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Jesus : Resolvido: Nem pastores e nem pastoras!
Enviado por alexandre em 25/05/2014 18:34:08

Recentemente, a questão do ministério feminino nas igrejas evangélicas veio à tona no cenário religioso brasileiro. Artigos e reportagens têm-se multiplicado, tanto no contexto evangélico como no ambiente secular.

Como avaliar a questão? Trata-se de um desvio ou uma evolução?

O pastorado feminino é um problema ou a grande solução para a igreja? Parece difícil lidar adequadamente com a questão sem reconhecer o distanciamento acentuado entre a perspectiva predominante em nossos dias sobre o pastorado e o enfoque neotestamentário sobre o tema. E a visão geral tem sido prejudicada, já que os que tratam do assunto geralmente são apenas “contra” ou a “favor” do pastorado feminino.

A maioria dos estudiosos do NT reconhecerá que bispos, presbíteros, e pastores são termos intercambiáveis na eclesiologia da igreja do primeiro século (Atos 20.28). Aquela igreja tinha apóstolos, bispos (pastores), e diáconos como funções reconhecidas de modo particular na comunidade, conforme os textos de 1Tm 5.22 e Tt 1.5. Apesar das evidências de que esses oficiais eram formalmente reconhecidos pela imposição de mãos, isso não recebe muita ênfase no NT.

Mas quem era o pastor do NT?

Qual era sua função? Mesmo que o termo “pastor” mereça menor atenção nas epístolas, onde predomina o uso da palavra “presbítero”, fica claro, em passagens como Hb 13.17 ou 1Pe5.1, que os líderes das igrejas do cristianismo primitivo tinham de cuidar, pastorear o rebanho de Deus. Além disso, esse pastor tinha a responsabilidade de ensinar; portanto, o pastor-mestre deveria ser aquele que ensinava e orientava o povo de Deus.

Já os termos “bispo” e “presbítero” trazem consigo a ideia de liderança e de autoridade. Vários textos deixam isso ainda mais claro, como 1Tm 3.4,5 e Hb 13.17. Portanto, ensino, liderança, e pastoreio parece resumir o ministério do pastor neotestamentário. Todavia, quando pensamos na função pastoral, algumas ênfases do NT parecem ter perdido a força em nossa tradição. Uma delas é quanto à liderança pluralizada da igreja primitiva. Não havia a ideia de uma autoridade tão centralizada – tanto que se fala em “presbíteros da igreja”. Esse é um padrão neotestamentário muito importante, pois reconhece a ação do Espírito na comunidade e divide o poder. Fica claro que a igreja não pode ter a concentração de poder e autoridade em um único indivíduo. Além disso, o pastor neotestamentário, de fato, representa a comunidade. A autoridade não está nele, nem dele procede; era a igreja que elegia e decidia as questões, conforme Atos 6.3-5. Assim, a autoridade do líder procedia da comunidade e dependia de sua fidelidade ao ensino revelado nas Escrituras e em Cristo, ou seja, não vinha do líder em si. Por isso, era preciso tomar cuidado com “lobos” e líderes falsos (Atos 20.29 e Judas 4).

Diferentemente da ideia de um “santo” homem, um sacerdote especial, ou um “dono da igreja”, o pastor do NT é mais descrito como um técnico de equipe esportiva. Ele é uma pessoa comum, que serve a Deus e à igreja. Sua função principal parece ser a descrita em Efésios 4.12: “a preparação dos santos para o ministério”. Tal descrição distancia-se de uma mistificação encontradiça em nossos dias. Outra surpreendente constatação do NT é que não há praticamente menção à ideia de um chamado pastoral, algo tão enfatizado nos dias atuais. O texto de 1Tm 3.1 enfatiza a decisão do indivíduo, e não um chamado particular: “Se alguém deseja ser bispo, deseja uma nobre função”. De fato, o NT usa o termo “chamado” para todos os cristãos, enfatizando o pertencimento a Cristo e ao seu povo, para serem santos, servindo a Deus, como se lê em Rm 1.6,7 e 8.28; 1Co 1.2 e 24; e Ef 4.1 e 4. Há um nítido contraste entre a ênfase de quem quer servir por amor a Cristo e ao Evangelho e o sacerdotalismo quase mistificado em nossos dias. Muitos dos pastores atuais sentem-se distanciados das pessoas comuns, membros de uma classe diferenciada, mas não é isso que é mostrado no NT.

