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Brasil : MEIO AMBIENTE
Enviado por alexandre em 11/04/2017 12:39:44


Pesquisadores vão 'vigiar' e compartilhar a Amazônia em tempo real

O projeto ainda está em fase inicial de testes: os responsáveis terminaram de instalar os primeiros dez módulos nos últimos dias

Pesquisadores do Instituto Mamirauá, organização ambiental que é mantida com recursos do governo federal, estão instalando câmeras, microfones e sensores de movimento embaixo da copa das árvores na região central da Amazônia.

Eles querem compartilhar, em tempo real, imagens e sons de mamíferos, aves e répteis, o que vai ajudar a conhecer melhor as diferentes espécies que habitam a região.

Chamado de Providence, o projeto ainda está em fase inicial de testes: os pesquisadores terminaram de instalar os primeiros dez módulos nos últimos dias. Por enquanto, eles estão sendo colocados numa área de dez quilômetros quadrados ao redor da sede de pesquisas do instituto na Reserva Mamirauá, a cerca de 600 quilômetros de Manaus, no Amazonas.

Monitorar uma floresta densa e extensa como a Amazônia não é tarefa fácil. Hoje, os pesquisadores só conseguem ver em tempo real imagens do que acontece sobre a copa das árvores, obtidas por meio de satélites e radares. Para acompanhar a fauna da floresta, porém, é preciso mandar pesquisadores para contar os animais em trilhas ou instalar câmeras com sensores. Elas detectam mudanças de calor e fotografam os animais que estão passando.

Entretanto, esses equipamentos só captam animais em um perímetro de até 50 metros. Além disso, não transmitem dados pela internet, o que obriga os pesquisadores a voltar ao local em até seis meses.

“Espalhar câmeras na Amazônia inteira é um trabalho gigantesco e é necessário que uma equipe busque os cartões de memória para analisar o que o equipamento registrou”, explica o biólogo Emiliano Ramalho, pesquisador do Instituto Mamirauá e responsável pelo projeto Providence.

Rapidez – Ramalho teve a ideia do projeto em agosto de 2016, depois de trabalhar por 14 anos no Instituto Mamirauá. Nesse período, ele sentiu na pele as dificuldades de monitorar os animais. O projeto se tornou viável no fim do ano passado, depois que ele conseguiu ajuda da Fundação Gordon & Betty Moore – criada pelo cofundador da fabricante de chips Intel e sua esposa. A entidade investiu US$ 1,4 milhão no projeto.

O biólogo brasileiro buscou parcerias internacionais com outros institutos de pesquisa. A Organização para Pesquisas da Comunidade Científica e Industrial (CSIRO, na sigla em inglês), vinculada ao governo da Austrália, é uma delas. Ela foi responsável por desenvolver o mecanismo de transmissão dos dados registrados pelas câmeras e microfones.

Já a The Silence Foundation – da Universidade Politécnica da Catalunha, na Espanha – ajuda a identificar as espécies pelos sons. A Universidade Federal do Amazonas faz a detecção de espécies por imagem.

“Estamos colocando nosso equipamento na floresta, para ver se ele consegue sobreviver à chuva, ao calor, à umidade e aos animais”, diz o australiano Ashley Tews, da CSIRO. Segundo ele, a instalação dos dispositivos tem sido um dos principais desafios dos pesquisadores.

Inovação – Por usar tecnologias já existentes e a internet para resolver um problema importante da pesquisa sobre meio ambiente, o Providence é visto como inovador por especialistas. Segundo Sergio Cavalcanti, superintendente do Centro de Estudos e Sistemas Avançados do Recife (Cesar), a tecnologia tem potencial para ajudar biólogos que precisam monitorar outras áreas, como oceanos, rios e, até mesmo, lavouras. “O Brasil é um País gigante, que pode aproveitar o desenvolvimento da ‘internet das coisas’ na área ambiental”, diz Cavalcanti.

Segundo Ramalho, a primeira fase de testes do projeto Providence será concluída em março de 2018. Em seguida, os pesquisadores pretendem aprimorar os protótipos dos módulos desenvolvidos e, com isso, começar a desenvolver um plano de expansão. Se der certo, a intenção dos pesquisadores é instalar módulos semelhantes por toda a Floresta Amazônica.

