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Brasil : SÓ POR KG
Enviado por alexandre em 23/04/2021 23:44:20

Pão Francês só pode ser vendido por quilo

Um dos protagonistas do café da manhã do brasileiro, depois do café preto, o pão francês deverá ser comercializado apenas por peso e não mais por unidade.

As determinações constam de uma portaria do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) publicada nesta sexta-feira (23), no Diário Oficial da União (DOU) e começará a valer a partir de 1° de junho.

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De acordo com a portaria, o preço do quilo do produto deverá ser afixado próximo ao balcão de venda, em local de fácil visualização pelo consumidor, além de ser grafado com dígitos de pelo menos 5 centímetros de altura.

Outro critério estabelecido é acerca da balança a ser utilizada, que deverá ter um medidor com divisão igual ou menor a cinco gramas, além da indicação de peso e preço a pagar.

Brasil : COPA BRASIL 2021
Enviado por alexandre em 23/04/2021 23:41:08

Definidos os confrontos da terceira fase,veja os duelos

A CBF (Confederação Brasileira de Futebol) sorteou nesta sexta-feira os confrontos da terceira fase da Copa do Brasil. O Palmeiras, atual campeão, encara o CRB.

 

Destaque também para o clássico entre Ceará e Fortaleza e para dois duelos entre clubes de Série A: Fluminense x Red Bull Bragantino e Corinthians x Atlético-GO.

 

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Veja quem enfrenta quem:

 

Santos x Cianorte-PR


Bahia x Vila Nova


Palmeiras x CRB


São Paulo x 4 de Julho-PI


Fluminense x Red Bull Bragantino


Ceará x Fortaleza


Grêmio x Brasiliense


América-MG x Criciúma


Athletico x Avaí


Atlético-MG x Remo


Corinthians x Atlético-GO


Internacional x Vitória


Cruzeiro x Juareirense-BA


Chapecoense x ABC-RN


Flamengo x Coritiba


Vasco x Boavista-RJ

 

Nesta etapa, entram 12 novos times: os oito classificados para a Libertadores (Atlético-MG, Grêmio, Flamengo, Fluminense, Inter, Palmeiras, Santos, São Paulo), o nono colocado do Brasileirão (Athletico) e os campeões da Série B (Chapecoense), da Copa do Nordeste (Ceará) e da Copa Verde (Brasiliense).

 

Não há saldo qualificado. Os classificados para a próxima fase terão os novos confrontos definidos também por sorteio.

 

Grana alta


Não é só a taça que está em jogo na Copa do Brasil. A competição também é garantia de grana alta para quem avançar às fases finais. O campeão pode garantir uma bolada de R$ 73,6 milhões. Veja abaixo a divisão dos valores, de acordo com cada fase.

 

Primeira fase (já realizada): de R$ 560 mil a R$ 1,15 milhão, dependendo do time


Segunda fase (já realizada): de R$ 675 mil a R$ 1,35 milhão, dependendo do time


Terceira fase: R$ 1,7 milhão


Oitavas de final: R$ 2,7 milhões


Quartas de final: R$ 3,45 milhões


Semifinais: R$ 7,3 milhões


Vice-campeão: R$ 23 milhões


Campeão: R$ 56 milhões


Todos os campeões


Veja os times que já conquistaram a Copa do Brasil:

 

Cruzeiro: seis títulos (1993, 1996, 2000, 2003, 2017 e 2018)


Grêmio: cinco títulos (1989, 1994, 1997, 2001 e 2016)


Palmeiras: quatro títulos (1998, 2012, 2015 e 2020)


Corinthians: três títulos (1995, 2002 e 2009)


Flamengo: três títulos (1990, 2006 e 2013)


Athletico: um título (2019)


Atlético-MG: um título (2014)


Criciúma: um título (1991)


Fluminense: um título (2007)


Inter: um título (1992)


Juventude: um título (1999)


Paulista: um título (2005)


Santo André: um título 2004)


Santos: um título (2010)


Sport: um título (2008)

 

Vasco: um título (2011)

 

Fonte: GE


Eliminatórias da Copa do Mundo serão retomadas em junho, diz Conmebol

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Foto: Reprodução

Jogos ocorrerão antes de 13 de junho, quando começa a Copa América

Duas rodadas das Eliminatórias Sul-Americanas da Copa do Mundo serão disputadas "nos dias antes da Copa América" começar em 13 de junho, anunciou a Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol) nesta sexta-feira (23).

