Maioria dos acidentes ocorre no quarto ou no banheiro
Queda de idosos pode ter consequências graves, alertam especialistas (Imagem ilustrativa) Foto: Pixabay
Cerca de 62 mil internações de idosos foram registradas nos primeiros quatro meses deste ano no Brasil, após episódios de queda. Além disso, os atendimentos ambulatoriais – sem necessidade de internação – passaram de 67 mil.
Ao longo de todo o ano de 2024, houve mais de 344 mil atendimentos ou hospitalizações. Ao mesmo tempo, 13.385 idosos não resistiram aos ferimentos causados por quedas.
Os dados do Ministério da Saúde mostram a dimensão do problema e reforçam o alerta deste dia 24 de junho, escolhido como Dia Mundial de Prevenção de Quedas pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
– As quedas representam um risco muito mais grave para pessoas idosas porque, além da maior fragilidade óssea, com maior propensão a fraturas, como as de quadril, o tempo de recuperação é mais longo e, muitas vezes, pode comprometer de forma definitiva a mobilidade, a independência e a qualidade de vida – explica a especialista em gerontologia Nubia Queiroz.
FRATURA DE QUADRIL Uma das consequências frequentes mais preocupantes das quedas é a fratura no quadril, pois, além da lesão óssea, pode levar a complicações como infecções, trombose e pneumonia, elevando o risco de mortalidade, alerta o presidente da Sociedade Brasileira de Trauma Ortopédico (SBTO), Robinson Esteves.
Além dos efeitos físicos, muitos idosos ficam com medo de cair novamente após um episódio e, por isso, passam a reduzir suas atividades físicas e sociais, acrescenta Núbia. Segundo essa especialista, os exercícios físicos são grandes aliados da prevenção às quedas por favorecer o equilíbrio, a força muscular e a flexibilidade.
Núbia também ressalta a importância de adaptar o ambiente doméstico conforme a idade vai aumentando: retirar tapetes soltos, instalar barras de apoio em banheiros, melhorar a iluminação e eliminar obstáculos nos caminhos.
Também é essencial manter acompanhamento médico e ter cuidado redobrado com medicamentos que podem causar tonturas ou outros efeitos semelhantes.
Muitas famílias também têm recorrido a serviços de teleassistência, como os sistemas de botão de emergência que o idoso pode acionar caso tenha alguma emergência.
PEDIDOS DE AJUDA A médica coordena a Central de Atendimento 24 horas da empresa TeleHelp e diz que, de janeiro a maio deste ano, as quedas se tornaram a principal ocorrência registrada entre os pacientes. Os pedidos de ajuda subiram de 16% para 23%. Os dados da empresa mostram ainda que a maior parte dos acidentes ocorre no quarto ou no banheiro.
Ela acrescenta que essas ferramentas são uma opção para que os idosos não precisem mudar suas rotinas por causa do risco de quedas.
– A autonomia e a independência são fundamentais para o envelhecimento saudável, pois influenciam diretamente o bem-estar emocional, a autoestima e a qualidade de vida – complementou a especialista em gerontologia.
O presidente da Sociedade Brasileira de Trauma Ortopédico, Robinson Esteves, alerta que nenhum episódio de queda entre idosos pode ser minimizado.
– As quedas em idosos representam um dos maiores desafios para a saúde pública atualmente, em razão das graves consequências para a qualidade de vida dessa população. Mesmo quando a queda parece simples, os riscos de complicações são altos, principalmente entre os mais velhos. Por isso, todo cuidado é pouco, tanto na prevenção quanto no atendimento imediato – salienta.
Esteves recomenda que mesmo os casos aparentemente leves devem ser monitorados e o idoso deve ser levado ao serviço de saúde caso apresente hematomas, dificuldade de movimentação ou dores. Episódios com perda de consciência ou suspeita de fratura exigem socorro médico imediato.
Conhecido pelo sabor extremamente amargo e aparência exótica, o Melão de São Caetano (Momordica charantia) é uma planta de origem asiática utilizada há séculos na medicina tradicional. No Brasil, onde se adaptou facilmente ao clima tropical, é usado no controle da diabetes, em tratamentos digestivos e até contra inflamações. A ciência já reconhece compostos como charantina e polipeptídeo-p, com propriedades antidiabéticas, antibacterianas e antioxidantes.
Apesar da fama de venenosa por conta do gosto forte e dos efeitos potentes, o uso do melão de São Caetano é seguro quando feito com orientação e moderação. A planta deve ser evitada por gestantes, lactantes e pessoas com hipoglicemia ou doenças hepáticas, já que pode interagir com medicamentos. Suas folhas, frutos e sementes são aproveitados em chás, suplementos, cosméticos e receitas asiáticas.
