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Brasil : PAULO FREIRE
Enviado por alexandre em 18/01/2019 02:04:44


Mitos e verdades sobre a obra de Paulo Freire
O que especialistas têm a dizer sobre o que se fala do educador e filósofo brasileiro
POR:
Caroline Monteiro

Colaborou Laís Semis

Mesmo após 22 anos de sua morte, Paulo Freire continua aparecendo em discussões sobre educação e em debates políticos, principalmente nas redes sociais. Reunimos as principais polêmicas em torno de seu nome para serem discutidas por quatro educadores. Todos têm alguma ligação com o trabalho de Freire – seja atuando na Educação de Jovens e Adultos (EJA), área em que ele teve grande influência, na gestão pública, em que ele trabalhou na prefeitura de Luiza Erundina, ou como representante do legado de seu pensamento (veja no final do texto a relação de nossos entrevistados).

"Paulo Freire fez doutrinação de esquerda ou marxista"

Nas manifestações contra o governo Dilma em 2015, uma faixa escrita “Chega de Doutrinação Marxista, Basta de Paulo Freire” foi vista nas ruas. Em caixa de comentários do Facebook, os ataques também são comuns. Para Felipe Bandoni, colunista de NOVA ESCOLA e professor de Ciências na EJA do Colégio Santa Cruz, as pessoas destilam ódio contra sua obra mesmo sem conhecer. “Ele é um pensador de esquerda, tem ligações com a fundação do PT, esteve no governo de Luiza Erundina e seu pensamento é voltado para questões sociais, para os excluídos. A mera associação com esse universo faz com que as pessoas destilem ódio sem se atentar ao que ele propõe.”

Segundo Luiz Araújo, ex-presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) e secretário de Educação de Belém na gestão de Edmílson Rodrigues (PT), na lógica da direita combativa, aquele que desperta a criticidade está doutrinando. “Paulo Freire não era marxista, mas um humanista radical. Existe uma ligação entre as duas correntes. Ambas lutam pela transformação da sociedade, mas não são a mesma coisa. Enquanto o humanista radical não está satisfeito com o capitalismo e acha que precisa mudar as relações, o marxismo propõe superar o capitalismo. Eles combatem o mesmo inimigo e podem encontrar caminhos comuns, mas são coisas diferentes”, diz Luiz.

"Sua obra e método são responsáveis pelas altas taxas de anafabetismo do Brasil"

“Se o método dele é tão bom, por que ainda temos adultos analfabetos no Brasil?”, perguntam algumas vozes. Em primeiro lugar, é preciso reconhecer que as taxas de analfabetismo ainda são realmente altas – embora a situação já tenha sido muito pior (veja).

Taxa de analfabetismo no Brasil
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Porém, responsabilizar Freire por essa situação é uma ideia que não faz muito sentido. Para Luiz Araújo, a ditadura militar é uma das principais responsáveis pela permanência do analfabetismo. “A contribuição dele foi interditada com a estrutura militar e seu exílio. Ele continuou produzindo e experimentando fora do Brasil, e esses resultados foram tardiamente conhecidos por aqui.” Segundo Luiz, a contribuição de Paulo Freire para a diminuição do analfabetismo é comprovada científica e empiricamente. “Seus conhecimentos erradicaram o analfabetismo na Bolívia, na Nicarágua e em outros países do mundo. Se ele tivesse implementado tudo o que queria no Brasil, talvez não tivéssemos esse problema.”

Maria do Pilar Lacerda, ex-secretária de Educação Básica do MEC, concorda que a situação seria melhor se ele tivesse tido mais tempo de atuar no país. “São 517 anos de história, dos quais ele só participou diretamente por 3 ou 5 anos. Criticam Paulo Freire, mas esquecem que tivemos quase 400 anos de escravidão”, diz.

