« 1 ... 368 369 370 (371) 372 373 374 ... 998 »
Brasil : AMAZÔNIA
Enviado por alexandre em 24/07/2021 01:26:17

2,5 bilhões de árvores e cipós morreram em seca e incêndio
  • Juliana Gragnani - @julianagragnani
  • Da BBC News Brasil em Londres
Queimada de floresta amazônica ao lado da BR 163 no Pará mostra grande número de árvores mortas (ou seja, aquelas sem folhas) como resultado dos incêndios

Crédito, Marizilda Cruppe/Rede Amazônia Sustentável

Legenda da foto,

Queimada de floresta amazônica ao lado da BR 163 no Pará deixou grande número de árvores mortas (na imagem, sem folhas e esbranquiçadas)

A intensa seca e os incêndios florestais que atingiram a Amazônia em 2015 e 2016 mataram ao menos 2,5 bilhões de árvores e cipós em apenas uma pequena parte da floresta, descobriram pesquisadores.

Cientistas das Universidades de Oxford e Lancaster, no Reino Unido, e da Embrapa, ao lado de pesquisadores de outras instituições brasileiras e estrangeiras, examinaram a região que foi epicentro dos efeitos do El Niño na Amazônia: o Baixo Tapajós.

O El Niño é um fenômeno climático que envolve um aquecimento incomum do Oceano Pacífico. Em 2015 e no início de 2016, provocou efeitos devastadores em diferentes regiões do mundo—- na Amazônia, houve redução de chuvas e intensa seca em uma mata que normalmente é úmida, além de favorecer a disseminação de fogos causados por humanos.

A área analisada pelos pesquisadores fica na região da cidade de Santarém, no Pará, e tem 6,5 milhões de hectares — maior que os Estados de Alagoas e Sergipe juntos. Essa "pequena" parte onde morreram bilhões de árvores representa apenas 1,2% da Amazônia brasileira.

Uma floresta amazônica que foi queimada durante o El Niño de 2015

Crédito, Erika Berenguer/Divulgação

Legenda da foto,

Floresta afetada pela seca e fogos na região de Santarém durante o El Niño em 2015

Os pesquisadores também calcularam quanto carbono foi liberado na atmosfera em consequência da morte dessas bilhões de árvores: 495 milhões de toneladas de CO² — valor maior que o liberado pela floresta em um ano inteiro de desmatamento. E descobriram ainda que as árvores continuaram a morrer e a liberar mais carbono na atmosfera por causa da seca provocada pelo El Niño anos depois do fenômeno climático.

O estudo "Tracking the impacts of El Niño drought and fire in human-modified Amazonian forests" (monitorando os impactos da seca e incêndios do El Niño em florestas amazônicas com interferência humana) foi publicado nesta segunda (19/7) no periódico científico PNAS (Proceedings of the National Academy of Sciences of the United States of America).

Como monitorar tantas árvores?

Desde 2010, pesquisadores monitoram 21 parcelas de terra da Floresta Amazônica espalhadas com até 100 km de distância umas das outras na região do Baixo Tapajós.

Em 2015, observando a extrema seca causada pelo El Niño, resolveram verificar como o fenômeno impactaria as plantas daquela região.

Autora principal do estudo, Erika Berenguer, medindo árvores em uma floresta amazônica queimada durante o El Niño de 2015

Crédito, Marizilda Cruppe/Rede Amazônia Sustentável

Legenda da foto,

Autora principal do estudo, Erika Berenguer, monitora árvores em uma floresta amazônica queimada durante o El Niño de 2015

Eles já tinham mapeado 6.117 delas — "como num jogo de batalha naval", explica a bióloga Erika Berenguer, das universidades de Oxford e Lancaster e autora principal do estudo. Cada árvore era registrada em quadrantes diferentes, com seu "X" e "Y" correspondente para facilitar sua identificação.

Ao longo de três anos, entre outubro de 2015 e outubro de 2018, os pesquisadores voltaram trimestralmente para cada uma daquelas 21 parcelas de terra e verificavam árvore por árvore para saber qual havia sido seu destino.

As árvores morrem pela seca ou pelo fogo causado por humanos. E esse fogo, por sua vez, pode ter diferentes origens. Uma delas, talvez a mais conhecida, é o desmatamento. Depois de derrubadas as árvores, o fogo é colocado para se livrar da floresta no chão. Outras origem são seu uso para a limpeza de pasto na Amazônia ou para incorporar os nutrientes da vegetação no solo — uma prática antiga que, no entanto, é afetada negativamente pela seca que deixa a paisagem mais inflamável.

Esses fogos controlados podem escapar da área designada e entrar dentro de áreas de floresta. Em um período de seca, isso é perigoso.

