Porto Velho, Rondônia: O Vice-Presidente do Conselho Regional de Medicina de Rondônia (CREMERO), médico Cleiton Bach, fez uma declaração que expõe publicamente, a situação em que se encontra o setor público de saúde do Estado. “ Não faltam médicos em Rondônia, o que falta é estrutura para trabalhar. Não adianta colocar o médico sozinho lá no Hospital, seja na capital ou no interior, porque ele não vai conseguir resolver nada. Precisa de um raio X, laboratório, enfim, de condições de trabalho e não tem ”, disse ele, ao defender a classe. A declaração foi dada durante entrevista concedida ao programa A VOZ DO POVO, na Rádio Cultura FM, 107,9, nesta quinta-feira (13), Cleiton Bach disse ao apresentador Arimar Souza de Sá, que em Rondônia, o problema não é a falta de profissionais, mas sim de condições de trabalho para a classe. O vice presidente do CREMERO falou também de outros assuntos no programa, esclarecendo inclusive e, especialmente, a conturbada eleição dos membros do Conselho, cuja discussão, foi parar na justiça. Segundo ele, o processo já foi concluído e ficou provado que não houve fraude, como foi amplamente publicado na imprensa. Quando se reportou às funções desempenhadas pelo CREMERO, Bach disse que o Conselho atua de forma constante, fiscalizando as ações de competência da medicina. Citou por exemplo, a interdição de três unidades de saúde no interior do Estado, onde o CREMERO encontrou situações irregulares de atendimento e trabalho. Depois da intervenção do CREMERO, garantiu ele, os problemas foram corrigidos pela gestão publica. Na maioria desses casos, avaliou o vice presidente, os problemas surgem e se prolongam pela falta de compromisso do gestor publico. Ele também relacionou a existência de problemas no atendimento à própria classe, onde, admitiu ter,, também,uma boa parcela de maus profissionais. “ Quando detectamos qualquer situação onde fica provada a falta de profissionalismo e de ética do médico, apuramos e tomamos as medidas cabíveis. Inclusive aqui em Rondônia, já houve a cassação de diplomas”, afirmou.. Perguntado por um ouvinte sobre a investigação do sumiço de dois bebês de um hospital em Porto Velho, Cleiton Bach falou que o Conselho está acompanhando e que nos próximos dias irá divulgar novidades sobre o caso. Quanto aos médicos citados nesta investigação, esclareceu o vice presidente, esses profissionais estão enfrentando sindicância interna do CREMERO. Na última parte da entrevista na VOZ DO POVO, Cleiton Bach falou dos processos onde os profissionais são réus acusados de erro médicos. Nestes casos, lembrou ele, o médico é investigado nas esferas criminal e também internamente. Por fim, o vice presidente discorreu sobre a vinda de médicos estrangeiros para o Brasil, do Programa Mais Médicos do Governo Federal. Ele disse ser favorável a chegada dos colegas de outros países, mas lembrou que deveria ter sido levado em conta a comunicação entre quem chega e quem já está aqui. Ou seja, para ele, o governo deveria ter observado com mais critérios se os médicos que foram contratados tinham conhecimento básico da língua portuguesa e da literatura.médica brasileira. “ Eu atendi dois médicos estrangeiros em meu consultório e tive dificuldade em me comunicar com eles. Fico imaginando como é então a relação entre esses médicos e os pacientes. Minha opinião é que o governo deveria ter submetido esses profissionais a um teste mais severo para que assim, o atendimento não fosse prejudicado”. Cleiton finalizou a entrevista fazendo duras críticas às Faculdades de Medicina da Capital. Na opinião do médico, as faculdades não detém estrutura para treinar os alunos e se utilizam das instalações do Hospital de Base. "Todas as faculdades da capital estão utilizando o HB, isso é inadmissível. O HB não é Hospital Escola, pois assim, elas terceirizam os seus prejuízos e tudo cai nas costas do Estado", reclamou., Para ele, a continuar assim, o estado corre o risco de formar profissionais sem gabarito para o exercício da medicina. "Hoje, o aluno sai da faculdade e somos obrigados a conceder seu registro. Defendo que isso, mude. A aferição da capacidade técnica do médico, poderia igual ao exame da OAB, pois desta forma, teríamos profissionais comprovadamente habilitados. . Fonte: Rondonoticias |