« 1 ... 6 7 8 (9) 10 11 12 ... 51 »
Coluna Meio Ambiente : Desmatamento no Cerrado vai chegar a 12 mil km² em 2024, caso ritmo se mantenha
Enviado por alexandre em 07/03/2024 10:35:11

Estimativa foi apresentada pelo governo na quarta-feira. Estados que compõem bioma possuem 50% de autorização de desmatamento ainda não executada

Na quarta-feira (06) que vai aumentar os esforços para conter a crescente destruição no Cerrado. Isso porque, se o ritmo verificado no segundo semestre de 2023 se mantiver nos primeiros meses deste ano, a taxa anual de desmatamento pode chegar a 12 mil km².A estimativa foi apresentada durante a primeira reunião do Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama) de 2024, realizada em Brasília.

 

“Fazendo a projeção com base no ritmo de desmatamento entre agosto e dezembro de 2023, ou seja os primeiros cinco meses da taxa prodes 2024, se a tendência seguir como verificamos no segundo semestre do ano passado, é possível que a gente chegue na taxa PRODES de 2024 com algo próximo a 12 mil km²”, disse André Lima, Secretário Nacional da Secretaria Extraordinária de Controle dos Desmatamentos e Ordenamento Ambiental e Territorial do Ministério do Meio Ambiente (MMA).Segundo medições do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), desde 2019 o desmatamento no Cerrado vem crescendo vertiginosamente. Em 2023, o bioma perdeu 11 mil km², a maior cifra desde 2015 e o equivalente a sete vezes o tamanho da cidade de São Paulo.

 

De acordo com o secretário do MMA, o problema não são somente os desmates ilegais. Nos estados que mais destroem o bioma – Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia, conhecidos como MATOPIBA – o número de autorizações de desmatamento já emitidas, mas não executadas, é alto.No Piauí e Bahia, por exemplo, a taxa de autorizações não executadas chega a 50%. O número refere-se a autorizações emitidas entre 2020 e 2023. O prazo para execução é de dois anos, prorrogáveis por mais dois.

 

Veja também 

 

Há 30 anos, academia e população local se unem pela proteção dos bugios do Rio Grande do Sul

 

Descaso com Lagoa da Francesa: esgoto e lixo comprometem patrimônio ambiental de Parintins. VEJA VÍDEO

“Precisamos resolver isso, não dá para ficar como está. Este é um grande desafio que precisamos enfrentar. Precisamos de um sistema de informação efetivo, de transparência, de integração de dados”, diz Lima, em referência à falta de integração entre os sistemas de autorização estaduais e federal.

 

Ainda segundo o secretário, outro problema que precisa ser enfrentado é a validação dos Cadastros Ambientais Rurais (CAR). Do desmatamento registrado em 2023 no bioma, 94% aconteceu dentro de áreas já cadastradas no CAR. O problema é que grande parte dessa destruição – 85% – estava dentro de imóveis cujo CAR ainda não havia sido analisado.

 

“Como se dá [os governos estaduais] uma autorização sem ter o CAR analisado? Sem saber se é sobre APP ou Reserva Legal?”, pergunta Lima.Combater o desmatamento no Cerrado também é essencial se o país quiser manter sua meta climática, disse o governo federal. Entre agosto de 2022 e junho de 2023, a destruição do bioma lançou ao ar mais de 105 milhões de toneladas de CO2 equivalente na atmosfera, o que compromete os esforços conseguidos com a redução do desmatamento na Amazônia.

 

Curtiu? Siga o PORTAL DO ZACARIAS no FacebookTwitter e no Instagram.

Entre no nosso Grupo de WhatAppCanal e Telegram

 

“Com o aumento do desmatamento no Cerrado, uma parte expressiva dessa economia de carbono, dessa redução do carbono conseguida na Amazônia, acaba sendo anulada”, diz Lima.Além da execução do Plano de Controle do Desmatamento no Cerrado (PPCerrado), o governo propõe algumas mudanças legais, como atualizações na Resolução Conama 379/2006, que trata da regulamentação de dados e informações do Sistema Nacional de Meio Ambiente (Sisnama).

