A abertura dos arquivos das Forças Armadas pelo novo Presidente da República é um dos desejos de pessoas que foram perseguidas e parentes de vítimas da ditadura militar no Brasil. O que se espera é que documentos mantidos sob sigilo revelem o paradeiro dos corpos de cerca de 400 desaparecidos políticos. Informações sobre as operações militares de combate à luta armada também criam expectativa, porque revelariam como se deu a captura e a morte de grande parte das vítimas do regime militar. Antes mesmo da eleição de um novo governante, no entanto, as Forças Armadas já dão provas de que conseguir tais informações não será algo fácil e, segundo o jornal A Tarde, alegam que os arquivos foram destruídos. O próximo presidente do Brasil deverá ficar atento à tramitação do projeto de lei (PL 7376/10) que cria a Comissão da Memória e da Verdade, além de ter de encarar a possibilidade de condenação por parte da Corte Interamericana de Direitos Humanos, ligada à Organização dos Estados Americanos (OEA), em função das perseguições, mortes e desaparecimentos forçados de cerca de 70 pessoas durante a guerrilha do Araguaia, entre os anos de 1972 e 1975. O julgamento está marcado para novembro.