A esquerda pressiona Dilma Postado por Magno Martins Bernardo Mello Franco - Folha de S.Paulo A presidente Dilma Rousseff terá que fazer concessões à esquerda se quiser mobilizar os movimentos sociais em defesa de seu mandato. O recado tem sido repetido a ministros petistas e ao ex-presidente Lula em conversas reservadas sobre o agravamento da crise. Acuada pela oposição oficial e pelo PMDB, Dilma agora enfrenta a pressão de aliados históricos do PT para abandonar o ajuste fiscal. Na prática, a esquerda quer trocar o apoio nas ruas pela cabeça do ministro da Fazenda, Joaquim Levy. "O governo está muito fraco e precisa mais do que nunca das ruas para resistir ao golpe. Mas não podemos defender um governo que está ficando indefensável por causa dessa política econômica", afirma Guilherme Boulos, principal líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto. O ativista ficou contrariado ao saber que a presidente prepara medidas para ampliar o ajuste, como ela contou à Folha. "A crise se agravou, e a reação da Dilma é dizer que vai aprofundar ainda mais o ajuste. Isso cria dificuldade para os movimentos que estão dispostos a enfrentar a ofensiva golpista", diz Boulos. Apesar das críticas, ele articula um ato de "resposta à direita" para 20 de agosto, quatro dias depois dos protestos convocados por grupos anti-Dilma. "Será uma grande mobilização contra o golpismo, o Eduardo Cunha e a ofensiva conservadora, mas também contra a política econômica", ressalta o líder do MTST. Próximo ao ex-presidente Lula, o senador petista Lindbergh Farias reforça a pressão. "O governo tem que parar de atirar na própria base. Quem pode defender Dilma contra o golpe são os movimentos sociais e o Lula. O que a gente quer é que o governo pare de atrapalhar", afirma. A tese da guinada à esquerda seduz cada vez mais petistas, mas embute altos riscos. Se desistir do ajuste, Dilma pode perder o apoio que lhe resta no PMDB e engajar setores do empresariado e do mercado financeiro no movimento pró-impeachment.
Ao lado de Putin, Dilma aposta nos Brics Postado por Magno Martins
A presidente Dilma Rousseff se reuniu nesta quarta-feira 8 com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, na cidade russa de Ufá, capital do Bascortostão, onde ocorrerá a VII Cúpula dos Brics. Putin ofereceu um jantar em homenagem aos chefes de Estado e de governadores dos Brics. O último encontro do grupo, que compõe os países emergentes Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, foi em novembro de 2014, em Brisbane, na Austrália. Na agenda prioritária deste encontro está o acordo sobre o Novo Banco de Desenvolvimento (NDB) do Brics ou Banco do Brics, que entrou em vigor na última semana. Os líderes discutirão detalhes sobre o funcionamento da nova instituição. O banco terá sede em Xangai, na China, e será presidida pelo banqueiro indiano K. V. Kamath, tendo como vice o economista brasileiro Paulo Nogueira Batista Junior. O banco, que começa a operar no ano que vem, terá capital inicial de US$ 50 bilhões, divididos em partes iguais entre os membros. Com ele, os países-membros do Brics esperam reduzir o domínio do FMI e do Banco Mundial sobre o sistema financeiro global e criar espaço para outras moedas, além do dólar americano, no comércio internacional. A instituição financiará projetos de infraestrutura nos países do Brics, mas as operações podem ser estendidas a países em desenvolvimento que desejem fazer empréstimos. O NDB foi criado em julho do ano passado, na última reunião do Brics, em Fortaleza. Na ocasião, também foi lançado o Arranjo Contingente de Reservas (CRA na sigla em inglês), no valor de US$ 100 bilhões, dos quais US$ 41 bilhões virão da China. O Brasil, a Rússia e a Índia contribuirão com US$ 18 bilhões cada e a África do Sul aportará US$ 5 bilhões. A cúpula também servirá para discutir ações de cooperação econômica e comercial entre os países do bloco, englobando setores como energia e infraestrutura. O Brics representa um quinto da economia mundial e 40% da população do planeta.
