05/10/2013 11:55:00

IstoÉ

A conexão franco-tucana

As investigações sobre o escândalo do Metrô em São Paulo entraram num momento crucial. Seguindo o rastro do dinheiro, a Polícia Federal e procuradores envolvidos na apuração do caso concluíram que o esquema do propinoduto tucano começou a ser montado na área de energia, ainda no governo de Mário Covas (1995-2001), se reproduziu no transporte público – trens e metrô – durante as gestões também de Geraldo Alckmin (2001-2006) e de José Serra (2007-2010) e drenou ao menos R$ 425 milhões dos cofres públicos. Para as autoridades, os dois escândalos estão interligados. Há semelhanças principalmente no modo de operação do pagamento de propina por executivos da multinacional francesa Alstom a políticos e pessoas com trânsito no tucanato para obtenção de contratos vantajosos com estatais paulistas. Nos dois casos, os recursos circulavam por meio de uma sofisticada engenharia financeira promovida pelos mesmos lobistas, que usavam offshores, contas bancárias em paraísos fiscais, consultorias de fachadas e fundações para não deixar rastros. A partir dessas constatações, a PF e o MP conseguiram chegar ao topo do esquema. Ou seja, em nomes da alta cúpula do PSDB paulista que podem ter tido voz ativa e poder de decisão no escândalo que foi o embrião da máfia dos transportes sobre trilhos. São eles os tucanos Andrea Matarazzo, ministro do governo FHC e secretário estadual nas gestões Serra e Covas, Henrique Fingermann e Eduardo José Bernini, ex-dirigentes da Empresa Paulista de Transmissão de Energia Elétrica (EPTE). Serrista de primeira hora, Matarazzo é acusado de corrupção por ter se beneficiado de “vantagens oferecidas pela Alstom”. De acordo com relatório do MP, as operações aconteciam por meio dos executivos Pierre Chazot e Philippe Jaffré, representantes da Alstom no esquema que teria distribuído mais de US$ 20 milhões em suborno no País. É a chamada conexão franco-tucana.

Para avançar ainda mais nas investigações e conseguir esquadrinhar com precisão o papel de cada um no esquema, a procuradoria da República obteve judicialmente a quebra dos sigilos bancários e fiscais dos três líderes tucanos e de mais oito pessoas. Constam da lista lobistas, intermediários e secretários ou presidentes de estatais durante a gestão de Mário Covas (PSDB) em São Paulo. A ordem judicial também solicitou informações sobre o paradeiro dos dois executivos franceses. As investigações conduzidas até agora já produziram avanços importantes. Concluíram que parte da propina paga pela Alstom abasteceu os cofres do PSDB paulista. Documentos e depoimentos obtidos também já foram considerados suficientes para Milton Fornazari Júnior, delegado da Polícia Federal, estabelecer que as ordens dos executivos franceses Pierre Chazot e de Philippe Jaffré eram suficientes para convencer os mais altos escalões do governo estadual a conceder a Alstom vitórias em contratos superfaturados para o fornecimento de equipamentos no setor de energia. Eles usavam aquilo que um executivo da empresa francesa qualificou de “política de poder pela remuneração”.

Uma série de evidências demonstra que a máfia na área de energia serviu como uma espécie de embrião do cartel dos trens. Ao elencar os motivos do pedido de quebra de sigilo, o procurador da República Rodrigo de Grandis faz a ligação entre os dois esquemas ao destacar a existência de “contratos de consultoria fictícios utilizados para o pagamento, entre abril e outubro de 1998, quando a Alstom T&D (por meio do consórcio franco-brasileiro Gisel) e a Eletropaulo negociavam um contrato aditivo à obra de reforma e expansão do Metrô de São Paulo”.

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As escolhas de Marina

Na noite de quinta-feira 3, quando o Tribunal Superior Eleitoral rejeitou, por 6 votos a 1, o pedido de registro da Rede Sustentabilidade, teve início uma nova etapa na carreira de Marina Silva, ex-senadora, ex-ministra, titular de 19,6 milhões de votos na eleição presidencial de 2010 e segundo lugar em todas pesquisas de intenção de voto para 2014. Sempre capaz de reconhecer a diferença entre ganhar perdendo e perder ganhando,  Marina Silva despediu-se com palavras de ânimo do grupo de aliados que fez questão de acompanhar a decisão do tribunal ao vivo e a cores. “Não posso estar decepcionada. Hoje nessa corte disseram que nós temos requisitos para um partido: programa, representação social e ética. Temos o registro moral.”