"A metodologia de Paulo Freire revolucionou a alfabetização de jovens e adultos"

Em termos. A influência foi grande, mas não se universalizou. Boa parte da alfabetização ainda não segue – e nunca seguiu – os passos sugeridos em seu processo. Para Luiz Araújo, não tem como negar a contribuição do educador na alfabetização de jovens e adultos, a faixa etária que apresenta mais experimentos e comprovações, mas seu método é geral, e pode ser aplicado também para crianças.
Crédito: Divulgação / Prefeitura de Itanhaém

Segundo Felipe Bandoni, Paulo Freire não teria pensado em tudo o que pensou se não estivesse na EJA. “A educação de jovens e adultos faz com que os educadores procurem um sentido muito maior para o que está sendo estudado. Como o mercado de trabalho e o vestibular não são o foco, o professor começa a ver que assuntos do currículo tradicional não fazem sentido para a vida daqueles alunos. Na EJA, Paulo Freire enxerga outros caminhos para usar estratégias a partir da realidade dos estudantes, por isso, ele teve mais influência do que em outras modalidades de educação.”

"Paulo Freire é a principal referência na Educação nacional"

Depende. Talvez seja para os educadores, mas nos currículos das faculdades de pedagogia ele nunca teve essa força toda. Para Luiz, antes de chamá-lo de "principal nome", é preciso avaliar de qual ponto de vista se faz a afirmação. “Ele é o mais importante do aspecto da inovação pedagógica para romper com a pedagogia tradicional, mas na luta pela escola pública e por olhar a educação como prioridade, posso destacar Florestan Fernandes e Anísio Teixeira, respectivamente”, diz.

Jayse Antonio, professor de Arte na EREM Frei Orlando, em Itambé-PE, explica que Paulo Freire é um dos mais citados em trabalhos acadêmicos, mas também considera a arte-educadora Ana Mae Barbosa, como uma grande referência.

Na opinião de Moacir Gadotti, presidente de Honra do Instituto Paulo Freire, Paulo Freire construiu não só um método de ensino, mas também uma filosofia educacional. “Seu labor intelectual foi muito além de uma metodologia. Ele foi um dos grandes idealizadores do paradigma da Educação Popular.” Moacir cita as teses freirianas que contribuíram para com o avanço na teoria e nas práticas da Educação Popular: teorizar a prática para transformá-la; reconhecer a legitimidade do saber popular e harmonização o formal e o não-formal.

"O Paulo Freire é mais valorizado fora do Brasil do que dentro"

O educador, preso pela ditadura após o golpe de 1964, se exilou primeiro no Chile, onde ficou por cinco anos, até 1969. “Lá encontrou um clima social e político favorável ao desenvolvimento de suas teses, desenvolvendo, durante anos, trabalhos em programas de educação de adultos no Instituto Chileno para a Reforma Agrária (Icira)”, o presidente de honra do Instituto Paulo Freire. Foi no Chile que Paulo Freire escreveu sua principal obra, Pedagogia do Oprimido (1968), traduzida para mais de 27 idiomas. É o terceiro livro mais citado em trabalhos acadêmicos da área de humanas e o único brasileiro a aparecer na lista dos 100 títulos mais pedidos pelas universidades de língua inglesa, consideradas pelo projeto Open Syllabus, segundo Moacir.

Para o professor Luiz, foi justamente a ditadura que contribuiu para que ele fosse mais conhecido no exterior. “Lá fora, onde ficou exilado por 16 anos, Freire produziu e experimentou. Mesmo pensando sobre o Brasil, as ideias se disseminaram primeiro fora daqui. Além disso, o brasileiro tem essa visão provinciana, de valorizar pouco o que é produzido por nós mesmos.”

ENTREVISTADOS

Felipe Bandoni de Oliveira, colunista da revista NOVA ESCOLA e professor de Ciências na EJA do Colégio Santa Cruz, é biólogo, mestre em Fisiologia e doutor em Biologia Evolutiva formado pela Universidade de São Paulo (USP). Vencedor do Prêmio Educador Nota 10 de 2012 e Educador do Ano pelo mesmo prêmio. Felipe é um dos autores da proposta curricular de Biologia seguida pelas escolas estaduais de São Paulo e co-autor de duas coleções de livros didáticos de Ciências para o Ensino Fundamental.

