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Resenha Política : Resenha Política por Robson Oliveira
Enviado por alexandre em 11/11/2014 22:48:55

Resenha política

Robson Oliveira

 

Articulação

Embora não tenha amealhado a quantidade de votos que esperava para se tornar o deputado estadual mais votado das últimas eleições, Maurão de Carvalho conseguiu mais um mandato com folga. Inicialmente candidato a governador, rejeitado na convenção do PP, decidiu por uma reeleição tranquila. Nos últimos dias, Maurão articula nos bastidores a própria eleição à presidência da Assembleia Legislativa, com o atual presidente de vice.

 

Maldição

As votações para a escolha da presidência do Poder Legislativo sempre foram permeadas de um obscurantismo e de comentários nada republicanos. Há quem diga que é um cargo amaldiçoado que sepulta reputações e, não raro, leva o mandatário ao calabouço. Não há um ex-presidente das últimas cinco legislaturas que não esteja encalacrado com problemas jurídicos: dois ex-presidentes trancafiados, um foragido e outro aguardando ser recolhido. Em geral é um cargo extremamente cobiçado pelos deputados estaduais veteranos, em particular pelo evangélico Maurão.

 

Extremos

Enquanto no Tribunal Regional Eleitoral de Rondônia (TRE) o candidato ao Governo, Expedito Junior (PSDB), conseguiu o registro da candidatura por uma votação apertadíssima, o candidato ao Senado, Rubens Moreira Mendes (PSD), obteve o deferimento por unanimidade. Já o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) confirmou a elegibilidade do tucano por unanimidade e cassou o registro concedido pelo TRE-RO ao candidato do PSD por igual placar.

 

Estrago

Apesar de juridicamente habilitado para concorrer às eleições, a pecha de ficha suja fez um estrago enorme à campanha de Expedito Junior e foi um dos fatores da derrota. Uma mácula explorada à exaustão pelo concorrente e por apaniguados, especialmente nas redes sociais.

Repasto

A confraternização de final de ano promovida pelo senador Valdir Raupp (PMDB) com os profissionais da imprensa estadual está marcada para acontecer no próximo dia 28, provavelmente nas dependências do Hotel Aquarius. Este é o 16º ano seguido que o senador reúne os jornalistas para o tradicional regabofe. Em uma longa conversa com este cabeça-chata o senador desenhou cenários políticos e contou alguns bastidores das eleições que renderão boas futuras colunas.

 

Voando alto

Deputado federal eleito e pessoa da estrita confiança do governador Confúcio Moura, Lúcio Mosquini (PMDB) avisou à coluna que não indicará ninguém para o primeiro escalão do governo e não pretende trocar o Congresso Nacional por uma Secretaria de Estado em Rondônia. Mesmo negando, dificilmente Mosquini deixará de influir na composição da nova equipe de Moura. Ademais, trata-se de um político que sonha com voos mais ambiciosos.

 

Revigorado

Uma derrota eleitoral causa estresse a qualquer político e reflete sensivelmente no ânimo político por algum tempo até que a perda seja assimilada. Ao que parece esta máxima não se aplica ao ex-candidato a governador pelo PSDB, Expedito Junior. Após uns dias de merecido descanso, o tucano viajou a Brasília para o primeiro compromisso partidário, após as eleições. Esta semana percorre vários municípios concedendo entrevistas à mídia estadual. Junior adiantou que está revigorado e mais experiente para os embates futuros que lhe aguardam. Avisou que fará uma oposição responsável, porém atento às promessas feitas durante o pleito. Sozinho, enfrentou com bravura todos os grupos políticos e empresariais numa campanha desigual.

 

Narcotráfico

É impressionante a quantidade de entorpecentes que todos os dias estão sendo apreendidos em Rondônia. São volumes absurdamente enormes o que indica que voltamos a ser um importante corredor de passagem de drogas e um mercado consumidor em ascensão. Dois meses atrás, na zona portuária da capital, a polícia recolheu quase uma tonelada de cocaína escondida entre toras de madeiras destinadas ao mercado europeu. O curioso é que é pequeno o número de presos que são identificados como responsáveis pelo tráfico de entorpecentes por estas bandas, embora as apreensões sejam diárias.

