O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, parece ter decidido tirar a Corte temporariamente do noticiário. Após um mês de atividade, desde a volta do recesso de fim de ano, dia 3 de fevereiro, nenhum tema bombástico previsto na pauta, entrou na agenda, assim como novos assuntos receberam, no máximo, notas protocolares.
A lógica de que cabe ao Supremo se posicionar e evitar problemas maiores quando os poderes não se entendem — ou um ameaça o outro — parece ter perdido força em 2020.
Em dois temas pelo menos faltaram posicionamentos firmes. O STF apenas assistiu ao desentendimento entre o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e o ministro Augusto Heleno, do Gabinete de Segurança Institucional (GSI).
Na ocasião, Heleno acusou os deputados de chantagearem o governo.
Mais recentemente, a convocação via WhatsApp que teria sido feita pelo presidente da República a alguns de seus amigos para os atos de 15 de março viraram apenas motivo de declarações contidas dos ministros. Nas manifestações, simpatizantes do governo prometem defender Jair Bolsonaro e atacar seus supostos inimigos, Congresso Nacional e o próprio STF.
Em 2019 os ministros comandaram boa parte do noticiário nacional, com discussões como o momento em que os réus do país podem ser presos, no qual optaram pelo fim da prisão automática após a condenação em segunda instância, ou ao colocar em risco processos da Operação Lava Jato que ameaçavam o princípio da defesa plena por causa da ordem das alegações finais.
Tema polêmico é adiado
Acabou adiado o julgamento do tema mais espinhoso programado para fevereiro: a permissão do tabelamento de frete dos caminhoneiros.
Ações questionam a constitucionalidade de uma tabela mínima para o frete rodoviário, criada no governo do presidente Michel Temer para conter a indignação dos motoristas que pararam as rodovias do país. Continue reading →