Outro aspecto fundamental do pastorado da igreja primitiva é o tom voltado para o caráter e as virtudes do bispo-pastor-presbítero. Em vez de concentrar a atenção em suas capacidades intelectuais, como fazem, notadamente, as igrejas históricas de hoje, ou em um potencial carismático, como é a prática dominante nas denominações pentecostais, o enfoque bíblico é na postura e no comportamento pastoral.

O texto de 1Tm 3, assim como o de Tt 1, é muito claro. Ali, as características enumeradas são a capacidade de ensino, o domínio próprio, o controle sobre a própria ira, o desapego ao dinheiro, a amabilidade, a fidelidade à doutrina e uma vida irrepreensível. Além disso, o pastor deve ser amigo do bem, rejeitar o orgulho, mostrar justiça e uma vida consagrada. Portanto, o pastor do NT é alguém comum, que representa a comunidade, tem a fidelidade do seu ensino como fonte de autoridade, e que deve servir, cuidar dos outros, e exercer a liderança de maneira compartilhada.

O valor da mulher

Em relação à existência de mulheres no pastorado, a primeira grande questão é como se lida com o texto bíblico. Geralmente, com uma lógica muito sistemática, e uma abordagem, onde a riqueza e a dialética de certas tensões neotestamentárias são ignoradas, chegamos a conclusões precipitadas. A verdade é que o NT valoriza muito o ministério feminino, e ao mesmo tempo, o limita. Dentro da lógica hebraica, não é de nada estranho que Jesus não tenha escolhido nenhuma apóstola, mas que, na hora da ressurreição, a proclamação mais importante da história da fé e da teologia tenha sido um privilégio feminino. Quem poderia esperar que o mais teológico dos quatro evangelhos fosse, no seu desfecho, trazer o testemunho apaixonado de uma mulher como Maria Madalena? Era risco demais para uma possível apologética, e qualquer religioso da época rejeitaria esse testemunho. O mesmo tipo de lógica é encontrado no AT. O primogênito é o filho especial, mas Deus age, muitas vezes, através do filho mais novo. Portanto, contra todos que refreiam o ministério feminino, o NT faz questão de enfatizar a importância das mulheres principalmente nos textos de Lucas. O livro de atos dos Apóstolos e as cartas de Paulo – muitas vezes apontado como machista – menciona com naturalidade Lídia, Priscila, Febe, Evódia, Síntique, e Ninfa, entre outras mulheres, sem falar das profetizas.  Alguns chegam a sugerir que a “senhora eleita” citada em II João poderia ser uma líder local. Portanto, não há dúvida de que a teologia do Novo Testamento, em geral, quer dar à mulher um lugar de honra, em contraste com o paganismo e o judaísmo da época. Isso fica claro no ensino e na postura de Jesus e dos apóstolos.