 

Rentabilidade

As cooperativas de créditos em Rondônia viraram um negócio da China diante da boa rentabilidade nos últimos anos. Durante a campanha eleitoral, por exemplo, era grande o número de candidatos que optaram em operar nessas instituições ao invés das agências bancárias tradicionais. Empresários também aderiram aos serviços prestados pelas cooperativas. Nada melhor do que um serviço a base da cooperação.

 

Pelego

O resultado das eleições do Sindicato dos Trabalhadores da Educação (Sintero) revela a exaustão dos associados com as mesmas pessoas e os grupos políticos que dirigem a entidade anos consecutivos. O professor Francisco Xavier, candidato de oposição,  enfrentou uma máquina sindical aparelhada por partidos políticos e com o reforço das estruturas de governo estadual e municipal. Pouco mais de cem votos (mais de dez mil associados foram as urnas) separaram as duas chapas que disputaram o sindicato. O empenho da máquina governamental nesta disputa é a retribuição do apoio dado pelos dirigentes do Sintero na campanha de reeleição do atual governador. O resultado prova que Xavier não pregou no deserto e se credenciou para antagonizar com os pelegos.

 

Fotografia

Ainda bem que o competentíssimo magistrado federal Dimis Braga fez pessoalmente uma inspeção ao conjunto do que resta do acervo da Estrada de Ferro Madeira Mamoré, antes de decidir os pedidos requeridos pela OAB-RO. Seis meses após a grande cheia a situação calamitosa continua a mesma e o acervo em total abandono. Quem visita o complexo da  EFMM constata um retrato branco e preto do que é a administração municipal de Mauro Nazif.  

 

Oportunismo

Depois que o Justiça Federal resolveu inspecionar o abandono da Estrada de Ferro Madeira Mamoré o Governo do Estado envia release a imprensa reivindicando que a prefeitura da capital repasse para o estado a responsabilidade pelo complexo. Oportunismo puro e desavergonhado porque em momento algum o setor de turismo ou cultura estadual procurou a municipalidade para estabelecer alguma cooperação visando resguardar o principal símbolo do patrimônio histórico rondoniense. Aliás, a ação intentada pela OAB-RO consta também no polo passivo o Governo de Rondônia.

 

Confidências

No final de semana encontrei o jornalista Roberto Kuppê numa conversa animada com o delegado federal Marcelo Bessa, ambos ainda comemorando a reeleição do atual mandatário estadual. Bessa revelou à coluna que aguarda a remoção para a Polícia Federal de Rondônia e que ainda não sabe se retorna ao cargo de Secretário de Segurança Pública. Kuppê informou que está escrevendo um livro sobre os bastidores da política local e com relatos da própria vida. O jornalista promete revelações bombásticas.  A conferir!

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Resenha Política : Resenha Política por Robson Oliveira
Enviado por alexandre em 07/11/2014 13:40:30

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Resenha política

Robson Oliveira

 

Réplica

A Assessoria de Imprensa do deputado federal Padre Ton (PT) enviou uma nota esclarecendo que o petista não está no rol das pessoas de ficha suja, conforme informação dada na última coluna. Segue a nota:

 

“Embora voce corretamente tenha afirmado que cabe recurso neste e noutros processos, Robson, a afirmação de que "para azar do padre, esta semana a Justiça Estadual julgou procedente uma ação de improbidade que impôs ao Ton oito anos de inabilitação para disputar as eleições" enseja  a compreensão de que ele já está fora de qualquer possibilidade de disputa política.

 Diante disso, peço por gentileza o registro de que há prazo de 15 dias para recorrer, a contar da data da publicação da decisão judicial em primeira instancia, o que ocorreu na segunda-feira última (dia 3)”. (Sic).

 

Tréplica

Quem concluiu equivocadamente foi a assessoria do parlamentar. Conforme ela mesmo reconhece, ressaltamos que da decisão caberia recurso.  Apenas projetamos um cenário de dificuldades política para o padre, inclusive com possibilidade de inabilitação para disputar cargos públicos por oito anos. O que é a mais absoluta verdade porque a sentença é clara em relação a esta penalidade. A coluna não tem como aferir por antecipação se o recurso será tempestivo, ou mesmo capaz de modificar a inelegibilidade imposta pelo juízo a quo.

 

Otimismo

Na primeira entrevista concedida a uma emissora de rádio da capital, o governador reeleito tranquilizou em geral a população ao garantir que as finanças do estado estão ótimas, em particular aos servidores públicos que terão um final de ano bem aquinhoado. De acordo com Confúcio Moura, a arrecadação estadual aumenta mês a mês e a tendência é Rondônia alavancar as receitas já que as projeções do crescimento são vertiginosas.