Um incêndio florestal durante o El Niño de 2015

Crédito, Erika Berenguer/Divulgação

Legenda da foto,

Incêndios florestais na Amazônia são feitos de fogos bem pequenos, com chamas de 30 cm de altura que se movem muito devagar durante dias e dias de queima

"A Amazônia é muito úmida. Normalmente esse fogo, se escapasse, morreria, igual fogo em um pedaço de pano molhado", explica Berenguer. Mas como, no período analisado por cientistas, o clima estava muito seco — foram oito meses de seca — "o fogo, quando escapava, entrava na floresta". "Ela estava como um pano seco parado no sol."

São fogos bem pequenos, com chamas de 30 cm de altura, e que se movem muito devagar durante dias e dias de queima. "É lerdo e de baixa intensidade. Mas quando cobre grandes áreas, fica difícil de apagar", diz a pesquisadora. Além disso, é difícil de ver, porque as árvores são altas. Sua fumaça, sim, é visível.

Então, pesquisadores voltavam para aquelas parcelas de mata para ver se as árvores haviam morrido. É possível descobrir se uma árvore na Amazônia morreu de acordo com diferentes fatores.

"Se não tem folha, é um sinal que já está morta, já que a maioria das árvores na Amazônia não perdem folhas em partes do ano", explica Berenguer. Outra técnica: fazer um corte com um facão. "Você tira um pedaço da casca para ver se ela está seca ou não."

Autora principal do estudo, Erika Berenguer, em uma floresta amazônica recentemente queimada durante o El Niño de 2015

Crédito, Jos Barlow/Divulgação

Legenda da foto,

Entre outubro de 2015 e outubro de 2018, pesquisadores voltavam trimestralmente para 21 parcelas de terra e verificavam árvore por árvore

Ela explica que, diferentemente de outros biomas, a Amazônia não evoluiu com o fogo. "As árvores não estão preparadas para lidar com o fogo, elas têm uma casca muito fina, sem o isolamento térmico que árvores do cerrado têm. A casca de árvores da Amazônia são iguais a uma folha de papel. Ela é superfina, sem proteção alguma", diz.

Depois de descobrirem quantas árvores e cipós tinham morrido em excesso, os cientistas extrapolaram esse resultado para a área maior do Baixo Tapajós, de 6,5 milhões de hectares. "A gente sabe o quanto de floresta tem nessa área grande e o quanto em média a gente perdeu de árvores nas parcelas. Se a gente perdeu em média tantas árvores nessas parcelas todas, o quanto a gente perdeu na região toda?", explica Berenguer.

O resultado foram os inacreditáveis 2,5 bilhões de árvores e cipós perdidos naquela região. Para Berenguer, os números surpreenderam ao mostrar a grandeza da mortalidade das árvores e a perda de carbono. "Quando você está andando na floresta, você sabe que a situação não está boa. Mas não sabíamos a magnitude disso."

Ver grande parte da floresta que monitorava havia anos de repente morta foi "difícil emocionalmente", diz Berenguer. "Você cria ligações com a floresta, como se fosse o quarteirão onde você mora, com a árvore que você gosta."

Os pesquisadores também descobriram que os efeitos da seca do El Niño duraram mais de três anos em florestas afetadas pela seca e dois anos e meio em florestas afetadas tanto pela seca quanto pelo fogo, com árvores ainda morrendo nesse período por conta do fenômeno climático.

O número menor para as florestas afetadas pela seca e pelo fogo parece, de início, contraintuitivo. Mas "não é porque fogo causa menos dano", explica Berenguer. "É porque já morreu tanta planta no início, que acaba não tendo mais o que matar."

As árvores localizadas em florestas que já sofreram impacto são muito mais vulneráveis ao próximo fogo, com maior chance de morrerem. A floresta fica aberta, com maior entrada de luz e vento, o que a deixa mais seca. "Se o fogo escapar em outros anos, é mais propício de se sustentar ali. Acaba criando um looping de feedback negativo", diz Berenguer.

Soluções

O El Niño acontece a cada dois a sete anos, em média, e há estudos que apontam que as mudanças climáticas podem agravar o fenômeno. Seu efeito na Amazônia, como se vê, é devastador. Mas há ações que podem ser feitas para evitar que seja tão destrutivo.

Uma das 6.000 plantas monitoradas no estudo, que morreu em uma floresta queimada durante o El Niño de 2015

Crédito, Erika Berenguer/Divulgação

Legenda da foto,

Brasil pode fazer mapa de risco de incêndio para evitar maiores perdas em eventos de seca

Um ponto fundamental é a prevenção, diz Joice Ferreira, pesquisadora da Embrapa Amazônia Oriental e da Rede Amazônia Sustentável e uma das autoras do estudo. Por meio de satélites, cientistas já têm a capacidade de prever secas. "E já sabemos que a seca é altamente relacionada com queimadas. Uma vez que o fogo inicia é muito difícil controlar."