Na sexta-feira 4, Marina decidiu prolongar a agonia de aliados  que esperavam uma decisão sobre seu futuro. “Amanhã eu darei uma resposta,” disse. “Eu ainda tenho uma noite e um dia.” Mesmo assim, deu sinais de que pretende ser candidata. “Quero mudar a polarização na disputa presidencial e contribuir para a política no Brasil”. A postura de Marina produziu reações exasperadas entre seus aliados, em particular parlamentares que necessitavam desesperadamente de uma definição até o sábado 5, para saber que rumo tomar antes do prazo legal para filiar-se a um partido político. Mas é um movimento que tem sua razão de ser.

Depois de receber a medalha de bronze em 2010, Marina passou os últimos anos ocupada em reforçar seu mito político particular. Mantendo-se longe de articulações obscuras que o eleitor identifica com um sistema político que rejeita, ela cresceu junto a cidadãos, especialmente jovens, que procuram “o novo” – aquilo que ninguém consegue definir direito o que é, mas  que todos acreditam identificar quando vêm. Com essa atitude, ganhou terreno junto aos brasileiros que estiveram na liderança dos protestos de junho e logo confirmou  primeira posição entre oposicionistas. Nessa situação, seria muita imprudência, menos de 24 horas depois da decisão no TSE, correr para buscar abrigo num dos diversos partidos que abriram as portas para abrigar sua candidatura. Seria difícil escapar da acusação de oportunismo, que pode ser amenizada após uma espera um pouco mais, quando devem chover apelos favoráveis a sua candidatura.

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As bancadas pagam a conta

Para entender os bastidores sempre delicados da convivência entre políticos e o poder econômico, ISTOÉ acompanhou por duas semanas os movimentos de lobistas de diferentes setores na Câmara dos Deputados. Limitando a reportagem a contribuições legais, registradas na Justiça Eleitoral, foi  possível presenciar abordagens cordiais e diretas a parlamentares que devem sua eleição, ao menos em parte, àqueles cidadãos que garantiram recursos às suas campanhas e que, agora, se apresentam para cobrar a fatura.

Alguns casos são didáticos. Em debate no Congresso, o novo Código da Mineração recebeu 372 emendas de 46 parlamentares. Desses, apenas sete não receberam dinheiro de empresas ligadas à mineração com interesses específicos em cada artigo que seria votado. Somente o líder do PMDB, Eduardo Cunha (RJ), apresentou 88 dessas propostas de modificação do texto. Sua ligação com o setor é inequívoca. O deputado é responsável por indicações para cargos de diretoria do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), órgão responsável por autorizar lavras e fiscalizar as atividades mineradoras, e ainda recebeu ajuda de empresas do setor para pagar as contas de campanha.

O governo reage

Sob ameaça de perder aliados necessários para formar palanques robustos em 2014, o Planalto deu início, na semana passada, ao contra-ataque para defender a reeleição de Dilma Rousseff. Em uma reunião no Palácio, o governo decidiu montar uma força-tarefa política formada pelos ministros Aloizio Mercadante (Educação), Alexandre Padilha (Saúde), Ideli Salvatti (Relações Institucionais) e Gleisi Hoffmann (Casa Civil). Com a popularidade de Dilma em alta – o mais poderoso argumento para conquistar alianças em véspera de campanha eleitoral –, além de promessas de cargos e apoio financeiro, eles saíram em campo na busca de legendas e parlamentares desgarrados. Ao que tudo indica, a operação deu certo. Em meio ao troca-troca partidário promovido nos últimos dias, às vésperas do fim do prazo para mudança de legenda e criação de novas siglas com vistas às eleições de 2014, o governo conseguiu trazer para suas fileiras – contrariando os prognósticos – a maioria dos quadros do Solidariedade, de Paulinho da Força, até aqui um de seus inimigos mais estridentes. Numa outra frente estratégica, ainda quebrou a espinha dorsal do PSB no Nordeste, numa tentativa de isolar o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, possível candidato ao Planalto numa trincheira oposta à de Dilma.