 

Reposição

A boa notícia dada pelo próprio governador indica que não será problema o reajuste salarial dos servidores públicos estaduais para o ano de 2015. Como o orçamento para o exercício fiscal do próximo ano está em tramitação na Assembleia Legislativa, é importante os sindicatos verificarem quais percentuais destinados para repor as perdas nos salários dos servidores públicos estaduais. Com receita crescente é possível um reajuste igualmente robusto. Justo, muito justo!

 

Ceticismo

Embora este cabeça-chata seja assumidamente cético em relação às promessas feitas pelo mandatário reeleito, reconhece que as obras viárias que promete realizar na capital são essenciais para melhorar o visual da cidade e a qualidade de vida dos munícipes. Aliás, exatamente no colégio eleitoral de Porto Velho, foi onde o governador pavimentou a vitória para permanecer no cargo por mais quatro anos. Vamos torcer para que cumpra com a palavra, derrotando também o ceticismo do escriba. Em outras ocasiões, já aplaudimos os acertos.

 

Senha

Bastou o governador revelar que vai exonerar os servidores comissionados que não votaram nele para que a ameaça tornasse uma senha nas secretarias entre desafetos. O anúncio serviu como excelente oportunidade para que secretários se livrem de auxiliares indesejados dedurando em reservado “traidores” que votaram no próprio Confúcio. Dizem que a lista é enorme. Pense numa confusão que começou a provocar muito amarelidão em eleitor do peemedebista. O governador ainda disse que retornou de um pequeno período de férias desarmado. Imagino se retornasse com o facão na mão...  

 

Sinecura

Ninguém entendeu a razão que levou Cleiton Roque (PSB) a aceitar a nomeação de um cargo comissionado no Governo de Rondônia para permanecer apenas poucos dias nas funções. É que o neo-socialista acabou de ser eleito deputado estadual, com posse marcada para os primeiros dias de 2015. Embora o salário seja tentador, é difícil acreditar que seja esta a razão da nomeação.

 

Magda

Um sindicalista ungido a autoridade anda falando pelos cotovelos e prometendo mundos e fundos aos seus chegados, embora a caneta que vai herdar não tenha uma gota de tinta para cumprir tais promessas. Dado a arroubos mais exagerados, acredita que ao utilizar pantomimas intimida quem ousa enfrentá-lo. Cala a boca Magda!

 

Lorota

Não passou de uma tremenda lorota a crise aberta entre a edilidade da capital e o prefeito. Nos bastidores ficou claro que Mauro Nazif é de uma competência incomum quando o assunto é evitar a própria cassação. Pena que não demonstra a mesma capacidade e perícia em debelar a crise de gestão que assola o próprio governo. Mas é um problema aparentemente fácil de resolver nas urnas. O resto é lorota.

 

Coalhos

Mauro Nazif aproveitou a patuscada promovida pela maioria dos vereadores de Porto Velho e aproveitou o momento para atacar o presidente da Câmara dos Vereadores. Age de forma cruel para atingir aqueles parlamentares que ainda enxergam os desacertos administrativos que não são claros aos olhos do prefeito nem a visão coalha dos colegas de parlamento. Olho vivo eleitor!

 

Bicudos

Os especialistas em economia avaliam que 2015 não será fácil para os velhos e novos administradores estaduais, pois os dados econômicos são os piores possíveis. O orçamento para o exercício fiscal do ano que vem vai ser contingenciado e obras contratadas que ainda não foram iniciadas devem ficar paralisadas. Com tempo bicudo, Rondônia não escapará da lâmina federal. Há ainda a possibilidade da dívida do Beron voltar a ser cobrada caso não haja uma definição processual no STF. Vamos torcer para que as previsões feitas não se confirmem e tenhamos um ano virtuoso. Otimismo nunca é demais.