 

Nenhuma rodada da eliminatória sul-americana do Mundial do Catar de 2022 acontece desde novembro do ano passado, e duas rodadas de partidas agendadas para março foram adiadas devido à pandemia de covid-19.

 

A Conmebol não informou datas exatas para as partidas de junho, mas a Copa América começa na Argentina em 13 de junho e termina na Colômbia no dia 10 de julho.

 

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A Conmebol também disse que as duas rodadas de jogos cancelados de março serão disputadas perto de datas já marcadas em setembro, outubro e novembro.

 

"Estão previstos três jogos consecutivos, e a Conmebol pediu à Fifa três dias adicionais para que os jogadores tenham um período de recuperação adequado", disse a organização em um comunicado.

 

 

 

Dirigentes da Conmebol tomaram a decisão depois de se encontrarem com o presidente da Fifa, Gianni Infantino.

 

Fonte: Agência Brasil


Brasil : FUTEBOL VACINADO
Enviado por alexandre em 23/04/2021 00:01:28

Conmebol anuncia chegada de vacinas para o futebol na próxima quarta-feira

Imunizante doado pela Sinovac será utilizado em jogadores, comissões técnicas e arbitragem de torneios sul-americanos

Adalberto Leister Filho, da CNN em São Paulo

Bola de futebol, Covid-19
Bola de futebol ao lado de seringa e ampola em alusão à vacina para Covid-19
Foto: Fernando Moreno/AGIF/Estadão Conteúdo

A Conmebol (Confederação Sul-Americana de Futebol) anunciou que um lote de 50 mil vacinas contra a Covid-19 fabricadas pela Sinovac Biotech chegarão ao Uruguai na próxima quarta-feira (28).

Essas vacinas, conforme anúncio já feito pela entidade, serão utilizadas para imunizar a comunidade do futebol das 10 federações filiadas a ela (Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Equador, Paraguai, Peru, Uruguai e Venezuela). A partir da chegada do lote, haverá a distribuição do produto aos países seguindo as “normas legais e sanitárias vigentes” em cada local de acordo com a Conmebol.

A vacinação vai começar entre os jogadores que disputarão a Copa América e os que participam dos torneios continentais (Libertadores e Copa Sul-Americana) do masculino e feminino. Também serão imunizadas as comissões técnicas, a arbitragem e o pessoal que trabalha nas partidas.
“É importante destacar que a vacina não é obrigatória de nenhum modo e o jogador que não queira se imunizar não será penalizado nem excluído das competições”, afirmou a Conmebol através de sua assessoria de imprensa.

A iniciativa da Conmebol é polêmica porque os protocolos de cada país geralmente estabelecem grupos prioritários para recebimento das vacinas, começando por idosos, pessoas com comorbidades e profissionais de saúde que estejam na linha de frente do combate à pandemia.

Para a Conmebol, a iniciativa de receber as 50 mil doses doadas pela Sinovac Biotech não infringe a fila da vacina, já que esse lote teria sido fabricado para este fim. “Isso quer dizer que de nenhum modo se trata de vacinas que estavam destinadas a outro objetivo.

A vacinação empreendida pela Conmebol representa uma contribuição importante para as campanhas de imunização feitas pelos distintos governos, já que o benefício chegará não só a jogadores, técnicos e árbirros, mas também de forma indireta a seus familiares”, afirmou a Conmebol.

Os responsáveis pela diretoria jurídica e o departamento médico de cada federação nacional vão se reunir de maneira online com a Conmebol para deliberar a distribuição das vacinas.

Segundo a entidade que comanda o futebol na América do Sul, o protocolo de vacinação e os procedimentos a serem seguidos vão ser analisados nesta sexta-feira pelo Conselho da Conmebol.