Estadão

Brasil : PAU DURO
Enviado por alexandre em 10/04/2017 19:44:21


Pesquisa com veneno de aranha pode gerar remédio para disfunção erétil

Foto: Léo Rodrigues/Agência Brasil

A aranha armadeira tem esse nome pela sua posição de defesa: ela se apoia sobre as pernas traseiras e ergue as dianteiras para dar o bote no possível agressor

A picada da aranha armadeira pode provocar, nos homens, o priapismo. Trata-se de uma ereção involuntária e dolorosa que, se não for tratada, pode levar à necrose do pênis em alguns casos. No laboratório, porém, cientistas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e da Fundação Ezequiel Dias (Funed) mostraram que o veneno desse aracnídeo pode ser manipulado em favor da saúde e levar a um novo medicamento para disfunção erétil, com algumas vantagens em relação aos já existentes no mercado. A biotecnologia desenvolvida já foi licenciada pela empresa Biozeus, que dará sequência ao projeto.

De origem sul-americana, a aranha armadeira é bem distribuída no sudeste brasileiro, tanto em áreas rurais como em áreas urbanas. Conhecida cientificamente como Phoneutria nigriventer, ela é também chamada popularmente de aranha-de-bananeira por ser constantemente encontrada em cachos de bananas. Seu veneno é extremamente potente e pode provocar a morte de pequenos mamíferos. A picada em humanos não é incomum.

Segundo dados preliminares do Ministério de Saúde, o país registrou no ano passado 171.576 acidentes com animais peçonhentos. A maioria dos casos estão relacionados com escorpiões. Foram 90.026 registros. Os episódios com aranhas vêm em segundo lugar e envolvem 28.799 notificações, das quais 14% se relacionavam com a aranha armadeira. A maioria dos acidentes ocorre quando a espécie se esconde entre entulhos ou busca abrigo nas residências, misturando-se às roupas e aos sapatos.

A pesquisa da UFMG e da Funed teve início há mais de dez anos, quando a molécula responsável pelo priapismo – a toxina PnTx(2-6) – foi isolada do restante das substâncias do veneno. Os primeiros estudos buscaram mostrar o processo pelo qual essa molécula levava à ereção. A toxina mostrou atividade nos canais para sódio, que são altamente distribuídos pelo organismo e presentes, por exemplo, no sistema nervoso e nos músculos do coração.

“Nós começamos a estudar qual a parte da toxina atuava nesses canais, para que pudéssemos removê-la. Ao final, dos 48 resíduos de aminoácido que compõem a toxina, nós selecionamos um grupo de 19 aminoácidos e eliminamos o resto. E a partir desse estudo, pudemos sintetizar o peptídeo PnPP 19. Aí, já não era mais a molécula do veneno. Era outra molécula produzida em laboratório”, explica a pesquisadora Maria Elena de Lima Perez Garcia, do departamento de química e neurologia da UFMG.

O peptídeo PnPP 19 foi testado em ratos, onde foi verificada a ereção sem os efeitos indesejados. “Para nossa surpresa, ele não mostrou toxicidade nenhuma nos animais. E também não foi imunogênico, isto é, o organismo não produziu anticorpos contra a substância. Observamos que não houve nenhuma outra alteração no tecido do pênis além da ereção. E também não houve ação nos canais para sódio no restante do organismo”, relata Maria Elena.

Medicamentos

Os testes com a nova molécula vêm sendo conduzidos pela pesquisadora Carolina Nunes Silva, que desenvolve seu doutorado em cima da pesquisa. Ela acredita que um medicamento com base no peptídeo, por ter um mecanismo diferente, poderia atender pacientes com contraindicação aos que hoje estão em circulação, como o Viagra ou o Cialis.

“O grande problema do Viagra é que ele não pode ser usado por pessoas que tem problemas cardiovasculares. E, pelo que vimos, um medicamento a partir do peptídeo não teria esse problema. Nós fizemos testes isolados nos corações dos ratos e também em canais pra sódio expressos exclusivamente no miocárdio e não foi observada nenhuma ação”, diz a pesquisadora. Ela avalia ainda que é possível imaginar medicamentos que combinem as duas drogas. “O efeito aditivo pode atender a pacientes que não sejam tão responsivos ao Viagra”, acrescenta.

Resultados mais recentes mostraram que o peptídeo estimulou a ereção em ratos com diabetes ou hipertensão, enfermidades que podem provocar a disfunção erétil. A molécula também não provocou alteração na pressão arterial dos roedores. Essa é uma boa notícia para muitas pessoas diabéticas e hipertensas com contraindicação ao Viagra ou ao Cialis, pois são medicamentos que podem amplificar a vasodilatação e levar a quedas acentuadas e perigosas da pressão arterial.

