A Esplanada dos Ministérios já está às moscas, hoje, no meio da semana. A partir de amanhã, não sobrará mais um gabinete ocupado. Alexandre Padilha viajará com Valdir Raupp para Campina Grande (PB), onde peemedebistas e tucanos disputam o segundo turno. Agora vai.

O vereador Luiz André Ferreira da Silva, o Deco, acusado de liderar uma milícia no Rio de Janeiro e solto ontem graças a um habeas corpus do STF, não poderá assumir o seu cargo na Câmara. Deco chegou a circular hoje na Casa e foi cumprimentado por vários parlamentares.

A desembargadora Gizelda Teixeira acaba de aceitar uma medida cautelar do MP do Rio impedindo que Deco volte a ser vereador.

Na decisão, Deco é apontado como  “líder de grupo criminoso, com atuação em treze comunidades de Jacarepaguá, que impunha aos moradores e comerciantes das comunidades os desmandos da quadrilha, submetendo-os a seu jugo”.

O MP fez a ação provocado pela vereadora Andrea Gouvea Vieira e o deputado estadual Marcelo Freixo.

O número de emendas incluídas no projeto de reforma do Código Penal nas últimas 24 horas dá a noção exata do quanto ainda se tem para discutir antes de dar como concluída a tramitação: pularam de 109 para 170, de ontem para hoje.

No Congresso, a avaliação é que seria necessário mais tempo, com abertura de novas sessões e audiências públicas, para aprovar uma proposta de tanta complexidade. Então qual é o motivo para, na casa da gritaria, ninguém ainda ter erguido a bandeira da prorrogação do prazo na CCJ, que termina em 4 de dezembro? Simples: a teimosia de José Sarney.

Quando o assunto vem à balia, ele bate o pé e cruza os braços: enfiou na cabeça que a conclusão do trabalho no Senado será a chave de ouro de seu mandato na presidência. Em suma, a menos que Sarney mude de ideia, o projeto será votado e seguirá para a Câmara até o fim do ano.

Não importa se o texto estará redondo ou esburacado.

A campanha de José Serra avalia que continuar batendo na tecla do mensalão a todo momento pode acabar vitimizando Fernando Haddad, o que o beneficiaria. O tema da vez será saúde pública, considerada a carta com maior potencial de atração de votos entre o eleitorado indeciso.

Por isso, até o final da campanha, a ordem é a aumentar a carga em torno do tema. A estratégia será colocada em prática já no debate do SBT, que começará daqui a pouco. Serra voltará a cobrar de Haddad seu posicionamento em relação à participação das Organizações Sociais no sistema de saúde paulistano.

Marcelo Leonardo, advogado de Marcos Valério no julgamento do mensalão, fez hoje, em conversas no plenário do STF, diversas críticas ao Ministério Público.

Numa delas, disse que o julgamento não contava só com mequetrefes – numa alusão a Geiza Dias – mas também com pangarés.

Lembrou que cavalos de Valério, usados para competições de hipismo, foram apreendidos a pedido do MP em 2005. Sete anos depois, e ainda em poder da Justiça, só restariam pangarés.

Para citar uma suposta perseguição a seu cliente, ainda desenvolveu um raciocínio, digamos, mais altruísta.

Disse que, a bem do erário, o MP poderia ao menos ter pedido para a Justiça aplicar ou investir o dinheiro apreendido nas contas correntes de Valério.