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Coluna Você Sabia? : Tortura animal: prato com peixe é feito com o animal frito vivo
Enviado por alexandre em 28/02/2023 10:34:57

Os físicos e boa parte das pessoas estão familiarizadas com o conceito do Gato de Schrödinger. Basicamente, é um gato que pode ser descrito como estando vivo e morto simultaneamente.

 

Algo parecido e bem mais terrível acontece com um prato preparado com o peixe yin-yang, que é servido em um estado entre a vida e a morte do animal. Mas como assim?

 

Para início de conversa, o peixe yin-yang já é controverso por si só e não é destinado a ninguém que seja sensível à dor e a crueldade praticada contra os animais. Esse polêmico prato é preparado cozinhando ou fritando o corpo do peixe, mas deixando sua cabeça viva e animada.
Em resumo, a forma ideal de comer o yin-yang é enquanto seus olhos e boca ainda estão se movimentando no prato.

 

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A CRIAÇÃO

 

O yin-yang é uma criação que data dos anos 2000. O prato foi inventado por um proprietário de um restaurante situado na cidade de Chiayi, Taiwan. Normalmente, é feito com uma carpa.

 

Para preparar o yin-yang, a primeira coisa a se fazer é retirar as escamas do animal que, claro, ainda está vivo. Após isso, sua cabeça é envolvida em uma proteção com gelo. O objetivo aqui é resguardar a cabeça do peixe enquanto seu corpo é mergulhado em uma panela com óleo quente por alguns minutos. Depois, é só desembrulhar e montar em um prato grande com molho, ervas e especiarias.

 

Os chefs especialistas em preparar o yin-yang garantem que o peixe só aparenta estar vivo no prato. Ou seja, os reflexos que vemos de olhos e boca se mexendo não passam de espasmos nervosos. Contudo, os vídeos sobre esse polêmico prato causaram indignação ao viralizarem na internet. Aliás, tamanha foi a pressão do público que ele acabou por ser proibido em Taiwan. Por outro lado, a iguaria continua disponível em várias partes do mundo, especialmente na China.

 

Uma observação interessante é que o yin-yang está longe de ser prato universal nos países asiáticos. Ao que parece, muitos chefs preferiram deixá-lo de fora dos menus por considerarem algo insalubre e causador de sofrimento ao peixe.

 

Fora isso, é importante lembrar que já temos uma série de estudos científicos sobre a dor sentida por animais cozidos ou fritos ainda vivos. Pelo bem da verdade, existe um movimento mundial visando evitar esse tipo de prática em restaurantes de todo o mundo.

 

 


 

Por outro lado, comer um peixe que parece estar vivo pode ser algo considerado condenável por muitos de nós. Contudo, se pensarmos bem, as tradições ocidentais também tem seus próprios problemas, como as touradas que torturam e sacrificam os animais e a prática da caça pelo simples prazer de matar um animal.

 

Fonte: Mega Curioso

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Coluna Você Sabia? : Folie à Deux: entenda síndrome que dá nome ao novo filme do Coringa
Enviado por alexandre em 24/02/2023 00:54:48

O personagem Coringa, um dos principais vilões do Universo da DC Comics, tem como características marcantes o riso incontrolável e a insanidade. Os transtornos psiquiátricos do personagem estarão, mais uma vez, presentes na sequência do filme, que tem estreia prevista para 2024.


O nome da produção, Coringa: Folie à Deux, faz referência a uma síndrome psiquiátrica em que alucinações e delírios são compartilhados entre dois ou mais indivíduos. Segundo o neurocientista Fabiano de Abreu Agrela, a síndrome é rara, mas pode afetar principalmente mulheres.


“Folie à Deux, ou transtorno psicótico induzido, é uma síndrome bastante rara, e por isso, pouco conhecida. Ela ocorre quando um sujeito psicótico, chamado de indutor primário, afeta terceiros, considerados sujeitos secundários, com seus delírios e alucinações”, explica Agrela.

 

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No caso, o indutor primário é o Coringa, interpretado por Joaquin Phoenix, que impõe os delírios à Arlequina, interpretada por Lady Gaga. Identificar quem no relacionamento tem a psicose primária é importante, pois a pessoa com o transtorno secundário não costuma manter as convicções delirantes quando é separada do indutor.