Luiz Araújo, ex-presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) é doutor em Políticas Públicas em Educação pela USP e professor da Faculdade de Educação da Universidade de Brasília. Foi secretário de Educação de Belém na gestão de Edmílson Rodrigues (PT) entre 1997 e 2002, presidente do Inep em 2003 e 2004 e assessor de financiamento educacional da União dos Dirigentes Municipais de Educação Nacional (Undime). Além disso, Luiz é presidente nacional do PSOL.

Maria do Pilar Lacerda, ex-secretária de Educação Básica do MEC, é graduada em História pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e especialista em Gestão de Sistemas Educacionais pela Pontifícia Universidade Católica (PUC-Minas). Foi Diretora do Centro de Formação dos Profissionais da Educação da prefeitura de Belo Horizonte na gestão de Patrus Ananias (PT) de 1993 a 1996, secretária municipal de Educação de Belo Horizonte nas gestões de Fernando Pimentel (PT) e Marcio Lacerda (PSB) de 2002 a 2007, presidente da Undime e Secretária Nacional de Educação Básica do Ministério da Educação de 2007 a 2012. Atualmente, Pilar é Diretora da Fundação SM/Brasil.

Jayse Antonio Ferreira, professor de Arte na EREM Frei Orlando, em Itambé (PE), é graduado em Artes Visuais pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB). Vencedor do 8º Prêmio Professores do Brasil promovido pelo MEC na categoria Ensino Médio e finalista do Prêmio seLecT de Arte e Educação de 2017.

Moacir Gadotti, presidente de Honra do Instituto Paulo Freire, é professor aposentado da Faculdade de Educação da USP. Formado em Pedagogia e Filosofia, foi assessor técnico da Secretaria Estadual de Educação de São Paulo na gestão de Mário Covas (PMDB) de 1983 a 1984 e chefe de gabinete da Secretaria Municipal de Educação da Prefeitura de São Paulo na gestão de Luiza Erundina de 1989 e 1990. É autor de publicações como “Educação e Poder” (1988), “Paulo Freire: Uma bibliografia” (1996) e “Educar para um Outro Mundo Possível” (2007).

Brasil : PRÓPRIA
Enviado por alexandre em 18/01/2019 01:39:58

Banda Metallica lança sua cerveja própria
Novidade foi anunciada através do Instagram do grupo.

Em quase três anos sem lançamentos, a banda Metallica alegrou os fãs, nesta segunda (14), com o anúncio de uma novidade. O grupo está lançando uma marca de cerveja oficial, a Enter Night Pilsner, em parceria com a cervejaria Arrogant Consortia.

A bebida já tem sido vendida em alguns shows da banda. Agora, o Metallica decidiu se jogar de vez no mercado cervejeiro e expandir a marca. "Estamos expandido em todo o país e chegamos na primavera cobrindo a Europa, a Austrália, a China e outras regiões", diz a postagem no perfil oficial do grupo.





Leia Já

Brasil : AUMENTO
Enviado por alexandre em 16/01/2019 19:37:16

Exportação de café do Brasil salta 15% em 2018 e deve crescer em 2019, diz Cecafé
Escrito por Marcio Martins martins

As exportações brasileiras de café verde somaram 31,52 milhões de sacas de 60 quilos em 2018, 15 por cento a mais que em 2017, uma vez que a safra recorde impulsionou os volumes exportados, informou o Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) nesta terça-feira.

A associação espera que as exportações cresçam novamente em 2019, possivelmente para níveis em torno de 33 milhões ou 34 milhões de sacas, se as atuais indicações positivas para a safra de café deste ano forem confirmadas e se houver uma melhoria na condição dos portos.

O Cecafé afirmou em relatório anual que o Brasil, maior produtor global, exportou 29,04 milhões de sacas de café arábica no ano passado, ou 7,1 por mais que em 2017. Os embarques de robusta atingiram 2,48 milhões de sacas, bem acima das 295.623 sacas exportadas em 2017, ano impactado por uma forte seca.

