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Resenha Política : Resenha Política, por Robson Oliveira
Enviado por alexandre em 08/07/2020 09:34:38

RESENHA POLÍTICA

ROBSON OLIVEIRA

 

 

LIBERAÇÃO

Embora boa parte dos empresários e empregadores não esteja atenta aos reflexos jurídicos da abertura geral das atividades laborais em razão do coronavírus – os empresários pressionam para abrir tudo -, a Suprema Corte reconheceu que a Covid é uma doença ocupacional. Significa firmar que alguém contaminado no ambiente de trabalho e, dependendo da extensão do dano, pode requerer indenização. Um garçom, hipoteticamente, contaminado no exercício profissional pode ser indenizado.

 

PREVENÇÃO

Aquele estabelecimento que relaxa com os protocolos sanitários instituídos para seu retorno ao funcionamento e não segue fielmente, as consequências de não agir preventivamente podem ser onerosas, inclusive para empregadores pessoa física. Portanto, a própria pressão utilizada pelo empresário em geral, com manifestações públicas pelo retorno das atividades, mesmo com recomendações contrárias dos especialistas da saúde, pode servir de prova numa ação de indenização de danos morais e materiais.

 

INVERSÃO

Na posição firmada pelo STF, interpretando o artigo 29 da Medida Provisória 927/20, na realidade, alterou o ônus de comprovar o nexo causalidade entre a enfermidade adquirida e o exercício da atividade laboral. Antes, conforme artigo da professora Gabriella Medeiros, considerava-se que o empregado acometido pela Covid-19 não portava doença ocupacional, exceto se ele comprovasse que adquiriu em razão da atividade laboral. Agora, como o novo entendimento, o encargo probatório não é mais do empregado.

 

ÔNUS

A modificação de interpretação dispõe pelo ônus probatório invertido ao empregador, e se considera que o empregado infectado porta doença ocupacional. Caberá ao empregador provar que a contaminação não fora contraída no ambiente do trabalho. Pressionar as autoridades políticas é algo muito fácil, particularmente em momento de dificuldades e histeria para todos, queremos ver daqui em diante o comportamento dos empresários com eventuais pressões dos sindicatos dos trabalhadores na defesa da saúde dos filiados.

 

TALIÃO

É marca do governador Marcos Rocha em suas perorações citar a palavra de Deus. Usa e abusa das exaltações éticas religiosas, mas quando contrariado em seu trono governamental, reage duro com a mesma língua dos provérbios para atacar os desafetos. Ao que parece a lei sagrada com melhor sonoridade para o governador é a de Talião.

 

LÍNGUA DE FOGO

Primeiro, Rocha atacou o ex-aliado de campanha, deputado federal Coronel Crisóstomo, depois o deputado federal Leó Moraes, e, em seguida, o prefeito Hildon Chaves. Agora foi a vez de abrir o verbo contra o senador Marcos Rogério. Como diria o apóstolo Tiago: “a língua é um pequeno órgão do corpo, mas se vangloria de grandes coisas. Vejam como um grande bosque é incendiado por uma simples fagulha. Assim também, a língua é fogo; é um mundo de iniquidade”. Portanto, não basta citar a palavra sagrada quando na verdade o íntimo é belicoso.

 

MENTIRA

A coluna tem sido crítica em relação ao atual mandato do senador Marcos Rogério, principalmente em razão da falta de mais empenho com pautas dos interesses rondonienses, a exemplo da transposição, das posições políticas adotadas em votações de temas controversos, enfim, de um mandato senatorial pouco operoso. Contudo, a troca de farpas entre ele e o governador, sejamos corretos, o senador comprovou que Marcos Rocha mentiu ao afirmar que ele, Marcos Rogério,  não teria destinado nenhuma emenda para o combate à Covid.

 

INERTES

Os recursos federais de bancada, da lavra do senador, não foram alocados para o estado porque o secretário de saúde e o chefe da Casa Civil, instados a se posicionar quanto aos recursos oferecidos, optaram em ficar inertes. O que obrigou o senador Marcos Rogério a destiná-los para os municípios. Aliás, não há um membro da atual bancada federal que lance uma única palavra elogiosa ao governador e a inércia que assola as inações dos seus auxiliares. Nem por reza forte este governo decola.