Todavia, para os adeptos de um igualitarismo pleno, o NT é bastante incômodo em vários textos. Há uma clara ênfase em algum tipo de submissão feminina, tanto em casa como na igreja. Uma simples busca da palavra “mulheres” nas cartas vai mostrar que a maior parte das ocorrências fala em submissão, como é o caso de: 1Coríntios 14.34; Efésios 5.22; Colossences 3.18; 1Timóteo 2.8-15; e 1Pedro 3.1. E a simples argumentação contemporânea contra o valor desses textos é de preocupar, já que, geralmente são apenas de natureza sociológica e chegam a desmerecer Paulo (e Pedro). Parece, de fato, que se desconsidera a autoridade dos textos bíblicos. Para apimentar ainda mais a discussão, o “texto-chave” 1Tm 2.8 a 15, fundamenta a limitação feminina em argumentos teológicos [criação e queda], e não em aspectos culturais ou sociais. O melhor argumento em favor de um igualitarismo pleno entre homens e mulheres seria comparar as limitações femininas à escravidão. Assim como a escravidão acaba por ser rejeitada pela comunidade cristã como decorrência da antropologia neotestamentária, as mulheres deveriam ser plenamente igualadas aos homens. Mas, deve se reconhecer que a maneira como o Novo Testamento trata do assunto é diferente: não há argumentação teológica semelhante no caso da escravidão. Apesar disso, deve-se considerar que todos esses textos têm um contexto específico, como o de Efésios e o de 1Timóteo, e que eles foram escritos em função de situação peculiares.  É importante dar atenção ao ensino teológico do texto, sem deixar de ver os elementos contextuais que o cercam. O fato é que há, no Novo Testamento, uma ênfase de que homens e mulheres são interdependentes e complementares. Chega a ser interessante o texto difícil de 1Timóteo 2.15: Entretanto a mulher será salva dando à luz filhos – se elas permanecerem na fé, no amor e na santidade, com bom senso”. A ideia de que a mulher será restaurada (salva) a uma posição de honra pelo fato de que, apesar de o homem ter sido criado primeiro, todo ser humano procede de uma mulher. A maternidade confere certa igualdade à mulher aqui, enfatizando essa mutualidade.

Servos e servas de Cristo

Diante das Sagradas Escrituras, podemos dizer que as mulheres podem e devem ter parte no ministério pastoral, no sentido de participar do cuidado e do ensino da igreja (Tito 2.3-5 e Atos 18.26) Todavia, elas não devem ser pastoras, no sentido de liderança última teológica da igreja.

Numa igreja neotestamentária as mulheres devem ser encorajadas a participar de funções pastorais, sem serem a liderança última. É inclusive, importante que elas façam parte de uma equipe pastoral, a fim de exercer funções mais adequadas, como o aconselhamento e o cuidado de outras mulheres.

No entanto, é importante ressaltar que a configuração da igreja, não é tão rígida no NT. Por isso, é necessário ter sensibilidade ao contexto. Se, num certo sentido, uma ministra da igreja pode vir a ser chamada de pastora, devemos entender que uma coisa é sê-lo na Suécia, e outra ser pastora no Paquistão. Uma coisa é a mulher de um pastor ser pastora; outra, bem distinta, é ser pastora com marido não envolvido na obra de Deus, ou até mesmo solteira. É preciso ter bom senso e pertinência.

Acima de tudo precisamos lembrar que não é importante ter títulos no NT. A questão do pastorado feminino é válida e significativa, mas periférica na teologia neotestamentária.

Ver divisões e conflitos de origem feminista ou machista na igreja do Senhor é algo de cortar o coração.

Cada igreja local deve ponderar os dois lados da questão e decidir localmente. O problema é que, hoje, ser pastor ou pastora virou coisa de título, cargo importante, função superior. Há uma luta por poder. Se deixássemos Atenas e Roma, e fôssemos para Belém, aí seria possível entender tudo.

A verdade, devo confessar, é que pessoalmente tenho inveja das mulheres, pois elas receberam  a recomendação mais sublime do NT: a de serem submissas, ou seja, a qualidade mais importante para quem quer ser semelhante a Jesus.

Na verdade, isso vale para todos, conforme Ef 5.21. Submissão é a essência de ser cristão. O caminho do ministério é para baixo, é uma descida, e não uma questão de subir, tornar-se importante. Pastores que amam a Jesus e a gloriosa salvação deveriam sonhar em entregar tudo que possuem (títulos, cargos, nome, posição, honra) aos pés do Senhor.

Podemos discordar e questionar acerca de tudo, mas sem nunca deixar de submeter-nos à Palavra, nem de amar os irmãos.

Portanto, o sentido do debate atual não deveria ser a legitimidade do ofício de pastores ou pastoras, mas sim, se estamos dispostos a sermos servos (escravos) de Jesus Cristo.