Os grãos de arábica normalmente são utilizados por produtores de cafés de maior qualidade, enquanto o robusta é procurado principalmente por produtores de café instantâneo.

O Brasil produziu uma safra recorde de café no ano passado, com quase 62 milhões de sacas. As estimativas iniciais de analistas independentes indicam uma safra menor, mas ainda grande em 2019, um ano de bienalidade negativa para o arábica, que alterna períodos de maior e menor produção.

As exportações de café verdade em dezembro somaram 3,36 milhões de sacas, contra 2,64 milhões de sacas no mesmo mês de 2017.

O Cecafé disse ainda que os volumes exportados no último trimestre de 2018 foram os maiores já registrados, com 10,48 milhões de sacas. A associação prevê que os volumes continuarão elevados nos primeiros meses de 2019, uma vez que o mercado continua bem ofertado.

FONTE: REUTERS

Brasil : INFORMAÇÕES
Enviado por alexandre em 16/01/2019 11:36:16

CPF deve ser chave para serviços públicos, avalia o governo

Com o número do CPF, será possível ser reconhecido pelos bancos de dados do governo Foto: Montagem/divulgação

O governo prepara a apresentação de uma medida que promete facilitar a vida de quem precisa usar serviços públicos, como a consulta do saldo da conta do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) ou o pedido de segunda via da Carteira Nacional de Habilitação (CNH). A ideia é integrar informações existentes em vários órgãos e permitir o uso do CPF para acessá-los. A proposta está em fase final de estudo por um grupo de ministérios, que inclui a Economia e a Justiça.

Na prática, uma vez implantada a medida, não será mais preciso carregar o número de PIS/Pasep, Carteira de Trabalho ou CNH. Com o número do CPF, será possível ser reconhecido pelos bancos de dados do governo. O CPF terá a função de uma chave. A ideia é replicar o que já acontece em alguns setores da iniciativa privada. Quando um membro de um programa de milhagem liga para a empresa aérea e não lembra do seu número da carteira de fidelidade, geralmente o atendente pede o número do CPF e identifica o usuário.

Uma vez anunciada a medida, haverá um período de adaptação de três meses. Novos cadastramentos na esfera federal passarão a incluir, obrigatoriamente, o número do CPF. Quem já deu o número do CPF em cadastramentos anteriores já poderá ser beneficiado. As pessoas que não o fizeram terão de se recadastrar para usufruir do benefício. Não haverá um recadastramento único para todos os serviços. Isso poderá ser feito, sem pressa, em cada novo contato com os diferentes órgãos estatais.

Brasil : O MONSTRO DO AXÉ
Enviado por alexandre em 15/01/2019 12:47:09

Léo Santana: "Quero ganhar o mundo"

Por TEXTO: RAFAEL GODINHO: FOTOS: PAULO MACEDO AZEVEDO/ED.GLOBO
Aos 30 anos, o músico apelidado de 'Gigante' se sente muito mais seguro agora do que na adolescência. Considerado um dos homens mais sexies do Brasil, Léo Santana confessa ter sido complexado pelos seus dois metros de altura durante a puberdade. Ao posar para QUEM, com figurinos grifados escolhidos pelo seu stylist Willian Costa, na Ônix Beach’s House, em Salvador (BA), ele mostra já ter superado os traumas do passado e ter conquistado confiança: “Já andava até meio curvado para não chamar muito atenção. Nessa época, meus amigos começaram a me zoar, me chamando de corcunda e isso abalou meu psicológico. Foi nessa época que eu comecei a malhar e não parei mais”, revela Léo sem ressentimentos do seu passado.

