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Mais Notícias : 30 anos do combate à aids
Enviado por alexandre em 03/12/2012 10:33:05

Três meses. Foi esse o tempo de vida entre os primeiros sintomas e a morte do primeiro paciente com aids no Brasil, um morador de São Paulo de 34 anos. O óbito data de março de 1981, mas a família demorou um ano para saber que aquela era a primeira vítima do vírus no país. A sigla da insuficiência imunológica adquirida começava a assombrar o mundo e tomava o lugar do câncer como o mal mais temido e letal à espreita da humanidade. O trigésimo aniversário do histórico diagnóstico do HIV lembra o início de uma luta contra o tempo, para salvar vidas. Atualmente, o Ministério da Saúde estima que 630.000 brasileiros têm o HIV ou já desenvolveram aids, e 255.000 sequer sabem que têm o vírus. Neste sábado, um evento do ministério em Salvador vai celebrar o Dia Mundial de Combate à Aids.

Há três décadas, pouco se podia fazer. Vulnerável a infecções, o paciente sucumbia logo nas primeiras doenças que se aproveitavam da fragilidade no sistema imunológico. O resultado era a morte em poucos meses. Desde então, o Brasil alcançou vitórias importantes, tornando-se inclusive referência em distribuição universal dos medicamentos que podem retardar o avanço da doença e garantir qualidade de vida aos pacientes. Em 2007 — último dado disponível — a sobrevida dos pacientes de aids atingiu nove anos, mas há registros de brasileiros que manifestaram a doença e administram os sintomas do HIV há mais de 20 anos. Pesquisadores brasileiros têm participado de descobertas decisivas, como o uso eficaz do antirretroviral como método de redução de transmissão do vírus.

Os avanços da ciência tropeçam, no entanto, naquele que é o maior desafio do Brasil de hoje: as políticas públicas de saúde, incapazes de levar à população de forma eficiente o resultado do trabalho intenso de médicos e pesquisadores dedicados a entender e vencer o vírus. Como se imagina em um país de dimensões continentais, há diferenças regionais marcantes, mas, de forma geral, todos os estados têm falhado na missão de prover a assistência. Todos os dias, 32 pessoas morrem em decorrência da aids no Brasil. No Rio de Janeiro, segundo estado em mortalidade de pacientes soropositivos, são nove mortes a cada dois dias. A primeira consulta após o diagnóstico do HIV pode levar até seis meses, como em São Gonçalo, município da região metropolitana do Rio.

A lentidão não é o único obstáculo. A condição financeira influencia muito na qualidade de vida de um paciente com o vírus HIV. Uma consulta com um infectologista na rede particular leva em média uma hora. Na rede pública, o mesmo procedimento é feito em 15 minutos. É o jeito que os médicos encontraram para conseguir atender à quantidade de infectados e pacientes que buscam ajuda na rede pública no Rio. No PAM 13 de Maio, por exemplo, são cerca de 2.100 pacientes para cinco infectologistas — uma relação de 420 pacientes para cada médico. O número de pacientes por médicos, no entanto, é maior porque uma infectologista está de licença maternidade e não foi substituída.

“A rede pública oferece o básico do básico. Mesmo assim ainda há falta de medicamentos contra doenças oportunistas, como pneumonia e infecções que, devido à baixa imunidade causada pelo HIV, afetam os que têm o vírus com mais facilidade do que as outras pessoas. Hoje, o soropositivo atendido na rede pública sofre dos mesmos males enfrentados por qualquer outro paciente. O agravante, no entanto, é que a falta do médico ou medicamento pode acelerar ou até mesmo causar a morte”, afirma o psicanalista George Gouvea, coordenador do Grupo Pela Vidda Rio. “Um paciente soropositivo que precisa do SUS espera muito mais tempo para fazer um exame de carga viral, por exemplo, do que outro que não depende da rede pública. Já se sabe que o uso continuado de medicamentos contra o vírus aumenta o risco de problemas cardíacos. No entanto, os soropositivos têm séria grande dificuldade para conseguir consultas com cardiologistas na rede pública. O acesso a nutricionistas, psicólogos e urologistas também é muito complicado. O mais grave ainda é conseguir uma internação na rede pública”, afirma.