Quando o desmatamento em um ano é muito alto, é possível inferir, também, que isso poderá se refletir no ano seguinte com uma possibilidade maior de incêndios, já que regiões com áreas mais desmatadas e mais secas são mais vulneráveis a queimadas.

Por isso, diz Ferreira, o Brasil tem "toda a condição de fazer um mapa de risco de incêndio", como está sendo feito na região do Tapajós.

E há três pontos que podem ser endereçados. A seca, o fogo causado pela limpeza de pasto ou por comunidades para incorporar os nutrientes da vegetação ao solo e, claro, o fogo causado para "limpar" uma região desmatada.

Para diminuir as consequências de um evento de seca como o El Niño, a médio e longo prazo, é preciso investir na restauração florestal, diz Ferreira, para reduzir a degradação das florestas. Dessa maneira, as matas ficam menos secas e, assim, menos vulneráveis a secas.

Para controlar o fogo que pode escapar quando usado para limpar o pasto ou para incorporar nutrientes ao solo, gestores podem fazer regras mais rígidas, determinando certas condições para a realização dessas queimadas.

Podem determinar, por exemplo, a quantos dias de diferença da chuva esses fogos poderão ser feitos, impedir que sejam levados a cabo em horários de maior calor ou que sejam postos no contravento e não a favor do vento, entre outros.

O governo pode também disseminar técnicas agrícolas que dependam menos do fogo, diz Ferreira, e dar apoio para que populações tenham condições de usar essas outras técnicas.

Por fim, é preciso combater o desmatamento — em sua maior parte, ilegal. "É uma questão de comando e controle. As instituições têm que ser mais fortalecidas, devem ser mais rigorosas nas multas, na regularização ambiental das propriedades e realmente fazer esforço para utilizar recursos que tem para responsabilizar quem faz as práticas ilegais", diz Ferreira.

Brasil : CHUMBO
Enviado por alexandre em 24/07/2021 01:21:55

Como metal pesado tóxico afeta as crianças no Brasil e no mundo

Ele é tão tóxico que pode danificar o cérebro das crianças pelo resto da vida. Tão persistente que fica no ar por décadas. E tão onipresente que afeta um terço das crianças do planeta.

A intoxicação por chumbo é um problema sério e global. Estima-se que até 800 milhões tenham níveis deste metal pesado no sangue iguais ou superiores a 5 microgramas por decilitro (µg/dL), o nível em que uma intervenção é necessária, de acordo com um relatório conjunto de 2020 da Unicef, o braço da Organização das Nações Unidas (ONU) para a infância e adolescência, e da ONG internacional Pure Earth.

O chumbo é tão tóxico que a Organização Mundial da Saúde (OMS) considera que "nenhum nível no sangue é seguro".

Um estudo recente em Londres descobriu que o chumbo usado no passado na gasolina persiste no ar da capital britânica, embora o metal tenha sido proibido nos combustíveis no Reino Unido há mais de 20 anos. E estudos em outras cidades como Xangai e São Paulo encontraram resultados semelhantes.

Outras fontes de contaminação incluem desde tintas até a reciclagem insegura de baterias, passando por temperos.

Cerâmica sem chumbo produzida por iniciativa da Pure Earth em Puebla

Crédito, Pure Earth México

Legenda da foto,

Cerâmica sem chumbo produzida por iniciativa da Pure Earth em Puebla, no México

A Unicef e a Pure Earth destacam especialmente o caso do México, onde a principal fonte de envenenamento é muito diferente: o uso de esmaltes na cerâmica. "Nunca esquecerei uma criança de 2 anos que tinha níveis de mais de 65 microgramas por decilitro", diz Daniel Estrada, CEO da Pure Earth no México.

"É muito triste saber que uma tradição tão bela provocou a intoxicação dessa criança e que ela não pode desenvolver suas capacidades ao máximo por causa disso."

As fontes de chumbo podem ser muito diferentes. O que não varia é seu impacto devastador nas crianças.

O efeito do chumbo na saúde

O chumbo pode causar danos irreparáveis aos cérebros das crianças, segundo o relatório da Unicef e da Pure Earth "A verdade tóxica: a exposição das crianças à contaminação por chumbo prejudica o potencial de uma geração".

Criança descendo escadas em casa com paredes descascadas

Crédito, Getty Images

Legenda da foto,

Chumbo, que pode vir de tintas à base de chumbo, é uma neurotoxina poderosa que pode causar danos irreparáveis ao cérebro das crianças

É particularmente destrutivo para bebês e crianças menores de cinco anos, porque danifica seus cérebros antes que tenham a oportunidade de se desenvolver plenamente, causando prejuízos neurológicos, cognitivos e físicos para toda a vida, de acordo com o informe.

Vários estudos revelam que níveis de chumbo no sangue superiores a 5 mg/dL estão associados a uma perda irreversível de capacidade intelectual. E o envenenamento por chumbo na infância também foi relacionado ao comportamento criminoso de adolescentes e adultos.