 

Fonte: O Eco

LEIA MAIS

Coluna Meio Ambiente : Apoiada pelo Governo do Amazonas, pesquisa avalia a qualidade de ambientes aquáticos da Amazônia
Enviado por alexandre em 06/03/2024 14:20:25

O estudo amparado pela Fapeam investiga os impactos nos peixes e tartarugas de igarapés urbanos e unidades de conservação

Com o objetivo de avaliar a saúde de peixes e tartarugas em ambientes aquáticos da Amazônia, projeto apoiado pelo Governo do Amazonas, via Fundação de Amparo à Pesquisa do Amazonas (Fapeam), analisa por meio do biomonitoramento o efeito da ação do homem em três igarapés urbanos da cidade de Manaus e em Unidades de Conservação (UCs). A pesquisa faz parte do Programa Universal Amazonas, edital n° 006/2019.

 

Intitulado “Biomonitoramento de ambientes aquáticos da Amazônia: abordagem com biomarcadores de exposição e efeito”, o estudo é coordenado pela pesquisadora Fabíola Domingos Moreira, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa).

 

Pesquisadora na área de Ecotoxicologia, a ciência que estuda os impactos ambientais causados por substâncias químicas naturais ou artificiais em organismos vivos, Fabíola Moreira explica que o biomonitoramento permite investigar a saúde do meio ambiente através da avaliação dos organismos aquáticos que ali vivem. Ela revela que o estudo pode ajudar a compreender quais serão as consequências para a pesca e para a saúde humana na região amazônica.

 

Veja também 

 

Infratores são presos em Bonito por caça ilegal de animais silvestres

 

Indígenas temem prejuízo ambiental com criação da Ferrogrão no Pará

“Trabalhamos em três vertentes. A avaliação da saúde de tartarugas em unidades de conservação, a avaliação da saúde de peixes expostos a água de igarapés urbanos de Manaus e a avaliação das concentrações de alguns metais em peixes coletados dentro e fora de unidades de conservação da Amazônia”, explicou.

 

As pesquisas foram realizadas nos igarapés localizados no Conjunto Nova República; na Universidade Federal do Amazonas (Ufam); no Inpa Campus III; bem como no Lago Catalão em Manaus; na Reserva Biológica do Abufari (REBIO-AB), em Tapauá (distante a 449 quilômetros da capital); e na Reserva de Desenvolvimento Sustentável Piagaçu-Purus (RDS-PP), que abrange os municípios de Anori e Beruri (respectivamente, a 195 e 173 quilômetros de Manaus), e de Tapauá.

 

Entre as espécies analisadas estão o tracajá e peixes, como bodó, aracu e peixe-cachorro. Além disso, foi selecionada uma espécie representativa dos ambientes de Igarapé, o acará. A pesquisa indicou ainda os impactos negativos da poluição urbana sobre esse tipo de peixe.“Observamos respostas bioquímicas, genotóxicas e teciduais muito mais intensas nos peixes expostos aos igarapés urbanos do que nos peixes do igarapé íntegro, indicando alterações na qualidade de vida desses animais”, destacou a cientista.

 

 

Ao identificar que os tracajás examinados na RDS Piagaçu-Purus estão em boas condições de saúde, a pesquisadora avalia que isso é resultado da qualidade da água. O estudo detectou que, de acordo com a legislação vigente (Anvisa, Portaria nº 685, 1998), a maioria dos metais (cromo, níquel, cobre, zinco e ferro) verificados nas espécies de peixes coletadas na RDS Piagaçu-Purus e Lago Catalão estão dentro dos limites apropriados para consumo humano.

 

Mas a pesquisadora Fabíola Moreira ressalta a importância da realização de pesquisas aprofundadas, no caso de excesso de metais pesados. Em laboratório, as informações reunidas foram trabalhadas de forma interdisciplinar, relacionando conhecimentos de áreas como: biologia, histologia, bioquímica, genética e química ambiental.

 

E explica que segundo estudos prévios realizados no Inpa, a diferente distribuição de peixes nos igarapés urbanos de Manaus tem se dado pelo alto grau de impacto causado pela poluição, pelas alterações climáticas e pela urbanização. “A urbanização é necessária e inevitável. No entanto, pode e deve ser feita conciliando e respeitando as características originais dos ambientes”, argumentou.