Um medicamento a partir do peptídeo PnPP 19 possivelmente não geraria esse efeito indesejado. “Os avanços da pesquisa nos animam. Quando começamos os estudos, era mais pela curiosidade em entender a farmacologia do veneno. Pela toxicidade da substância, não imaginava que íamos chegar a um medicamento e hoje estamos caminhando nessa direção. Confesso que foi praticamente um golpe de sorte, porque quando passamos a trabalhar com os 19 aminoácidos, a molécula deixou de ser tóxica e, ao mesmo tempo, continuou ativando a ereção sem nenhum efeito secundário. Tem uma dose de conhecimento, mas também uma dose de sorte”, diz Maria Elena.

Patente

A UFMG detém a patente da biotecnologia que desenvolveu o peptídeo PnPP 19. Em dezembro de 2016, foi feita a transferência de tecnologia para a Biozeus, que passou a ter os direitos de exploração da molécula. A empresa, que existe desde 2012, promove a articulação entre as instituições científicas e as indústrias farmacêuticas.

“Nós mapeamos estudos com potencial para gerar fármacos que atendam a uma necessidade médica global. E fazemos os ensaios que podem comprovar a viabilidade do produto. A indústria hoje busca minimizar riscos. Então, ela evita realizar as primeiras fases dos testes, que envolvem uma aposta financeira alta. Atualmente, ela prefere licenciar projetos mais desenvolvidos. Aí, entra a nossa empresa", explica Perla Borges, analista de projetos da Biozeus.

Alguns testes mais complexos e mais caros estão sendo realizados no exterior. Se as etapas ocorrerem dentro do esperado, o produto pode chegar ao mercado em 2023. Os ensaios pré-clínicos com animais levariam mais dois anos. Os testes clínicos com humanos demandariam aproximadamente quatro anos, parte deles desenvolvidos pela Biozeus e outra pela indústria que vier a se interessar pelo remédio.

A Biozeus está estudando a melhor formulação. Uma das possibilidades é o desenvolvimento de um medicamento para aplicação tópica, como pomada, gel, creme ou adesivo. Testes preliminares na UFMG mostraram que a aplicação do peptídeo na pele dos ratos provocou ereção. Um remédio com essas características, além de reduzir bastante os riscos de efeitos adversos, pode obter uma tramitação mais rápida nos órgãos de saúde.

Agência Brasil

Brasil : LÁ É PERMITIDO
Enviado por alexandre em 08/04/2017 00:30:29


Uruguai venderá maconha em farmácias 24 horas

A maconha que será vendida de maneira legal no Uruguai poderá ser adquirida durante as 24 horas do dia e estará isenta do Imposto Específico Interno (Imesi), confirmaram à Agência Efe, nesta sexta-feira (7), fontes da Junta Nacional de Drogas (JND) do país. Após anunciar no dia anterior que em julho de 2017 começará a venda de maconha em farmácias e que a partir de 2 de maio ficará habilitado o registro de consumidores para aquelas pessoas que queiram adquirir a substância, a JND explicou hoje estes dois aspectos, divulgados pelo jornal local "El Observador" e confirmados pela Efe. Assim, enquanto atualmente no Uruguai está proibida a venda de álcool entre meia-noite e 6h, com planos de ampliar a medida para entre 22h e 8h, a maconha poderá ser adquirida sem limite de horário nas farmácias 24 horas.

Do mesmo modo, a maconha estará isenta do Imesi, imposto que vale para o tabaco e o álcool, entre outros produtos, e só uma margem de 10% do custo de cada grama (US$ 1,30) será destinada ao Estado, especificamente ao Instituto de Regulação e Controle do Cannabis (IRCCA). O Uruguai tem preparados 400 quilos de maconha, cultivados sob o controle do Estado pelas empresas ICCorp e Simbiosys, para começar sua dispensa legal com base na lei aprovada em 2013, durante o mandato do ex-presidente José Mujica (2010-2015), para a regulação da produção e compra e venda da substância. Até o momento, 16 farmácias do país aderiram ao programa para vender a substância, e a JND espera que em julho, quando os consumidores registrados forem liberados, serão 30. Os uruguaios ou residentes no país que queiram comprar maconha nas farmácias poderão se registrar a partir do dia 2 de maio nas agências de correio fornecendo sua impressão digital, o que irá identificá-los na hora de adquirir o produto.

