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Regionais : Fila de espera para mudança de sexo no Nordeste chega a 13 anos
Enviado por alexandre em 10/04/2017 09:17:19


A primeira bailarina clássica trans do Brasil fez a cirurgia de transgenitalização – mudança de sexo – no único espaço do Norte e Nordeste do País a oferecer o serviço por meio do Sistema Único de Saúde (SUS): o Espaço de Cuidado e Acolhimento de Pessoas Trans, localizado no Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), no Recife. O ambulatório é referência na área, mas tem uma demanda muito superior à capacidade. Atualmente, a fila de espera para fazer a cirurgia é de 13 anos.

A estimativa é da psicóloga Suzana Livadias, coordenadora do Espaço Trans. Segundo ela, desde a inauguração do ambulatório, são feitas, em média, dez cirurgias de redesignação sexual por ano. A sala de cirurgia e dois cirurgiões são disponibilizados uma vez por mês.

Atualmente, 230 pessoas são atendidas pelo local. Dessas, 170 nasceram com a genitália masculina, mas se identificam como mulheres e cerca de 130 querem fazer a mudança de sexo. “Em tese, então, são 13 anos, pelo menos neste momento. Nosso sonho é aumentar para duas cirurgias por mês”, diz a psicóloga.

Além da fila para a cirurgia, existe uma demanda reprimida para atendimento psicológico no ambulatório. Cerca de 170 pessoas aguardam para iniciar esse tratamento, e quatro entram no serviço por mês. “A gente hoje está chamando a pessoa que se inscreveu em maio de 2016”, conta Mônica Mota, psicóloga que trabalha no Espaço Trans.

A transgenitalização de homem para mulher, uma das cirurgias de redesignação sexual, é garantida pelo Sistema Único de Saúde (SUS) desde 2008. O serviço foi ampliado com a Portaria n° 2.803, do Ministério da Saúde, inserindo novos procedimentos hospitalares e métodos para a mudança de mulher para homem. Estão incluídos procedimentos cirúrgicos como a colocação de prótese mamária e a tireoplastia (mudança da voz), a terapia com hormônios e atendimentos especializados, psicológico e de assistência social.

A portaria estabelece regras para realização dos procedimentos cirúrgicos, entre elas, o acompanhamento psicoterápico por pelo menos dois anos e a necessidade de um laudo psicológico ou psiquiátrico diagnosticando a transexualidade.

“O expresso desejo e autodenominação é a primeira coisa. Seria autoritarismo demais definir quem vai e quem não vai. Ao longo dos dois anos se o desejo perdurar a pessoa faz [a cirurgia]”, diz a coordenadora.

Há ainda uma limitação de idade: 18 anos para atendimento no ambulatório e hormonioterapia e 21 anos para intervenções cirúrgicas.
Mais que uma cirurgia

Apesar da alta procura pela redesignação sexual, a coordenadora do Espaço Trans lembra que o ambulatório oferece diversos serviços complementares. Para ela, o atendimento integral garantido pela equipe formada por ginecologista, psicólogo, psiquiatra, urologista, fonoaudiólogo, endocrinologista e assistente social tem um papel mais amplo que uma mudança corporal: é a problematização de como a pessoa entende o seu gênero.

“Muita vezes o entendimento é que para ser mulher ou homem você tem que passar pela cirurgia de trangenitalização. Se, desde o início, não é a genitália que definiu as pessoas como tal, então por que vamos afirmar que elas serão [homens ou mulheres] a partir da cirurgia? É um paradoxo, uma questão para pensar”, diz Suzana.

“O que é importante para gente é poder entender os sofrimentos vividos, de onde eles vêm. Se puder pensar direitinho quem tem que fazer a cirurgia é a sociedade, que entende o homem ou a mulher a partir apenas do corpo”, completa.

Luclécia Amorim, de 29 anos, é atendida há um ano e meio no Espaço Trans. Chegou com o objetivo de fazer uma cirurgia de transgenitalização. Mas, ao longo do processo de atendimento por uma equipe multiprofissional e das conversas em grupo, ela resolveu fazer somente a terapia com hormônios.