Autonomia X Segurança

O último 11 de setembro foi o dia do terror para a professora M., de 43 anos, do Centro de Ciências da Saúde da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Ela ficou em poder de sequestradores armados por quase duas horas e meia, enquanto os bandidos sacavam dinheiro e faziam compras no seu cartão. M. foi rendida no estacionamento da faculdade, de dia, e liberada quase à noite, na Baixada Fluminense. A professora é mais uma das muitas vítimas de crimes praticados em cidades universitárias – grandes áreas com autonomia administrativa e acadêmica assegurada pela Constituição Federal. Mas a autonomia que garante a não interferência na produção e ensino do conhecimento é a mesma que, hoje, não permite a entrada de polícia em território acadêmico. A aversão por homens armados e fardados vem do período da ditadura, quando faculdades eram invadidas, pessoas eram presas e desapareciam. Mas, na democracia, essa conquista de valor inquestionável tem levantado polêmica, uma vez que a escalada criminosa no ambiente universitário só cresce.

Época

João Santana, o homem que elegeu seis presidentes

“A Dilma vai ganhar no primeiro turno, em 2014, porque ocorrerá uma antropofagia de anões. Eles vão se comer, lá embaixo, e ela, sobranceira, vai planar no Olimpo.” A previsão é do marqueteiro João Santana, o número um do PT, do prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, e da presidente da República, Dilma Rousseff – a “selvagem da motocicleta”, como divertidamente a chamou em uma das duas entrevistas que concedeu a ÉPOCA. Os “anões”, diz Santana, são os candidatos Marina Silva, Aécio Neves, Eduardo Campos e, pelas contas dele, José Serra. “O que menos crescerá, ao contrário do que ele próprio pensa, é justamente Eduardo Campos”, disse.

Santana faz parte, como consultor político informal de Dilma, da meia dúzia de assessores que ela ouve mais, conhecida como “núcleo duro” do governo. Além dele, formam o time os ministros Aloizio Mercadante (Educação), José Eduardo Cardozo (Justiça), Fernando Pimentel (Desenvolvimento), o ex-ministro Franklin Martins e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Deles, o único que não é ou foi ministro nem presidente da República é Santana. Ele compara Lula a Dilma da seguinte forma: “Lula é vulcão. Dilma é raio laser”. E se autodefine assim: “Sou um dos últimos socialistas românticos e um dos primeiros socialistas cibernéticos – ao mesmo tempo utópico e descrente; ao mesmo tempo sério e debochado”. Faz uma profecia para o Brasil: “Aqui ocorrerão, neste século, as grandes tramas neopolíticas, neoestéticas e ciberétnicas. Gosto muito da definição espiritua­lista, de que o Brasil é o laboratório do espírito santo”.

João Santana de Cerqueira Filho, baiano da cidade de Tucano (pois é…), tem 60 anos, é vovô de três netos, com o quarto a caminho, e coleciona feitos e números inusitados. Como marqueteiro, já ajudou a eleger seis presidentes da República: Lula (reeleição, 2006), Mauricio Funes (El Salvador, 2009), Dilma Rousseff (2010), Danilo Medina (República Dominicana, 2012), José Eduardo dos Santos (Angola, 2012) e Hugo Chavez/Nicolás Maduro (Venezuela, 2012). É um recorde mundial. Vale lembrar que Lula foi reeleito depois do escândalo do mensalão. O marqueteiro contou a ÉPOCA que foi ele quem convenceu o PT a lançar a quarta candidatura de Lula, no começo de 2001, momento em que até o próprio Lula não estava animado com a ideia. “Naquela época, o Duda (Mendonça, então sócio majoritário de Santana, com quem ele rompeu depois) defendia os nomes do Suplicy ou do Tarso Genro”, afirma. (Mendonça não quis dar entrevista a ÉPOCA.)

Santana pode chegar a sete presidentes eleitos, se confirmadas as pesquisas no Panamá. O candidato José Domingo Arias, seu cliente, está na liderança. As eleições serão em março de 2014. Santana está concentrado nesse trabalho. Viaja com frequência para a Cidade do Panamá, onde mantém uma equipe de 30 pessoas. Sua empresa continua a dar assistência aos presidentes de Angola, El Salvador e República Dominicana.