Brasil : CERVEJA
Enviado por alexandre em 22/04/2021 23:38:26

Como a cerveja se tornou popular no Brasil

A chegada ao nosso país, o nascimento das grandes marcas, o surgimento das cervejas artesanais, o brinde típico na mesa de bar que sela o final de expediente. Todas essas histórias são contadas abaixo. Um brinde!

(Foto: Getty Images)

Colaborou: Daniela Caravaggi

“Esse costume foi se intensificando ao longo dos anos. Os brasileiros se expressam de uma forma muito intensa, utilizando as mãos, contando suas histórias e compartilhando momentos de forma expansiva. O consumo de cerveja em bares, junto com petiscos que não necessitam de talheres para serem consumidos, facilitou essa liberdade na forma de se expressar. O clima tropical e a ideia de consumir as cervejas bem mais frias – vinda depois da Segunda Guerra Mundial – também contribuíram para que esse hábito estivesse cada vez mais presente no país”, analisa Edu Passarelli, professor do Instituto da Cerveja.

A chegada da cerveja ao Brasil
De acordo com Ronaldo Morado, cervejólogo e autor do livro “Larousse da Cerveja”, a paixão nacional pela bebida levou alguns anos para se popularizar. No século XVII, uma expedição holandesa desembarcou no Nordeste do Brasil pela Companhia das Índias Ocidentais. Sua comitiva trazia cientistas e artistas, que abriram vários empreendimentos na região de Pernambuco, entre eles a primeira cervejaria do Brasil. Em 1654, quando os holandeses deixaram o país, a cerveja foi com eles. Nada ficou aqui e todos os equipamentos e receitas foram levados pela expedição, o que apagou por um longo período a bebida da memória dos brasileiros.

Ainda segundo os registros da época, com a fuga da Família Real para o Brasil e a abertura dos portos da colônia em 1808, as atividades cervejeiras foram retomadas por aqui.

“Elas, entretanto, eram produzidas de forma artesanal, pelas mãos de imigrantes alemães e holandeses, que faziam essa produção caseira para consumo próprio. Não havia atividade industrial. Os ingredientes utilizados nessa produção também eram outros. O lúpulo e a cevada, que teriam de ser importados, não estavam na composição à época. O que se sabe é que insumos como arroz, milho, trigo eram utilizados”, explica Passarelli.

As grandes marcas e diferentes opções
Em 1850, pequenas cervejarias começaram suas atividades. A primeira registrada foi a Bohemia, em 1853. O ano de 1888, entretanto, é considerado um marco para esse mercado no país. Foi quando as duas maiores cervejarias surgiram quase simultaneamente no Brasil. Enquanto no Rio de Janeiro foi criada a Cia Cervejaria Brahma, em São Paulo nascia a Antarctica – anos depois as duas se fundiriam para criar a Ambev, maior produtora do país, que só cresceu de lá pra cá. Hoje, a empresa engloba diversas marcas da bebida, sendo uma das grandes referências do segmento.

Se você for a qualquer mercado hoje, encontrará inúmeras opções da bebida. São diferentes rótulos, marcas, estilos que fazem brilhar os olhos daqueles que amam uma cerveja. Mas a dúvida que fica é: qual é a melhor? O que é uma boa cerveja? Qual a diferença entre uma cerveja artesanal e uma comercial/industrial?

A sommelière de cerveja Bia Amorim, que atua há mais de dez anos no mercado, faz sua análise:

Bia Amorim trabalha no mercado cervejeiro há mais de 10 anos (Foto: arquivo pessoal)

“A conotação do que é bom ou é ruim é muito ampla. É bom para quem? Em qual ocasião? No Brasil, não temos uma descrição oficial do que é uma cerveja artesanal. É muito delicado a gente colocar as cervejas comerciais no papel de vilãs. O nosso imaginário afetivo, de tomar uma cerveja trincando de gelada, vem das festas, da casa dos avós, de comemorações, e essas cervejas são daquelas marcas conhecidas. Isso não quer dizer que é ruim ou bom, é só uma questão de objetivo e do que a pessoa busca ao tomar aquela bebida”, ressalta.