Em São Gonçalo, cidade da região metropolitana do Rio com 1 milhão de habitantes, 107 soropositivos esperam há seis meses por atendimento na fila do Posto de Assistência Médica (PAM) de Neves, única unidade que atende portadores do HIV na cidade. Como o problema não foi resolvido pelo gestor municipal, o estado encontrou uma solução precária: abriu um centro de atendimento no Hospital Estadual São Francisco de Assis, na Tijuca, no Rio, para atendê-los. O percurso de 24 quilômetros entre São Gonçalo e o bairro da zona norte do Rio, pode levar mais de duas horas dependendo do trânsito.

“A situação é caótica em São Gonçalo e Niterói. Dos 107 pacientes que estavam na lista, apenas 30 foram localizados para iniciar o tratamento. O restante está perdido, procurando atendimento em outras cidades ou desistiu de buscar ajuda. Isso é péssimo não só para o paciente, mas para o controle da epidemia. Quando um paciente é acompanhado e usa antirretroviral, a tendência é que a carga viral fique indetectável. Ou seja, que a quantidade de vírus HIV no organismo dele seja mínima. Ou seja, com menos vírus, o risco de transmissão é muito menor. Mas se o paciente não é tratado, a carga viral aumenta e o risco de transmissão também cresce”, diz a advogada Patrícia Rios, representante do Grupo Pela Vidda em Niterói.

No mesmo bairro em que funciona a nova unidade estadual, o PAM Hélio Pellegrino, na Praça da Bandeira, foi referência no tratamento a pacientes com HIV até março desde ano. A saída do último infectologista da unidade obrigou o fechamento do setor dedicado à aids. A falta de médicos deixou 600 portadores da doença abandonados, obrigados a disputar atendimentos em outros postos por conta própria.

“Tenho tentado uma consulta em outra unidade, mas não estou conseguindo. Já fui três vezes ao Hospital Rafael de Paulo Souza (no bairro de Jacarepaguá), mas não estão marcando novos pacientes porque o setor de Aids está superlotado. Minha última consulta aqui foi em março. Desde então só venho pegar meus medicamentos. É angustiante ficar procurando ”, contou um auxiliar de serviços gerais, de 51 anos.

As dificuldades da rede pública transformaram o ator Cazu Barros, que já foi um símbolo da luta da saúde pública do Brasil contra o vírus, em exemplo do descaso com esses brasileiros. Cazu foi garoto propaganda do Departamento Nacional de HIV/Aids. Aos 40 anos, ele convive com o vírus há 22. “Quando tive o diagnóstico de Aids, na década de 90, o médico me disse que eu só teria mais 6 meses de vida. A ciência evoluiu muito nessas duas décadas. Mas os que dependem do SUS não têm acesso a todas as conquistas. Tentei marcar uma consulta em setembro, mas minha médica só tinha horário para novembro”, conta.

Aos 36 anos, Mara Moreira vive há 18 com o vírus HIV. Ela faz parte de um grupo de pacientes em processo de “falência terapêutica”. Ou seja, pessoas com aids que hoje têm poucas opções de tratamento porque o vírus já não responde a maioria dos remédios. O drama vivido por Mara é agravado pelo fornecimento irregular do último e único remédio capaz de frear o HIV.

“Estou no meu último esquema. O único remédio que ainda funciona, no meu caso, é o Maraviroc. Ou seja, eu não posso ficar sem ele para não dar chance do meu organismo criar resistência porque se isso ocorrer eu não tenho mais opção. Mesmo com um liminar da Justiça que me garante o fornecimento do remédio, eu já fiquei dias sem a medicação. A resposta para a falta de remédios é sempre ‘problema de logística’. Eu estou cansada de tanto descaso”, afirma Mara.

No Rio, as dificuldades não se limitam ao atendimento ambulatorial. Pacientes mais graves, que precisam de cuidados hospitalares, enfrentam uma peregrinação por socorro. Com cerca de 35.000 pacientes em tratamento contra a doença e outros 7.000 em acompanhamento, o estado tem apenas 150 leitos de internação exclusivos para soropositivos, admite Alexandre Chieppe, superintendente de Vigilância Epidemiológica da Secretaria Estadual de Saúde.