 

CANADÁ

Uma curiosidade tem tomado conta das rodas (virtuais) políticas da capital, conforme a boca miúda. Embora estejamos a léguas de distância do território canadense, uma bela fazenda com tais digitais fora comercializada com preços acima dos padrões usuais. Em razão dos gastos perdulários, é que despertou tanta curiosidade em tempos de crise. Há quem diga que o Canadá é ali, bem perto de um rio em que as garças voam livres dos olhos curiosos. Intrigante!


REGISTRO

A coluna abre parênteses para se solidarizar com o ex-governador Daniel Pereira pela passagem do genitor para o andar de cima. As desavenças entre este cabeça chata e o ex-governador não afetam os sentimentos humanos e civilizatórios que devem permear o respeito entre as pessoas. Portanto, fazemos o registro da passagem de um cidadão que tanto dignificou com bons exemplos os seus familiares.


PONTE

Depois de dezesseis anos e muito empenho político concluíram a ponte sobre o reservatório da Usina de Samuel, no Rio Jamari, em Itapuã do Oeste. Uma obra conclusa a passos de tartaruga, mas resgata uma demanda enorme com a população daquele município que utilizava de uma balsa para cruzar o rio. Na ocasião da inauguração, o esforço do casal Raupp para alocação dos recursos foi lembrado por autoridades. Podem falar o que quiserem de ambos, menos dizer que não foram operosos com as demandas municipais, apesar do final político conturbado. 

INCOERÊNCIA 
Não se justificam os memes nas redes sociais com alusão a morte do presidente Jair Bolsonaro, embora ele mesmo tenha desejado a morte de uma ex-presidente. Nem as sandices da família Bolsonaro ( que são enormes) e a irresponsabilidade com que trata a pandemia do coronavírus justificam torcer para que ele sucumba à doença.  É uma incoerência chamar o presidente de fascistode quando a mesma pessoa que critica faz apologia a sua morte. Vivemos uma crise civilizatória com manifestações cada vez mais agressivas de intolerância. Bolsonaro é responsável em boa parte por todas estas crises, mas nem assim, e apesar dele, devemos torcer pelo seu infortúnio. Teremos em breve as urnas para abreviarmos sua vida política. Isto na hipótese de ele sobreviver politicamente no cargo até as próximas eleições presidenciais. O que a coluna duvida muito! Vida longa ao Jair, é o que deseja a coluna. 

Resenha Política : Resenha Política, por Robson Oliveira
Enviado por alexandre em 01/07/2020 22:35:50


LOCKDOWN

Foi preciso a prefeitura da capital ingressar na justiça para que o governo de Rondônia reconhecesse que a reabertura do comércio mesmo gradualmente era um equívoco, visto que o pico da pandemia do covid-19, particularmente em Porto Velho, ainda está por vir. Em juízo, o governo, além de reconhecer o erro em relação à capital, decidiu retornar à fase 1 (fase mais restritiva do isolamento) em mais 19 municípios.

UMBIGO

Como era de se esperar, as representações patronais criticaram, mas seja em Porto Velho, seja Nova Iorque, e seja em outra cidade mais desenvolvida, a única forma para enfrentar a pandemia é o isolamento restritivo. Quem berra em sentido contrário são os negacionistas que, nestes tempos, são tão letais quanto o covid. Os reflexos negativos da pandemia são globais, não é apenas na capital rondoniense, como querem que todos creiam. As representações patronais pensam tão somente no próprio umbigo.

COLAPSO

Como qualquer pandemia que se alastra feito fogo em capim seco, o covid-19 colapsou todos os sistemas de saúde mundo afora. Quem tentou estruturar seus sistemas no momento em que a pandemia estava circunscrita à Ásia e Europa, caso não tenha amnésia, deparou-se com a escassez dos insumos e equipamentos. Como o sistema de saúde, o mercado produtor desses insumos e equipamentos entrou em colapso em suas produções em razão da demanda. A incompetência, quanto ao bom combate ao vírus, foi daqueles gestores que nada fizeram e optaram por ignorar a letalidade do vírus. Não é demais lembrar que o colapso no sistema saúde alcançou também o privado.