Mas falando especificamente sobre qualidade: segundo a sommelière, os pontos principais que devem ser levados em conta são as matérias primas e a técnica utilizadas na produção da cerveja. “O mercado, hoje, é desigual. Faltam melhores políticas para as cervejarias menores, e as grandes acabam surfando melhor algumas ondas. No fundo, é tão complexo como qualquer outro mercado. Como sommelière, consumir produtos daquelas empresas que têm os mesmos valores que os meus”, completa.

Cervejarias artesanais
Essa onda, entretanto, começou a pegar no Brasil, de fato, recentemente, apesar de seu conceito já

A Trilha Cervejaria é reconhecida pela inventividade, diversidade em estilos da bebida, produtos de alta complexidade, ousadia e pelo trabalho com ingredientes nacionais (Foto: divulgação)

circular no país há muitos anos. A Colorado, marca que hoje pertence à Ambev, por exemplo, foi uma das pioneiras. Criada em 1996 em Ribeirão Preto, sempre apostou em ingredientes nacionais em suas cervejas, como mandioca, café e rapadura. Os diferentes rótulos fizeram com que o inusitado virasse tradição, abrindo portas para que outras cervejarias desenvolvessem esse processo, priorizando a qualidade do que é entregue ao consumidor final.

Já a Eisenbahn foi criada em 2002, em Blumenau (SC), pela família Mendes. Nasceu com o objetivo de democratizar o acesso às cervejas artesanais e ser porta de entrada a esse universo para o público em geral. A marca produz seus rótulos de acordo com a Lei Alemã da Pureza (1516) e já recebeu mais de 100 prêmios internacionais, além dos inúmeros prêmios nacionais.

“O segmento mostra potencial há algum tempo e começou a desabrochar a partir da evolução do paladar do brasileiro, que aconteceu por volta de 2010, por introdução de cervejas Pilsen com um perfil mais marcante, como o do líquido de Heineken, por exemplo. A partir daí, o segmento segue uma tendência de democratização similar à ocorrida com outras categorias, como vinhos”, diz Karina Pugliesi, gerente de marketing da Eisenbahn.

“Nesse contexto de pandemia, as cervejas artesanais se mostraram uma opção para os momentos de isolamento dentro de casa. O consumidor passou a buscar mais esse segmento de produtos e se interessar por temas relacionados a ele. Eisenbahn, hoje, desponta como uma das principais marcas do segmento e está constantemente gerando conteúdos para desmitificar esse universo para os consumidores”, completa.

Hoje, só em São Paulo, são mais de mil cervejarias que trazem o conceito “artesanal”. Algumas delas são mais personalizadas, com produção em menor escala – o que está entre as características consideradas fundamentais por muitos na fabricação de uma cerveja artesanal. Uma delas é a Trilha, dos sócios Daniel Bekeierman e Beto Tempel.

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Consumidores e apaixonados por cerveja, perceberam uma discrepância muito forte em termos de qualidade do que estava sendo bebido lá fora e resolveram desenvolver uma ideia própria aqui no país.

“Começamos a observar o comportamento do consumidor e os modelos de negócios aplicados no exterior. As cervejarias tinham verdadeiras comunidades, as cidades tinham orgulho de ter um lugar desses fornecendo um produto de qualidade diretamente ao consumidor final. Sempre enxergamos em São Paulo essa grande oportunidade e começamos a colocar em prática. Depois de 11 meses, conseguimos lançar nossa primeira receita”, conta Daniel.

Desde 2016, a cervejaria é reconhecida pela inventividade, diversidade em estilos da bebida, produtos de alta complexidade, ousadia e pelo trabalho com ingredientes nacionais, como frutas, café, cacau, entre outros. A aposta é em lotes pequenos, sempre frescos, nunca pasteurizados, e em uma frequência de lançamentos de rótulos novos ou sazonais – um a cada semana.