A OMS destaca que o chumbo também causa danos permanentes em adultos, por exemplo, aumentando o risco de hipertensão e danos renais.

Como o chumbo atua no corpo

O chumbo pode prejudicar a saúde fundamentalmente por meio de dois mecanismos, explica à BBC News Mundo Howard Mielke, professor da Escola de Medicina da Tulane University em Nova Orleans, nos Estados Unidos.

Mielke pesquisa o impacto do chumbo na saúde das crianças há mais de 40 anos. Um desses mecanismos é que o chumbo é quimicamente semelhante ao cálcio e "rouba" seu lugar.

"O cálcio é essencial nas sinapses das células nervosas. Se o chumbo ocupar o lugar do cálcio, os sinais não são transmitidos, e as células nervosas morrem. O resultado é um encolhimento do cérebro", explica o especialista.

Uma segunda maneira pela qual o chumbo prejudica a saúde é que ele se deposita nos dentes e nos ossos, onde se acumula com o tempo.

Mulher grávida

Crédito, Getty Images

Legenda da foto,

'Se a mãe foi exposta ao chumbo quando criança, seus ossos contêm chumbo. Durante a gravidez, esse chumbo passará para o feto em vez do cálcio', explica Mielke.

Mielke fala de um "legado multigeracional de chumbo". "Se a mãe foi exposta ao chumbo quando criança, seus ossos contêm chumbo. Durante a gravidez, o cálcio nos ossos da mãe é importante para o desenvolvimento do feto. Mas, se os ossos da mãe contiverem chumbo, esse chumbo passará para o feto em vez do cálcio. "

O dano é sempre irreversível?

Se as crianças foram expostas de forma crônica e excessiva ao chumbo por longos períodos na infância, as consequências são irreversíveis, diz Mielke. "Se a exposição foi por um período curto e não de forma intensa, e a fonte de chumbo é rapidamente reduzida, então, o dano pode ser limitado e pode haver uma recuperação."

Ilustração do sistema nervoso de uma criança

Crédito, Getty Images

Legenda da foto,

Chumbo é particularmente destrutivo para bebês e crianças menores de 5 anos,

"As crianças são resilientes. No entanto, o principal tratamento é a prevenção primária, ou seja, prevenir a exposição ao pó de chumbo em primeiro lugar."

Daniel Estrada explica que "os danos às crianças são permanentes se a fonte de exposição não for eliminada após os 4 anos de idade. Se o chumbo for eliminado mais cedo, o dano é reversível".

Chumbo da gasolina em Londres

Em Londres, o chumbo da gasolina persiste no ar mais de 20 anos depois que seu uso foi proibido, segundo estudo da Universidade Imperial College. O chumbo começou a ser usado como um antidetonante na gasolina no Reino Unido na década de 1930 e foi eliminado desse combustível até sua proibição total em 1999.

Escapamento de um automóvel

Crédito, Getty Images

Legenda da foto,

Chumbo da gasolina persiste no ar de Londres mais de 20 anos depois que seu uso como combustível foi proibido

"As análises químicas realizadas em amostras de partículas atmosféricas coletadas em Londres indicam que o teor de chumbo é muito alto em relação ao padrão de referência para este elemento na crosta terrestre (ou nível de fundo)", diz Raquel Ochoa González, uma das autoras do estudo, doutora em Química e pesquisadora do Departamento de Ciências da Terra e Engenharia da Imperial College.

"Esses dados nos permitem dizer com precisão que as partículas que analisamos são claramente enriquecidas em chumbo em comparação com os níveis de fundo e que existem fontes que vêm da atividade humana."

Cientistas da Imperial College determinaram com análise isotópica que até 40% do chumbo no ar de Londres hoje vem do legado da gasolina com chumbo. Isótopos são átomos do mesmo elemento cujos núcleos atômicos têm o mesmo número de prótons, mas diferentes números de nêutrons.

"O chumbo é um elemento que possui vários isótopos dos quais apenas aqueles com massas 204, 206, 207 e 208 são estáveis. A análise das razões isotópicas do chumbo nos fornece informações muito valiosas sobre a origem desse elemento, para que possamos obter 'impressões digitais' características para cada fonte de chumbo", explica González.

Antigo posto de gasolina nos Estados Unidos que vendia gasolina com chumbo, "lead" em inglês

Crédito, Getty Images

Legenda da foto,

Antigo posto de gasolina nos Estados Unidos que vendia gasolina com chumbo, "lead" em inglês. O Tetraetilchumbo (chumbo tetraetila) foi adicionado à gasolina como um antidetonante

O chumbo da gasolina que foi depositada ao longo de décadas em superfícies e solos urbanos pode ser "ressuspenso" no ar pelo vento, tráfego ou durante obras. "A ressuspensão de partículas poluentes inaláveis é uma fonte muito importante de poluição atmosférica em áreas urbanas", acrescenta a pesquisadora.