 

Ela defende que os efluentes gerados (resíduos provenientes das atividades humanas) no dia a dia e nas atividades industriais precisam ser coletados, tratados e descartados adequadamente. Para isso, é necessário conscientizar a população e implementar programas de reutilização e reciclagem de forma efetiva.

 

Fotos: Reprodução

 

“Nosso estudo demonstra a importância da utilização de biomarcadores. Os resultados podem ser úteis para reverter a atual situação de igarapés impactados pela urbanização na cidade de Manaus antes que consequências ecológicas mais severas sejam observadas”, alertou.Com a intenção de promover mudanças positivas, a ideia é disponibilizar os resultados do projeto ao Programa Monitora, do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), para composição de um banco de dados com informações que auxiliem no manejo e conservação de peixes e tartarugas nas Unidades de Conservação avaliadas na pesquisa. A expectativa é que a longo prazo, os resultados da pesquisa também possibilitem a implementação de políticas públicas que valorizem a importância dos ambientes aquáticos da Amazônia.

 

Curtiu? Siga o PORTAL DO ZACARIAS no FacebookTwitter e no Instagram.

Entre no nosso Grupo de WhatAppCanal e Telegram

 

PROGRAMA UNIVERSAL AMAZONAS 

 

Por meio do Programa, a Fapeam visa financiar atividades de pesquisa científica, tecnológica e de inovação, ou de transferência tecnológica, em todas as áreas do conhecimento, que representem contribuição significativa para o desenvolvimento socioeconômico e ambiental do Amazonas em instituição de pesquisa ou ensino superior ou centro de pesquisa, públicos ou privados, sem fins lucrativos, com sede ou unidade permanente no Estado do Amazonas.

LEIA MAIS

Coluna Meio Ambiente : Fumaça de incêndios em Roraima é registrada por satélite da Nasa
Enviado por alexandre em 05/03/2024 00:28:02


A Nasa divulgou nesse fim de semana imagens de satélite que mostram uma densa camada de fumaça sobre Roraima. Segundo a agência do governo dos Estados Unidos, a fumaça acinzentada no mapa é resultado dos incêndios que atingem o Estado e tem como origem a queima de pastagens e áreas agrícolas ou desmatamento de florestas tropicais.

Desde o início do ano, Roraima lidera o ranking de focos de calor no Brasil e mantém 30% de todos os focos de incêndio registrados no país, de acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais. Até este domingo (3), foram registrados 2.670 focos.

A imagem mostra a fumaça saindo de vários incêndios a sudoeste de Boa Vista em 22 de fevereiro de 2024, de acordo com a Nasa. O dia foi o mais crítico na medição da qualidade do ar, segundo pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), Reinaldo Imbrozio Barbosa.

Os satélites observaram espessas nuvens de fumaça cobrindo grande parte de Roraima. Foto: Divulgação/Nasa

Na ocasião, o ar da capital atingiu 82 µg em partículas de poluição PM 2.5/m3, número cinco vezes maior do que o recomendável pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Na semana entre os dias 19 e 23 de fevereiro, os dias "foram péssimos para todo morador de Boa Vista", disse o pesquisador.

A imagem foi adquirida pelo the MODIS (Moderate Resolution Imaging Spectroradiometer) — em português espectrorradiômetro de imagem de resolução moderada no satélite "Terra" da Nasa.

"A maioria dos incêndios de manejo que você pode encontrar nesta área durante um ano normal cobririam apenas alguns quilômetros quadrados, mas estamos vendo incêndios este ano que começaram em pastagens ou florestas tropicais recentemente desmatadas e depois se espalharam pelas áreas circundantes da floresta tropical que estão queimando centenas de quilômetros quadrados", disse Shane Coffield, pós-doutorado no Goddard Space Flight Center da Nasa.

"Estes são enormes incêndios florestais – e são devastadores para os ecossistemas e para a qualidade do ar".

Os focos de incêndios em grande escala e intensidade são maiores pelas condições meteorológicas e climáticas da região e para a Nasa este ano não é uma exceção. No entanto, o cenário é agravado devido à combinação do período seco com o fenômeno El Niño, que desviou as chuvas da área.