 

“Normalmente, o transtorno afeta mulheres ou acontece entre mães e filhos, mas também pode ocorrer com quaisquer indivíduos que tenham uma relação próxima. Muitas vezes, mas não exclusivamente, pode ser causado por um confinamento, ou ambientes com pouca influência do exterior”, esclarece o neurocientista.

 

Odiagnóstico do transtorno psicótico induzido é feito por um psiquiatra através da observação dos sinais apresentados pelos dois indivíduos e da análise de convivência. Psicoterapia e terapia geralmente conseguem ajudar pessoas com Folie à Deux. Outra medida importante de tratamento é separar as duas pessoas e, se necessário, usar medicamentos antipsicóticos.

 

SÍNDROME DO CORINGA  


O palhaço do crime, como é chamado o Coringa, apresenta desde a sua origem o riso incontrolável em situações nada engraçadas. Trata-se de uma condição neurológica rara chamada de síndrome pseudobulbar (PBA).

 

Além de crises de riso que podem durar muito mais tempo do que o normal e passam o limite do confortável, pessoas que sofrem com o transtorno também podem reagir com lágrimas profundas a situações cotidianas.

 

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É importante destacar que a PBA não tem cura, mas existem medicamentos que podem ajudar o paciente a controlar as crises de riso. É importante ficar atento também às risadas que aparecem em uma pessoa que se recusa a encarar a realidade e leva tudo na brincadeira: esta é uma reação psíquica usada para enfrentar situações específicas.

 

Fonte: Metrópoles

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Coluna Você Sabia? : Trabalhador tem direito a folga no Carnaval? Advogado tira dúvidas
Enviado por alexandre em 22/02/2023 00:39:00

Apesar de o Carnaval ser uma das festas mais tradicionais do Brasil, a data não é considerada um feriado pelo governo federal.

 

Com isso, o trabalhador pode ser chamado ao serviço. No entanto, ele deve ser recompensado pela empresa. É o que explica André Luiz Freitas, advogado especialista em direito do trabalho.

 

“O empregado terá direito a uma folga compensatória, ou, caso a empresa não conceda a referida folga, deverá efetuar o pagamento daquele dia trabalhado em dobro", explica o advogado.

 

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Além disso, alguns estados e municípios têm leis locais que determinam que o Carnaval é feriado. Portanto, o funcionário deve consultar qual é a legislação de onde ele mora.

 

No entanto, mesmo que a lei local não diga que a festa é dia de descanso, certas empresas chegam a negociar folga com seus colaboradores. Freitas explica que isso ocorre porque o Carnaval é uma das manifestações culturais mais relevantes do Brasil.

 

“Para solucionar a questão, algumas empresas concedem folgas no período, podendo, posteriormente, solicitar a compensação dos dias concedidos. Importante ressaltar, ainda, que esses dias concedidos poderão ser acrescidos no banco de horas como horas negativas, caso a empresa adote tal procedimento”, diz ele.

 

Contudo, o funcionário deve ficar atento caso a empresa solicite sua presença. Isso porque, se o trabalhador faltar, a companhia pode aplicar punições, explica o advogado.

 

“O colaborador pode sofrer sanções disciplinares, inclusive, com desconto salarial e, a depender do histórico funcional, até ser demitido por justa causa”, acrescenta.

 

SE A COMPANHIA DER FOLGA

 

O advogado argumenta que, se a empresa decidir liberar seus colaboradores durante o período da folia, ela não pode realizar descontos salariais em relação aos dias não trabalhados.

 

Por outro lado, a parte empregadora deve solicitar a compensação das horas não trabalhadas.

 

Ainda, André Luiz Freitas relembra que o trabalhador pode consultar quais são os acordos coletivos firmados pelo sindicato de sua categoria, por exemplo.

 

“Além das normas legais, o funcionário deverá buscar as normas coletivas, como convenções e acordos coletivos, de sua categoria profissional, firmadas por meio do sindicato e verificar se há alguma disposição sobre o período de carnaval”.