Quanto Santana fatura com todo esse movimento? “São números confidenciais, que só interessam à empresa”, diz. Mas ele próprio já informou, em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, que a campanha de Dilma Rousseff custou R$ 42 milhões – sem especificar os percentuais de despesa, a maior parte, e de lucro. Os números disponíveis no site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) mostram que a Pólis Propaganda e Marketing, sua empresa, recebeu, do PT nacional, R$ 13,7 milhões em 2006, R$ 9,8 milhões em 2008, R$ 42 milhões em 2010 e R$ 30 milhões em 2012. Um total de R$ 95,6 milhões. É o que há no TSE até 2012. Não existe TSE ou semelhantes para as campanhas internacionais. De vez em quando, sai um número que Santana não confirma nem desmente, como os US$ 65 milhões de faturamento na campanha presidencial de Angola – aí incluídos os custos, a exemplo dos demais números citados. No ano passado, com seis campanhas simultâneas, a Pólis empregou temporariamente um batalhão de 700 funcionários. Seus braços direito e esquerdo, na Pólis, além da sócia e mulher, Mônica Moura, são os marqueteiros Marcelo Kertész e Eduardo Costa.

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Tasso Jereissati: “Os políticos estão viciados em politicagem”

Depois de três anos de reclusão, o ex-governador e ex-senador cearense Tasso Jereissati, ex-presidente do PSDB e uma das principais lideranças nacionais do partido, decidiu romper o silêncio. Na semana passada, ele recebeu ÉPOCA no seu escritório em Fortaleza, num edifício comercial junto ao Shopping Iguatemi, de sua propriedade. O empresário de 64 anos falou sobre política e as perspectivas eleitorais de Aécio Neves. Embora tenha afirmado em 2010, depois de perder a reeleição para o Senado, que aquela seria sua última disputa, Jereissati não descartou a possibilidade de atender a um pedido de Aécio e disputar novamente uma vaga no Congresso Nacional no ano que vem.

ÉPOCA – Em 2010, quando perdeu a reeleição para o Senado, o senhor disse que seria sua última disputa. Recentemente, o senador Aécio Neves, pré-candidato do PSDB à Presidência em 2014, afirmou que gostaria de vê-lo como candidato ao Senado ou ao governo do Estado, para puxar votos no Ceará. Sua hibernação política acabou?
Tasso Jeireissati – Com certeza, um pedido do Aécio vale muito. Tenho muita vontade de ajudá-lo e de ver uma grande mudança acontecer no país. Em política – aliás, na vida de forma geral –, aprendi uma coisa: é muito arriscado dizer que dessa água não beberei. Agora, a probabilidade de isso acontecer é muito pequena. Prefiro que surjam novos nomes. Estou convencido de que boa parte dessa geração de políticos está vencida. A política do jeito como é feita hoje no Brasil está vencida. Há um cansaço generalizado com a política tradicional, o desprezo pela opinião pública, a falta de compromisso com as ideias. Hoje, há espaço para gente nova, não necessariamente nova de idade, mas com ideias novas, que não tenha os vícios da política atual e represente uma ruptura com o que se vê por aí. A população não suporta mais o que é feito em termos de gestão pública e política no país. A grande maioria dos políticos, com honrosas exceções, é viciada em politicagem.

ÉPOCA – De certa forma, não foi isso que Lula fez quando indicou Dilma Rousseff, que nunca participara de uma eleição?
Jereissati – Só que ela não usou isso para melhorar sua administração, uma das mais equivocadas que o país já teve. Num primeiro momento, parecia que Dilma faria uma ruptura, ao menos em relação à política tradicional. No primeiro ano de governo, demitiu um ministro corrupto por mês. Só que ela fez uma espécie de carrossel. Demitiu e foi readmitindo todo mundo de volta. Acabou desempenhando o pior dos papéis, porque não tem a habilidade política do Lula. Fazer política com alguém completamente inábil é um desastre.

ÉPOCA – Em que medida Aécio é diferente desses políticos que o senhor critica?
Jereissati – O Aécio tem algumas características importantes para o futuro. Primeiro, é um homem de posições firmes, apesar de sua visão conciliadora. Nisso, ele lembra muito o Tancredo Neves, seu avô. Outra coisa que Aécio tem é indispensável no Brasil de hoje para quem quer ser presidente da República: é um senso de administração pública que dá a pessoas competentes a responsabilidade pela gestão das políticas públicas, arrasadas pelo aparelhamento e pela politicagem. Isso é fundamental para mudar o Brasil.