CORREÇÕES

Embora a capital tenha decretado o isolamento restritivo em maio, como estratégia de achatar a curva ascendeste, o governo não fez a parte dele. Explico: não adianta decretar nada restritivo sem que o próprio estado exija o cumprimento, compelindo a população a respeitar a norma em vigência. Foi o que ocorreu. Há um péssimo exemplo ainda na memória de um coronel tentando impor a ordem e, após o fato ganhar as redes sociais, o governador desautorizou. Fatos desta natureza desmoralizam o isolamento e estimulam parte da população, a exemplo dos jovens, a descumprir a norma. Sem que o poder público exija o cumprimento do decreto de isolamento restritivo, usando seu poder de polícia, chegaremos em setembro com o mesmo problema. É preciso aprender com os erros, fazer as correções, e não se acovardar em adotar medidas impopulares de olho no calendário eleitoral. Governante é eleito pra governar. E aguentar pressão.

ECONOMIA

O principal argumento dos defensores da liberalidade com a abertura do comércio é a crise na economia que vamos enfrentar. É verdade. Embora a economia brasileira esteja em retração desde o governo Dilma Rousseff, a pandemia tem corroído ainda mais as atividades econômicas com reflexos danosos e ainda imprevisíveis. Porém, será ainda mais desastrosa para a economia à medida em que se arrastar seu controle.

LOROTA

A taxa de desemprego aumentou, a quebradeira dos pequenos negócios tem sido enorme e as atividades da informalidade praticamente entraram em coma. É um problema de escala mundial que exigirá dos governos esmero para que o paciente não sucumba pós-pandemia. Mas o momento exige cuidados com a saúde das pessoas para que aquelas com saúde possam criar os mecanismos objetivos a fim de que a economia retome o seu curso e volte a pulsar. Achar que se resolve as duas chagas concomitantemente é mentir para a plateia de olho na política. Nenhum país mais avançado tecnologicamente que o nosso conseguiu tal capacidade. Temos que aprender com esta crise para corrigir os erros. Em tempos de cólera abundam os profetas (negacionistas) da lorota!

BAJULAÇÃO

O Secretário de Estado da Saúde, Fernando Máximo, deveria liderar o enfrentamento da pandemia ouvindo as opiniões das cabeças pensantes da saúde, ao invés de se deixar influenciar por opiniões de pessoas que não possuem formação na área. Um exemplo ruim é o chamado grupo “Pensando Rondônia”, que, aliás, nas coletivas promovidas pelo estado, tem lugar cativo com falas desconexas. O momento exige dar voz a quem tem o que falar sobre Covid: os infectologistas, sanitaristas e especialistas da saúde. Máximo não lidera nada e ainda atrapalha aqueles que falam algo de útil. Quem conversa com os médicos, os representantes dos conselhos, como esta coluna faz, ouve tão somente críticas ao secretário. Embora, no aquartelamento que vive, as vozes que escuta são com loas. E ele retribui com continência da bajulação sem nunca pensar em Rondônia.

BELINGERÂNCIA

O momento é juntar esforços políticos e científicos para que possamos minimizar a crise, replanejar o futuro e estabelecer metas governamentais. Infelizmente o que vemos nas redes sociais é o inverso, há um clima de beligerância política entre as autoridades. Em Guajará-Mirim, por exemplo, o governador Marcos Rocha optou por abrir sua artilharia contra o deputado federal Coronel Crisóstomo. Em Porto Velho, coube ao secretário Fernando Máximo criar um clima belicoso com o prefeito Hildon Chaves, da capital, e atirar farpas em direção ao deputado federal Léo Moraes. A crise não é apenas sanitária, Rondônia está imersa numa crise política sem precedentes. Isto cria um terreno fértil para novos aventureiros da rapina. As redes sociais dão azo a esta gente que afina o bico de olho na carcaça.

ARROBA

Apesar das atividades comerciais estarem em crise em razão do coronavírus, a atividade de compra e venda de gado está em alta no mercado da capital. Uma boiada, além de uma boa fazenda sentido Guajará, segundo fontes da coluna, foram comercializadas de forma atípica. Para dar os nomes aos bois, a coluna aguarda ainda algumas confirmações a fim de evitar barrigada com consequências de dano moral. Mas a arroba bovina está em alta, independentemente da crise.

ANUIDADES

A Assembleia Legislativa do Estado aprovou uma lei que enquadraria as anuidades dos estabelecimentos de ensino privado que mudaram a forma contratual das aulas presenciais para o meio remoto.

DESCONTOS

Pela regra aprovada, as escolas e as universidades privadas teriam que conceder descontos nas anuidades já que mudaram a forma de oferecer as aulas. O problema é que os estabelecimentos não estão concedendo os descontos, alegando uma suposta lacuna na lei aprovada pelos deputados estaduais.