 

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Resenha Política : Resenha Política por Robson Oliveira
Enviado por alexandre em 04/11/2014 16:18:40

Resenha Política

Robson Oliveira

 

Inferno astral

 

O padre Ton (PT) esbravejava que preferia voltar a dar missa a apoiar a reeleição de Confúcio Moura (PMDB). No segundo turno apoiou e se engajou na campanha do peemedebista sem nenhum constrangimento. O problema é que o mandato de deputado federal acaba nos próximos meses e o Prelado ainda não sinalizou em devolver ao ex-religioso uma diocese para pregar. Restaria ao petista aguardar as eleições municipais (em dois anos) e  entrar na disputa por uma prefeitura da Zona da Mata.  Para azar do padre, esta semana a Justiça Estadual julgou procedente uma ação de improbidade que impôs ao  Ton oito anos de inabilitação para disputar as eleições. Mais duas ações da mesma natureza estão prontas para serem sentenciadas e podem colocar o padre definitivamente na lista dos fichas sujas. Das decisões, cabem recursos. No entanto, voltar a dar missa ou retomar a vida política estão ficando distante dos planos do petista. Um inferno astral desde que apoiou o peemedebista.  

 

Golpistas

Não é nova no Brasil a marcha de insatisfeitos com a política e os políticos, indo às ruas pedir a derrubada do governo constitucionalmente eleito quando não se consegue unir a nação. Como também não é novidade que os mais afoitos e com problemas de transtorno bipolar aproveitam estes movimentos e defendem um golpe liderado por militares.

 

Bipolar

Basta ler um pouco da história do país que veremos o quanto são autoritárias nossas instituições e o quanto é manipulável a nossa população (ou parte dela). Democracia é uma construção diária que exige senso crítico e tolerância para se consolidar. Não é fácil construir uma nação com autoridades bipolares e gente autoritária. Aliás, a República foi instaurada no país por golpistas. Deu no que deu. Hoje, com os instrumentos de comunicação mais rápidos do que os censores, é impossível para os golpistas engabelarem todo o povo numa só vez.

 

Manifestação

Os otários (perdão pela qualificação) que marcharam na véspera da data dos finados (dia sugestivo aos insurretos) na Avenida Paulista pedindo um golpe militar são malucos que surgem por aí para dar vazão aos problemas emocionais que escondem. As palavras ditas na marcha somente foram possíveis porque vivemos exatamente uma democracia. Estivéssemos num regime de exceção, igual ao que agora reivindicam, teriam sido dispersados a botinadas, cassetetes e bala. Os líderes teriam sido encaminhados para um calabouço clandestino qualquer e submetidos a sessões diárias de torturas. Este filme é conhecido. Só pessoas com transtornos mentais defendem o retorno aos anos de chumbo. Não há outra explicação.

 

Consequência

Embora algumas palavras de ordem defendam a aplicação inflexível da ordem legal, uma manifestação que exalta um golpe significa negar a própria carta magna. Ora, defender uma ruptura constitucional é de uma gravidade sem precedentes. Os líderes desta marcha deveriam ser identificados e responsabilizados por tamanha insanidade. Quem quiser governar o país tem que passar pelo crivo das urnas. Ruins ou bons os nossos governantes, somos nós que os escolhemos de forma livre. Para se purificar os desacertos basta seguir o conselho dado nas peças publicitárias do TSE. Votar errado tem consequência.  O que não justifica nenhum golpe. Ainda bem que o dia seguinte à manifestação foi finados...

 

Nepotismo

Não bastasse mais um final de ano com notícias ruins na esfera política, eis que surge a informação de que Mauro Nazif (PSB), prefeito da capital mais maltratada do país, nomeou um rapaz que mantém relações próximas aos familiares. Já sabíamos da inclinação do prefeito por acolher parentes na administração municipal, mas tratar essa crise com total indiferença e com nomeações polêmicas é o fim da picada. Cada dia Dr. Mauro fica irreconhecível. O pior é que votei nele porque a outra opção era mais horrorosa.

 

Protagonista

Desde que decidiu ungir o irmão Gilson ao primeiro escalão e dar de ombros aos críticos, o prefeito de Porto Velho viu a reputação ruir a cada dia. Nazif resistiu em exonerar o irmão enquanto pôde, mas percebeu que é hora de se livrar do problema porque necessita pavimentar a reeleição. Corre nos bastidores que Gilson Nazif deverá deixar o cargo de Secretário de Obras da Capital nos primeiros dias de janeiro do ano que entra, alegando problemas de saúde. Sai do palco direto às coxias para continuar como protagonista do governo do irmão prefeito.