Em Brasília, a oficialização do padrinho político

O memorando 45/2012, do governo do Distrito Federal e assinado em 15 de maio do ano passado pelo administrador regional da cidade satélite Núcleo Bandeirante, Elias Dias Carneiro, do PT, oficializa a função do padrinho político no serviço público local. Espécie de prefeito indicado pelo governador Agnelo Queiroz para gerir uma das cidades ao redor de Brasília, Elias adverte, no documento oficial em papel timbrado, que se os servidores não comparecerem as atividades convocadas por ele serão advertidos. Diz o texto: “Ocorrido três advertências, a Administração comunicará ao padrinho político do servidor comissionado e pedirá a substituição do mesmo”. O memorando foi distribuído aos funcionários pelo chefe de gabinete Eduardo Novaes Feitosa, militante petista e candidato nas eleições internas deste mês a presidir o PT no Núcleo Bandeirante. O documento é a mais nova prova de assédio moral e a confissão de que o padrinho político, não identificado pelos dois petistas que assinam o memorando, é quem manda na gestão do DF.

Carta Capital

Eike desmancha: o que sobra do Império X

A volta do morto-vivo

Aparentemente, a disputa presidencial voltará ao embate já corriqueiro entre o PT e o PSDB. Tem sido assim ao longo dos últimos 20 anos. Ou seja, cinco eleições presidenciais. Pode haver uma variação no sexto confronto, em 2014, se o tucano mineiro Aécio Neves for candidato. Os paulistas estiveram presentes em todas as seis disputas pela cadeira do Planalto, em eleição direta, após a ditadura.

Ele, no entanto, não é mais uma aposta certa dos tucanos. Tímido como pré-candidato, ele cedeu à pressão do forte reduto tucano de São Paulo. Alguém diria que as costas de Aécio, com tantos alfinetes espetados, lembram almofada de alfaiate.

Assim, de repente, embora não surpreendentemente, o cenário da disputa presidencial no tucanato passou a indicar a possibilidade de uma virada. Isso está prenunciado na nota oficial distribuída na terça-feira 1º de outubro pelo próprio Aécio Neves. Na condição de presidente do PSDB, anunciou e cobriu de louvores a permanência de José Serra no ninho.

“A presença de Serra em nossas fileiras fornece a nós, tucanos (…), uma opção de grande dimensão política a ser avaliada no momento e segundo critérios adequados para o sucesso da luta comum.” Em outras palavras, ainda não há candidatura definida no PSDB.

2014 mais perto

Do sábado 5 ao dia da próxima eleição, um ano exato vai se passar. No domingo 5 de outubro de 2014, os brasileiros vão às urnas escolher o presidente da República, governadores, senadores e deputados.

Ao longo de 2013, a eleição presidencial apresentou-se de três maneiras. No primeiro trimestre, o favoritismo da presidenta Dilma Rousseff era imenso. Sozinha, ela alcançava algo em torno de 60% nas pesquisas, enquanto a soma de Marina Silva, Aécio Neves e Eduardo Campos, seus adversários mais prováveis, mal chegava a 25%.

O tamanho de sua candidatura não fazia, no entanto, sentido, considerado o modo como hoje se organiza politicamente a sociedade brasileira: era “grande demais”.

No segundo trimestre, iniciou-se um processo de redução da vantagem, que se intensificou e atingiu o ápice entre junho e julho, na esteira dos movimentos de protesto. A presidenta caiu abaixo de 35% e a soma dos outros foi além de 45%. Dilma ficou “pequena demais”, pelo que representa e pelo que são os oponentes.

Dois pesos, duas medidas

Preocupa o tratamento diverso dado aos dois “mensalões”. Não precisa ser operador do Direito para perceber as diferenças, sem entrar no mérito de condenações e absolvições. Na Ação Penal 536, os tucanos procuraram reduzir danos e difundiram a expressão mensalão mineiro. Como os partidos políticos, pela Constituição, têm “caráter nacional” e são unos, não cabe adjetivar de mineiro. Portanto, mensalão tucano.

O mensalão tucano voltou-se à reeleição do então governador mineiro Eduardo Azeredo em 1998. No “mensalão petista” houve contrafação delinquencial, pois, no quesito originalidade, a primazia ficou com o mensalão tucano. O operador dos dois esquemas era o mesmo, o empresário Marcos Valério. Agora, no quesito compra de consciências, os tucanos caíram na recidiva. Antes da recaída houve compra de votos de parlamentares que propiciaram alteração constitucional para permitir a reeleição presidencial de Fernando Henrique Cardoso.