E no Brasil?

Embora o uso do chumbo na gasolina tenha sido abandonado, seu legado continua principalmente nas grandes cidades.

No caso do Brasil, estudos de 2017, 2018 e 2019 confirmaram a presença de chumbo da gasolina no ar, conforme dois dos autores desses estudos, Carlos Eduardo Souto de Oliveira, pesquisador do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da Universidade de São Paulo (USP), e Marly Babinski, professora e pesquisadora do Centro de Geocronologia e Geoquímica Isotópica da USP.

O Brasil foi "um dos primeiros países do mundo a eliminar o chumbo da gasolina", assinalam os pesquisadores. "A fase de eliminação do chumbo adicionado à gasolina para atuar como antidetonante começou no Brasil em 1989 e terminou em 1992, quando o etanol passou a ser misturado à gasolina."

O estudo de 2017 mostrou em São Paulo uma redução da ordem de 50 vezes entre 1970 e 2005 nas concentrações de chumbo no material particulado atmosférico (mistura de partículas sólidas e gotas de líquidos encontrados na atmosfera ) coletado em 24 horas na fração de partículas entre 2,5 micrômetros ou menos de diâmetro e partículas de 10 mícrons de diâmetro ou menos (a título de comparação, um fio de cabelo humano tem cerca de 70 mícrons).

Venda de etanol no Brasil

Crédito, Getty Images

Legenda da foto,

Processo de eliminação do chumbo da gasolina foi concluído no Brasil em 1992, quando etanol começou a ser misturado a esse combustível

As principais fontes de chumbo foram o tráfego de veículos e o cimento da construção ou de uma empresa de mistura de cimento nas proximidades. Uma terceira fonte de chumbo foi a região industrial de Cubatão, localizada a cerca de 50 km da cidade de São Paulo.

O estudo de 2019 comparou o material particulado em São Paulo e Londres e encontrou maior contribuição do chumbo da gasolina na capital britânica.

Outras fontes

Além do legado de chumbo na gasolina, a reciclagem informal e inadequada de baterias de chumbo é um dos principais contribuintes para o envenenamento por chumbo em crianças em países de baixa e média renda, onde o número de veículos triplicou desde 2000, de acordo com o relatório da Unicef e da Pure Earth.

"Trabalhadores em pequenas empresas de reciclagem, de forma perigosa e muitas vezes ilegal, quebram caixas de baterias, derramam ácido de chumbo e poeira no chão, e derretem esse material recuperado em fornalhas externas rudimentares que emitem gases tóxicos que envenenam a comunidade ao redor", diz o relatório.

Adolescente reciclando componentes de bateria e outros resíduos eletrônicos no Vietnã

Crédito, Getty Images

Legenda da foto,

Reciclagem informal e perigosa de baterias de chumbo é um dos principais contribuintes para envenenamento por chumbo em crianças em países de baixa e média renda

Outras fontes de exposição infantil incluem chumbo na água de canos, tintas, soldas em latas de comida e especiarias, cosméticos, brinquedos e outros produtos de consumo. "Pais cujas ocupações envolvem trabalho com chumbo muitas vezes trazem pó de chumbo para casa em suas roupas, cabelos, mãos e sapatos, inadvertidamente expondo seus filhos a este produto tóxico."

No caso das especiarias, um estudo do Departamento de Saúde da Cidade de Nova York, nos Estados Unidos, analisou mais de 1,4 mil amostras de especiarias importadas de países como Paquistão e Bangladesh, vendidas em embalagens sem marcas ou rótulos. Mais de 30% dessas amostras apresentaram concentrações de chumbo superiores a 2 ppm ou partes por milhão, nível máximo que é considerado seguro.

Sacos com especiarias

Crédito, Getty Images

Legenda da foto,

Especiarias também podem ter concentrações de chumbo

O caso do México

O problema do envenenamento por chumbo na infância no México "é realmente sério", de acordo com Daniel Estrada. "Em média, 2 em cada 10 crianças mexicanas têm envenenamento por chumbo. Em Puebla, quase metade das crianças tem envenenamento por chumbo. Isso se traduz em uma diminuição das capacidades neurológicas e danos a diferentes órgãos", acrescenta.

O relatório da Unicef e da Pure Earth cita um levantamento conduzido pelo Instituto Nacional de Saúde Pública (INSP) do México, segundo o qual 1,4 milhão de crianças menores de 5 anos no México tinham níveis de chumbo no sangue acima de 5 µg/dL.

Integrante de Pure Earth falando com trabalhadoras de cerâmica

Crédito, Pure Earth México

Legenda da foto,

No México, ONG Pure Earth ajuda trabalhadores da cerâmica a fazer a transição para esmaltes sem chumbo

"O chumbo é usado para produzir o esmalte que recobre as peças de barro", explica Estrada.