Não foi dessa maneira que o próprio apóstolo Paulo se definiu em Romanos 1.1?

Por Luis Sayão, hebraísta, teólogo e diretor do Seminário Teológico Batista do Sul do Brasil, no Rio de Janeiro. Artigo publicado na Revista Cristianismo Hoje – Edição 40 –  Abril/Maio de 2014: Páginas 32, 33 e 34.

 

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Raquel Elana, missionária, formada em Teologia, Pós Graduação em Jornalismo Político/ (Jornalista – MTb 15.280/MG) e Ministérios Criativos pelo IBIOL de Londres, é autora de 3 livros, entre eles: Anjos no Deserto - uma coletânea de testemunhos dos seus quase 10 anos de trabalho no Oriente Médio. Desde o ano passado está envolvida com o trabalho de atendimento aos refugiados da guerra civil da Síria. Veja este vídeo de divulgação para conhecer mais sobre nossas famílias e como desenvolvemos o serviço.

Jesus : Seitas e religiões
Enviado por alexandre em 19/05/2014 08:27:59

Um magistrado lá das bandas do sul está sendo crucificado porque disse, numa sentença, que macumba, candomblé e similares não são religiões. É nota de todo canto, de macumbeiros e simpatizantes, dizendo cobras e largatos do juiz. Mas o juiz não mentiu, minha gente. Macumba, candomblé e similares não são religião, ou religiões como queiram. São seitas.

E o que seria seita? Fui lá buscar o significado e pesquei isso:
Seita é um termo que deriva do latim "secta" cujo significado é seguidor. O termo é utilizado para designar um grupo numeroso de uma determinada corrente religiosa, filosófica ou política que se destaca da doutrina principal. Sectário é um termo que designa o indivíduo que faz parte de uma seita. Uma seita pode também ser considerada uma "divisão", "partido" ou "facção".

Informalmente, o termo pode ser utilizado para definir qualquer grupo organizado de pessoas que defendam as mesmas ideias ou tenham causas em comum.

A palavra seita vem da mesma palavra grega que a palavra heresia. Essa palavra é háiresis, que em grego significa escolha, tomar partido, corrente de pensamento, escola, etc. Quando a palavra háiresis passou para latim, transformou-se em secta.

Para muitas pessoas o termo seita tem um sentido pejorativo, graças ao fanatismo de algumas pessoas. Por exemplo, em Março de 1997, 39 seguidores de uma seita chamada Heaven's Gate (Portão do Céu, em português), cometeram suicídio em massa porque acreditavam que desta forma se libertariam dos seus recipientes humanos e patiriam para uma viagem numa nave espacial.

São esses tipos de exemplos e que dão o sentido negativo à palavra seita. Por esse motivo, alguns líderes religiosos afirmam que uma seita é uma distorção religiosa que apresenta doutrinas falsas.

Sem falar que muita gente se utiliza dessas seitas pra fazer mal ao próximo, através de despachos colocados em encruzilhadas, velas pretas e trabalhos encomendados.

Se bem que pra esse tipo de coisas eu tenha o corpo fechado desde aquela vez que eu, Joãozinho, Dosca, Ernani e Osman de Zé do Campo cruzamos com um despacho na encruzilhada do Pacheco, comemos a galinha preta e bebemos as quatro garrafas de Pitu ali colocadas pelo catimbozeiro.
 

Jesus : Eu não abandonei a igreja, foi o contrário…
Enviado por alexandre em 04/05/2014 11:24:36

Lembro do grande craque Zico, ídolo da minha infância e do time que foi o do meu coração por muito tempo, quando deu uma entrevista falando sobre sua aposentadoria. Sua palavras marcaram profundamente minha alma, tanto que lembro delas como se tivessem sido ditas há poucos dias, a despeito dos cerca de vinte anos já passados. Perguntado sobre qual era a pior coisa na vida de um jogador profissional ao pendurar suas chuteiras, ele disse que era a falta do carinho da torcida, da gloriosa multidão gritando seu nome após um gol.