“Eu já era uma mulher independentemente do meu órgão sexual”, afirma. “Foi um processo super natural, nada induzido. A maturidade também ajuda muito. São dois anos, mas parece que são 20. E tudo que você vai passando, suas transformações corporais, você vai vendo que o que precisava era da imagem, não era a questão sexual, que estava muito bem resolvida. Meu problema era só com a estética. Eu precisava olhar no espelho e me identificar como uma mulher”, destaca Luclécia.
Mudança de vida

A agente de endemias Gyslaine Barbosa, de 28 anos, aguardou seis anos para conseguir ter o corpo que correspondia à identidade que ela carregava desde criança. Ela já era atendida no Hospital das Clínicas desde que a cirurgia era feita em uma linha de pesquisa científica. O serviço foi habilitado pelo Ministério da Saúde em outubro de 2014. Depois disso, Gyslaine ainda teve que esperar mais dois anos para cumprir as regras exigidas.

Moradora de Surubim, município localizado a 120 km da capital pernambucana, ela enfrentou uma rotina exaustiva para receber os atendimentos. “Meia-noite já tinha que pegar o ônibus para estar no hospital [de manhã]. E era duas vezes por mês. A gente não dormia, não comia. E, quando terminava a consulta ao meio-dia, ainda tinha que esperar o ônibus que passa às 17h recolhendo o pessoal. Quando eu chegava em Surubim já eram 20h, até chegar em casa era meia-noite.”

Ela conta que viveu como homem por muitos anos até que não aguentou mais esconder como se sentia. “Tive que crescer como um menino. Ninguém podia saber o que eu estava sentindo, o que eu era. Porque ninguém acreditava. Mas chegou um certo ponto que eu não aguentei mais. Eu tinha meu emprego, terminei meus estudos, era gerente de loja e cheguei no meu limite. Cheguei chorando na loja que minha irmã trabalhava. Eu desabafei: eu sou uma mulher, não sou esse corpo que eu sou. Só tenho dois caminhos: ou eu abro para todo mundo ou vou correr o risco de me matar.”

A bailarina clássica Eduarda Vitória Cassiano, de 38 anos, cujo nome artístico é Duda Mel, também fez parte do primeiro grupo atendido no ambulatório pernambucano. Sua história com a transexualidade começou aos 14 anos, em uma época em que se conhecia pouco sobre o tema. A cirurgia de redesignação, por exemplo, era proibida até 1997. A coragem de expor sua identidade de gênero veio da dança.

“Eu cheguei e disse a minha professora que ia sair do balé porque eu queria mudar mais o meu corpo. Ela disse que não, que não ia me abandonar. Ela foi como minha mãe”, conta.

Duda trabalhou como professora auxiliar por 15 anos. Por muito tempo dançou como menino. Mesmo assim, enfrentou preconceito.

“Teve uma escola que não aceitou o fato de eu ser auxiliar. Minha professora disse 'onde não couber você não me cabe'. A gente foi para outras escolas que me aceitaram. Aí vieram as mudanças no meu corpo, meu cabelo eu deixei crescer”, conta.

Depois de mais de 10 anos, ela passou a dançar como menina, usando a sapatilha de ponta – só usada por mulheres.

Duda Mel diz que a cirurgia de mudança de sexo mudou toda sua vida. Nas aulas, as crianças a chamam de tia. E em casa, onde o espelho era proibido, hoje só em seu quarto há cinco deles. Coisas simples como usar um biquíni já não são um problema. E coisas maiores, como estar em paz consigo mesma, foram possíveis. A cirurgia, segundo ela, foi muito além da estética. “[Quando eu era pequena] Eu pensava: vou passar embaixo do arco-íris e vou sair mulher. Eu vou dormir agora chorando, com raiva, e quando acordar eu vou acordar mulher. O arco-íris nunca chegou, mas hoje eu consegui.”