"Para a produção de barro esmaltado, a peça é feita primeiro e levada ao forno para produzir a primeira queima, conhecida como sancocho ou jahuete. Para a esmaltação, o sancocho é coberto com óxido de chumbo e levado ao forno pela segunda vez. Ao sair do forno, a peça já tem um esmalte que ajuda a impermeabilizá-la. Hoje, existem esmaltes sem chumbo que dão um acabamento semelhante ao dado pelo óxido de chumbo, mas sem serem tóxicos."

"Quando o óxido de chumbo é usado, o chumbo do esmalte passa para os líquidos ou alimentos quando são ácidos ou quentes. É assim que o chumbo passa para o arroz, suco ou outro alimento servido ou preparado em cerâmica esmaltada com chumbo", assinala Estrada.

Ceramistas participando de programa Barro Aprobado no México, da ONG Pure Earth

Crédito, Pure Earth México

Legenda da foto,

Ceramistas participando de programa Barro Aprobado no México, da ONG Pure Earth

A Pure Earth promove um programa no México para ajudar ceramistas a fazer a transição para esmaltes sem chumbo.

"O programa 'Barro Aprobado' consiste em dar aos ceramistas selos personalizados na produção de cerâmicas sem chumbo, bem como promover lojas de olarias e restaurantes sem chumbo. Até agora, temos mais de 40 ceramistas no programa, mas há cada vez mais interesse na indústria para ser livre de chumbo. "

O caso de Nova Orleans

Em Nova Orleans, Howard Mielke conduziu estudos que relacionam o chumbo no solo ou chão de parques ou praças com os níveis de chumbo no sangue de crianças. Em primeiro lugar, "muitas vezes, as crianças colocam as mãos ou os brinquedos que estavam em contato com o solo na boca", enumera o pesquisador.

"Em segundo lugar, o chumbo do solo entra na casa das crianças pelos sapatos (tirar os sapatos na porta limita esse movimento)."

Mão de menino na terra

Crédito, Getty Images

Legenda da foto,

Uma das vias de envenenamento por chumbo é que as crianças costumam colocar as mãos ou brinquedos que estavam em contato com o solo em suas bocas, diz Mielke

"Terceiro, o chumbo no solo é ressuspenso no ar (como mostrou um estudo recente de Londres) durante os períodos de seca do ano e entra em sua casa pela janela."

"Quarto, o pó ressuspenso é inalado, e as nanopartículas entram nos pulmões e são absorvidas diretamente na corrente sanguínea."

Limpeza de área recreativa em Nova Orleans, no qual uma tela de fibra sintética é colocada

Crédito, Howard Mielke

Legenda da foto,

Em Nova Orleans, Mielke supervisionou a limpeza de locais de jogos contaminados com chumbo

Mielke supervisionou projetos de limpeza de solo e sujeira em 30 praças e áreas recreativas em Nova Orleans, sobre os quais uma malha de fibra sintética chamada geotêxtil foi colocada. "Um geotêxtil permeável de cor laranja é colocado no topo do solo contaminado. E, então, uma camada de 6 cm de solo com baixos níveis de chumbo (menos de 10-20 ppm) é espalhada."

Dessa forma, "a superfície onde as crianças brincam passou de níveis de chumbo de 700 ppm para níveis abaixo de 20 ppm". Além dos projetos de Mielke, o pesquisador observa que a cidade de New Orleans também fez trabalhos de remediação em 13 parques locais.

Limpeza de área recreativa em Nova Orleans, no qual foi colocado um geotêxtil e, em seguida, uma camada de solo

Crédito, Howard Mielke

Legenda da foto,

Após limpeza, "superfície onde crianças brincavam passou de níveis de chumbo de 700 ppm para níveis inferiores a 20 ppm"

Mas o cientista garantiu que "o interior de Nova Orleans continua muito poluído para as crianças. Seus níveis de chumbo no sangue continuam excessivamente altos".

Justiça ambiental

A intoxicação por chumbo afeta desproporcionalmente crianças em países de baixa e média renda, de acordo com a Unicef e a Pure Earth. E, dentro de cada país, os mais afetados tendem a ser crianças de comunidades mais pobres.

As ações para reduzir a exposição ao chumbo têm um elemento de "justiça ambiental", de acordo com Mielke. "Pessoas de baixa renda vivem em comunidades onde a moradia é mais acessível", diz ele.

Protestos em Newark (Nova Jersey) em 2019 por causa dos altos níveis de chumbo na água de canos de chumbo

Crédito, Getty Images

Legenda da foto,

Protestos em Newark em 2019 por causa dos altos níveis de chumbo na água de canos de chumbo

"Infelizmente, esses imóveis mais acessíveis são geralmente encontrados em áreas urbanas pobres com congestionamento de tráfego e, possivelmente, com casas que têm pintura à base de chumbo antiga. Quando o chumbo era usado na gasolina, o meio ambiente nessas comunidades ficava contaminado com nanopartículas de chumbo (partículas da combustão)."