Ser querido, amado e ter manifestações públicas disso é algo realmente muito saboroso!

Sem querer comparar nada do que tenha vivido em minha humilde e praticamente despercebida existência, lembro-me bem de como me sentia quando era pastor auxiliar e ministro de louvor numa pequena, mas vibrante igreja no sul do país.

Com voz suave, afinado e algum carisma para tratar com o público, em pouco tempo conquistei amigos, irmãos e gente que realmente admirava meu trabalho. Não eram fãs, pois crentes não têm fãs e isso seria idolatria, mas eram pessoas que comumente se importavam comigo, apoiavam minhas ideais (não todas), ajudavam financeiramente (em algumas ocasiões) e até davam presentes em datas especiais (como meu aniversário).

Minha casa estava sempre cheia de gente. Eram os irmãos da célula, do grupo de jovens, do ministério de louvor… nos finais de semana, após cada culto, choviam convites pra ir em várias casas jantar, ou ainda, ir na pizzaria comer. Sempre havia alguma festa!

No entanto, pensador que sempre tentei ser, de uma hora para outra, passei e enxergar novas possibilidades. Vi algumas janelas se abrindo diante de meus olhos espirituais e por elas, percebia que paredes deveriam ser derrubadas e fronteiras rompidas.

Um dia comecei a compartilhar as possibilidades dessas minhas visões com os queridos amigos e, em troca, recebia com estranheza olhares assombrados.

Para minha surpresa, alguns deles diziam: “Irmão, não sei se é bem isso!”, outros, mais experientes, falavam: “Olha, querido, penso exatamente como você, mas decidi fechar meus olhos para essas situações, porque entrar por esse caminho pode ser muito perigoso”.

Por fim, percebi com o tempo que falava grego com meus irmãos e eles, por sua vez, nada mais respondiam, apenas se afastavam.

Sim, eu estava saindo daquela linha de pensamento, daquele sistema que havia sido tão importante pra mim por anos e que agora se tornava obsoleto.

A igreja onde fui salvo de um mundo perigoso que me conduzia para a morte havia se tornado para mim um lugar estranho. Sentia meu espírito pulsante dentro de mim, a Palavra de Deus ainda vibrava e me impulsionava a perseguir os novos e revolucionários rumos, mas meus irmãos, outrora receptivos, me viam como uma espécie de perigo.

De queridinho profeta, havia me tornado um tipo de filho pródigo e adjetivos pejorativos começaram a fazer parte de minha vida. Rebelde, ingrato, Coré, entre outros palavrões de vernáculo gospel me perseguiram e ainda perseguem até hoje.

Havia deixado de ser pastor, entreguei o cargo que ocupava e pelo qual ganhava um salário, enveredei pelo caminho de cantor evangelista itinerante. Meu líder máximo, na época, disse: “ Se você não tem a mesma visão que eu, não serve para andar comigo”. Inocente, não entendia como aquilo seria possível. Só queria andar por um caminho novo – vivo – revolucionário. Não queria me desligar! O que será que eu fiz de tão terrível, a ponto de me tornar inimigo de todos os meus irmãos?

Com o tempo percebi – desde aquela decisão já são mais de 8 anos – que era impossível mesmo andarmos juntos sem estar juntos nos pensamentos. Num exército que anda em uniformidade, alinhado num único pensamento, ideias novas, revoluções e caminhos espirituais que apontam para a liberdade não podem existir. Aliás, coexistência, tolerância, unidade em amor e respeito às diferenças são coisas inadmissíveis num ambiente religioso conquistador.

Teria muito mais pra escrever sobre tudo o que penso acerca de todas essas coisas, mas por ora, só tenho dentro de mim uma saudade dos tempos de queridinho, uma nano partícula do que o Zico tinha medo de perder com a aposentadoria. Por outro, me vejo feliz, vivendo a plenitude de meu momento, de minha família, de minha música, ou seja, de minha vocação pessoal, individual, da qual tentaram me privar anos atrás.