Essa compra de votos não deu em nada e triunfou, com o prêmio da impunidade, o pactum sceleris de quadrilheiros que propiciou a candidatura de FHC, o qual, nas urnas e em eleições livres, conquistou o segundo mandato. Esse quadro de compra de voto parlamentar não sensibilizou o então procurador-geral da República da época, Geraldo Brindeiro. Nem se cogitou da teoria do domínio do fato, que, no Brasil, está recepcionada com o título de codelinquência e se apoia em regra expressa do Código Penal: “Quem concorre para o crime incide nas penas a ele cominadas”. No particular, havia indícios com lastro na suficiência a autorizar uma opinio delicti por parte do Ministério Público.

As duas faces da glória

Sic transit gloria mundi, diziam os antigos romanos, assim passa a glória do mundo. A frase pode assumir significados e tons diversos, mas, basicamente, avisa que a morte não poupa os vivos, mesmo os poderosos e os celebrados.

Nos últimos 20 anos, Silvio Berlusconi foi o político mais influente da Itália e como premier a governou três vezes. Na soma, cerca de 13 anos. Mandou e desmandou a seu talante. Driblou o conflito de interesses evidente, na qualidade de dono de um império midiático, capaz inclusive de enxotar da Europa o ambicioso Roberto Marinho. Seu partido mudou de nome, manteve, porém, perfeita coesão ao longo do período e, ao dispor da maioria, não hesitou em impor leis iníquas, a começar por aquela eleitoral, também conhecida como porcellum, porco em latim. Primeira responsável pela crise política que há tempo dilacera a Itália.

Não lhe faltou, obviamente, o apoio dos eleitores empenhados em premiar a esperteza na sua acepção mais velhaca e daninha. Muito além da oposição de centro-esquerda, entregue a intermináveis disputas internas, quem de fato o enfrentou foi a Justiça, habilitada a levá-lo várias vezes ao banco dos réus. Soou fatal o processo que condenou Berlusconi em terceira instância por fraude fiscal. Sentença definitiva que implica, entre outras coisas, a perda do mandato por tempo determinado. Falta só definir quanto. De três a cinco anos.

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Regionais : Carlos Magno participa de audiência no MMA para tratar da regularização de lixões no Estado
Enviado por alexandre em 05/10/2013 01:51:36

Na tarde desta quinta-feira (03) o deputado federal Carlos Magno (PP-RO) participou de audiência realizada no Ministério do Meio Ambiente – MMA- por iniciativa do coordenador da bancada federal de Rondônia, deputado Nilton Capixaba, para tratar da regularização dos aterros sanitários em todo o Estado, especialmente os que estão com maiores dificuldades de se adequarem a nova legislação em vigor desde o ano passado e que tem até agosto de 2014 para garantir a destinação, aos aterros sanitários, de todo o lixo que não possa ser reaproveitado ou reciclado.

 

Os prefeitos comentaram durante a audiência que adequar os lixões de seus municípios à nova lei com recursos próprios é uma prática impossível, pois, não tem verba disponível na prefeitura para contratar uma empresa que realize os trabalhos de eliminação do lixão em tão curto prazo.

 

A diretora do Departamento Ambiental Urbano – DAU - Zilda Veloso adiantou que ainda este mês haverá uma Conferência Nacional cuja temática será o meio ambiente, onde todos os municípios brasileiros e o Distrito Federal devem participar para discutirem o assunto a fim de encontrarem uma solução para o problema. Os técnicos do Ministério complementaram ainda que os recursos para apresentação de novos projetos estarão disponíveis até o dia 31, orientando a apresentação dos planos de ação.

Carlos Magno lembrou que os lixões não são apenas um problema visual, mas especialmente uma agressão ao solo, à água, ao ar e também acabam por acarretar problemas de saúde devido à proliferação de insetos e roedores. “É preciso solucionar o problema, pois hoje, 25% dos municípios brasileiros dispõem de forma adequada os seus resíduos, o que equivale a aproximadamente 58% do total produzido no País, mas os que não dispõem de aterros sanitários conforme orienta a Lei, precisam de ajuda e orientação para realizarem a coleta e a destinação adequada do lixo” reforçou o parlamentar.

ASCOM

 

 

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