"A seca também é grave porque o aquecimento global causado pelo homem adicionou calor extra à região e ajudou a criar condições onde os incêndios podem florescer e se espalhar rapidamente", 

explicou a agência.

Os satélites também registraram um incêndio que queimou uma floresta tropical após escapar de uma área de pastagem, ao longo da BR-432, perto da Vila Nova Paraíso, em Caracaraí, região Sul de Roraima. O município lidera o número de focos de calor em 2024, segundo o Inpe.

As frentes de incêndio ativas aparecem em laranja e as áreas queimadas são marrons. A imagem foi registrada no dia 23 de fevereiro.

Além disso, a agência pontuou que o Copernicus Atmosphere Monitoring Service (CAMS) da Comissão Europeia estimou que os incêndios no Brasil liberaram mais de 4,1 megatons de carbono na atmosfera em fevereiro. O valor é maior do que o registrado em qualquer mês desde 2003.

Aproximadamente metade dessas emissões de carbono veio dos incêndios em Roraima, segundo a Nasa.

Período seco e incêndios em Roraima 

Gados fogem do fogo em Amajari, Norte de Roraima. Foto: Samantha Rufino/g1 Roraima

Boa parte do estado fica no hemisfério Norte, por isso, atualmente está na estação seca, chamada de "verão amazônico" - o período vai de outubro a março. Os meses de dezembro e janeiro são os mais secos, com registro de poucas chuvas.

Segundo o histórico de dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), foram registrados 4,2 milímetros de chuva em todo o mês de janeiro, 14% do esperado. Em fevereiro, choveu apenas 6,8 milímetros, 21% do esperado.

Em meio à seca no estado, que deve durar até abril, incêndios florestais consomem casas, animais e a vegetação. Além disso, com a estiagem, moradores têm ficado sem água encanada devido à seca nos reservatórios que abastecem as cidades, como é o caso de Pacaraima, ao Norte, e São Luiz, ao Sul.

O cenário fez com que o governo estadual decretasse situação de emergência em nove dos 15 municípios de Roraima. O governo federal reconheceu a emergência.


Coluna Meio Ambiente : No quadrilátero ferrífero, em Minas Gerais, a descoberta de uma árvore é também esperança
Enviado por alexandre em 01/03/2024 15:38:44

Embora tenha caído a taxa de desmatamento na região no último ano, se acende um alerta para a fiscalização da extração de minérios, próxima da região

Era mais uma excursão de fôlego pelo Parque Estadual do Itacolomy, em Ouro Preto, onde o jovem pesquisador Danilo Zavatin caminhava até as pernas doerem. De olhos atentos para catalogar espécies do grupo Mollinedia, árvores frondosas quase sempre marcadas por um verde chapado, o pesquisador viu os rumos daquele dia mudarem quando, do alto de um morro, algo incomum reluziu ao olhar para baixo. Lá estava ela, a Mollinedia fatimae, uma árvore que, até então, nunca tinha visto na região.

 

“A árvore vinha lá de baixo, mas a copa estava na altura dos olhos, florida. Claro, as flores do grupo que estudo são verdes e não chamativas, então usualmente passam despercebidas. Quando vi essa árvore, soube de primeira que era uma espécie nova”, explica Zavatin ao ((o))eco. O batismo da árvore faz referência a uma mulher forte. “Essa espécie homenageia minha professora Fátima Otavina Souza Buturi, grande fonte de inspiração. Sempre esteve em meus planos homenageá-la e a publicação saiu em outubro e a Fátima faleceu agora em janeiro, lutando contra um câncer.”.

 

O pesquisador do Instituto de Botânica da Universidade de São Paulo, a USP, estava na cidade mineira em busca de uma outra espécie vegetal em meados de 2023 para um projeto de mestrado. No processo de pesquisa de campo, ele explica, é praxe ir a lugares onde outros coletores estiveram no passado para reconhecer os primeiros registros de cada espécie.