“O mercado da cerveja artesanal não chega nem aos 3% do nacional. Lá fora, ele já está na casa dos 15%, 20%. Estamos atrasados em cerca de 20 anos, na minha visão. Mas acredito que é uma mudança de hábito de consumo. As pessoas estão prestando cada vez mais atenção no que estão consumindo”, analisa.

“Na nossa concepção, a cerveja artesanal é quando ela é produzida com uma visão de produto, não de mercado. É um negócio tocado por apaixonados por aquilo que é feito, não por executivos. É pensar sensorialmente na cerveja e se questionar sempre: qual sentimento o que eu faço vai transmitir?”, explica.

Sem nunca abrir mão da entrega pela qualidade, a Trilha também se preocupa em estar presente em todas as etapas da cadeia, até o consumidor final. “As cervejas são sempre entregues refrigeradas ao cliente. Se eu não tenho essa possibilidade, não entrego”, enfatiza Daniel. As cervejas da Trilha são distribuídas para o Brasil inteiro nesse formato.

A Bierteria, no Rio de Janeiro, é um outro exemplo de como a inovação e preocupação com a experiência e produto final fazem a diferença nesse mercado. A cervejaria alternativa virou febre na Cidade Maravilhosa e desenvolve rótulos criativos para todos os gostos, com muito humor.

A paixão do casal Dalmo Marcolino e Marília Loiola por cerveja e as inúmeras tentativas de chegar a receitas que trariam sensações diferentes aos seus consumidores fizeram com que o foco fosse desenvolver rótulos que retratam o cotidiano com bom humor, sem obrigações.

“Criamos conceitos e desenvolvemos a ideia. A cerveja “DR”, por exemplo, foi o primeiro rótulo da linha ‘Casal Lupulado’. Partimos do princípio de que uma DR não precisa ser ruim e chata, pode ter um aroma maravilhoso e sabor melhor ainda. Outra em que brincamos dentro dessa ideia maior foi o rótulo ‘Rotina’, que não precisa ser ruim e pode reservar grandes surpresas. São cervejas de diferentes estilos, que fazem com que a experiência seja divertida e gostosa”, conta Dalmo.

A cervejaria alternativa Bierteria fica no Rio de Janeiro e tem mudado seu modelo de negócios por conta da pandemia (Foto: divulgação)

Ela, que nasceu em um modelo cigano – em que os cervejeiros alugavam espaço de uma fábrica para produzir sua própria cerveja –, teve de repensar sua estratégia de negócio com a pandemia. Sempre ligada ao mundo das criptomoedas, a cervejaria foi a pioneira ao vender pela primeira vez uma cerveja com pagamento por bitcoin. Agora, tem o grande objetivo de distribuir suas receitas para que qualquer fábrica do mundo possa produzir suas bebidas.

“O projeto ainda está em fase inicial, mas a ideia é que qualquer cervejaria possa comprar as nossas receitas, como se fosse uma música. Assim, teria o direito de usar a composição, bem como o rótulo. É uma forma de inovar e superar os desafios que a pandemia tem gerado”, ressalta.


Brasil : A FOME
Enviado por alexandre em 22/04/2021 08:44:51

De volta ao infame Mapa da Fome

Estudo do instituto de estudos latino-americanos na Alemanha aponta que em dezembro de 2020 a insegurança alimentar atingiu 59% dos domicílios brasileiros, sendo 15% em situação grave, a fome propriamente dita. Em 2013, 3,6% passavam fome

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(Imagem: Agência Brasil)

André Luiz Passos Santos*, Brasil Debate

Pesquisa recentemente divulgada, realizada por um grupo multidisciplinar de pesquisadores brasileiros do núcleo Food for Justice – Power, Politics and Food Inequality in a Bieconomy, do Instituto de Estudos Latino-Americanos da Freie Universität Berlin (IELA-FUB), da Alemanha, em conjunto com pesquisadores da UFMG e da UnB[1], demonstra, através de entrevistas com cerca de 2.000 pessoas, realizadas no período de agosto a dezembro de 2020, que a insegurança alimentar se agravou de forma alarmante no Brasil.

