Governador disse que morte de crianças em unidades de saúde pública é uma falta grave e que se houver negligência os responsáveis serão punidos Equipe de governo anuncia medidas para ajudar famílias e empresários vítimas da cheia do rio Madeira (Divulgação Comunicação Governo) Ao anunciar um pacote de medidas emergenciais de apoio às famílias atingidas pela cheia do Rio Madeira, nesta quinta-feira, 29, o governador de Rondônia, Confúcio Moura (PMDB), falou da reconstrução das cidades atingidas pela enchente, mortes de crianças em unidades de saúde pública, da sua reeleição e da possível aliança com o Partido dos Trabalhadores (PT) na chapa de vice-governador. Ficou claro que a relação dos peemedebistas com os petistas não anda bem. Leva-se em consideração os oito anos de mandato do ex-prefeito de Porto Velho, Roberto Sobrinho (PT), que foi preso no ano passado acusado de comandar uma quadrilha de corrupção. Investigações apontaram que o grupo de Sobrinho teria desviado mais de R$ 1 milhão dos cofres públicos entre 2005 e 2012, utilizando empresas fantasmas criadas em nomes de laranjas. A maioria dos contratos eram superfaturados e em muitos casos os serviços eram pagos sem terem sido executados. A gestão do petista foi considerada uma das piores já registradas na história política do Estado. Confúcio Moura já fala abertamente sobre a hipótese de governar Rondônia por mais quatro anos, mesmo com pesquisas de opinião pública que mostram elevada rejeição do seu eleitorado e onde adversários o superam em aceitação. Os dados apontam uma queda da aprovação de Moura nos últimos cinco meses. A rejeição chegou a 31,6 % em maio deste ano, segundos dados divulgados pelo Instituto Rondoniense de Pesquisas e Estatísticas, em pesquisa registrada no TSE (nº RO-00010/2014). Moura apostou em massificação milionária da publicidade institucional no rádio e na televisão e agora anunciou redução de impostos, doação de casas populares, pagamento em dinheiro para desabrigados, empréstimos com facilidade para pessoas físicas e jurídicas. As medidas foram anunciadas faltando menso de cinco meses para eleições de 2014. Uma tentativa clara de recuperar o desgaste de sua imagem. Porém, esqueceu de fazer ajustes na sua equipe e construir uma imagem de homem mais próximo do povo. Além disso, os secretários de Moura não conseguem gerenciar crises. O Governador diz que até a segunda semana de junho definirá sua candidatura durante convenções. Mas esteve em Brasília (DF) para ouvir do vice-presidente da república, Michel Temer, e da presidenta Dilma Roussef o interesse de que Rondônia mantenha uma aliança forte com o PT nas eleições. Questionado sobre essa aliança com os petistas, Moura disse que a decisão não será uma imposição. “Não tem jeito de ser goela abaixo. Nas convenções vamos tendo certeza quem vai nos acompanhar na campanha de reeleição”, disse. DEPOIS DA CHEIA – Outro fator que pode pesar na reeleição do governador é o plano de reconstrução das cidades e distritos atingidos pela cheia do Rio Madeira. As obras deverão ser anunciadas no máximo em quinze dias. O pacote de medidas está sendo construído com os prefeitos já na intenção de protocolar o apoio também para o segundo mandato de Confúcio. Mas o governador já deixou claro que até o fim de sua gestão não conseguirá reerguer as cidades e povoados destruídos pelas águas do Madeira. “Nas últimas semanas estivemos elaborando o plano de reconstrução e queremos apresentar junto com as prefeituras. Queremos contratar estudos para recuperar, por exemplo, toda a orla do Rio Madeira. Esses estudos técnicos e ambientais demoram de oito meses até um ano”, declarou. O governador também disse que se em 2015 o Rio Madeira mantiver o nível de cheia deste ano, não será possível reduzir tantos impactos. “Não temos como garantir que no ano que vem os impactos sejam menores que este ano. Até lá não teremos quase nada pronto de obras. Creio que podemos diminuir impactos nas estradas e pontes, como na balsa do Abunã e evitar o bloqueio e inundação das estradas para Guajará-Mirim”. MORTES CRIANÇAS – Nas últimas duas semanas foi acentuado o número de mortes de crianças em unidades de terapia intensiva e pediatria em Rondônia. Os pais alegam que Estado e Município não oferecem leitos e estrutura médica adequada. Os gestores alegam falta de espaço para novas internações. Foram registradas ao menos três mortes de bebês por semana, em quinze dias. No mais recente escândalo na Saúde, o corpo de um bebê morto desapareceu no translado entre hospitais. Confúcio Moura não visitou os familiares das crianças mortas, nem esteve nas unidades de saúde onde foram registrados os óbitos. Disse que pediu investigação emergencial do secretário estadual de Saúde. “Pedimos auditoria, investigação criteriosa para avaliar se houve negligência, imperícia ou imprudência. Havendo esses crimes, vamos submeter os casos à sindicância, inquérito e punir os envolvidos. Nada repara a morte. A vida é um bem incalculável e inestimável. Mas o governo não pode descuidar das pessoas que estão sob sua guarda. A princípio eu digo: falta grave”, finalizou. Faltando cinco meses para as eleições, Confúcio Moura diz que vai ampliar ajuda aos desabrigados pelo rio Madeira (Decom) |