 

PONTO FACULTATIVO

 

O ponto facultativo, que dispensa o trabalhador de fazer expediente em determinada data, é uma ferramenta exclusiva do setor público. Assim, ela não vale para companhias privadas.

 

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Fonte: R7

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Coluna Você Sabia? : Água de R$ 300 mil e mais: as águas engarrafadas mais caras do mundo
Enviado por alexandre em 17/02/2023 00:32:18

As águas minerais são todas iguais, certo? Errado! Apesar de pensarmos que não há diferença entre uma água e outra, na verdade há algumas variáveis que podem tornar algumas delas mais caras, como embalagem, origem, se é purificada, se veio diretamente da fonte, etc.

 

Algumas garrafas são caras porque simplesmente quem a fez decidiu torná-la um item de luxo ou realmente sua oferta é limitada e ela vem de um local exótico.

 

Nessa lista, selecionamos as águas engarrafadas mais caras do mundoEssa água vem de fontes naturais intocadas do Canadá e chegou a vencer o prêmio de “Melhor água de nascente”. A garrafa também possui um design diferente do que estamos acostumados, parecido com um frasco de perfume importado.

 

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Para ter uma água engarrafada dessas em casa é necessário desembolsar aproximadamente R$ 62 (ou US$ 12). Nada muito acessível para uma garrafa de água.

 

10 THOUSAND BC


Esta água também vem de fontes do Canadá e seu nome “10 Thousand BC” ou “10 mil antes de Cristo” refere-se à idade da fonte de água, que fica em um local exótico e distante.

 

Já que está localizada longe das cidades, é um local livre de poluição e muito limpo, por isso, é considerada a bebida mais limpa e pura do mundo.

 

VEEN

 

Essa água mineral vem diretamente da região norte da Finlândia e pode ser importada para todo o mundo, porém, a um preço nada acessível. 750 mL custam aproximadamente 23 dólares (ou R$ 119, na cotação atual). Porém, muitos profissionais consideram essa água engarrafada muito pura e fresca, características que se mostram presentes no paladar e fazem bem para nossa saúde.

 

A Veen é rica em minerais, não possui nitrato, também oferece mais tempo de hidratação e bem-estar, segundo o site da marca.

 

BLING H2O

 

O nome Bling não foi dado à toa para essa água, ela possui cristais de Swarovski em sua garrafa para torná-la ainda mais atraente. As garrafas são fechadas com uma rolha, assim como champanhe e são consideradas muito frescas e puras.

 

Seu preço faz jus a todo esse luxo, 750 mL dessa água custa R$ 207 ou US$ 40. A empresa acredita que ela seja usada em comemorações e ocasiões especiais. Também é consumida por celebridades e atletas.

 

FILLICO

 

 

Uma garrafa (750 mL) desta água custa simplesmente R$1133 (219 dólares). Ela é extremamente cara e foi lançada em 2005. Tem origem nas montanhas de Rokko, em Kobe, no Japão. A garrafa também é um show à parte, foi pensada para parecer uma peça de xadrez e é toda decorada com cristais Swarovski.

 

O sucesso dessa garrafinha preciosa foi tanto que anualmente a empresa lança uma nova edição da garrafa, que já se tornou um item colecionável.

 

ÁGUA KONA NIGARI  

 

 

Pode parecer absurdo, mas alguém realmente está pagando US$ 402 (ou 2074,40 reais) por uma garrafa de 750 mL dessa água. A fonte principal desta marca é água do mar desintoxicada, que é coletada do mar profundo e vendida no Japão por esse precinho (que não cabe no bolso).

 

De acordo com a marca, essa água possui diversos benefícios, como redução de peso, estresse, melhora do tom e qualidade da pele. Mas, será que vale todo esse dinheiro?

 

Acqua di Cristallo – Tributo à Modigliani Essa, com certeza, é a marca de água mais cara do mundo! Simplesmente você precisa desembolsar US$ 60 mil (ou R$ 309.612,00, na cotação atual) para ter acesso a uma garrafa de 750 mL desse líquido.

 

Encomendada e importada diretamente da França, essa garrafa de água foi criada em homenagem à Escultura Tête by Amedeo Modigliani, 1910-1912. A garrafa é muito exclusiva, feita de ouro sólido de 24 quilates, e seu conteúdo interior também tem um toque de glamour: a água contém cinco miligramas de pó de ouro.