A segurança alimentar é assim classificada pelo IBGE:

1. Segurança alimentar: Quando a família/domicílio tem acesso regular e permanente a alimentos de qualidade, em quantidade suficiente, sem comprometer o acesso a outras necessidades essenciais;

2. Insegurança alimentar leve: Quando há preocupação ou incerteza quanto ao acesso aos alimentos no futuro; qualidade inadequada dos alimentos resultante de estratégias que visam a não comprometer a quantidade de alimentos;

3. Insegurança alimentar moderada: Quando há redução quantitativa de alimentos entre adultos e/ou ruptura nos padrões de alimentação resultante da falta de alimentos entre os adultos;

4. Insegurança alimentar grave: Redução quantitativa de alimentos também entre as crianças, ou seja, ruptura nos padrões de alimentação resultantes da falta de alimentação entre todos os moradores, incluindo as crianças. Nessa situação, a fome passa a ser uma experiência vivida no domicílio.

A pesquisa destaca que a insegurança alimentar no Brasil, que alcançou seu nível mínimo histórico na PNAD 2013 (22,6% dos domicílios em situação de insegurança alimentar, de qualquer nível de gravidade), já havia crescido para 36,7% dos domicílios brasileiros, conforme constatado pela POF 2017/2018, bem antes, portanto, do início da pandemia.

Outros estudos vêm demonstrando que a situação da fome no país já se agravava mesmo desde antes de 2016, agravamento esse que se acentuou com a ascensão de Michel Temer e sua Ponte para o Futuro ao poder. O fim da política de valorização real do salário mínimo; a precarização do emprego em função da reforma trabalhista; o crescimento do desemprego; os cortes nas políticas de mitigação da fragilidade social e, por último, mas nem de longe menos importante, os cortes orçamentários impostos pelas políticas de austeridade fiscal, que atingem mais fortemente a parcela mais desfavorecida da população; agravaram a depressão econômica que já se manifestava desde fins de 2014, e da qual o país ainda não logrou sair, o que vem provocando o aumento de desigualdade e trazendo de volta a milhões de lares brasileiros o espectro da fome.

O Brasil havia deixado o infame Mapa da Fome das Nações Unidas em 2013, quando logrou alcançar o percentual de apenas 3,6% dos brasileiros em situação de insegurança alimentar grave – ou simplesmente fome. Uma conquista espetacular, que desafortunadamente foi menos celebrada pela mídia e pela sociedade do que uma façanha deste quilate mereceria. O IBGE confirmou que, em 2018, voltamos a ter 5% da população em estado de fome, índice que nos reinclui no rol dos desafortunados do mundo.

Desde que a FAO-ONU publica o Indicador de Prevalência de Subalimentação, há pouco mais de 50 anos, somente durante o curto período de 2013 a 2017 o país – ironicamente, um dos maiores produtores de alimentos do mundo – esteve fora daquela vergonhosa relação dos países com 5% ou mais de sua população padecendo de fome.

O estudo do IELA-FUB aponta que, em dezembro de 2020, a insegurança alimentar atingiu 59,4% dos domicílios brasileiros. 31,7% estão em situação de insegurança alimentar leve, 12,7% moderada e aterradores 15% em situação de insegurança alimentar grave – a fome propriamente dita.

Analisada a porcentagem de domicílios em situação de insegurança alimentar por região do país, vê-se que algum tipo de carência alimentar alcança 51,6% dos lares da região Sul; 53,5% das famílias da região Sudeste; 54,6% dos moradores em domicílios da região Centro-Oeste; 67,7% dos domicílios da região Norte e impressionantes 73,1% dos domiciliados na região Nordeste. A insegurança alimentar grave, faceta mais perversa desse enredo, atinge em cheio 29,2% dos lares nortistas e 22,1% dos nordestinos.

O recorte em domicílios situados em áreas rurais, rurais e urbanas e áreas urbanas, que deve ser tomado com os cuidados devidos em razão de conhecidas distorções neste tipo de classificação em virtude dos interesses arrecadatórios dos municípios, conforme amplamente discutido pelos estudiosos da demografia brasileira, o estudo constata que a insegurança alimentar grave chega a 27,3% dos lares rurais, em comparação com 16,9% em áreas rurais e urbanas e 13,1% dos domicílios urbanos. A fome está presente em 16,1% dos lares em cidades com menos de 20 mil habitantes, e em 14,9% dos domicílios situados em municípios com mais de 20 mil habitantes.