Brasil : ÁGUA DOCE
Enviado por alexandre em 07/04/2017 16:50:49


Cientistas desenvolvem peneira que transforma água do mar em água potável: "técnica simples", dizem os pesquisadores

Pesquisadores ingleses conseguiram desenvolver uma técnica simples para tornar a água do mar própria ao consumo humano: utilizar o óxido de grafeno para fazer uma espécie de peneira, capaz de filtrar partículas diminutas. O estudo vem sendo desenvolvido desde 2004 na Universidade de Manchester, e foi publicado na revista científica Nature Nanotechnology.

Primo do diamante e do carvão, o grafeno é composto por uma camada extremamente fina de carbono, com espessura de um único átomo. Na verdade, são átomos de carbono dispostos na forma de uma rede hexagonal - algo como os gomos de uma bola de capotão.

A nova técnica, desenvolvida por pesquisadores americanos, é cotada para substituir outros métodos de dessalinização, como destilar água do mar, que seguem pouco viáveis economicamente

Essa estrutura confere ao grafeno resistência e flexibilidade e, de quebra, uma boa capacidade de conduzir eletricidade e calor. Pesquisas anteriores já demonstravam, inclusive, o potencial do material para a purificação de água.

No entanto, as boas perspectivas esbarram na dificuldade de se produzir grafeno em larga escala. Para tanto, é preciso alterar a composição molecular do material, algo que você só consegue com técnicas complexas, como difração de raios-x e microscopia eletrônica. O grupo focou, então, na obtenção do óxido de grafeno, derivado que pode ser mais facilmente sintetizado em laboratório.

A capacidade de membranas de óxido de grafeno em reter partículas nunca tinha sido testada com sucesso no processo de dessalinização da água. Isso obrigou os cientistas a fazerem adaptações, de modo que a peneira ganhasse a capacidade de filtrar sais comuns.

Quando em contato com água, o óxido de grafeno incha, permitindo a passagem de moléculas indesejadas. Isso foi corrigido com a utilização de resinas nas paredes da membrana. A técnica permitia aos pesquisadores controlar a capacidade de filtragem, liberando a passagem de mais ou de menos sal. Segundo os cientistas, a peneira de óxido de grafeno foi capaz de barrar até 97% dos íons de cloreto de sódio, o grande componente do sal marinho.

O próximo passo do grupo é encontrar formas de manter a produção de membranas de óxido de grafeno a baixo custo também em escala industrial. A técnica é cotada para substituir outros métodos de dessalinização, como destilar água do mar, que seguem pouco viáveis economicamente - Super Interessante.

Portal Carlos Magno

Brasil : O LADO BOM
Enviado por alexandre em 07/04/2017 08:32:08


China investirá em ferrovias no Brasil visando escândalo de corrupção
As firmas chinesas também estão dispostas a financiar projetos, o que lhes confere uma poderosa vantagem sobre os grupos locais

O presidente Michel Temer se reúne com o presidente chinês Xi Jinping em Xangai

Empresas chinesas têm interesse em comprar grandes construtoras e participar de licitações de ferrovias no Brasil para impulsionar sua presença em obras de infraestrutura locais, aproveitando o vácuo deixado por empreiteiras brasileiras que enfrentam dificuldades financeiras e acusações de corrupção, disse o presidente da Câmara de Comércio e Indústria Brasil China.

O presidente da câmara, Charles Tang, afirmou que as empresas chinesas que miram o mercado local para oferecer seus serviços em construção podem garantir também financiamentos para os empreendimentos, o que seria um forte diferencial competitivo diante da maior recessão em décadas, que tem tornado escasso e caro o crédito no Brasil. O setor de construção também foi abalado nos últimos anos pela devassa promovida pela operação Lava Jato sobre grandes empreiteiras do país.

"Eles (chineses) querem construir e financiar a construção. Só que como eles não têm construtoras no Brasil, eles têm que subcontratar ou comprar construtoras aqui.... várias empresas estão pedindo para que eu as ajude a comprar empreiteiras grandes e que não estejam na Lava Jato", disse Tang, sem citar nomes.