Dilma: "Aécio vestiu a carapuça do golpismo" Postado por Magno Martins A presidente Dilma Rousseff foi informada ontem das declarações feitas pelo senador Aécio Neves (PSDB-MG) em reação à sua entrevista, em que apontou golpismo da oposição. "Ele vestiu a carapuça", comentou a presidente, dentro do avião, na escala que fez em Portugal durante sua viagem à Rússia, onde participará da cúpula dos Brics. Ela também se surpreendeu com os atos falhos cometidos pelo tucano ao longo do dia. Na primeira entrevista após ter sido reeleito presidente do PSDB, Aécio afirmou ter sido "reeleito presidente da República". Depois, à rádio Itatiaia, ressaltou que o PSDB "é o maior partido de oposição ao Brasil", no lugar de "do Brasil". De acordo com um ministro, Dilma voltou a dizer a frase: "Eu não sou Getúlio, não sou Jango, não sou Collor. Não vou me suicidar, não faço acordo, não renuncio". A mesma declaração havia sido feita por ela quando os tucanos pediram recontagem dos votos ao TSE, após a eleição de 2014.
Aécio: "PT não vai me empurrar para a direita" Postado por Magno Martins
Tales Faria – Portal IG O senador Aécio Neves (MG) acaba de ser reeleito presidente nacional do PSDB e já se tornou o centro de uma grande polêmica: se o seu partido aderiu ou não à tese de um golpe de Estado para apear do poder a presidente Dilma Rousseff. O líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), diz que sim. Em entrevista ao iG, acusou Aécio de capitanear o “furor golpista, secundado pela extrema direita”, do país. Em entrevista exclusiva ao iG, Aécio responde às críticas dizendo que “não adianta que não vão me empurrar para a direita”. Mas ele insiste que a presidente da República pode ser retirada do poder sem golpe, pela via constitucional, se o Tribunal Superior Eleitoral, por exemplo, decidir que houve fraude na eleição: “Ninguém está acima da lei. Quem quer golpe é o PT. Cabe à presidente responder às denúncias e manter seu mandato até 2018. O que nós insistimos é que a presidente tem que dar satisfação aos órgãos de controle. Se houver a comprovação de dinheiro sujo, aí sim, está prevista na Constituição a cassação do mandato.” Aécio diz que o PSDB se encontra no seu melhor momento desde o governo Fernando Henrique Cardoso, quando foi lançado o Plano Real, e que o partido “não embarcará nuuma aventura”. Mas defendeu as manifestações de rua programadas para agosto, mesmo com o risco de um enfrentamento com militantes das entidades da sociedade civil que apoiam o governo. “De um lado, sou acusado de não ter ido às ruas para não estimular o movimento. De outro, nos acusam de movimentar as ruas. O PT não entendeu que as ruas estão se movimentando espontaneamente.” E o presidente do PSDB dá um recado ao PT: “Temos hoje um governo atordoado, com sua base de sustentação demonstrando muito pouca confiança na recuperação da presidente da República. O PT tem que se preocupar com sua própria base, mais do que com a oposição.”
Chamado de "bandido", Lula processa Caiado Postado por Magno Martins
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva protocolou nesta quarta-feira, 8, no Supremo Tribunal Federal, um pedido de queixa-crime contra o senador Ronaldo Caiado (GO), líder do DEM no Senado. A defesa do ex-presidente pede a condenação do senador pelos crimes de "calúnia, injúria e difamação". Em fevereiro deste ano, Ronaldo Caiado, um dos artífices da defesa do golpe para abreviar o mandato da presidente Dilma Rousseff, escreveu em sua conta no Twitter uma mensagem chamando o ex-presidente de "bandido". "Lula tem postura de bandido. E bandido frouxo! Igual à época que instigava metalúrgicos a protestar e ia dormir na sala do delegado Tuma", escreveu Caiado na rede social. Para a defesa, a postagem pode ser configurada como crime de calúnia e difamação. No documento, os advogados argumentam ainda que o tipo de afirmação feita por Caiado extrapola a imunidade parlamentar e configurou uma grave ofensa ao ex-presidente. Essa última afirmação foi feita para evitar que o senador alegue imunidade parlamentar para se eximir de culpabilidade pela postagem. Caiado comentou o caso após a notícia da ação de Lula, voltando a fazer o xingamento. "Essa situação ocorreu no mês de fevereiro, quando Lula se sentia o todo poderoso, quando ninguém tinha coragem de contestá-lo. Mas Lula tem que medir as palavras, não é comportamento de ex-presidente ameaçar a população, é comportamento de bandido. Ele não é rei", afirmou o senador. O pedido aguarda distribuição para um ministro relator. (Do Portal BR 247) |