CHICANA

Ora, a lei foi aprovada em razão da mudança contratual das aulas presenciais para remotas– nesta segunda modalidade, as famílias arcam com todos os custos mesmo tendo sido alterado o serviço prestado. A lacuna utilizada pelas universidades é fazer chicana com a lei e zombar com a inteligência humana. Nas aulas remotas, feitas precariamente do celular e internet dos próprios professores, os gastos das universidades são infinitamente menores do que montar a estrutura para atender turmas com as aulas presenciais. Caberia aos deputados uma reação mais efetiva para impedir que a norma legislativa não seja desmoralizada e a Assembleia Legislativa não seja achincalhada mais do que já foi. Até aí Inês é morta!

CENSURA

É muito engraçado testemunhar a gritaria da maioria dos internautas nas mídias sociais protestando contra a lei aprovada no Senado Federal que impõe limites aos conteúdos denominados 'fake news' e virilizados pelas plataformas. A lei em si, que depende ainda de duas votações da Câmara Federal para entrar em vigência, é capenga do ponto de vista legislativa devido excessos, mas no geral é necessária para estabelecer regras civilizatórias aos usuários que utilizam dessas ferramentas para difundir ódio, calúnia, injúria, discriminação e, não raro, atentam contra o próprio estado de direito. Não há censura contra o exercício da imprensa. A gritaria não passa de lorota daqueles que usam as redes para disseminar fake. Como dizia Umberto Eco, são idiotas!

Resenha Política : Resenha Política, por Robson Oliveira
Enviado por alexandre em 24/06/2020 09:34:24

RESENHA POLÍTICA

ROBSON OLIVEIRA

 

ENGALFINHANDO

Embora a população de Guajará-Mirim, assustada com o número de infectados e de óbitos em razão do coronavírus, exija que as autoridades estaduais, em particular o governo, resolvam definitivamente, apesar de tardiamente, os impasses burocráticos e financeiros da obra do hospital,o governador e coronel Marcos Rocha e o deputado federal Coronel Crisóstomo trocam farpas publicamente se esquivando das responsabilidades. Enquanto um desmente o outro, o número de óbitos no município aumenta por falta de uma unidade hospitalar para socorrer os pacientes.

 

LIVE DA MENTIRA

Os impropérios trocados entre os coronéis ocorreram depois de uma live feita pelo coronel Crisóstomo garantindo que havia colocado uma emenda parlamentar no orçamento federal destinada à conclusão do hospital de Guajará. Segundo o coronel Rocha, a verba nunca chegou e que a informação da liberação dada pela live era mentirosa. Numa live anterior o parlamentar – único do PSL eleito na chapa do governador -, já havia feito ilações colocando em dúvida a boa aplicação dos recursos destinados ao combate do covid-19 pela Secretaria de Estado da Saúde. Com a desavença, cheia de desmentidos, resta sabermos aquele que fala a verdade. Apesar de que o que importa são os recursos.

 

SINECURAS

Não bastassem as críticas da letargia política em tempos de pandemia em que está envolto o governo, há críticas do terceiro setor quanto à Secretaria de Assistência e do Desenvolvimento Social Estadual (SAES), administrada pela primeira dama Luana Nunes de Oliveira Santos. Na semana passada, representantes de entidades não governamentais requereram uma inspeção ao Tribunal de Contas para averiguar a quantidade exagerada de cargos comissionados na estrutura funcional, além da qualificação (ou falta) dos nomeados para exercerem as funções técnicas, eventualmente não possuindo as habilitações adequadas. Pela denúncia, a SAES teria virado uma sinecura entre amigos do rei, ou, como se comentam a boca miúda, da rainha.


INDAGAÇÕES

Não tenho dúvidas que o TCE será diligente na inspeção em relação estas sinecuras, em especial no âmbito da SAES. Algumas indagações vão ter que restar esclarecidas, por exemplo: quantos servidores de livre nomeação são filiados ao partido de sustentação governamental (evita aparelhamento), qual percentual de funções e cargos comissionados em relação aos efetivos (para verificar se está dentro dos parâmetros da proporção com os servidores carreira), quais os controles intrínsecos na escolha para nomeação e, portanto, estão aptos para desempenharem as funções correspondentes. 