 

 

Contas

Os comitês eleitorais serão obrigados a prestar contas das campanhas dos candidatos eleitos e barrados nas urnas. Estamos ansiosos para verificar as contas que alguns candidatos vão apresentar ao Tribunal Regional Eleitoral e quais os respectivos doadores. A quantidade de recursos derramada na campanha sugere que muitos terão problemas em fechar as contas. A ver!

 

Ameaças

O jornalista Alexandre Araújo, do município de Ouro Preto, está sendo ameaçado pelos poderosos porque decidiu tomar posição nas eleições estaduais diferente dos poderosos de plantão da municipalidade. Ele é alvo de todo tipo de atentado conta as liberdades individuais e contra o exercício livre da imprensa. Mas este assunto merece um espaço maior e em outra oportunidade vamos abordar com a mesma coragem e destemor do colega profissional.  

 

Lançamento

Mais uma obra da lavra dos escritores e intelectuais Viriato Moura, Yêda Borzacov e Samuel Castiel será lançada nesta sexta-feira (7), às 19h30, nas dependências da Câmara dos Vereadores da capital. “O Rio de Histórias” é mais um livro com que os autores brindam os amantes da boa leitura em homenagem ao centenário de Porto Velho. Quem conta um conto aumenta um ponto, diz o adágio popular.

 

Frescor

Entretanto, embora escrito em prosa ficcionista, ambientado no calor úmido de Porto Velho, as narrativas se confundem entre o imaginário e o real que remetem as frescor de conclusões permeadas de humor. Um realismo existente apenas pelo viés de quem se encontra em cada conto. Não se apoquentem caso os autores tenham aumentado um ponto. Pode ser o ponto da interrogação. Ou o G. Fica a cargo de cada imaginação.  

 

Triunvirato

Os ditos populares, também conhecidos como provérbios, são prosas que representam a sabedoria popular. Às vezes maliciosos, engraçados ou chistosos, por outras místicos ou doutrinários, uns se valendo de linguagem metafórica, outros bastante concretos e literais, todos representam uma moral popular baseada no senso comum e que tanto exprime a linguagem falada. Viriato, Samuel e Yêda são um triunvirato de escribas de primeira linha que contam um conto sem aumentar um ponto. E dão a cada conto vida real e ficcional. É possível que você se veja entre uma ou outra. Tudo depende da própria imaginação.  Vale a pena conferir e mergulhar nesse ‘Rio de Histórias’.

Resenha Política : Resenha Política por Robson Oliveira
Enviado por alexandre em 30/10/2014 23:07:29

Encrencado

O recém-eleito deputado federal Lindomar Garçon (PMDB) nem conseguiu comemorar direito a vitória nas urnas e foi surpreendido com uma derrota na justiça. O parlamentar foi condenado por improbidade pela Justiça Federal por envolvimento naquele indecoroso caso dos “Sanguessugas” (escândalo em que parlamentares federais colocavam emendas no orçamento dirigidas a uma empresa que vendiam ambulâncias superfaturadas e usadas).

Cassação

A condenação impôs a Garçon à perda das funções públicas. Embora caiba recurso, a situação do parlamentar complica porque ao assumir a Câmara Federal o caso vai ao STF e nessa instância a vida de parlamentares encalacrados não tem sido fácil. E os julgamentos, remetidos para as turmas, têm sido relativamente mais rápidos. Garçon pode perder pela segunda vez consecutiva o mandato em pleno gozo das funções.

Rolo

Para ter uma ideia do rolo em que está Garçon, após a condenação, passadas as eleições, os deputados federais voltaram a se preocupar com seus problemas na Justiça. Ontem uma comitiva de deputados foi ao STF tentar convencer os ministros a devolver a competência penal ao Plenário do Supremo Tribunal Federal e evitar que sejam sumariamente julgados nas turmas. Treze líderes partidários na Câmara dos Deputados se reuniram com o presidente do STF, ministro Ricardo Lewandowski para demonstrar preocupação com o fato de, em um colegiado de cinco ministros, três terem o poder de condenar criminalmente um deputado e fazê-lo perder o mandato.

Degola

Ao que tudo indica a comitiva de deputados federais saiu da reunião no STF com a mesma preocupação com que entrou. Portanto, Lindomar Garçon, além de uma dezena de outros parlamentares, está enrolado. O suplente dele pode começar a encomendar a fatiota porque é questão de tempo a degola. Esse caso ainda vai alcançar o deputado Nilton Capixaba (PTB), que, segundo investigações, seria supostamente um dos mentores da sangria no orçamento em favor da empresa de Mato Grosso que fornecia as ambulâncias a prefeitos igualmente encalacrados com os malfeitos.