Fonte: Saúde - iG @ http://saude.ig.com.br/2017-04-09/mudanca-de-sexo.html

Regionais : Dentro de hospital, PM saca arma e aponta para médico
Enviado por alexandre em 10/04/2017 09:15:32


Inconformado com o adiamento da cirurgia do filho, um policial militar apontou a arma para um médico que se identificou como "chefe da ortopedia". A cena foi gravada por uma das pessoas que estavam no Hospital Regional de Santa Maria, no Distrito Federal, nesse sábado (8), no momento da confusão, que foi parar na delegacia. As informações são do Correio Braziliense.
"Você não sabe com quem está falando", disse o PM, antes de sacar a arma ao médico. Ele, por sua vez, retruca: "Você é um bosta". Nesse momento, o PM retira a pistola da cintura, em meio a pacientes, médicos e seguranças do hospital. "Fala agora que eu sou um bosta", grita o policial com a arma apontada para o médico. "Estou falando com você numa boa, por quê você não chega e fala comigo?", continuou o policial, com a pistola em punho.

Em nota, a Secretaria de Saúde informou que o paciente, filho do policial militar, foi internado no dia 29 de março com um quadro de bursite na região do cotovelo. No dia 30 do mesmo mês, ele foi submetido a procedimento cirúrgico de drenagem da inflamação e tratamento com antibióticos. Em 5 de abril, como ainda persistia a inflamação, foi solicitado parecer à infectologia, que, na sexta-feira (7), recomendou substituição do antibiótico e realização de cultura para identificação do agente causador da inflamação. Nesse sábado (8), foi marcada nova cirurgia.

A operação estava agendada para o período da manhã, mas teve de ser adiada para 12h, pois um outro paciente em estado grave teria dado entrada no hospital. A confusão começou quando o policial foi informado do adiamento da cirurgia. Ainda de acordo com a nota da Secretaria de Saúde, “por precaução, a direção do hospital orientou o médico a interromper seu plantão e a Secretaria de Saúde vai apurar a conduta do médico no episódio”.

VEJA O VÍDEO
http://www.24horasnews.com.br/noticia/dentro-de-hospital-pm-saca-arma-e-aponta-para-medico.html

Regionais : Associação Casa Família Rosetta recebe apoio do governo estadual
Enviado por alexandre em 09/04/2017 22:52:13


Via Superintendência de Estado de Políticas sobre Drogas (Sepoad), o governo investe R$ 1,4 mil em cada acolhido nas casas conveniadas para tratamento terapêutico de dependentes químicos em Rondônia.
Reunião

Reunião no Crepad com famílias de jovens em reinserção social

No ano passado, a equipe multidisciplinar atendeu a 135 pessoas voluntariamente encaminhadas ao Centro de Referência de Prevenção e Atenção à Dependência Química (Crepad) para tratamento, conforme a gerente de Tratamento, Dionéia Martins.

No geral, o número de atendimento é seis vezes maior. A Casa Família Rosetta, uma das conveniadas, por exemplo, recebe em média 500 a 800 pessoas por ano – dependentes químicos, deficientes físicos e até quem chega lá apenas para receber orientações.

Os primeiros convênios entre o governo estadual e as entidades ocorreram no início das atividades da então Secretaria Estadual da Paz (Sepaz), em 2012.

Em breve o Crepad, vinculado à Sepoad, publicará edital para ampliar o número de comunidades terapêuticas conveniadas. Essa chamada atende à Resolução nº 29 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Agevisa), que também dispõe sobre a prestação de serviços de atenção a pessoas com transtornos decorrentes do uso, abuso ou dependência de substâncias psicoativas.

“Os repasses custeiam o tratamento dos acolhidos em comunidades terapêuticas”, disse a gerente de Prevenção, Ana Carolina Assunção.

Em situações involuntárias e compulsórias, ela explicou que o Crepad contempla laudos psiquiátricos para transtornos graves, via judicial, e tratamentos fora do domicílio, diretamente atendidos pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesau).

A parceria com a Sepoad é fundamental, na avaliação de Giuseppina Maria Fulco, diretora-geral da Associação Casa Família Rosetta. “Ela permite a estabilidade do tratamento e a melhora dos serviços prestados à população, mediante facilidades para o atendimento médico, por exemplo”.

A diretora lembrou que este é o primeiro governo estadual que adota política pública de relevância na delicada área de recuperação e reinserção social.