 

LOCKDOWN

O prefeito de Porto Velho, Dr. Hildon Chaves (PSDB), está absolutamente correto ao declarar que é a favor de um isolamento mais rigoroso como estratégia de achatar a curva ascendente do corona. É a única estratégia utilizada com sucesso por todas as cidades que conseguiram domar a pandemia e começam a abrir as atividades comerciais e de entretenimento. Tanto em Porto Velho como na maioria das cidades brasileiras, houve uma pressão forte do empresariado em sentido contrário. Entretanto, os alcaides que deram ouvidos aos especialistas da saúde – únicos capazes de avaliar a situação – e optaram por um lockdown de verdade, colhem agora os louros. Manaus, Fortaleza e São Luiz são exemplos exitosos que comprovam que o caminho a ser adotado é o isolamento rigoroso. Hildon está correto por seguir as recomendações dos especialistas da saúde.

 

INFECÇÃO

Quem defende a liberação das atividades econômicas sob a alegação de que o desemprego vai ser proporcional à pandemia, não revela totalmente a verdade porque os índices do desemprego já são altos e vão se agravar de qualquer forma em 2021 em razão da retração da economia mundial que, de acordo os especialistas da área, chegarão aos seis pontos percentuais negativos.  

 

ECONOMIA

Assim como a população foi surpreendida pela pandemia, o coronavírus afetou também as eleições municipais e quase ninguém tem mais um roteiro fechado a seguir como fórmula política para apresentar à sociedade, embora a saúde pública seja a princípio um tema a dominar todos os debates. Vários pré-candidatos estão repensando as estratégias e, muitos deles, as próprias candidaturas. Em qualquer cenário que se desenhe é pule de dez acertar que 2021 a economia estará na UTI entubada e exigirá das autoridades políticas muita habilidade e coragem para que os sinais de vitalidade retornem o mais breve possível.

 

REELEIÇÃO

O prefeito de Ariquemes, Thiago Flores, por exemplo, antecipou-se à crise sanitária e anunciou que não é candidato à reeleição, mesmo com uma boa avaliação administrativa. O prefeito da capital, Hildon Chaves, ainda não revelou se é candidato à reeleição. É possível que já tenha tomado a decisão, mas avalia ainda o melhor momento para anunciar. Hildon tem repetido aos amigos próximos que o compromisso atual é reunir as energias para combater o Covid e que qualquer decisão sobre reeleição ficará para depois.

 

AVALIAÇÃO

Este cabeça chata aposta pelo cenário atual – política é como nuvem que muda conforme o vento – avalia que é grande a chance de Chaves desistir de disputar a reeleição. Perguntado, ele desconversa. Como intuição é intuição, nesta cabeça nordestina a aposta é que não. E não sendo, são por razões exclusivamente de exaustão pessoal, visto que as probabilidades seriam alvissareiras.

 

HIPÓTESE

A confirmar em breve que o prefeito da capital opte em não disputar a reeleição, o nome que volta à evidência e com boas chances de viabilidade é do ex-governador Daniel Pereira. As acusações que envolviam o nome do ex-governador com malfeitos na secretaria de meio ambiente foram ao limbo após uma série de reportagens com o vazamento de áudios de um grupo fechado de autoridades policiais revelando supostamente que as investigações visavam atingir efetivamente Pereira sem que restasse claro o nexo causalidade entre os malfeitos investigados e o ex-governador.

Resenha Política : Retrocesso do novo decreto; Autoridades não possuem planejamento; O boquirroto ministro
Enviado por alexandre em 17/06/2020 21:21:54

RESENHA POLÍTICA ROBSON OLIVEIRA

LOCKDOWN

Quando decretou o lockdown com uma outra denominação para não desagradar o presidente da república, o coronel e governador Marcos Rocha reconheceu publicamente que o sistema de saúde estadual estava em colapso. O isolamento mais rígido seria a forma mais adequada para desafogar o sistema. Foi uma decretação atrasada, mas correta.

RETROCESSO

Anteontem, em coletiva, o coronel Rocha fez um balanço superficial da pandemia em Rondônia e, diferente do rigor da semana passada, decidiu afrouxar as regras do isolamento com a abertura de várias atividades comerciais, inclusive, pasmem, o shopping center, embora o sistema de saúde para atender os casos graves acometidos pelo covid-19 continue caótico. Na coletiva, como de costume, concede a fala a um representante patronal, membro de uma comissão supostamente de notáveis que “pensam Rondônia” - que faz algumas conjecturas de cenários econômicos sem dados concretos. O curioso é que em relação a dados técnicos com projeções de cenários do covid-19 não há uma fala que sustente o retrocesso do novo decreto.