Sei que cometi meus erros e que, assim como fui ferido, devo ter ferido a outros também. E embora pareça existir nestas minhas palavras algum tipo de arrependimento ou nostalgia, sinto-me bem e feliz. Só escrevo este texto por causa do conhecimento que tenho de que todos os dias vários crentes seguem pelo mesmo caminho que eu segui. Os quais, tendo seus olhos abertos e enxergando que não precisam mais se manter reféns de um sistema religioso para viver sua fé cristã, partem no rumo de suas novas histórias em Cristo, formando novas, vivas e genuínas comunidades evangélicas, seja em casa, no bar, no trabalho, na rua, no estúdio etc.

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Pastor, músico, compositor, poeta, jornalista, produtor musical, blogueiro, twitteiro, facebookeiro, observador da igreja dos últimos dias à serviço de Cristo.

Jesus : Que sociedade estamos construindo
Enviado por alexandre em 04/05/2014 11:23:21

Apesar de inegáveis avanços científicos, tecnológicos, culturais, a sociedade contemporânea ainda possuí resquícios primitivos e bárbaros. Vivemos a era dos extremos (posterior a do historiador Hobsbawm), dos posicionamentos políticos, ideológicos, científicos, que tem resultados ambíguos, diferenciados, contraditórios. Em análise sobre a “Laicidade do Estado” (cuja frase principal teve menção aqui no Gnotícias) demonstramos que o mundo “caminha para teocracias, estados confessionais e um crescente fanatismo religioso”. O prognóstico, que tem como base observações em países islâmicos, onde Religião e Estado se confundem, se mesclam no debate público, se estende a todas as regiões do mundo, e particularmente à porção norte do hemisfério.

Não obstante alguns aspectos negativos da prática religiosa – particularmente quando analisamos grupos localizados, extremistas, que orbitam em torno de premissas políticas, ideológicas, que se sobrepõem ao secular, aos direitos constitucionais – a religião é um fator cultural, parte das sociedades primitivas, que inegavelmente tem contribuído com a construção de uma sociedade melhor, humanizadora, participativa. Seria impossível ao homem viver alheio a uma divindade, a uma crença, a uma tradição religiosa dada a sua necessidade de respostas, de apoio espiritual, de pertencimento. É uma questão indiscutível do ponto de vista sociológico, antropológico, histórico. Somos seres religiosos, que compartilhamos experiências e crenças pautadas em nossa doutrina.

Por outro lado, há uma inegável crise de identidade em alguns países de maioria cristã, dada a influência (diria militante) de grupos que recorrem a termos chulos, a rotulações de personagens históricos, a lideranças acadêmicas, a postulações intelectuais. É comum o uso de princípios de Maquiavel – particularmente da conclusão de que os “fins justificam os meios” – na guerra contra os opositores, contra os inimigos. Justificam-se ditaduras como “necessárias ao nivelamento social”, a torturadores como exemplos de “ética política, ideológica”, a justiceiros que clamam por “linchamento dos malandros, dos marginaizinhos”, aos defensores do “rebaixamento do papel feminino no meio social”, ao ex-espião repaginado, contextual, que possui interesses conflitantes.

Que exemplo grupos extremistas dão à sociedade, aos 95% de cristãos cuja fé é pautada pela compreensão, pelo compartilhar? Um posicionamento correto deveria ser o da balança, a do aproveitamento do que temos de positivo na sociedade. Em entrevista ao jornal Nosso Tempo, do Rio de Janeiro, sobre a polêmica em torno do suicídio, foi perguntado sobre as razões que levam grupos religiosos a suicídios coletivos. Nossa resposta foi (confira integra a seguir) no sentido de que o suicídio coletivo é parte da chamada “programação” que movimentos destrutivos promovem sobre adeptos. Neste sentido, o “direcionamento” é um dos principais motivos da histeria sectária, destrutiva, que corrompe as estruturas da humanidade, do núcleo familiar, da sociedade.