Com o novo single Toma Créu, em parceria com MC MM, entre as mais tocadas nas rádios do país e apostando em Crush Blogueirinha, com Boca Rosa, Gabi Lopes e Carol Manfrim, para o Carnaval 2019, o cantor confessa que nem sempre teve êxito profissional. “Eu assumo que já errei muito com música. Na minha saída do Parangolé para a carreira solo, as coisas não aconteciam. E você pode ser celebridade, ter milhões de seguidores, mas se a música não cai no gosto popular, não adianta que você não vende show”, avalia. Se sentindo bem à vontade, em sua terra natal e onde mora até hoje, ele também abriu o seu coração sobre os términos e voltas com a noiva, Lorena Improta. “Agora, definitivamente, nós temos que casar”, conclui o bonitão apaixonado. Confira a entrevista e o ensaio fotográfico na íntegra:
Léo Santana (Foto: Paulo Macedo Azevedo/ Ed. Globo)

GIGANTE DO BEM
“Eu sou muito ‘tranquilão’, tenho uma paz de espírito típica em mim. Também sou muito correto. Muito mesmo. Acho que vem da minha índole familiar, das pessoas com quem eu ando ou andei, que sempre me ensinaram a ser sempre correto com todo mundo. E um cara muito família. Sou 100% família e amigos. Um pouco ciumento em relação a isso. Porém nada que seja exagerado. Mais de proteção mesmo.”

ORIGEM HUMILDE
“Sou um cara simples, que gosta de coisas boas. Sou de origem suburbana, da comunidade Boa Vista do Lobato. Vim do subúrbio de Salvador. Minha família é bem simples, de sobreviver de um salário mínimo. Minha mãe, Marinalva Silva de Santana, era secretária de uma empresa e meu pai, Lourival Santana, era segurança da empresa que minha mãe trabalhava. Eles se conheceram lá e se casaram. Ele é alto e forte também"Léo Santana Aspas (Foto: )
Léo Santana (Foto: Paulo Macedo Azevedo/ Ed. Globo)

DESCOBERTA DA MÚSICA
“Comecei a me envolver na música aos 12 anos, por influência do meu avô, que fazia roda de samba, no interior aqui da Bahia, com os netos. Era aquele samba de mesa. Eu sempre fui envolvido com música. Eu me lembro de eu menino ir para o quintal da minha avó e fazer batucada com lata de leite e outros materiais. A musicalidade sempre fez parte de mim. Nesta mesma época, eu comecei a tocar percussão em bandas pequenas e nasceu meu amor pela música.”Léo Santana Aspas (Foto: )

PRIMEIRO INSTRUMENTO
“Um amigo meu me levou para conhecer o mundo das bandas que já eram conhecidas na cena musical daqui, como a Pagodarte, Os Bambas, o próprio Parangolé, com outro cantor no caso. Ele me aconselhou a aprender algum instrumento. Foi quando eu pedi um cavaquinho para meus pais e a condição financeira deles não ajudava muito. Na época, um cavaquinho novo custava em torno de R$ 200, que era caro para caramba para quem recebia um salário mínimo. Foi quando apareceu um próprio músico, da Arte e Cia, vendendo um cavaquinho que não era amplificado, que não conectava em caixa de música, por R$ 25. E para você ter noção, a gente o pagou de duas vezes. Até hoje eu tenho esse cavaquinho. Ele está na casa dos meus pais, minha mãe tem o maior ciúme dele. Esse instrumento tem um significado muito especial para mim. Foi nele que aprendi a perceber um tom mais afinado.”

INÍCIO DE CARREIRA
“Eu decidi cantar por ciúmes do cantor da banda que eu tocava. Quando a gente saia para tocar, era muito assédio em cima dele e eu falava: ‘Eu também quero isso aí’. Eu era moleque na banda e a galera era mais velha. Na época, eu tinha 14 anos e a galera já com 20 e poucos anos. Eu era meio que o mascote. Foi um ciúme do caramba. Eu pensava: ‘Quero ser cantor também’. Foi aí que eu comecei me envolver de fato com o canto. Eu já dançava. Eu reuni alguns amigos e montei a minha primeira banda, chamada Zairê. Depois fizemos uma chamada Arte e Cia. Era tudo brincadeira de criança, mas já pensando no futuro. Subíamos uma ladeira absurda, andávamos muito para chegar ao estúdio e ensaiar. E são coisas como esta que me marcaram. Até hoje, eu passo lá na comunidade e penso: ‘Caramba! Quantas vezes, eu já subi e desci isso aqui’. E eu sempre vou lá para me manter firme, de pés no chão, por mais que eu viva outro mundo agora.”
Léo Santana (Foto: Paulo Macedo Azevedo/ Ed. Globo)
Léo Santana (Foto: Paulo Macedo Azevedo/ Ed. Globo)