O corvo

Para piorar a situação de Garçon e Capixaba, Amir Lando é o segundo suplente nesta mesma coligação em que os dois saíram vencedores e, por duas vezes, quando suplente, assumiu ao cargo em situações em que os titulares foram defenestrados por fatos macabros: a primeira com a morte de Olavo Pires e, a segunda, com a prisão de Donadon. Nessa última também era segundo suplente e virou primeiro exatamente depois que Lindomar Garçon perdeu o mandato. Reza a lenda que tê-lo (Lando) no encalço não é nada auspicioso.

Assepsia

A higienização feita pelo eleitor no Poder Legislativo não foi completa embora tenha sido boa. Quem acompanha os bastidores judiciais tem a real dimensão do que espera boa parte da turma barrada nas urnas que usou e abusou no exercício do cargo. A coluna conseguiu acessar inquéritos que dará boas enxaquecas à trupe por um longo tempo.

Impeachment

É quase uma unanimidade que o prefeito de Porto Velho é incapaz de resolver os problemas mais comezinhos do municípios. A exemplo do lixo e dos buracos. Estamos encaminhando para o terceiro ano de mandato sem que Mauro Nazif possa apontar uma única e miserável obra de sua administração. Chegamos também a mais um período de inverno que anuncia ser rigoroso sem que as ações para conter as enchentes nos bairros tenham sido adotadas para minimizar o infortúnio das pessoas que neles residem.

Impeachment II

Os motivos são fartos para que Mauro seja defenestrado no cargo e abundam a cada estação, mas numa democracia onde impera a lei qualquer ação de força necessita seguir as garantias constitucionais. Portanto, o impeachment na marra proposto pelos zelos vereadores somente fortalece um prefeito capenga e incompetente. O erro dos vereadores deu a Nazif uma sobrevida para se mantenha no cargo sem a ameaça de ser afastado imediatamente. Enquanto a edilidade não cumprir com correção suas funções o melhor é deixar que a defenestração seja feita pelo eleitor. Embora não seja fácil aguentar Mauro Nazif por mais dois anos conduzindo o paço municipal. No entanto, impeachment sem seguir a liturgia jurídica é transforma-lo em vítima da própria inoperância. Tudo o que rezava pra acontecer.

Interfaces

Os desafetos do Mauro Nazif quando tiram sarro dele gostam de dizer que administrar não é o forte do prefeito. E ilustram as atividades privadas no ramo da medicina com exemplo de atuação mal sucedida. Todavia, não seria diferente o Mauro em administrar a coisa pública. Verdade ou exagero há uma distância incomensurável entre o Mauro Nazif parlamentar do Mauro Nazif executivo. Caso um pudesse conviver simultaneamente com o outro, o primeiro pediria a cassação do segundo. Uma renúncia seria uma saída digna, diria o ex-deputado Nazif. Mas ambos preferiram o silêncio e resolver a crise nas coxias.

Espalhafato

Ano passado o prefeito da capital fez o maior salseiro na imprensa anunciando que a cidade iria virar um canteiro de obras com a aquisição de uma centenas de máquinas pesadas. O anúncio não passou de mais uma extravagante enganação publicitária. Ou as máquinas não existem ou estão paradas em algum pátio da prefeitura de Porto Velho prontas para serem utilizadas apenas no ano eleitoral. Aliás, método enganoso que surtiu efeito em eleições recentes.

Reprise

Revigorado nas urnas que lhes concederam eleger o maior número de governadores e congressistas, o PMDB não aguardou uma semana de trégua para colocar a faca afiada na garganta do governo e começar a cobrar as faturas futuras. Os sinais emitidos pelos peemedebistas indicam que os petistas e a presidente não terão sossego no segundo mandato. É o toma-la-da-cá em pleno vigor. Com a chancela das urnas. Esse filme é velho, reprisado no tempo, não tem mocinho e com final inexoravelmente conhecido.