No momento, a entidade atende a 150 pessoas na faixa de 18 a 45 anos. Dos 46 funcionários, 25 trabalham com dependentes químicos.

Em maio próximo, o fundador da Casa, Padre Vincenzo Sorce, virá a Porto Velho, acompanhado de dois médicos especialistas, um em dependência química, outro em administração, para participar de um congresso científico.

O primeiro contato do dependente é com o Centro de Triagem, no bairro Areal. O Centro de Reabilitação Neuropsicomotora Paulo VI tem ambulatório, faz atendimento domiciliar e centro-dia, com neuropediatria, fisioterapia, fonoaudiologia, terapia ocupacional, psicologia, serviço social, atendimento educacional especialização, aplicação de toxina botulínica, transporte e alimentação.

Ali também, a Casa Abrigo Família Anna Teresa Cappello atende em regime de acolhimento institucional, crianças e adolescentes com deficiência em situação de vulnerabilidade e/ou abandono.

A Comunidade Terapêutica Masculina Porto Esperança funciona em Candeias do Jamari, a 23 quilômetros de Porto Velho, e trata das situações comportamentais, emocionais, familiares e profissionais da pessoa durante nove meses de internação.

O slogan da Casa é Transformando Vidas. No pós-tratamento, ela poderá participar das atividades de ressocialização, frequentando a Comunidade de Reinserção Social Dom Helder Câmara.

A mais nova unidade é a Comunidade Terapêutica Padre Fiovo Camaione, no Km 4 da Gleba 20, Lote 6-A, em Ouro Preto do Oeste, que iniciou as atividades em abril de 2016, atendendo pedidos de vagas feitos pela Sepoad e pelo Poder Judiciário.

Já a Comunidade Terapêutica Feminina Nossa Senhora Aparecida proporciona reinserção social para mulheres com dependências patológicas.

A Casa Família Rosetta fará 25 anos em maio próximo. Segundo Giuseppina, nem todas procuram tratamento, mas ali aparecem, muitas vezes acompanhados por mães, pais ou parentes. Nesse aspecto, o voluntariado também exerce relevante papel. Os grupos Graduados e Voluntários da Esperança apoiam pessoas no tratamento e pós-tratamento.

Parcerias com a Empresa Estadual Autárquica de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater-RO), Serviços Nacionais de Aprendizagem Industrial (Sesi) e Social do Comércio (Sesc) possibilitam diversos cursos profissionalizantes.

“Que o álcool e as drogas são um flagelo para o ser humano, o mundo todo sabe; nosso objetivo é encontrar parceiros e aliados que ajudem as pessoas a se prevenir, a perseverar com o seu próprio querer”, comentou Giuseppina.

CASAS CONVENIADAS COM A SEPOAD:

● Centro de Recuperação Abisai (Cacoal)
● Centro de Recuperação Nova Aliança (Rolim de Moura)
● Associação Trindade Santa (Vilhena)
● Associação Acolhedora Confrontando Gigantes (Porto Velho)
● Associação Casa Família Rosetta (Porto Velho, Candeias do Jamari e Ouro Preto do Oeste)

SECOM - Governo de Rondônia

Regionais : Profissional apaga vômito nas postagens de Temer
Enviado por alexandre em 09/04/2017 19:15:16


Profissional apaga vômito nas postagens de Temer

Postado por Magno Martins

Cada post tem em média 3 mil comentários negativos

(DCM) Com informações de Roberto de Martin:

Não é fácil a vida de quem cuida das redes sociais do Planalto.

Dado o desprezo pelo presidente, existe um profissional destacado apenas para cuidar de limpar o Facebook dos emojis de vômito. A cada declaração de desastrosa de Temer, e todo dia tem uma, é uma enxurrada.

O “limpador”, chamemos assim, diz que tira “milhares por dia”. Há uma tentativa de estabelecer diálogo com os internautas, mas “é impossível”.

O Facebook foi procurado para ver se havia uma maneira de se livrar dos vomitinhos. Não deu em nada.

Para cada post, a média é de 3 mil comentários negativos.