 


 

E aí, teria coragem de gastar essa quantidade de dinheiro por uma garrafa de água?

 

Fonte: Terra

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Coluna Você Sabia? : Do picadeiro ao cinema: a história de Benjamim de Oliveira, o palhaço negro do Brasil
Enviado por alexandre em 15/02/2023 10:00:54

Numa manhã de 1889, Antônio Freitas, o palhaço Freitinhas, acordou doente. Sem condições de apresentar seu número, teve que ser substituído. Um dos donos do circo, Albano Pereira, não pensou duas vezes. Diante da desistência de outros possíveis candidatos, que preferiram pedir demissão a serem escolhidos para fazer graça, declarou: "Já sei! O moleque Benjamim vai fazer o palhaço!".

 

O tal Benjamim, coitado, tremeu da cabeça aos pés. "Se não fosse preto, teria ficado pálido", recordou, em entrevista ao livro Esses Populares Tão Desconhecidos (Raposo Carneiro, 1963), do jornalista Brício de Abreu (1903-1970).O jovem Benja, como era chamado, ainda tentou convencer Frutuoso, o sócio da companhia, de que não era a escolha certa para arrancar gargalhadas do público. De nada adiantou. Logo em sua primeira noite como palhaço, recebeu vaias e assobios. Na noite seguinte, foram ovos e batatas...

 

"Não foi vaiado porque era negro. Foi vaiado porque era sem graça!", revela Ermínia Silva, doutora em História Social da Cultura pela Universidade de Campinas (Unicamp) e autora dos livros Circo-teatro: Benjamim de Oliveira e a Teatralidade Circense no Brasil (Atlanta, 2007) e Respeitável Público... O Circo em Cena (Funarte, 2009).

 

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"Hoje em dia, cada artista tem um número específico, mas, naquele tempo, todo mundo fazia de tudo. De noite, ganhava o aplauso do público, mas, de dia, limpava bosta do cavalo. Não havia privilégios".

 

CIRCO DE HORRORES


Benjamim de Oliveira, nome artístico de Benjamim Chaves, nasceu em 11 de junho de 1870, em uma fazenda de Pará de Minas, a Fazenda dos Guardas, a 86 quilômetros de Belo Horizonte (MG).

 

Era o quarto filho de um capitão do mato, Malaquias Chaves, com uma escrava doméstica, Leandra de Jesus. Ao todo, o casal teve nove filhos, "todos alforriados ao nascer", segundo o próprio Benjamim.

 

Sua infância, de engraçada, não teve nada: levava surra do pai "quase que diariamente". Tantas que, quando tinha 12 anos, resolveu fugir com o primeiro circo que apareceu: o Sotero.

 

Bem, circo é força de expressão. O Sotero era, na verdade, uma pequena caravana de artistas que se locomovia pelo interior de Minas em carroças e carros de boi.


Lá, aprendeu seus primeiros números de trapézio e acrobacia, e permaneceu por quase três anos. Mas, como o dono do circo, Sotero Ricardo Ferreira Villela, também lhe batia, fugiu de novo.

 

Chegou a viver com uma trupe de ciganos liderada por um velhote chamado Marcos. Um de seus filhos, Trajano, decidiu vender Benjamim como escravo ou, então, trocá-lo por um cavalo. Foi salvo por Jandira, filha de Marcos e irmã de Trajano, que contou tudo a Benjamim.

 

Com pena do rapaz, a cigana bolou um plano para salvá-lo. Quando tossisse duas vezes, era sinal de que o pai e o irmão estavam dormindo. Nisso, Benjamim conseguiu escapar.

 

Até ser contratado por Frutuoso e, finalmente, estrear como palhaço, Benjamim de Oliveira passou por altos e baixos. Mais baixos do que altos. Foi preso algumas vezes. E precisou escapar outras tantas. Numa delas, foi capturado por um fazendeiro que achou que ele tivesse fugido de alguma senzala. Para provar que não era escravo, improvisou um número de acrobacia. Deu certo.