Pergunta

Um leitor enviou uma mensagem eletrônica perguntando em nossa opinião o que faltou e qual principal motivo que impôs ao tucano e carismático Expedito Junior a perder pela segunda vez as eleições ao Governo de Rondônia? Resposta da coluna: faltaram os votos suficientes e necessários para vencer o adversário. O resto é conversa mole e fiada de palpiteiro da ponta de esquina que repete as mesmas tolices depois que o resultado é conhecido.

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Resenha Política : Resenha Política por Robson Oliveira
Enviado por alexandre em 27/10/2014 16:39:52

Coerência

Desde o dia 30 do mês passado, cinco dias antes do primeiro turno das eleições, esta coluna ficou sem atualização por escolha deste cabeça chata que optou por resguardar a coerência com que pauta os temas abordados aqui. Como assumimos publicamente e escancaradamente a coordenação de imprensa da campanha de Expedito Junior, optamos por aguardar o encerramento do pleito para voltar a atualizar em respeito aos nossos leitores, visto que coluna e campanha poderiam se contaminar. Apuradas as urnas e com o veredicto soberano do eleitor, estamos aqui de volta para encher a paciência de alguns leitores e papear com outros.

 

Avaliação

Há um ditado popular sobre o dia seguinte das eleições que diz: “Quem ganha eleição comemora. O que perde faz avaliação”. Como nos enquadramos na segunda hipótese é hora de uma rápida avaliação sobre este segundo turno e alguns episódios que confirmaram a reeleição de Confúcio Moura de forma induvidosa. Embora sejamos obrigados a ressaltar que é uma opinião ainda contaminada pelo resultado expressivo alcançado pelo peemedebista no final do dia de ontem (26).

 

Máquina

É bom relembrar que desde a volta a democracia quando os brasileiros conseguiram restabelecer as eleições diretas para todos os níveis, em Rondônia foram eleitos oito governadores. Jerônimo Santana, Osvaldo Piana, Valdir Raupp, José Bianco, Ivo Cassol e Confúcio Moura. Das oito eleições para governador o PMDB venceu quatro. Portanto, é uma máquina partidária quando azeitada capaz de vencer os obstáculos e devastar os adversários. Por coincidência, em todas as vitórias derrotou candidatos inicialmente fortes. Domingo não foi diferente.

 

Despudorado

O PMDB rondoniense azeitou a máquina partidária e aparelhou de forma despudorada a máquina estatal para vencer as eleições de forma arrasadora. Mas não foi apenas isto, as votações obtidas nos principais colégios eleitorais do estado revelam a força individual de lideranças como Valdir Raupp, Acir Gurgacz e o prefeito de Ji-Paraná, Jesualdo Pires. Expedito Junior enfrentou as máquinas poderosíssimas e os principais caciques solitariamente, mas com muita obstinação, coragem e valentia.

 

Lorota

A utilização apenas da máquina governamental com a pressão feita sobre os doze mil servidores de cargos comissionados, além dos indiretos terceirizados, embora tenha contribuído para anabolizar a campanha, não seria por si capaz de consagrar um resultado tão incontestável. É lorota achar que este fator foi o preponderante para a reeleição de Confúcio Moura. São inúmeros fatores que juntos contribuem para vencer ou perder uma campanha. Nos dois principais colégios eleitorais, Ji-Paraná e Porto Velho, os votos somados por Moura impuseram a derrota a Junior. Foram cinquenta mil votos a diferença, apenas nesses dois colégios.  

 

Experiência

Nunca antes na história se gastou tanto numa campanha eleitoral. Até distribuição de camisetas, vedada por lei, ocorreu desavergonhadamente. Em algumas cidades parecia o tempo do ouro quando o metal vil emergia reluzindo do fundo dos rios. No entanto, apenas a grana em si também não ganha eleição. A escassez dela, sim. Que o diga Junior. Mas é honesto reconhecer que a estratégia montada pelo governista conseguiu alavancar uma candidatura pesada, lenta e dissimulada. A avaliação final mais correta é que a experiência venceu a dúvida. Um binômio de assimilação rápida e usado por Confúcio Moura com profissionalismo e competência. Venceu o pleito com folga por méritos pessoais: experiente no trato com urnas!

 

Recibo

Nem as revelações do conteúdo dos depoimentos das delações feitas na Polícia Federal por José Batista e Rômulo, ambos sujeitos com relações íntimas do governador, foram capazes de corroer os percentuais positivos do candidato. Quando foram divulgadas, embora verdadeiras, o comitê de campanha do peemedebista ignorou e não passou recibo. Foi uma estratégia perigosa, mas deu certo e as denúncias não causaram o impacto esperada na campanha de Confúcio Moura.