Partidos demais, reforma de menos



Rudolfo Lago – Blog Os Divergentes

No início dessa nossa atual experiência democrática, quando acabou o bipartidarismo e partimos para o pluripartidarismo, fazia todo sentido o espectro político-ideológico que se formou. Se não vejamos, da direita para a esquerda:

O PDS, herdeiro da antiga Arena, era o representante da direita ultranacionalista que comandou o país no autoritário regime militar. O PFL e o PL surgiam como representantes do novo modelo de direita moderna, de concepção econômica neoliberal que despontava no mundo naquele início dos anos 1980. O PP de Tancredo Neves era a representação dos que eram politicamente conservadores, mas defensores da democracia. O PMDB, herdeiro do antigo MDB, típica agremiação de centro, filha do velho PSD anterior à ditadura. O PSDB trazia para o país os conceitos da social-democracia parlamentarista europeia. O PSB vinha em seguida propondo o modelo dos partidos socialistas democráticos também da Europa. Os partidos comunistas, PCB e PCdoB, representavam as diferenças de concepção de seu modelo após a revisão feita na União Soviética por Kruschev. O PDT como representante do trabalhismo getulista. O PT legenda do novo sindicalismo surgido depois das greves do ABC e da nova esquerda que buscava se desvincular dos velhos partidos comunistas, forjada nas academias e na Igreja Progressista.

É meio triste ver que passados estes mais de trinta anos desde o fim da ditadura e a criação dos partidos mencionados acima, tudo isso tenha se transformado numa tremenda geleia. A maioria dos partidos caminhou para um centro conveniente. Há gente mais e menos conservadora em praticamente todas as legendas. Gente que migrou conforme suas conveniências de momento. Diante da polarização PT/PSDB que marcou os últimos anos até a queda de Dilma Rousseff, a maior parte dos partidos flutuou entre um grupo e outro apenas pela atração do poder. Com o PMDB à frente, com a sua maioria dentro de todos os governos, emprestando seu grande número de votos no Congresso em troca do atendimento dos seus interesses, os confessáveis e os inconfessáveis. O PSDB nem costuma dizer mais que a defesa do parlamentarismo está no seu programa partidário. E nunca houve qualquer herança trabalhista e sindical em pessoas como, por exemplo, Delcídio do Amaral.

A geleia partidária brasileira é uma das raízes mais importantes da crise política que vivemos. Existem mais de 50 partidos políticos no país. Mais de trinta com registro definitivo no Tribunal Superior Eleitoral. Numa pesquisa nas páginas desses partidos na Wikipedia, nada menos que 37 declaram-se de centro. Ou seja: escapam do debate pelo meio. Porque assim estão prontos a aderir a qualquer governo conforme a ocasião. Associe-se a isso a paupérrima discussão das torcidas organizadas nas redes sociais, nas quais, na maior parte do tempo, fica só o sujo falando do mal lavado, numa troca de dedos acusatórios para delitos semelhantes, e eis a nossa tragédia.

A outra grande raiz dos nossos problemas está no custo altíssimo das campanhas eleitorais. Milhões de reais gastos em meras eleições de deputado estadual. Somas enormes de dinheiro entrando, seja pelo caixa 1, seja pelo caixa 2.

Seja no mensalão, seja agora na Operação Lava-Jato, estão nos dois aspectos colocados aí acima a origem de todos os crimes revelados e de todas as condenações definidas. Partidos sem coloração ideológica aderem aos governos por razões que passam longe, a quilômetros, de adesão convicta aos programas propostos ou por afinidade. Entram em troca de esquemas de poder e de dinheiro, que acabaram sendo escancarados pelas investigações nos dois escândalos e em outros correlatos.

Chegando aí ao segundo ponto: sem convicção ideológica, aderem em troca do dinheiro de que precisam, na melhor das hipóteses, para se elegerem. Dinheiro que entra fácil e é fácil de ser desviado. Na atual balada do Ministério Público, da Polícia Federal e da Justiça, uma situação que não é mais muito tolerada. Daí a crise permanente que estamos vivendo e as prisões lotadas de antigas excelências.