CENÁRIOS

Um estudo com base científica de professores e pesquisadores da área saúde da Universidade Federal de Rondônia (UNIR), com projeções de cenários da pandemia, assinado pelos doutores Ana Escobar e Tomaz Daniel Menendez, aponta que a flexibilização das medidas de isolamento pode provocar um aumento exponencial mais devastador de infectados, visto que o pico da doença na capital ainda não chegou. Pelas projeções dos pesquisadores, entre os dias 20 e 21, é que esta curva será mais acentuada.

PLANEJAMENTO

A coluna não está em condições de garantir que o governo estadual não esteja preparado para um surto maior, contudo, pelas ações até o momento adotadas sob o comando da Secretaria de Estado da Saúde, é possível deduzir que nossas autoridades sanitárias estaduais não possuem um planejamento correto para o enfrentamento da pandemia em Rondônia. O número de óbitos na capital, Guajará-Mirim e São Miguel, entre outros municípios, comprova que faltou planejamento. Mais de três meses depois do primeiro caso aqui registrado, agora é que a Sesau inaugura um hospital de campanha, em Porto Velho. Neste período, acima de trezentos rondonienses entraram nas estatísticas dos óbitos pelo coronavírus. Entre eles, vários faleceram em razão da falta de um atendimento adequado.

TEMERIDADE

“Quem não deve não teme”, com este bordão o secretário Fernando Máximo estufou o peito durante uma coletiva à imprensa, após as ações policias de combate a supostos malfeitos na aquisição de equipamentos de combate a pandemia, para anunciar que não tem nada de errado na aplicação dos recursos para o bom combate ao covid. Mesmo sendo cedo para fazer desafios, é verdade que esta operação policial não visou diretamente Máximo, nem seus subordinados, verdade seja dita. O que ninguém sabe é se há outras investigações em curso, como insinuou o deputado federal coronel Crisóstomo, ex-aliado do coronel Marcos Rocha. Como "o tempo é o senhor da razão", aguardemos os próximos capítulos desta nova onda pandêmica.

AJUDA

Em meio a uma tragédia sanitária que afeta em geral todos os segmentos sociais, em particular as pessoas que estão na informalidade e mais desassistidas, o anúncio do executivo estadual em conceder uma ajuda financeira para quem precisa das ações sociais governamentais merece elogios. Marcos Rocha, mesmo sob outras críticas, acertou. Como também agiu corretamente em conceder um vale alimentação para alunos da rede estadual. Utilizando como rubrica orçamentária a merenda escolar.

INCONSTITUCIONALIDADE

O boquirroto ministro da (má) educação, Abraham Weintrauber, tentou mais uma vez intervir na autonomia política e administrativa das universidades públicas. O senado devolveu a Medida Provisória editada pelo ministério que concedia poderes ao ministro de nomear reitores pró-tempores sob a justificativa da pandemia. Foi mais uma tentativa inútil que provocou reação dos mais diversos setores políticos e acadêmicos do país. Nem na ditadura um ministro da educação foi tão vil contra as IFES quanto Weintrauber. Também nunca houve alguém no posto tão despreparado quanto ele.

Resenha Política : Resenha Política, por Robson Oliveira
Enviado por alexandre em 26/05/2020 23:15:58

RESENHA POLÍTICA

ROBSON OLIVEIRA

 

SINECURA

Depois de vinte anos o Governo de Rondônia decidiu recriar a Secretaria de Estado de Obras, que havia sido fundida há duas décadas ao Departamento de Estradas e Rodagens. Embora o governo tenha alegado uma lorota para aumentar a estrutura organizacional do estado, as razões que justificaram a junção entre as duas pastas, ao nosso ver, continuam as mesmas. No entanto, não é assim que compreende o coronel e governador Marcos Rocha que separou as estruturas com características de sinecuras.