De cultivo simples, resistente a pragas e ideal para pequenas propriedades, o melão de São Caetano oferece boas oportunidades comerciais. Com certificação orgânica, o produto ganha valor no mercado de plantas medicinais e funcionais
Conhecido pelo sabor extremamente amargo e aparência exótica, o Melão de São Caetano (Momordica charantia) é uma planta de origem asiática utilizada há séculos na medicina tradicional. No Brasil, onde se adaptou facilmente ao clima tropical, é usado no controle da diabetes, em tratamentos digestivos e até contra inflamações. A ciência já reconhece compostos como charantina e polipeptídeo-p, com propriedades antidiabéticas, antibacterianas e antioxidantes.
Apesar da fama de venenosa por conta do gosto forte e dos efeitos potentes, o uso do melão de São Caetano é seguro quando feito com orientação e moderação. A planta deve ser evitada por gestantes, lactantes e pessoas com hipoglicemia ou doenças hepáticas, já que pode interagir com medicamentos. Suas folhas, frutos e sementes são aproveitados em chás, suplementos, cosméticos e receitas asiáticas.
De cultivo simples, resistente a pragas e ideal para pequenas propriedades, o melão de São Caetano oferece boas oportunidades comerciais. Com certificação orgânica, o produto ganha valor no mercado de plantas medicinais e funcionais
Receitas de canetas emagrecedoras serão retidas a partir desta segunda
Foto: Reprodução
Medida visa proteger a saúde da população brasileira
A partir desta segunda-feira (23), farmácias e drogarias começam a reter receitas de medicamentos agonistas GLP-1, popularmente conhecidos como canetas emagrecedoras. A categoria inclui a semaglutida, a liraglutida, a dulaglutida, a exenatida, a tirzepatida e a lixisenatida.
A decisão por um controle mais rigoroso na prescrição e na dispensação desse tipo de medicamento foi tomada pela diretoria colegiada da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em abril e entrou em vigor 60 dias após a publicação no Diário Oficial da União.
Em nota, a agência informou que a medida tem como objetivo proteger a saúde da população brasileira, “especialmente porque foi observado um número elevado de eventos adversos relacionados ao uso desses medicamentos fora das indicações aprovadas pela Anvisa”.
A análise, segundo a agência, se baseou em dados de notificação do VigiMed, sistema disponibilizado pela Anvisa para que cidadãos, profissionais de saúde, detentores de registro de medicamentos e patrocinadores de estudos possam reportar suspeitas de eventos adversos relacionados a medicamentos e vacinas.
Em uma análise comparativa, o sistema de farmacovigilância, de acordo com a agência, sinalizou “muito mais eventos adversos relacionados ao uso fora das indicações aprovadas pela Anvisa no Brasil do que os dados globais”.
Ao apresentar seu voto, em abril, o diretor-presidente substituto da Anvisa, Rômison Rodrigues Mota, destacou que o incentivo ao uso de canetas emagrecedoras apenas com finalidade estética, acompanhado de promessas e depoimentos de rápida perda de peso e sem o devido acompanhamento médico, coloca em risco a saúde dos usuários:Com a decisão da diretoria colegiada da Anvisa, a prescrição de medicamentos agonistas GLP-1, incluindo Ozempic, Mounjaro e Wegovy, deve ser feita em duas vias, e a venda só pode ocorrer com a retenção da receita nas farmácias e drogarias, assim como acontece com antibióticos.
A validade das receitas será de até 90 dias a partir da data de emissão, período durante o qual poderão ser utilizadas pelo paciente. Farmácias e drogarias, por sua vez, devem incluir, no Sistema Nacional de Gerenciamento de Produtos Controlados (SNGPC), a escrituração da movimentação de compra e venda dos medicamentos. Segundo a agência, a decisão não altera o direito do profissional médico de prescrever os medicamentos para finalidades diferentes das descritas na bula.
A prática, conhecida como uso off label, ocorre quando o médico entende que, para determinado paciente, os benefícios do tratamento superam os riscos. “É uma decisão tomada com responsabilidade pelo médico e sempre com o devido esclarecimento ao paciente, garantindo que ele esteja bem-informado sobre o procedimento”, destacou a Anvisa.
Eles também reduzem o risco de uma infecção a quase zero, porém o fato de ser um tratamento diário é um entrave para a adesão
O remédio é considerado inovador por ser injetável e demandar apenas duas aplicações ao ano para garantir uma eficácia de quase 100%. Hoje, o esquema de PrEP disponível, inclusive no Sistema Único de Saúde (SUS) desde 2017, envolve comprimidos orais que precisam ser tomados diariamente. Eles também reduzem o risco de uma infecção a quase zero, porém o fato de ser um tratamento diário é um entrave para a adesão.
Embora o remédio seja uma injeção para prevenir uma doença infecciosa, o lenacapavir não é uma vacina. Isso porque, assim como a PrEP em comprimidos, ele não induz o sistema imunológico a produzir defesas contra o HIV. Ele é um antiviral que bloqueia os "caminhos" que o vírus utiliza para se replicar e, para isso, precisa permanecer em constante circulação no organismo.