Trágico cenário… No momento, o Congresso discute uma reforma política. Alguém leu ou ouviu surgir dessa discussão alguma proposta para esses problemas expostos acima? Segue a nossa tragédia…

Deficit fiscal e gerido a golpes de magia negra



Josias de Souza

Alguns economistas chamam a economia de “ciência negra”. Eles talvez façam isso porque a única maneira de chamar a economia de ciência é aproximando-a da ideia de magia negra. O governo, você sabe, está quebrado. Previa-se que, em 2018, o Tesouro Nacional gastaria R$ 79 bilhões acima do que será arrecadado em impostos. Informa-se agora que o rombo será maior: R$ 129 bilhões. Por quê? Na expressão do ministro Henrique Meirelles, da Fazenda, “são efeitos defasados” da crise econômica de 2015 e 2016. Ora, mas o governo dizia que esses efeitos da crise já estavam contabilizados. Ou seja: o que Meirelles está dizendo, com outras palavras, é que sua equipe não sabe fazer contas.

No ano passado, o governo foi muito criticado porque concedeu reajustes salariais a servidores públicos que tiveram impacto bilionário sobre o Orçamento. E todas as autoridades, incluindo Michel Temer e Henrique Meirelles, diziam que não havia problema porque esses reajustes, negociados ainda no governo Dilma, já estavam lançados nas projeções de déficit. Era magia negra. Os economistas do governo atravessaram agulhas nos bonecos de 2016 e os efeitos estão sendo sentidos agora, na pessoa errada: você.

Na semana passada, o governo já tinha informado que, para manter o buraco deste ano de 2017 em R$ 139 bilhões, como havia prometido, terá de arranjar R$ 58 bilhões com cortes de despesas ou algum aumento de receita. Mas fique tranquilo, o governo jura que o equilíbrio fiscal será alcançado em 2020, quando teremos um superávit nas contas públicas de R$ 10 bilhões. Esse número provavelmente está errado. Mas até 2020 Henrique Meirelles estará fora do governo. E uma das mágicas da economia é que os economistas sempre encontram soluções para os problemas do país quando saem do governo e se transformam em consultores e articulistas de jornal. Quer dizer: quando Henrique Meirelles deixar o governo saberemos o que fazer.

Regionais : Nos EUA, Moro diz que Caixa 2 é pior do que corrupção
Enviado por alexandre em 09/04/2017 19:00:31


Nos EUA, Moro diz que Caixa 2 é pior do que corrupção


O Globo - Henrique Batista

O juiz Sérgio Moro, responsável pela Operação Lava Jato em Curitiba, afirmou neste sábado em uma palestra para estudantes brasileiros na Universidade de Harvard, que a corrupção para financiamento de campanha é pior que o desvio de recursos para o enriquecimento ilícito. Ele defendeu o projeto elaborado pelo Ministério Público Federal por acreditar que a atual tipificação do Caixa 2, que trata do caso de forma semelhante à falsificação, como inadequada.

- Temos que falar a verdade, a Caixa 2 nas eleições é trapaça, é um crime contra a democracia. Me causa espécie quando alguns sugerem fazer uma distinção entre a corrupção para fins de enriquecimento ilícito e a corrupção para fins de financiamento ilícito de campanha eleitoral. Para mim a corrupção para financiamento de campanha é pior que para o enriquecimento ilícito. Se eu peguei essa propina e coloquei em uma conta na suíça, isso é um crime, mas esse dinheiro está lá, não está mais fazendo mal a ninguém naquele momento. Agora, se eu utilizo para ganhar uma eleição, para trapacear uma eleição, isso para mim é terrível. Eu não estou me referindo a nenhuma campanha eleitoral específica, estou falando em geral.

Odebrecht diz ter pago € 2 milhões de caixa 2 a Serra



Folha de S.Paulo – Bela Megale e Mario Cesar Carvalho

O ex-presidente do grupo Odebrecht Pedro Novis disse em seu acordo de delação premiada que repassou € 2 milhões de caixa dois a José Serra (PSDB) a partir de 2006, quando o tucano disputou e venceu a eleição para o governo de São Paulo. Segundo Novis, não foi exigida contrapartida do político tucano.

Os valores, de acordo com Novis, foram depositados entre 2006 e 2007 em contas na Suíça indicadas pelo empresário José Amaro Pinto Ramos, próximo ao PSDB.