VIDA CONFORTÁVEL
“Estou muito realizado, graças a Deus. Fico emocionado quando olho para trás e vejo tudo que conquistei. É um vitória muito grande ter sucesso com honestidade, sem passar por cima de ninguém. Minha maior conquista foi ter conseguido comprar a casa para os meus pais. Consegui tirar a minha família da favela. Não porque a gente queria sair de lá, mas por questões que foram acontecendo naturalmente. Até por segurança mesmo. Eu viajo muito e eu dei esse presente a eles, que são o meu bem maior"Léo Santana Aspas (Foto: )

ROMANCE IOIÔ
“Na minha cabeça, ainda somos noivos. A gente deu uma pausa e voltamos do mesmo lugar. A aliança ainda está lá. Só não estamos usando. Agora, definitivamente, nós temos que casar. Já foi. Chega dessas idas e vindas. Nós evoluímos muito como casal e profissionais também. Eu defendo e apoio o trabalho dela. Inclusive, eu fui um dos idealizadores do trabalho infantil dela. A gente vai evoluindo constantemente. Não sei se essas separações foram também por imaturidade de ambos. Ela foi a minha primeira namorada que eu assumi publicamente e apresentei para a família. Então, eu errei muito de fato, por imaturidade e não ser compreensivo. E ela também.
Léo Santana (Foto: Paulo Macedo Azevedo/ Ed. Globo)

Léo Santana Aspas (Foto: )RECONCILIAÇÃO AMOROSA
Eu não me aguentei e falei: ‘A gente se gosta para caramba. Vamos ficar juntos? Vamos ceder um pouco e ficar juntos novamente’. Nós tínhamos que ter esse diálogo. Se não, Ave Maria, estávamos separados até hoje. Contamos com a ajuda de amigos também, da família. É engraçado que quando você cria uma imagem com sua parceira, como eu e Lorena, tem muita gente que acompanha e torce. Mas, graças a Deus, a gente está superbem.”

CIÚMES
“Ela fala que sou eu o mais ciumento, mas eu acho que ela é bem mais. Modéstia parte, eu sou muito seguro. Vai ver que eu passo isso para ela e vai alimentando esse ‘ciuminho’ bobo. Ela não é de ter ciúmes de fãs, se eu tiver conversando com mulher, ela é mais de ciúmes besta mesmo. ‘Você só quer saber dos seus amigos agora?!’, ela questiona quando marco algo com a galera. Enfim, são esses detalhes bobos. Nada demais.”Léo Santana Aspas (Foto: )

PATERNIDADE
“Desejo muito ter filhos. Quero ter três, como os meus pais. Eu tenho 30 anos e já sinto que estou na hora. Só que Lore fez 24. Ela está muito focada na carreira. Mas a gente tem que arranjar um tempinho para focar nisso. Graças a Deus, hoje em dia, cheguei a um patamar que dá para gente se policiar em relação ao volume de trabalho. A gente faz uma média de 25 shows por mês. Meu próximo passo é melhorar essa logística. Preciso de um jatinho particular. Não é por luxo. É totalmente necessário para um artista que faz em média 25 shows por mês. Tem que ter”
Léo Santana (Foto: Paulo Macedo Azevedo/ Ed. Globo)