Um dos grandes problemas de alguns países islâmicos – a exemplo da Arábia Saudita e do Irã – é a tentativa de “imposição” do credo religioso a totalidade da população, do mesclar Estado e Religião, em um sistema teocrático que remete aos tempos antigos. É daí que surgem os extremismos, quando não se consegue distinguir o Estado da Religião, o Sagrado do Secular, o Meu do Outro. Dado os exemplos – e a crucificação de cristãos na Síria é um exemplo recente de extremismo – oriundos do universo islâmico, há de se pensar o Ocidente, da maneira como a sociedade ocidental deve se posicionar em questões não somente religiosas, mas também políticas. Na Europa, mas também nos EUA, o crescimento de grupos extremistas, xenofóbicos, tem como base ideologias de superioridade “racial” e “religiosa”. Um grande perigo em ascensão.

Pensando no Brasil, em nosso contexto cultural, social, político, religioso, há exemplos recentes de extremismo, de imposição ideológica e religiosa, que nos faz refletir sobre os erros dos estados islâmicos teocráticos. Que imagem está sendo construída? De que maneira estamos dialogando com a sociedade? Como encaramos problemáticas sociais como o aborto e o homossexualismo? De forma impositiva ou a partir de diálogos de alto nível? Particularmente somos contra o aborto, o homossexualismo e as políticas estatais de promoção de grupos específicos da sociedade, mas de que maneira refletimos sobre os temas levantados? Que linguagem está sendo usada no embate social? Temos uma nítida distinção entre Estado e Religião? É hora de parar e analisar!

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Confira nossa recente entrevista ao Nosso Tempo.

A problemática do suicídio

Nosso Tempo.  Em 20 anos, o número de mortes por suicídio no Brasil cresceu 1.900% na faixa etária de 15 a 24 anos. Podemos dizer que houve mudanças na forma como encaramos a morte hoje? Os altos índices de suicídio revelam uma realidade de banalização da vida?

Johnny Bernardo. Estamos diante de uma tragédia, de uma problemática social, de abrangência mundial, e não apenas nacional. A globalização, a universalização das mídias, tem parte de culpa no sentido em que coopera com a destruição de conceitos, de culturas e de tradições de um povo ou de uma comunidade local. Ao mesmo tempo, traduz para as nações subdesenvolvidas particularidades degenerativas de alguns países desenvolvidos, com graves problemas sociais, como os Estados Unidos. Portanto, é preciso compreender o fenômeno social chamado “suicídio” a partir de particularidades universais, mundiais, pois influenciam na forma como os adolescentes pensam, entendem a sociedade, se relacionam em grupos. É um fenômeno mundial!

Há uma fragilidade psicológica na adolescência que é agravada na medida em que fatores externos influenciam no modo de agir, de tomar decisões diante de “vergonhas”, de “exposições” em redes sociais. Em resumo, pode se dizer que a grande exposição em mídias sociais impulsiona as taxas de suicídio no Brasil. Há uma banalização, diria, dos direitos, do particular, do privado, via bullying e cyberbullying, como foi o caso da adolescente Amanda Todd. Também podemos apontar a ausência de distinção entre o real e o virtual como um agravante em alguns casos de suicídio. Neste sentido, o distanciamento da família, da conversa no parque, no relacionar-se com grupos sociais (como em igrejas), cria uma distorção que acaba por incorrer em tragédias, como as veiculadas pela mídia.

 Não falar sobre o assunto ainda é a melhor saída, conforme preconiza a OMS, que pede restrições à imprensa ao divulgar dados e métodos empregados para suicídio?

Acredito no poder das campanhas, das conscientizações públicas. Quanto aos meios de comunicação há, de fato, um sensacionalismo, um explorar exacerbado de ocorrências como casos de suicídio ou mesmo terrorismo, que tem um efeito negativo na sociedade. Programas policiais, por exemplo, extrapolam ao focar demasiadamente em tragédias públicas. Podemos concluir que há uma necessidade de regulamentação do que é exposto nas mídias, na forma como estas se dirigem aos cidadãos, para que não se universalize fatos isolados. A mídia deve ter um papel social, que é o de instruir, de orientar, e não de explorar fragilidades sociais com objetivos financeiros.