 

Veja também 

 

Sem águas de março: primeiro fim de semana do mês deve ser de calor e pouca chuva em quase todo Brasil

 

Prefeitura de Manaus realiza plantio e manutenção da arborização em quatro áreas da capital

 

Na época, Zavatin calçou as botinas e subiu o Pico do Itacolomi seguindo os passos do naturalista alemão Carl August Wilhelm Schwacke (1848 -1904), fundador do Herbário de Ouro Preto, referência para suas pesquisas em flora. “Quando trabalhamos com um grupo, em geral conhecemos bem as espécies e não consegui relacionar essa planta com nenhuma espécie já conhecida. As espécies desse grupo em geral são plantas que estão nas matas úmidas e sombreadas e tem pouquíssima tolerância a ambientes abertos, portanto como essa árvore estava em uma área aberta e com incidência direta do sol, imaginei ser uma espécie nova pois não conhecíamos espécies de todo o grupo ocorrendo fora de floresta. Foi de fato inesperado.

 

”Do topo do morro, Zavatin contornou uma cratera para observar mais de perto o corpo da árvore que passou séculos escondida no parque, até abrir flores debaixo dos raios de sol. “Essa árvore pode ser reconhecida por folhas opostas, dentes pequenos na margem da folha e flores de sexo separados, ou seja, você encontra plantas somente com flores estaminadas [masculinas] e plantas somente com flores pistiladas [femininas].”, explica.

 

 

Inaugurado em 1967 pelo Instituto Florestal Nacional, o Parque Estadual do Itacolomi é uma unidade de conservação com cerca de 7.500 hectares. Abriga centenas de espécies da flora e da fauna da mata atlântica, tornando-se um refúgio no meio da região conhecida como Quadrilátero Ferrífero, que nos últimos séculos sofreu com os avanços da mineração.

 

Conhecida como berço da mineração no estado de Minas Gerais, a região do Quadrilátero é historicamente palco de embates entre ambientalistas, acadêmicos e profissionais ligados à extração de minério. Um recente levantamento feito em março de 2023 pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Minas Gerais (Semad-MG) pontuou descumprimentos de normas ambientais em 31 empreendimentos de extração mineral.

 

Supressão da vegetação nativa, disposição irregular de resíduos e impedimento de regeneração natural de florestas chamaram atenção do Semad. Segundo a plataforma MapBiomas, que mapeia áreas de desmatamento e disponibiliza alertas para regiões de todo Brasil, 63 hectares estavam em risco até 2023, data do último levantamento. Para a região, onde houve uma queda significativa do desmatamento na comparação entre os anos de 2022 e 2023, fica um alerta.

 

 Fotos: Reprodução

 

Situada nas cercanias do parque, a cidade histórica de Ouro Preto atrai público por conta da programação do circuito das artes, as igrejas barrocas onde estão alguns raros adornos do período colonial e do tradicional festival de cinema. Mas nos últimos anos o perfil do visitante começou a mudar: o número de turistas que se aventuram pela reserva do Itacolomi contribui com holofotes para uma discussão sobre preservação. Do alto das ladeiras da cidade pintada por Guignard é possível ver o pico que Zavatin encontrou a nova espécie de árvore, além de uma vegetação exuberante. “Nós temos formações de Mata Atlântica e Cerrado tudo num lugar só. O Parque é muito importante para proteção integral dessas espécies e o turismo deve ser fomentado, assim como a educação ambiental”.

 

“A Mollinedia fatimae fica dentro do parque e está bem protegida. [Mas] nós indicamos aos administradores do parque onde estão os indivíduos, especialmente a planta feminina, que encontramos apenas uma e é a única que pode produzir frutos. Por sorte ela ocorre bem perto da administração na área de mata”, pontua o pesquisador, sobre a importância de olhar a espécie com atenção. Zavatin pondera um dado importante: com apenas um registro da árvore em todo parque, a preservação da espécie é urgente. Enquanto isso, fora dos limites da reserva, o desmatamento é uma realidade que, não fiscalizado, pode ameaçar espécies da reserva no futuro.

 

Curtiu? Siga o PORTAL DO ZACARIAS no FacebookTwitter e no Instagram.

Entre no nosso Grupo de WhatAppCanal e Telegram

 

O Centro Nacional de Conservação da Flora (CNCFlora), referência para a catalogação de novas espécies, classificou a descoberta de Zavatin com um selo de “Criticamente em Perigo”. O pesquisador pondera que é preciso investigar se há outros exemplares da espécie fora da área do parque, para que se preserve a existência da planta. Há alguns anos, relata que viu dois casos isolados da espécie, um em Mariana e outro próximo a Cachoeira das Andorinhas, também no estado. “É necessário localizar os indivíduos e avaliar sua ocorrência exata para indicar se correm algum perigo.”. 