Analisando a clivagem por sexo, nos casos em que apenas um morador do domicílio é responsável por prover a família, vimos que se o chefe da família é homem, a fome atinge 13,3% dos lares, enquanto os lares providos por mulheres chegam à cifra de 25,5% em situação de fome, quase o dobro do índice dos lares mantidos por homens. Se o recorte leva em consideração a raça ou cor do único responsável pelo domicílio, constata-se que 48,9% dos lares chefiados por brancos possuem algum nível de insegurança alimentar, índice que sobe para 66,8% se o provedor da família é preto e para 67,8% se o responsável é pardo.

No caso da fome, o estudo apurou que 23,4% dos domicílios sob o encargo de pretos e 18,9% dos domicílios chefiados por pardos estão na grave situação em que todos os membros da família, incluídas as crianças, estão desprovidos de alimentos na quantidade e qualidade necessárias.

Ao analisarmos os recortes por idade, constatamos que os lares onde vivem pessoas com 60 anos de idade ou mais são os menos atingidos pela insegurança alimentar: 58,4% – comprovando o impacto positivo da aposentadoria sobre a pobreza -, enquanto a pior situação é encontrada nos lares com crianças de até 4 anos: inacreditáveis 70,7%.

Com base na PNAD-COVID, o estudo constata que 63,3% dos entrevistados que receberam Auxílio Emergencial utilizaram os recursos para comprar comida, e 27,8% para pagar contas básicas e dívidas. A insegurança alimentar atingiu 43,4% dos lares onde nenhum morador recebeu Auxílio Emergencial, sendo apenas 7,4% deles em situação de fome. Essa situação é dramaticamente maior nos lares onde alguém recebeu o Auxílio Emergencial: 74,1% experimentam algum nível de carência, sendo que 21,9% desses domicílios vivem restrições alimentares de natureza grave.

Os domicílios com os maiores níveis de insegurança alimentar foram os de beneficiários do Bolsa Família: 88,2%. Entre os lares de beneficiários do Auxílio Emergencial, a insegurança alimentar alcançou 74,1%, sendo o índice de insegurança alimentar de 56,4% dos lares que contavam com aposentadorias.

Os índices de consumo de alimentos processados, ricos em gorduras e açucares, de menor custo, aumentaram, sendo reduzido o consumo de alimentos saudáveis, como frutas, legumes, laticínios e carne. Nesse caso, o duplo efeito da perda de renda e da alta inflação de alimentos conduziu a esse resultado: o ovo passou a ser a principal fonte de proteínas nos lares em situação de insegurança alimentar. Tal situação é mais grave entre os adultos, que em muitos casos empobrecem a qualidade de sua alimentação na tentativa de preservar a saúde e a qualidade nutricional de suas crianças.

Como conclusão, podemos estimar, com muita preocupação, que a situação seguramente se agravou no primeiro trimestre de 2021, visto que a pesquisa foi realizada na vigência do Auxílio Emergencial de 2020. Embora seu valor tenha sido reduzido à metade no quarto trimestre do ano, a pesquisa mostra que a sua concessão atenuou os impactos da perda de renda durante a pandemia, o que se torna mais claro se os domicílios com beneficiários do Auxílio Emergencial são comparados com a situação dos domicílios beneficiados pelo programa Bolsa Família.

Leia também: As perigosas mudanças no Cadastro Único e o retorno do Brasil ao Mapa da FomeS

O retorno do Auxílio Emergencial no segundo trimestre de 2021, conforme a autorização concedida pelo Legislativo, será limitado a 44 bilhões de Reais de custo total em 2021, enquanto pagou quase 388 bilhões de Reais em 2020. Isto já bastaria, sem maiores detalhamentos, para demonstrar cabalmente que o impacto do novo Auxílio Emergencial será consideravelmente menor no combate à insegurança alimentar, porque o valor, o prazo de concessão e o número de beneficiários foram reduzidos.