O valor corresponde a R$ 5,4 milhões, quando se corrige o euro pelos valores médios daqueles anos.

Pinto Ramos afirmou à Folha, por meio de seu advogado, que recebeu € 1,2 milhão da Odebrecht na Suíça em 2006 e 2007, mas que o montante corresponde a serviços de consultoria à empresa. Ele diz ter feito estudos de viabilidade econômica para projetos da Odebrecht na Argélia, na Turquia e no Uruguai.

A Folha revelou em agosto do ano passado que delatores da Odebrecht haviam dito a procuradores da Lava Jato que Serra recebera R$ 23 milhões em contas secretas na Suíça em 2010, quando disputou a Presidência pelo PSDB e acabou derrotado por Dilma Rousseff, do PT.

No caso dos R$ 23 milhões, Novis e outro funcionário da Odebrecht afirmaram à Lava Jato que os repasses foram feitos em contas de dois amigos de Serra: os empresários Ronaldo Cezar Coelho, fundador do PSDB e hoje no PSD, e Márcio Fortes, que já foi tesoureiro nacional do PSDB.

Em 2006, a campanha de Serra não registrou nenhuma doação da Odebrecht. Serra declarou à Justiça eleitoral que gastou R$ 25,9 milhões na eleição daquele ano.

Já na campanha presidencial de 2010, a Odebrecht doou, segundo delatores, R$ 23 milhões pelo caixa dois. A Justiça eleitoral registra R$ 2,4 milhões doados pela empreiteira ao candidato.

Novis presidiu o grupo Odebrecht entre 2002 e 2009, quando foi substituído no cargo por Marcelo Odebrecht. Amigo de Serra há mais de 20 anos, Novis se referia ao tucano em planilhas internas como "vizinho" (como de fato foram) ou "careca", segundo disse em sua delação.

Ele tinha autonomia para repassar recursos ao tucano enquanto Emílio Odebrecht, presidente do conselho de administração, apostava suas fichas em Lula e no PT.

Segundo Novis, os € 2 milhões foram solicitados por intermediários de Serra para a campanha eleitoral de 2006. A empresa, ainda segundo o delator, não pediu nenhum tipo de contrapartida ao tucano.

O empresário apontado pelo ex-presidente da Odebrecht, Pinto Ramos já foi citado por outros delatores do grupo como um dos intermediários de propina para o projeto do submarino nuclear, orçado em € 6,7 bilhões (cerca de R$ 23 bilhões).

Ele diz que recebeu honorários da Odebrecht por ter apresentado o grupo brasileiro à estatal francesa DCNS, mas nega ter pago suborno.

Pinto Ramos já manteve escritório nos EUA e na França e tem relação antiga com tucanos. Ele chegou a ser indiciado na Suíça em 2011 por lavagem de dinheiro, sob suspeita de ter repassado suborno em negócios da Alstom com o governo paulista. As autoridades suíças, no entanto, arquivaram o caso por falta de provas, segundo o advogado do empresário, Thiago Nicolai.

No Brasil, as investigações sobre a Alstom chegaram a Pinto Ramos, mas não há provas de que ela tenha cometido irregularidades.

SERRA NEGA ILEGALIDADE

O senador José Serra (PSDB) afirmou por meio de nota que "não cometeu nenhuma irregularidade e que suas campanhas foram conduzidas pelo partido, na forma da lei".

Serra diz que "enquanto não forem abertos os sigilos dos depoimentos dos delatores investigados, é impossível apresentar qualquer comentário ou defesa, pois não se pode confirmar sequer o conteúdo das informações".

Sobre o repasse de R$ 23 milhões em 2010, Serra disse que a campanha foi conduzida dentro da legalidade, mas afirmou que o partido era o responsável pelas finanças.

O empresário José Amaro Pinto Ramos afirma que recebeu € 1,2 milhão da Odebrecht entre 2006 e 2007, mas nega ter feito repasses a Serra. Pinto Ramos afirma que a Odebrecht pagou por três estudos de viabilidade econômica de projetos fora do país, dos quais nenhum saiu do papel.