Há algumas seitas que induzem seguidores à prática do suicídio coletivo. O que elas preconizam como um ato que vai de encontro ao que prega a maior parte das religiões?

O suicídio coletivo – a exemplo do que ocorreu na comunidade agrícola de Jonestown, na Guiana, quando 913 seguidores do Templo dos Povos tomaram cianureto – é parte da chamada “programação” que seitas destrutivas promovem sobre adeptos. São características comuns: recrutamento, isolamento social e psicológico, doutrinação, mortificação, destruição da personalidade, dependência ou subordinação ao líder ou “messias” e, em casos extremos, suicídio. Na verdade, o suicídio é usado mais como um último recurso quando uma seita destrutiva se vê ameaçada pelo Poder Público. Para não colocar os recursos adquiridos junto aos adeptos em risco, se desenvolve uma saída espiritual, que é o suicídio como uma forma de “escape do inimigo que os persegue”, ou como um meio de se “aproximar de Deus”, do “Paraíso, onde o fiel não mais sofrerá perseguições”. Também faz parte da programação encenações de suicídios e justificativas para um eventual “imolamento coletivo”. São características de seitas ou movimentos destrutivos, que não encontra respaldo em outras religiões ou grupos dissidentes mais tradicionais. Para o cristianismo, o suicídio é um pecado tal qual o homicídio, condenado pelas Escrituras Sagradas.

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é pesquisador, jornalista, colaborador de diversos meios de comunicação e licenciando em Ciências Sociais pela Universidade Metodista de São Paulo. Há mais de dez anos dedica-se ao estudo de religiões e crenças, sendo um dos campos de atuação a religiosidade brasileira e movimentos destrutivos. Contato: pesquisasreligiosas@gmail.com

Jesus : Após enchente, mulheres batistas lotam estádio em Rondônia e clamam por avivamento para o Brasil.
Enviado por alexandre em 04/05/2014 11:21:12

Depois de 60 dias, algumas comunidades em Rondônia ainda continuam submersas pela água do Rio Madeira numa das maiores enchentes que o estado já viu. Apesar da PRF ter aberto o tráfego da BR-364 para carretas e caminhões (sentido Acre), o movimento na rodovia é limitado.

Em Porto Velho, na capital, milhares de casas e famílias enfrentam a lama e o perigo das doenças, uma preocupação real da secretaria de saúde.

Foi neste contexto que entre os dias 18 a 20 de Abril, aproximadamente 1400 mulheres se reuniram na cidade de Ji-Paraná, lotando o estádio Adão Lamota para pedirem por avivamento para todas as cidades dos estados de Rondônia e Acre. Nestes dias foi realizado o XII Congresso Feminino Batista Nacional, onde centenas de milhares se deslocaram unicamente para celebrar e buscar a misericórdia de Deus.

Segundo a presidente da União Feminina Batista Nacional de Rondônia e Acre, Waldineide Bandeira, muitas foram as dificuldades que tiveram de enfrentar para realizar um evento tão grande. O congresso que seria no Acre teve de ser transferido para Rondônia por causa da situação caótica causada pela enchente. De última hora, no entanto, Deus preparou todas as coisas e apesar dos percalços, Pra. Waldineide estava maravilhada pelo que Deus tinha feito: “O nosso povo é muito sedento. Nunca vi no Brasil um povo assim – disse ela na abertura.

Contando ainda com a presença das pastoras Edna Venturelli, Mônica Santos, Adriane Náurea e Miss. Raquel Elana (que vos escreve) e do apoio dos pastores e igrejas locais, o congresso deixou saudades e a certeza de termos semeado restauração para famílias e a consciência do verdadeiro chamado e do propósito de Deus para a Igreja.

Verdadeiramente o Senhor está fazendo algo no Norte do Brasil!

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