 

ILHADO

Há um ano e meio na condição de chefe do executivo estadual Marcos Rocha ainda não disse para que veio. É hoje o governador mais isolado do país: não tem um lastro político substancial no parlamento estadual, é ignorado pelos membros da bancada federal e não tem uma única obra de relevância para imprimir uma marca governamental. Aliás, isolou-se antes da pandemia e, em razão disso, com o distanciamento social estabelecido pelos protocolos sanitários, virou um governante solitário. Segue governando sem nenhum brilho.  As poucas aparições que consegue fazer ocorrem por meio de suas mídias sociais em forma de monólogo.

 

SCRIPT

Quando instado a falar sobre ações relevantes de interesse estadual e que são relegadas ao senso comum, a exemplo do desmonte do sistema de saúde, o governador segue um script já desgastado de que tudo é invenção (fake) de uma mídia ávida por jabá – embora não aponte nenhum caso concreto de extorsão. A permanecer nesta linha da frase "fake" cunhada para jogar a culpa em supostas invencionices de um jornalismo tendencioso, o coronel Marcos Rocha vai passar pelo governo como se nunca tivesse passado.

 

OSTRACISMO

O script seguido por Rocha é o mesmo  que seguiu o professor Ângelo Angelim com perfeição ao governar o estado de Rondônia sem reconhecimento como líder da própria tropa política que o elegeu. Mesmo tendo sido um sujeito culto, doce e humano, o professor morreu no ostracismo. Já o coronel nem a verve ostentada pelo mestre tem para ser lembrado.

 

CRISE

Nos períodos de maior dificuldade, quando emergem as crises, é que os governantes revelam suas capacidades de liderança e de gestão. A pandemia está expondo a falta de capacidade dos nossos gestores em lidar com situações extremas, para que no dia seguinte possamos superar os traumas, as mortes e a carência pela subsistência. Qualquer previsão do que vai acontecer nos próximos meses é inútil, visto que as probabilidades não possuem elementos de certeza em nenhuma premissa.

 

EXTREMOS

Tudo é incerto, exceto uma guerra de extremados nas mídias sociais que somente aprofunda a crise e racha a unidade do país. Para piorar a situação, parte das nossas autoridades ajuda a espalhar o vírus do ódio ao invés de unir as pessoas para que possam superar todas dificuldades. O Brasil, hoje, enterra seus mortos, sem projetar seu futuro, mas, com isso, enterra as esperanças ao reviver um passado que também deixou muitos traumas.

 

PROJEÇÕES

Pelas projeções da curva de pico da contaminação pelo coronavírus em Rondônia, produzidas pelos competentes professores doutores Ana Escobar e Tomás Daniel Menendez, acontecerá entre os dias 8 e 10 de junho. Como são projeções que orientam e alertam as autoridades a adotar ações efetivas para que a curva seja achatada, minimizando os estragos, é preciso que a população faça a sua parte aumentando o distanciamento social para conter o contágio.

 

RECOMENDAÇÃO

Os pesquisadores recomendam que sejam mantidas as medidas de isolamento social com maior rigor em relação às que estão sendo observadas. Caso contrário, com o esgotamento do sistema de saúde, Rondônia, e em particular nossa capital, pode sofrer o mesmo caos sanitário que os manauaras estão passando. As zonas sul e leste, onde as pessoas descumprem os protocolos anunciados de distanciamento e cuidados pessoais, são as que mais preocupam, visto que as confirmações do Covid, nestas regiões, aumentaram exponencialmente. Abrir o comércio sem um planejamento bem elaborado atendendo as recomendações científicas pode ser nosso caos.

 

NEGAÇÃO

É verdade que há uma onda de grupos negacionistas que emergiu em meio a uma guerra ideológica, mas quando vidas estão sendo ceifadas, o melhor é colocar as barbas de molho e ficar em casa, em especial quem preza pela própria e de seus familiares. Toda onda vem e vai. A vida quando vai, independente das crenças, nunca mais volta.

 

ABSURDO

Há uma articulação política na capital para conceder uma produtividade aos médicos que forem ao front do combate ao Covid-19. Os enfermeiros, técnicos e auxiliares, por exemplo, são os que mais trabalham nesta guerra e os que mais tombaram. Em qualquer reportagem sobre a pandemia, são os trabalhadores da enfermagem os mais procurados, haja vista serem os que ficam ao lado dos pacientes do início ao fim da internação e, em razão disto, os mais expostos à contaminação. É um absurdo não ampliar a concessão da produtividade para quem é protagonista desta luta e que mais tomba em consequência da guerra. Em tempo de crise e eleição, erro político é um bom caminho para se enterrar.

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