 

O sobrenome de Benjamim era Chaves, o mesmo de seu pai. O Oliveira é uma homenagem que prestou a Severino de Oliveira, artista circense que lhe ensinou boa parte de seus números circenses.

 

O PALHAÇO E O MARECHAL


Benjamim de Oliveira não é o primeiro palhaço negro do Brasil. Houve outros antes dele. Como Eduardo Sebastião das Neves (1874-1919), o Diamante Negro. E depois também.

 

Mas, foi, certamente, um dos mais versáteis: soltava a voz, tocava instrumentos, sabia dar saltos, cambalhotas e piruetas e, ainda, dançava maxixe, lundu e modinhas, entre outros ritmos.

 

Por essas e outras, começou a receber cartas, convites e telegramas para trabalhar em outros circos. Em 1890, foi contratado pela companhia de Antônio Amaral por um salário inicial de 4 mil réis por dia. Em apenas dois anos, já ganhava quase oito vezes mais: 30 mil réis por dia.

 

Benjamim de Oliveira não parava quieto em um mesmo circo por muito tempo. Logo, se transferiu para a companhia de Manuel Gomes, o Comendador Caçamba.

 

Em setembro de 1893, depois de uma apresentação em Cascadura, subúrbio do Rio, o Comendador Caçamba recebeu a visita de um espectador que, entre outros elogios, enalteceu o número do palhaço e, em seguida, lhe deu uma nota de 5 mil réis. O dono do circo ficou tão agradecido com a doação que, no calor da emoção, nem reconheceu o presidente Floriano Peixoto (1839-1895).


Uma curiosidade: o caçula do "Marechal de Ferro", José Floriano Peixoto Filho, depois de se apaixonar por uma bela trapezista, também fugiu com o circo. Mais que isso. Entre 1915 e 1940, Zeca Floriano chegou a dirigir o próprio circo, o Pavilhão Floriano. Benjamim se apresentou lá, com seu violão, no dia 27 de julho de 1921.

 

Em pouco tempo, Benjamim de Oliveira conquistou outros admiradores famosos: do escritor Artur Azevedo (1855-1908), um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras (ABL); ao ator Procópio Ferreira (1898-1979), um dos grandes nomes do teatro brasileiro, que o apelidou de "Mestre de Gerações".

 

Como dramaturgo, Benjamim escreveu peças, como O Colar Perdido, O Punhal de Ouro e Os Bandidos da Rocha Negra, e adaptou outras, como A Viúva Alegre, do compositor austríaco Franz Lehár (1870-1948).

 

"À princípio, Artur Azevedo não aceitava a participação de artistas circenses em produções teatrais. Dizia que o teatro estava sendo invadido por saltimbancos. No entanto, se rendeu ao talento de Benjamim e elogiou sua atuação", explica o pesquisador Daniel Lopes, doutor em Educação pela Universidade de São Paulo (USP) e coordenador do portal Circonteúdo

 

O Portal da Diversidade Circense.Por volta de 1896, quando estava em Ribeirão Preto (SP), conheceu e se apaixonou por Victória Maia, a filha de um lavadeira. Os dois se casaram em 1914.

 

MUITO ALÉM DO PICADEIRO

 


Benjamim de Oliveira morreu em 3 de maio de 1954, aos 84 anos. "Quase na penúria", escreveu o escritor e acadêmico Antônio Torres em O Circo no Brasil (Funarte, 1998).

 

A historiadora Ermínia Silva rebate essa informação. "Benjamin de Oliveira não morreu na miséria. Morreu na casa da filha, onde era muito bem tratado. É um equívoco achar que todo artista tem que morrer na miséria", protesta.

 

Ermínia Silva, aliás, é da quarta geração de uma família circense. Seu pai, Barry Charles Silva (1931-2012), foi domador, palhaço e trapezista. "Passava minhas férias escolares sob a lona do circo", recorda.

 

A primeira vez que Ermínia ouviu falar de Benjamin de Oliveira foi durante sua pesquisa de mestrado.