HATERS
“Inverdades me tiram do sério. Antes, eu me incomodava muito. Batia boca, respondia. Chegou uma hora que eu deixei tudo de lado, porque eu vi que não tinha fim. A maturidade me fez perceber que essas coisas são bobas e não vale a pena eu me estressar. Agora quando é zoeira eu levo na esportiva. No lance da sunga, que fui zoado recentemente, eu fui o primeiro a tirar sarro. O Tirulipa me mandou mensagem e tudo. Eu não tinha visto o post, porque a gente estava em Fernando de Noronha e o sinal de celular lá não é legal. Eu fui vendo os prints das montagens sem entender. Aí, eu disse: ‘Quem postou essa foto? Aí, eu fui ver que foi a Lorena. Ela estava o tempo todo na praia nessa zoeira. Aí, eu postei uma foto sem camisa antes de dormir. E ela disse que era desnecessário. Eu apaguei.”Léo Santana Aspas (Foto: )

CUIDADOS COM O CORPO
“Hoje, eu não consigo mais malhar como antes. Eu tenho muito pouco tempo em Salvador. Eu fico em casa dois três dias na semana, no máximo. Não sou do tipo que fica fazendo exercício em hotel. Quando eu chego ao quarto, eu só quero dormir. Eu tenho boa genética também. A minha tendência é emagrecer. Mas eu tento me alimentar bem. Como muito pouca besteira. Não sou nada exagerado para comer e bebo álcool muito raramente. Tem uma fase assim, após o Carnaval que eu chute o balde mesmo. Aí tomo meus bons drinques. Me cuido muito. Sou vaidoso para caramba.”
Léo Santana (Foto: Paulo Macedo Azevedo/ Ed. Globo)

Léo Santana Aspas (Foto: )PATINHO FEIO
“Na minha fase de adolescência, a mulherada me achava engraçadinho, mas eu não pegava ninguém. Elas falavam: ‘Nossa, que rostinho bonitinho, com covinhas’. Mas fisicamente, eu era alto e muito magro. Nesse momento, eu não me achava muito legal. Entre os meus 14, 15 anos, eu já estava andando até meio curvado para não chamar muito atenção. Nessa época, meus amigos começaram a me zoar, me chamando de corcunda e isso abalou um pouco meu psicológico. Foi nessa época que eu comecei a malhar e não parei mais. E tomei amor pelo treino. Foi um momento que eu não curtia meu visual.”

SÍMBOLO SEXUAL
“Esse rótulo me incomodou por um bom tempo. Hoje, ele não me incomoda mais, porque teve um tempo que só saia notícias do Léo Santana falando sobre o meu corpo e não se falava muito em si da minha arte, da minha música. Só saia nota quando eu tirava a camisa em show e isso me incomodava. Eu estava muito focado em música, tentando acertar o meu som e só falavam do físico. Foi a partir daí que eu busquei mudar um pouco a minha imagem junto com meu escritório, investir no meu visual, figurinos grifados. Hoje em dia, as pessoas podem até me ver como um sex symbol, mas elas sabem que eu também tenho um repertório vasto e talento musical. Elas elogiam o meu show também. O que me incomodava, era eu ser resumido só ao meu corpo. Tudo que a gente mais preza é conseguir reconhecimento profissional.”

PRECONCEITO MUSICAL
“Eu vejo como uma grande vitória o meu sucesso, principalmente se tratando do pagode de Salvador, que é um gênero muito restrito, com muitas barreiras ainda a serem quebradas. Eu fico feliz em estar ajudando a quebrar essas barreiras, porque é um movimento periférico que repercutiu no mundo inteiro. A gente lutou muito para ter um respeito e uma valorização dessa música. Antigamente, chegávamos para fechar um show e dependendo do lugar tinha o preconceito de ser música de quebradeira da Bahia. A internet ajudou muito a democratizar isso. E isso trouxe uma maturidade e evolução artística muito grande para nós.”
Léo Santana (Foto: Paulo Macedo Azevedo/ Ed. Globo)
Léo Santana (Foto: Paulo Macedo Azevedo/ Ed. Globo)

CRISE DE IDENTIDADE
“Independentemente de ser artista, assumo que já errei muito com música. Na minha saída do Parangolé para a minha carreira solo, as coisas não aconteciam. Demorei um bom tempo para acertar. E você pode ser celebridade, ter milhões de seguidores, mas se a música não cai no gosto popular, não adianta que você não vende show. E o que dá o dinheiro e coloca o pão em casa é o show. Sei que tem muita gente que vive de rede social, mas eu enquanto artista ainda quero viver da minha música e usar a rede social para ajudar a divulgar o meu trabalho.”