Ele afirmou que também existe um enorme interesse dos orientais por projetos de ferrovias que o governo federal pretende licitar neste ano, como o trecho da Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol) entre Ilhéus (BA) e Caetité (BA) e a Ferrogrão, entre Mato Grosso e Pará.

A Fiol tem investimento estimado de R$ 1 bilhão, enquanto a Ferrogrão deve consumir mais de R$ 12,6 bilhões.

"Os chineses sabem que no passado eles nunca poderiam entrar no Brasil nesses projetos de infraestrutura, estava tudo dominado pelas empresas que hoje estão na Lava Jato. Hoje, além de poderem entrar, está tudo barato, está todo mundo sem capital, as obras estão paradas. Logicamente isso atrai eles", disse Tang.

Ele comentou que chineses teriam interesse também em empreendimentos de porte ainda maior, caso estes saiam do papel, como o trem-bala entre São Paulo e Rio de Janeiro e a ferrovia transoceânica, que ligaria o Brasil ao Oceano Pacífico cruzando a Cordilheira dos Andes.

Segundo Tang, empresas como a China Railway Engineering Corporation (CREC10) e a China Communications Construction Company (CCCC) poderiam participar desses empreendimentos ferroviários no Brasil.

"Para a China, nada disso é impossível", disse. "Para todas ferrovias viáveis, a China tem interesse", adicionou.

Presença constante no Brasil desde os anos 1970, Tang trilhou carreira em bancos e no mercado financeiro, onde chegou a ser colega de trabalho do atual ministro da Fazenda, Henrique Meirelles.

Agricultura e terras

O presidente da Câmara Brasil China disse que há grande apetite de investidores orientais pela compra de terras no Brasil para produção agrícola, o que hoje é travado por um parecer de 2010 da Advocacia-Geral da União (AGU), que veta essas aquisições por estrangeiros.

O governo Michel Temer tem falado em rever essa regra para atrair investimentos, mas eventualmente com algumas limitações.

O ministro da Agricultura, Blairo Maggi, já afirmou que as reformas na legislação iriam procurar apoiar o investimento estrangeiro em produtos agrícolas com ciclos mais longos de produção como laranjas, florestas para a produção de celulose, cana-de-açúcar e café. Restrições se aplicariam à soja, milho e outras safras que são colhidas no mesmo ano em que são plantadas.

Tang teme que esse tipo de diferenciação possa frear o interesse oriental.

"Se houver limitação para o uso das terras em lavouras de curta duração, como a soja, aí perde 70% do interesse chinês", disse.

Segundo ele, os chineses poderiam já ter investido cerca de 90 bilhões de dólares no Brasil se fossem liberados para comprar terras.

Ele avalia, no entanto, que mesmo a continuidade do veto às compras de terras não afasta o interesse dos chineses pelo agronegócio brasileiro, onde empresas como a gigante de commodities agrícolas Cofco e o conglomerado Shanghai Pengxin Group devem continuar em caminho de expansão.

"Eles têm muito acesso a capital e mais de 1,3 bilhão de bocas para alimentar", disse Tang, em referência à população chinesa.

Energia

Outra área na mira dos chineses é a de energia, onde estão no radar tanto a expansão em petróleo quanto em negócios no setor elétrico.

Segundo Tang, as chinesas CNPC e CNOOC, que são sócias da Petrobras na área de Libra, no pré-sal, devem manter o interesse em crescer no país, assim como outras petroleiras chinesas, como SinoChem e Sinopec.

Na visão do executivo, essas empresas devem participar das próximas licitações de áreas de petróleo, bem como prospectar outros negócios.

"Inclusive, se a Petrobras quiser vender a participação dela em Libra, provavelmente os compradores seriam os chineses", afirmou.

Em eletricidade, as gigantes State Grid e China Three Gorges já têm forte presença no Brasil, após aquisições bilionárias nos últimos anos, e a Shanghai Electric avalia atualmente empreendimentos da Eletrosul, da Eletrobras, que devem demandar cerca de R$ 3 bilhões em investimentos.

"Eles estão testando as águas", disse Tang, que vê uma possível nova onda de companhias adentrando o setor. "Todo mundo conhece esses três nomes, mas ninguém ouviu falar de mais seis gigantes chineses que querem vir, mas não vieram ainda."

Ele citou como possíveis interessadas no setor elétrico do Brasil empresas como Huaneng, Huadian, Guodian e CGGC, além da transmissora Southern Electric.
Fonte: Época

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