Um dos estudos, encomendado pelo braço da Odebrecht em Portugal, era sobre a viabilidade de adutoras de água na Argélia. Outro era sobre a viabilidade de implantação de um sistema de bondes urbanos na Turquia.

O terceiro era sobre o impacto que a implantação de um sistema de bondes teria sobre o mercado imobiliário de Montevidéu, no Uruguai, de acordo com o advogado Thiago Nicolai, que defende Pinto Ramos.

De acordo com o advogado, o empresário tem contratos de todos os estudos de viabilidade que produziu e os pagamentos foram declarados às autoridades dos países em que ele atuou.

O advogado afirma que o Ministério Público da Suíça analisou todas as movimentações bancárias feitas por Pinto Ramos naquele país e concluiu que não houve repasse de suborno.

Como não havia provas de ilegalidades, as autoridades suíças arquivaram as investigações, o que equivale a ser absolvido, ainda de acordo com Nicolai.

Sobre a acusação de que teria intermediado repasse de propina no contrato do submarino nuclear, Pinto Ramos diz que recebeu honorários da Odebrecht por ter apresentado o grupo brasileiro para a empresa francesa DCNS, que detém a tecnologia do submarino nuclear que deve ser produzido no Brasil.

Segundo o advogado de Pinto Ramos, o empresário atua como consultor por conta dos contatos que criou em mais de 30 anos de atividade na Europa, EUA e Japão.

A Odebrecht diz em nota que "não se manifesta sobre o teor de eventuais depoimentos de pessoas físicas, mas reafirma seu compromisso de colaborar com a Justiça. A empresa já adota as melhores práticas de 'compliance'".

Cunha ameaça explodir mundo empresarial



Delação de Cunha

O último recado enviado pelo ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) foi tão colérico que fez até seus aliados mais fiéis se afastarem. A um parlamentar, ele avisou que chegou ao limite e ameaçou fazer delação premiada. Disse que tem material para “explodir” o mundo empresarial, a começar por gigantes do setor de carne, já abalados pela Operação Carne Fraca, deflagrada pela PF no último mês. Seus advogados, porém, continuam negando que ele tenha disposição em fazê-lo. As informações são de Daniela Lima, na coluna Painel, da Folha de S.Paulo deste domngo.

Segundo a colunista, quem acompanha de perto os desdobramentos da Lava Jato acredita que Cunha seguirá o exemplo de Duda Mendonça e tentará fechar acordo de colaboração com a PF, e não com os procuradores. Dizem ainda que ele e o corretor Lúcio Funaro, também preso, jogam juntos.

A propósito, já fortemente implicado na delação da Odebrecht, o ex-ministro Antonio Palocci também é apontado como alvo dos relatos do publicitário João Santana, especialmente sobre os anos de 2010 e 2014, quando operou toda a arrecadação petista.

Enquanto isso, diz a colunista, a repercussão dos últimos dois vídeos com críticas ao governo Michel Temer, fez da produção de filmes a menina dos olhos do senador Renan Calheiros (PMDB-AL), que agora quer publicar peças semanais nas redes sociais.

“Para que as críticas sejam replicadas com rapidez, auxiliares de Renan criaram diversas listas de destinatários, que recebem os filmes pelo WhatsApp. Eles foram divididos em grupos: prefeitos, deputados, senadores…”

Evento de Gilmar: patrocínio de partes em processos

Postado por Magno Martins às 09:00

Elio Gaspari – Folha de S.Paulo

O ministro Gilmar Mendes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral passará o feriadão do suplício no Nazareno em Portugal, coordenando um seminário de notáveis promovido pelo Instituto Brasiliense de Direito Público, entidade privada da qual é bem sucedido sócio fundador.

Entre os patrocinadores do evento de Mendes estão a Federação do Comércio do Rio de Janeiro, a Associação de Empresas de Saneamento Básico Estaduais e a Itaipu Binacional.

Os repórteres Beatriz Bulla e Fábio Fabrini mostraram que, além de terem vínculos direto ou indiretos com a bolsa da Viúva, esses três beneméritos têm processos tramitando no Supremo Tribunal Federal.

Concluído o seminário, le ministre voará até Paris, para acompanhar a election française.

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