A EMPRESA LÉO SANTANA
“Hoje em dia, tenho cerca de 100 funcionários no meu escritório, o Salvador Produções, trabalhando direta e indiretamente para mim. Cem famílias dependem do meu sucesso. Eu sinto essa responsabilidade. Quando eu era vocalista do Parangolé, não. Porque eu era contratado do escritório e vivia com o que eu ganhava para cantar. Agora, eu sou sócio e tudo leva o meu nome. É uma responsabilidade muito gigantesca. Mas, eu tenho uma equipe, que desculpa a expressão, é foda! Eles me dão todo o direcionamento para o meu trabalho e eu confio muito neles.”

DOMINAR O MUNDO
“Eu não me considero axé. Sou pagode baiano. Estou sempre acompanhando o que o mercado está consumindo. Se você ouvir meu som, não saberá distinguir o que ele é. Eu gravei pop com Gloria Groove, funk com Kevinho, forró com Wesley Safadão, sertanejo com Simone e Simaria. Estou por dentro de tudo. O artista não pode achar que ele conseguiu um sucesso e já conquistou o público. Não pode cair em comodismo. Ele tem que ficar o tempo pesquisando novos sons. Eu creio que o meu diferencial é esse. Lutei tanto para conquistar tudo que tenho até aqui e vou me acomodar?! Não, eu quero mais. Quero ganhar o mundo, ser igual ao Michael Jackson, a Beyoncé. São artistas que chegaram no topo, é onde eu quero chegar.”Léo Santana Aspas (Foto: )
Léo Santana (Foto: Paulo Macedo Azevedo/ Ed. Globo)

MERCADO INTERNACIONAL
“Pretendo construir uma carreira internacional a longo prazo. Eu já fiz vários shows na Europa e nos Estados Unidos. A minha gravadora, a Universal Music, está muito focada a ir para este lado latino, que é o que a Anitta, muito inteligente, fez. Eu sou muito fã da língua latina, do som. Eles querem muito que eu faça isso e eu me amarro. Só que não é aquele lance de focar agora na carreira internacional. Tem muito lugar no Brasil que o meu som ainda não chegou e eu teria que abrir mão de muita coisa aqui. Eu creio que será um caminho natural. De repente gravar um single fazendo um feat e não sair do país para esse investimento.”

ÍDOLOS
"Sou fã do Michael Jackson, eu tenho tudo dele, desde livros, CD’s e DVD’s. Eu envolvo até algumas coisas de break, black music no meu som, no meu movimento. Claro que eu não posso deixar de fazer a quebradeira e rebolar geral. Mas escuto muito Usher também. E esse é o tipo de som que eu ouço naturalmente no meu carro, em casa, treinando na academia. Eu amo a cultura black americana. Eu me identifico. É um som que me influencia muito.”

PROJETOS PARA 2019
“A gente tem o Baile da Santinha, que é um projeto anual, em termo de estrutura e climatização. Vamos ter shows completos de artistas do Brasil inteiro. Estamos comemorando três anos de sucesso, com mais de 20 mil pessoas em cada apresentação e somos considerados um dos maiores ensaios de Carnaval. O Carnaval, com o Bloco do Nana, que durante anos foi do Bell e agora é nosso. Também lançarei o feat. com o Thiaguinho, o com a Anitta também está andando bem. A gente só não está achando a canção. Eu quero mais nessa onda internacional que ela está indo, latina, e ela quer mais Brasil, com a minha cara. Vamos tentar achar um meio termo. Mas em 2019 essa parceria sai.”

Locação: Onix Beach Houses



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