 

Fonte: O Eco

LEIA MAIS

Coluna Meio Ambiente : Uma ponte sul-americana para o tráfico internacional de animais
Enviado por alexandre em 29/02/2024 11:05:09

Repetidos crimes com espécies brasileiras em risco de extinção convergem ao Suriname, palco de conturbada história política

Nos últimos 9 meses, episódios de tráfico de espécies brasileiras ameaçadas de extinção envolveram rotas ou indivíduos do Suriname, país amazônico vizinho cuja história é marcada por séculos de colonização europeia, ditadura militar, fragmentação social e econômica.Um brasileiro, um togolês, um surinamês e um uruguaio estão presos por tráfico de animais selvagens em Lomé, capital de Togo.

 

Uma quinta pessoa, um suposto israelense, mas com passaporte de Belarus, no leste europeu, fugiu, disse a Rádio France Internacional. Fontes brasileiras confirmaram as informações a Eco.Todos eles foram flagrados pela guarda costeira do país africano quando a traineira em que estavam teve uma pane, no último 12 de fevereiro. A carga tinha 20 micos-leões-dourados e 12 araras-azuis-de-lear, espécies que só vivem livres no interior do Rio de Janeiro e da Bahia, respectivamente.

 

“Claramente são animais capturados na natureza”, destaca Luís Fábio Silveira, doutor em Zoologia pela Universidade de São Paulo (USP) e presidente da Fundação Lymington, entidade voltada a reproduzir e repovoar ambientes naturais com aves ameaçadas.Os micos e araras eram levados com autorizações falsas. Negócios com as espécies são vetados pela Cites, sigla em Inglês da Convenção sobre Comércio Internacional das Espécies da Flora e Fauna Selvagens em Perigo de Extinção.

 

Veja também 

 

Governo do Amazonas intensifica intercâmbio com Peru para desenvolvimento de projetos sustentáveis

 

Comissão do Meio Ambiente da Aleam se torna ponto fixo para arrecadação de recicláveis

 

Representantes do acordo no Governo de Togo não retornaram nossos pedidos de entrevista.A embarcação dos traficantes tinha bandeira brasileira, havia saído do Suriname e rumava ao Benin, país vizinho de Togo, indicam as investigações iniciais. Da África, os animais rumariam provavelmente à Europa ou Ásia, grandes destinos internacionais de espécies sul-americanas roubadas.

 

No momento da apreensão, três micos já estavam mortos. Os demais macacos e aves estavam em péssimas condições, doentes, mal alimentados, em gaiolas pequenas e sujas. Todos foram tratados por agentes do Ibama na residência do embaixador do Brasil na capital togolesa, Nei Bitencourt.

 

( Foto: Reprodução)

 

Os animais sobreviventes retornaram ao Brasil esta semana. O governo mobilizou equipes e uma aeronave para sua repatriação. “A ação sinaliza ao mundo que o país se importa com suas espécies”, avalia Luís Paulo Ferraz, secretário-executivo da Associação Mico-Leão Dourado (AMLD).

 

Araras e micos estão em quarentena no interior dos estados de São Paulo e do Rio de Janeiro. Se conseguirem vencer o trauma e os ferimentos, poderão voltar aos ambientes naturais. Testes tentarão identificar precisamente onde foram capturados.

 

Curtiu? Siga o PORTAL DO ZACARIAS no FacebookTwitter e no Instagram.

Entre no nosso Grupo de WhatAppCanal e Telegram

 

“Os micos vivem em grupos, em famílias, e sua reintrodução é complexa sem a informação de sua origem. Mas, já sabemos que alguns animais são de áreas que monitoramos no estado do Rio de Janeiro”, revela Ferraz, da Associação Mico-Leão Dourado (AMLD).  

 

Fonte: O Eco

LEIA MAIS

« 1 ... 6 7 8 (9) 10 11 12 ... 51 »
Publicidade Notícia