Essas partículas são ressuspensas no ar e se tornam uma fonte de envenenamento para crianças, o que pode resultar em sérias deficiências e consequências para a vida toda.

"Essas disparidades prejudicam a sociedade. "A indústria do chumbo promoveu um padrão de 400 ppm nos solos. Mas vimos que esse nível é muito alto. Comunidades com níveis de 40 ppm nos solos são mais seguras para a maioria das crianças."

Prevenção

A Unicef e a Pure Earth recomendam ações coordenadas para os países afetados em diferentes áreas, incluindo monitoramento por meio de testes de chumbo no sangue e prevenção da exposição das crianças a produtos que contenham chumbo, como brinquedos e tintas, bem como a reciclagem segura de baterias e lixo eletrônico.

Raquel Ochoa González cita como exemplo a vigilância da Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos. "Como medidas para prevenir a exposição ao chumbo, podemos apontar a inspeção de canos em casas construídas antes dos anos 1980, evitar o contato com pinturas danificadas, lavar as mãos antes de comer alimentos e evitar o uso de objetos de metal e brinquedos velhos."

Para Daniel Estrada, na América Latina, deve haver "políticas adequadas e, acima de tudo, mecanismos de vigilância, tanto para a indústria quanto para os níveis de chumbo no sangue de crianças vulneráveis".

Exame de sangue em um bebê em Flint, Michigan, para verificar os níveis de chumbo

Crédito, Getty Images

Legenda da foto,

Exame de sangue em um bebê em Flint, Michigan, para verificar os níveis de chumbo

Então, qual a principal mensagem que Estrada daria ao público? "Monitorar seus níveis de chumbo no sangue, porque os da mãe podem ser semelhantes aos das crianças. Se encontrarem níveis elevados, busquem a fonte para eliminá-los." E a mensagem para os compradores de cerâmica esmaltada "é comprar cerâmica esmaltada sem chumbo".

O envenenamento de crianças por chumbo, com seu impacto devastador ao longo da vida, é uma tragédia. Mas existem medidas que podem ser tomadas para reduzir a exposição das crianças a essa toxina.

"As crianças são extraordinariamente sensíveis ao ambiente", diz Mielke. "São os adultos que devem assumir a responsabilidade de tornar esses ambientes os mais seguros possíveis em termos de níveis de chumbo."

Brasil : PEIXE-LUA
Enviado por alexandre em 20/07/2021 15:13:08

Raro peixe-lua é encontrado morto em praia nos EUA

Um raro espécime de peixe-lua foi encontrado morto em uma praia do Oregon, nos Estados Unidos, na semana passada, informaram os pesquisadores do aquário da cidade de Seaside.

 

O animal, também chamado de peixe-opah, chama a atenção pela sua coloração avermelhada e tamanho: ele pode alcançar os 2 metros de comprimento e pesar até 270 kg.

 

Os especialistas do aquário da cidade que fica próxima à fronteira com o Canadá recolheram o animal e o colocaram em uma câmara fria para que ele possa ser estudado posteriormente.

 

Veja também

 

Fóssil há muito tempo perdido revela ser de uma lula-vampira-do-inferno de 30 milhões de anos

 

Conheça a fruta milagrosa capaz de mudar o sabor das coisas

 

Os cientistas informaram em um comunicado que peixes desta espécie costumam viver em mar aberto e profundo, longe do litoral – e são bastante raros nesta região.

 

Eles se alimentam principalmente de krills, semelhantes a pequenos camarões, e seu aparecimento em águas mais rasas poderia estar relacionado às mudanças climáticas.

Sangue quente

 

Peixe-lua encalha em praia do Oregon, nos EUA, em 14 de julho de 2021 — Foto: Seaside Aquarium

 

Um estudo de 2015, publicado pela revista "Science", apontou que o opah é o primeiro peixe de sangue quente conhecido pela ciência.

 

A característica incomum lhe confere uma vantagem competitiva nas profundezas frias do oceano: com barbatanas que batem constantemente, o animal se mantém aquecido e com um reflexo rápido.

 

Alguns outros peixes, como o atum e certos tubarões, podem aquecer partes de seus corpos e músculos para melhorar o desempenho nas profundezas frias, mas seus órgãos internos rapidamente ficam frios, forçando-os a subir para águas pouco profundas para se aquecer.