A tendência clara é de aprofundamento da fome entre os mais severamente atingidos pelo desastre econômico – os informais, os “empreendedores de si mesmos”, os desempregados, os desalentados -, ao menos durante o primeiro semestre de 2021. O retorno do Auxílio Emergencial foi tardio e insuficiente [2].

Ademais, por variadas causas, o preço dos alimentos tem subido consideravelmente acima da inflação oficial, que de alguma forma baliza os dissídios dos trabalhadores formais. Estes, especialmente os de menor remuneração, também estão sendo atingidos por algum nível de insegurança alimentar. Mesmo os lares sustentados por aposentados – menos atingidos hoje pela insegurança alimentar – sofrerão mais no futuro, em razão dos impactos da reforma da previdência, que dificulta a concessão e reduz o valor dos benefícios, chegando em alguns casos a repor apenas 50% do salário médio de contribuição sob a forma de benefício previdenciário.

Somem-se a isso os efeitos da política de austericídio, que insiste em cortar o orçamento fiscal para garantir folga para o pagamento de juros aos detentores da dívida pública.

Diversos estudos, feitos por pesquisadores do Instituto de Economia da UNICAMP [3] e também de outros centros de estudos, vêm demonstrando os impactos perversos dessa política de busca do equilíbrio fiscal e da estabilidade de preços a qualquer custo sobre a parcela mais frágil da população, que o estudo do IELA-FUB aponta que vem crescendo e se empobrecendo ainda mais, de forma avassaladora.

Estamos contratando uma maior pressão sobre os gastos com saúde no futuro imediato, em razão do empobrecimento da dieta e do avanço da fome sobre uma parcela tão grande da população, com ênfase nas crianças na mais tenra infância: quase 60% dos domicílios brasileiros experimentavam alguma restrição no acesso a alimentos na quantidade e qualidade necessárias no fim de 2020, situação essa que seguramente se agravou nos meses seguintes.

A desídia do governo federal no combate à pandemia e o atraso e a insuficiência do novo Auxílio Emergencial estão deixando mais de uma centena de milhões de brasileiros diante de uma Escolha de Sofia: enfrentar o risco de morrer de fome ou morrer sufocado nas filas dos prontos socorros públicos sucateados pelos cortes orçamentários e superlotados.

O estudo coordenado pelo Instituto de Estudos Latino-Americanos da Freie Universität Berlin não deixa dúvidas quanto à natureza devastadora e à verdadeira face da fome no Brasil: ela é mulher e criança ainda na primeira infância; preta e parda; nortista e nordestina.

Estarão questões como regras fiscais, estabilidade macroeconômica de curto prazo e os interesses do mercado financeiro acima do bem-estar e da vida de parcela tão esmagadoramente significativa dos cidadãos?

*André Luiz Passos Santos é economista, mestre em História Econômica pela USP e doutorando no IE/ UNICAMP

Citações

[1] GALINDO, E. et al. Efeitos da pandemia na alimentação e na situação de segurança alimentar no Brasil. Working Papers Series nº 4, IELA – Freie Universität Berlin: Berlin, 2021. Disponível em https://www.lai.fu-berlin.de/en/forschung/food-for-justice/publications/Publikationsliste_Working-Paper-Series/Working-Paper-4/index.html, consulta em 13 ABR 2021.

[2] BASTOS, P., PETRINI, G. e DOURADO, L. Ação tardia, inação precoce, nova ação tardia. O PIB da pandemia e o cenário pessimista para 2021. Nota 17 do Centro de Estudos de Conjuntura e Política Econômica do Instituto de Economia da Unicamp: Campinas, abr. 2021. Disponível em https://www.eco.unicamp.br/noticias/nota-17-do-centro-de-estudos-de-conjuntura-e-politica-economica-cecon.

[3] ROSSI, P., DWECK, E. e OLIVEIRA, A. (orgs.). Economia para poucos: impactos sociais da austeridade e alternativas para o Brasil. Autonomia Literária: São Paulo, 2018.

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