De forma mais detalhada, uma vacina é feita com o material genético de um vírus ou bactéria para que o sistema imune o reconheça a partir daquele fragmento e, com isso, passe a produzir anticorpos e células de defesa contra ele. Dessa forma, simula a exposição àquele agente infeccioso para gerar a resposta imune, que se mantém ao longo do tempo.
Já no caso da PrEP, é um remédio que não induz uma resposta ativa do sistema imunológico. Ele combate o vírus, sendo usado também para tratar pessoas que já vivem com a infecção. Nessa estratégia, o objetivo é manter a droga em constante circulação no sangue para, se a pessoa entrar em contato com o vírus, ela já estar presente e rapidamente atacá-lo, antes mesmo que ele se instale e cause a infecção no organismo.
Por isso, caso a administração da PrEP seja interrompida, a proteção desaparece. Já as vacinas, por outro lado, podem até demandar novas doses de reforço para elevar a resposta do sistema imune ao longo do tempo, mas a proteção em algum nível se mantém duradoura. Não existem vacinas aprovadas contra o HIV no mundo.
Pesquisa foi realizada na Unesp de Botucatu com 80 mulheres acima dos 45 anos
Vitamina D aumenta chance de câncer de mama desaparecer com quimioterapia Foto: Pexels/ready made
Um estudo conduzido na Faculdade de Medicina de Botucatu da Universidade Estadual Paulista (FMB-Unesp) mostrou que a suplementação de vitamina D em baixa dosagem pode aumentar a eficácia do tratamento quimioterápico em mulheres com câncer de mama. Com os resultados, a substância desponta como potencial alternativa para drogas de difícil acesso, cujo objetivo também é aumentar a resposta à quimioterapia.
Apoiada pela FAPESP, a pesquisa envolveu 80 mulheres com mais de 45 anos que iriam iniciar o tratamento no ambulatório de oncologia do Hospital das Clínicas da FMB-Unesp. Elas foram separadas em dois grupos: 40 delas tomaram 2 mil UI (unidades internacionais) de vitamina D por dia, enquanto as outras 40 receberam comprimidos placebo.
Após os seis meses de tratamento oncológico e de suplementação, 43% das participantes que usaram a vitamina D tiveram o desaparecimento da doença com a quimioterapia, contra 24% do grupo placebo. Todas as participantes do estudo realizaram a chamada quimioterapia neoadjuvante, quando o tratamento é utilizado para facilitar a cirurgia de retirada do tumor.
– Mesmo com uma amostra pequena de participantes, foi possível observar uma diferença expressiva na resposta à quimioterapia. Além disso, a dosagem usada na pesquisa [2 mil UI por dia] está muito abaixo da dose de ataque para a correção da deficiência de vitamina D, que costuma ser 50 mil UI por semana – afirmou Eduardo Carvalho-Pessoa, presidente da Sociedade Brasileira de Mastologia Regional São Paulo e um dos autores do artigo publicado na revista Nutrition and Cancer.
IMUNIDADE A vitamina D é um hormônio que atua na absorção de cálcio e fósforo, sendo fundamental para a saúde óssea. Estudos recentes têm destacado que ela também desempenha um papel importante no sistema imunológico, ajudando a combater infecções e doenças como o câncer. No entanto, a maioria dos estudos que relacionam câncer e suplementação de vitamina D utilizou doses elevadas da substância.
A obtenção desse hormônio se dá, sobretudo, por meio da exposição à luz solar e da alimentação. A ingestão diária recomendada para quem não tem carência da vitamina é de 600 UI, enquanto pessoas idosas devem consumir 800 UI por dia. A Academia Americana de Pediatria recomenda 400 UI de vitamina D por dia para bebês. Vale lembrar que o excesso pode ser tóxico e causar vômito, fraqueza, além de dores ósseas e cálculo renal.
A maior parte das participantes do estudo tinha níveis baixos de vitamina D (menos de 20 nanogramas por mililitro de sangue – ng/mL). Segundo a Sociedade Brasileira de Reumatologia, o recomendado é entre 40 e 70 ng/mL.
– Com a suplementação, os níveis aumentaram ao longo do tratamento quimioterápico, o que reforça uma possível contribuição na recuperação das pacientes – disse Carvalho-Pessoa.
E acrescentou:
– A vitamina D é uma opção acessível e barata em comparação a outras drogas usadas para melhorar a resposta à quimioterapia, algumas delas nem incluídas no rol do Sistema Único de Saúde.
Para o pesquisador, os achados abrem caminho para uma investigação mais aprofundada sobre o papel auxiliar da substância na resposta ao tratamento oncológico.
– São resultados animadores que justificam uma nova rodada de estudos com um número maior de participantes. Isso vai permitir um maior entendimento sobre o papel da vitamina D no aumento da resposta ao tratamento quimioterápico e, por consequência, na maior chance de remissão do câncer de mama – concluiu.