 

Pesquisador do aquário de Seaside, em Oregon, nos EUA, segura peixe-lua encontrado morto em praia. Foto de 14 de julho de 2021 — Foto: Seaside Aquarium

Foto: Seaside Aquarium

 

 

Pesquisador do aquário de Seaside, em Oregon, nos EUA, segura peixe-lua encontrado morto em praia. Foto de 14 de julho de 2021

 

Fonte: G1

Brasil : SUCURI
Enviado por alexandre em 20/07/2021 15:10:44

Pesquisadores encontra sucuri gigante no Mato Grosso do Sul

Ao monitorar pessoalmente o ninho de uma arara azul, uma pesquisadora teve uma grande surpresa. Uma sucuri gigante estava bem perto da árvore onde os pássaros se abrigavam, em uma propriedade no Pantanal de Mato Grosso do Sul.  O vídeo foi publicado há duas semanas na página da Fazenda Caiman, no Dia Mundial da Cobra, comemorado em 8 de julho, e as imagens viralizaram nas redes sociais. Uma especialista explicou o aumento das sucuris na região

 

Veja também

 

Carro 'voa', atravessa morro e tomba em rodovia. VEJA VÍDEO

 

IMAGENS FORTES! Você nem imagina o que está prestes a acontecer com este homem dentro de um elevador. TUDO FILMADO. VEJA

 

Nas imagens, a pesquisadora filma um colaborador preparando equipamentos para subir até a copa de uma árvore da espécie Manduvi. Bem próximo ao local, de forma camuflada, a cobra se movimentava lentamente no solo até sumir para dentro da mata. "Olha o tamanho dessa sucuri! Tranquilinha. Olha que coisa mais linda", diz a pesquisadora. A responsável pela gravação, feita no final do ano passado, é a bióloga e pesquisadora do Instituto Arara Azul, Kefany Ramalho.

 https://portaldozacarias.com.br/site/noticia/pesquisadora-encontra-sucuri-gigante-ao-monitorar-ninho-de-arara-azul-em-mato-grosso-do-sul.-veja-vadeo/

Fonte: G1

Brasil : RACISMO NÃO
Enviado por alexandre em 20/07/2021 09:14:02

Radialistas são demitidos após comentários racista sobre cabelo do jogador Celsinho do Londrina do Paraná

'Não é porque eu estou perdendo os cabelos que eu vou achar um negócio imundo desses bonito', disse o comentarista na transmissão

Giovanna Galvani, da CNN, em São Paulo

Radialistas que teceram comentários racistas contra jogador Celsinho
Radialistas que teceram comentários racistas contra jogador Celsinho
Foto: Reprodução

Dois radialistas foram demitidos da Rádio Bandeirantes de Goiânia por tecerem comentários racistas a respeito do meia Celsinho, do Londrina, em transmissão da partida contra o Goiás no sábado (17).

Após o jogador cair em campo, o narrador Romes Xavier comenta: "Tomou uma pancada no tornozelo, tá levantando, mas o cabelo dele deve pesar demais, né, Vinícius?".

Em resposta, o comentarista Vinícius Silva afirma que o cabelo de Celsinho "parece mais uma bandeira de feijão" do que um cabelo. "Não é porque eu estou perdendo os cabelos que eu vou achar um negócio imundo desses bonito", complementa. A transmissão reproduz então o som de risadas.

O Londrina posicionou-se sobre o caso ainda no sábado com uma nota de repúdio entitulada "racismo não!":

"É inadmissível e lamentável, veemente, que tais comunicadores, formadores de opinião, propaguem atos de racismo! Em verdade, o racismo é inadmissível em qualquer situação, lugar, fala e deve ser lutado diariamente, por todos!", diz trecho da nota emitida pelo clube, que também afirmou que tomará medidas legais sobre o caso.

No domingo (18), a Rádio Bandeirantes anunciou que o narrador e o comentarista tiveram o contrato rescindido. "A transmissão do jogo Goiás x Londrina foi realizada pela Equipe Feras do Esporte, que trabalha em regime de parceria com a Rádio Bandeirantes Goiânia", diz o texto após afirmar que as expressões não refletem "sob nenhuma hipótese" a opinião da empresa.

"É nosso dever, enquanto veículo propagador da informação, trabalhar para que atos preconceituosos sejam cada vez mais banidos da sociedade, e possamos contribuir para a construção de uma sociedade justa para todos", complementou a Bandeirantes. 

Jogador Celsinho, do Londrina
Jogador Celsinho, do Londrina
Foto: Reprodução/Gustavo Oliveira/Londrina Esporte Clube

Após a repercussão do caso, o narrador Romes Xavier publicou um pedido de desculpas nas redes e afirmou que foram "colocações erradas que jamais deveriam ter sido ditas", escreveu pouco antes do anúncio que estava demitido.

Já Vinícius Silva afirmou que demonstrou "todo arrependimento pelo comentário infeliz referente ao atleta Celsinho", escreveu também nas redes. Ele afirma que ligou para o jogador para desculpar-se.

Outros clubes de futebol também emitiram notas sobre o caso. O Vasco da Gama afirmou que "racismo é crime e não deve ser tolerado", enquanto o Corinthians solidarizou-se com Celsinho.

« 1 ... 368 369 370 (371) 372 373 374 ... 998 »
Publicidade Notícia