 

"Não saberia dizer se o fato de ele ser negro contribuiu para seu esquecimento. Acredito que o fato de ser circense pesou mais. Sempre houve preconceito e discriminação. À noite, os artistas lotavam o circo. Mas, de dia, eram vistos como vagabundos e prostitutas. Fugir com o circo, aliás, era sinônimo de viver em liberdade. Isso criou a falsa ideia de que artista de circo não trabalha".

 

Foram muitas as viagens até Pará de Minas — a primeira delas em 2000. Na terra natal de Benjamim de Oliveira, Ermínia conheceu e fez amizade com Jaçanan Cardoso Gonçalves e Juyraçaba Santos Cardoso, netos do palhaço, e Jaciara Gonçalves de Andrade, sua bisneta.

 

Não satisfeita, ainda pesquisou em jornais e revistas de época, desde 1870, quando Benjamim de Oliveira nasceu, até 1954, data de sua morte.

 

Sua tese de doutorado, As Múltiplas Linguagens na Teatralidade Circense — Benjamim de Oliveira e o Circo-Teatro no Brasil, No Final do Século XIX e Início do XX, virou livro, Circo-Teatro: Benjamin de Oliveira e a Teatralidade Circense no Brasil, lançado originalmente pela Editora Atlanta em 2007 e relançado em 2022 pela Martins Fontes.

 

"O Benjamim de Oliveira foi muito além do picadeiro. Gravou discos, escreveu peças, atuou em filmes... Até organizar um campeonato de capoeira em 1913, quando era proibida por lei, ele organizou", explica Ermínia.

 

"Quanto à questão racial, Benjamim não levantava bandeiras, mas era um ativista. Chegou a montar um espetáculo em homenagem a João Cândido, o Almirante Negro."

 

O MAIOR ESPETÁCULO DA TERRA

 


As homenagens ao "maior palhaço do Brasil", como descreveu um jornal da época em seu obituário, não pararam por aí. Benjamim de Oliveira já foi tema de dois desfiles de escola de samba: O Beijo Moleque da São Clemente, do carnavalesco Mauro Quintaes, em 2009, e O Rei Negro do Picadeiro, do carnavalesco Alex de Souza, em 2020.

 

A São Clemente terminou o desfile em quarto lugar e a Acadêmicos do Salgueiro, em quinto.

 

O título do samba-enredo da São Clemente, aliás, se refere a um de seus muitos apelidos: "Moleque Beijo".

 

Depois de ser representado no desfile do Salgueiro pelos atores Aílton Graça e Nando Cunha e pelo humorista Hélio de La Peña, Benjamim de Oliveira deverá ser interpretado no cinema por Leandro Firmino.

 

Famoso por dar vida ao bandido Zé Pequeno no filme Cidade de Deus, de Fernando Meirelles, o ator é o mais cotado para protagonizar o longa-metragem de Luís Lomenha.


Ainda não há previsão de estreia, mas o roteiro já está quase pronto. O título provisório é Mister Benjamim.

 

"Nós, negros, nascemos livres. Mas, não sabemos se continuaremos livres até o fim de nossas vidas. Temos visto, pelo Brasil afora, exemplos assustadores de trabalho escravo: na lavoura, garimpo, futebol…", adianta o diretor Luís Lomenha que está desenvolvendo o roteiro em parceria com Igor Verde e Bruna Maciel e pretende adaptá-lo aos dias de hoje.

 

"Mais do que um palhaço, foi um empreendedor. Revolucionou o jeito de fazer circo no Brasil."

 

Entre outras homenagens, o mais importante palhaço negro do Brasil ganhou livro infantojuvenil, Benjamim, o Filho da Felicidade (FTD, 2007), escrito por Heloísa Pires Lima; estátua em sua cidade natal, esculpida pelo artista plástico Alexandre Pinto; e exposição cultural, a Ocupação Benjamim de Oliveira, organizada pelo Itaú Cultural, que reuniu 120 peças, entre fotos, vídeos e documentos.

 

"Quando morreu, Benjamim de Oliveira não estava na miséria ou em situação precária. Romantizam muito a morte dele. No entanto, morreu sem o reconhecimento que merecia. Pela importância que teve, morreu no esquecimento. Precisamos dar mais valor aos artistas de circo", afirma o pesquisador Daniel Lopes.

 

Fonte: Terra

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