 

Craca

Eleito de forma espetacular, Confúcio Moura e seus advogados sabem o que os aguarda pela frente. Quem conhece as coxias do poder e tem acesso privilegiado a informações reservadas tem a real dimensão dos problemas que o governador reeleito terá de encarar. Para evitar sobressaltos mais abruptos será obrigado e dispensar parte da craca que carcome o subterrâneo palaciano.  Além de evitar a entrada de outra que se juntou à campanha. Astúcia e capacidade de sobrevivência política o peemedebista provou que possui de sobra. Portanto, muitos dos afoitos e exaltados “colaboradores” ficarão a ver navios. Quem viver verá!

 

Perdedor

O maior perdedor da campanha é sem dúvida o clã liderado por Ivo K-Sol. Perdeu tudo o que imaginava ganhar e ainda deu uma colaboração para a derrota de Expedito nos municípios mais densos eleitoralmente. Por muitos anos K-Sol ficará inabilitado para disputar um pleito, o que poderá corroborar para sua eliminação política. Foi o maior perdedor das urnas.  Moreira Mendes é mais um cacique que sai do pleito menor do que entrou.

 

Força

Expedito Júnior, apesar da derrota, continuará sendo individualmente um dos maiores líderes rondonienses. Com uma capilaridade eleitoral calibrada por seguidores fiéis, conseguiu eleger o filho a deputado federal e lutou com bravura contra a máquina do PMDB, seus líderes, a máquina estatal, a maioria avassaladora das máquinas municipais, o poder econômico e a inércia de instituições que optaram por adiar suas ações sob a injustificável desculpa de evitar interferir no calendário eleitoral.  

 

Ficha

Júnior sai das eleições do mesmo tamanho que entrou e deverá reunir em torno de si ao longo dos próximos quatro anos muitos partidos que hoje estiveram em trincheiras opostas combatendo o bom combate. É um sobrevivente que pagou caro por erros dos outros. Erros que lhe impuseram a pecha de ficha suja e que foram tão (ou mais) devastadores nesta campanha quanto a utilização despudorada da máquina pública. Contudo, é uma pecha que encerra um ciclo de dúvidas. Nas próximas disputas será apenas um tema requentado sem a força corrosiva que alcançou nestas eleições.

 

Vitória

Não é fácil assimilar a derrota,  mas aceitar os fatos ainda é a melhor forma para seguir em frente, erguendo a cabeça. Para o bem de Rondônia e da população é  melhor Expedito Junior e os correligionários torcerem para que a experiência prometida por Confúcio seja capaz de realizar um governo bom e bem melhor ao que realizou. O sentimento de dor e perda não podem servir de desculpas para torcer pelo o pior melhor.  Em conversa hoje com este escriba Junior provou que acertei ao escolher votar nele quando disse que deseja sucesso na empreitada difícil que Confúcio irá encarar nos próximos quatro anos.

 

Estrela

Mariana Carvalho é a revelação das urnas. Os votos obtidos na capital pela filha de Aparício Carvalho (ex-vice-governador) credenciam a jovem parlamentar a desalojar da administração municipal o desastroso prefeito Mauro Nazif. É possível que os Nazifs (Mauro e Gilson) consigam concluir algumas obras até as eleições daqui a dois anos e recuperar fôlego. Confúcio é prova concreta de superação. Mas não terão a graça e o carisma da jovem Mariana. É uma estrela que tende a brilhar caso não suba ao salto alto nem alimente rancor que tanto arde as veias do papito.  

 

Preconceito

Os insultos feitos contra os nordestinos por terem votado em massa em Dilma Rousseff revelam cada vez mais um preconceito arraigado de uma elite vulgar que engorda os barões da avenida Paulista e envenenam as mentes de gente frustrada. Como nordestino não posso ficar calado, como cidadão não posso me omitir e aprovar os impropérios.Como mais um eleitor que votou na Dilma digo apenas: "Vão ter que engolir". Ora, democracia é antes de tudo respeitar a vontade popular. Ademais, em Minas Gerais, terra de Aécio, e no Rio de Janeiro, terra de todas as etnias, Dilma triunfou. Não vi as viúvas do fascismo relincharem com o mesmo ímpeto.  

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