Militante de Escola Sem Partido é agredido a socos na saída da Faculdade de Direito da USP. Homem foi ferido na cabeça; mulher que estava com ele também relata agressão. Folha de S. Paulo - Por Mônica Bergamo Um homem e uma mulher de um movimento conservador que acompanhavam um debate na Faculdade de Direito da USP sobre o projeto Escola sem Partido dizem ter sido agredidos na cercania da universidade, no largo São Francisco, no centro em São Paulo, na noite desta segunda (14). André Almeida, 34, e uma mulher contam que saíram do prédio da faculdade para ir comer em uma lanchonete próxima. Foi então que, segundo Almeida, um grupo de “quatro ou cinco” pessoas começou a agredi-los. “Eu estava com a camiseta do movimento que eu faço parte e acredito [a estampa diz Movimento Conservador e tem uma bandeira do Brasil]. A gente saiu, ela veio fumar, eu queria comer alguma coisa. E fomos emboscados de repente”, relatou Almeida quando já estava dentro da viatura que o levou para ser atendido na Santa Casa. Ele tinha um ferimento na cabeça e uma mancha de sangue já seco escorrido pelos seus pescoço, peito e barriga. O deputado estadual Douglas Garcia (PSL), um dos convidados que integravam a mesa do debate, acompanhou os dois até o hospital. “De repente um [indivíduo] chegou e falou ‘Vai, filho da puta’ e deu [um soco]. Eu tirei o rosto [da frente] e pegou de raspão. E empurrei [ele]”, disse Almeida. “Aí rodeou uns quatro ou cinco, não sei agora o número exato, falando ‘Vai, filho da puta. Tira a camisa aí’”, disse Almeida. “Me deram uma gravata [golpe de enforcamento], fizeram eu arrancar a camiseta, aí eu vi ela [a mulher que o acompanhava] e saí correndo atrás dela, porque eles estavam indo pra cima dela.” O homem segue com o relato: “A gente viu o bar, entramos, e aí começou a sessão de espancamento. Murro, um cara com soco inglês dando soco na minha cabeça…” Almeida afirma que um dos agressores pode ser aluno da faculdade. “Eu vi aqui [dentro do prédio]. Reconheço ele se eu vir.” “Eram cinco homens batendo nele e mais um homem e uma mulher batendo em mim”, disse a mulher que acompanhava Almeida —da qual a coluna não pegou a identificação. ORRERIA Eram por volta das 20h30 quando Garcia deixou, apressado, o auditório em que o debate ocorria, no primeiro andar do prédio da faculdade. Pouco depois, ele retornou e chamou o diretor da instituição, Floriano Peixoto de Azevedo Marques Neto, que mediava a conversa. Os dois, então, saíram do recinto. Poucos minutos depois, pessoas começaram a deixar a plateia do salão para ver o que ocorreu. Almeida estava sendo socorrido em um banco já dentro do campus da faculdade, no térreo. Seguranças e alunos acompanhavam a cena. Não houve hostilidade. Em seguida, o deputado, um assessor, Almeida e a mulher foram à viatura na qual seguiram para a Santa Casa. Depois disso, Marques Neto retornou para o auditório para retomar o debate, que já se encaminhava para o fim —o encontro teve início às 17h30. Ele usou o microfone para lamentar o ocorrido. “Foi um episódio lamentável, e é lamentável por qualquer contexto que tenha ocorrido. Se houve agressão motivada por divergências políticas, é lamentável. Se foi uma agressão por fruto de uma violência, é lamentável. Se foi uma agressão por qualquer desvio de conduta de quem agrediu, é lamentável. A violência é sempre lamentável”, disse ele à plateia. Além do deputado Douglas Garcia, também integravam a mesa de discussão o criador do Escola Sem Partido, Miguel Nagib, e os professores Gustavo Bambini e Nina Ranieri --estes dois, contrários ao projeto. O encontro terminou por volta das 21h30. “Eu não sei dizer a troco de que [teriam ocorrido as agressões]. Inclusive porque quando eles [os agredidos] voltaram, estava cheio de estudantes, de grupos de esquerda [no térreo do prédio]. E não houve nenhuma alteração. Se houvesse clima para sair e agredir alguém, teria havido empurra-empurra”, afirmou à coluna o diretor da faculdade. “Eles [o casal] voltaram, com a as camisetas e tal, e foram atendidos.” “Pode ter sido um assalto, uma agressão de um morador de rua --a gente tem isso aqui infelizmente toda semana--, pode ter sido um desentendimento com alguém”, diz o diretor Marques Neto. “Inclusive, [o ocorrido] foi bem fora [da faculdade]. Se você descer aqui, vai ver que tem uma viatura da guarda universitária e uma viatura da guarda municipal fazendo um pouco a segurança do largo”, diz. Terminado o debate, um assessor do deputado Douglas Garcia instruiu um grupo de 40 militantes do Escola sem Partido a não caminharem até o metrô sozinhos. Eles foram embora em grupos. Mônica Bergamo
Bivar é presidente do PSL, partido do presidente Jair Bolsonaro. Mandados tem relação com investigação sobre o uso de candidaturas laranjas pelo PSL na eleição de 2018. O presidente do PSL, deputado Luciano Bivar (PE) — Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil Por G1 PE A Polícia Federal cumpre mandado de busca e apreensão em um endereço ligado ao deputado federal Luciano Bivar (PSL-PE), nesta terça-feira (15), na investigação sobre o uso de candidaturas laranjas pelo partido na eleição de 2018. Bivar é presidente do PSL, partido do presidente Jair Bolsonaro. Ao todo, nove mandados foram autorizados pelo Pleno do Tribunal Regional Eleitoral de Pernambuco (TRE-PE) para a Operação Guinhol, atendendo a um pedido do Ministério Público Eleitoral. O objetivo da operação é esclarecer se ocorreu fraude no emprego dos recursos destinados às candidaturas de mulheres - ao menos 30% dos valores do Fundo Partidário deveriam ser empregados na campanha das candidatas do sexo feminino. Segundo a PF, há indícios de que tais valores foram aplicados de forma fictícia objetivando o seu desvio para livre aplicação do partido e de seus gestores. O TRE-PE não quis comentar o assunto, informando que o inquérito tramita em segredo de Justiça e, portanto, é sigiloso. Confira a íntegra aqui: PF faz busca em endereço ligado a Luciano Bivar, presidente ... |