“É um problema hoje. O paciente com aids é um doente complexo, que usa número grande de medicamentos e precisa de equipe específica para atender essas pessoas. A expectativa é que até o primeiro semestre do ano que vem a gente tenha mais 50 leitos”, diz.

O diagnóstico tardio agrava o que por si só já seria um problema. Segundo Chieppe, um número “significativo de pessoas se interna no primeiro diagnostico”. O estado não tem, no entanto, o percentual de diagnóstico tardio nas emergências. “Temos um grande numero de pessoas que têm o diagnostico quando já estão doentes, com quadro avançado. Talvez o nosso principal desafio seja ampliar o diagnostico nos municípios e incentivar as pessoas a se testarem”, diz.

O secretário municipal de Saúde do Rio, Hans Dohmann, afirma que não há falta de infectologistas na rede. Segundo ele, há problemas no agendamento de consultas em algumas unidades de saúde.

Mais Notícias : Ministro Luiz Fux
Enviado por alexandre em 03/12/2012 10:31:29

Se querem saber por que o Brasil ainda está longe de ser uma República, leiam o vasto material que há hoje (02/12) da Folha de S.Paulo sobre a indicação do ministro Luiz Fux para o Supremo Tribunal Federal. Ele próprio fala longamente e diz coisas constrangedoras. Patéticas até. Fux decidiu falar porque os petistas estão fazendo a sua caveira nos bastidores, especialmente junto à imprensa. O mínimo que dizem é que ele foi nomeado porque havia prometido inocentar os mensaleiros. Uma vez no cargo, fez o contrário: é o único membro da corte que praticamente não divergiu do relator e agora presidente do Supremo, Joaquim Barbosa.

Fux esteve com José Dirceu e com João Paulo Cunha, dois dos condenados à cadeia, à época apenas réus. Admite que a sua possível nomeação foi debatida. Mais: encontrou-se também com a mulher de Dirceu, que é diretora do jornal “Brasil Econômico”. Agendou-se uma entrevista de cinco páginas… Vou criticar as falas de Fux, mas, antes, vai um elogio.

Se os petistas estavam absolutamente certos de que Fux votaria com eles e se só pressionaram por sua nomeação com esse objetivo, impõem-se duas conclusões ditadas pela lógica:

a: dado que ele era considerado um dos candidatos possíveis para o cargo e que tinha currículo para tanto, não teria sido nomeado se não tivesse feito, então, a cena;

b: se nomeado foi e se não está votando conforme os petistas esperavam, deve-se concluir, ao menos, que os companheiros não têm como chantageá-lo, o que não deixa de ser um boa notícia.

Alertei aqui, outro dia, que os ministros do STF tinham de se cuidar porque teria início uma onda de desqualificação. Luiz Fux é só primeiro. Outros virão. O que é mais espantoso nessa história toda é que petistas afirmam ou sugerem que o mensalão foi, sim, tema do encontro com Fux. Vale dizer: antes mesmo que o ministro fosse indicado, já se cuidava de tentar fraudar a Justiça.

Reproduzo trechos da entrevista que Fux concede a Mônica Bergamo na Folha de hoje. Tudo é bastante vexatório para ele, para o STF, para a Justiça brasileira, para o país.

[I](…)[/I]
[I]ANTÔNIO PALOCCI[/I]
[I][/I]

[I]“Na primeira vez que concorri, havia um problema muito sério do crédito-prêmio do IPI que era um rombo imenso no caixa do governo. Ele era ministro da Fazenda e foi ao meu gabinete \[no STJ]. Eu vi que a União estava levando um calote. E fui o voto líder desse caso. Você poupar 20 bilhões de dólares para o governo, o governo vai achar você o máximo. Aí toda vez que eu concorria, ligava para ele.”[/I]

[I]
[/I]

[I]DELFIM NETTO[/I]
[I][/I]

[I]“Em 2009, participei com ele de um debate sobre ética, sociedade e Justiça. Fizemos uma amizade, batemos um papo. E aí comecei a estreitar. Porque, claro, alguém me disse: “Olha, o Delfim é uma pessoa ouvida pelo governo”. Aí eu colei no pé dele \[risos].”[/I]

[I]
[/I]

[I]STEDILE[/I]
[I][/I]

[I]“Ele me apoia pelo seguinte: houve um grave confronto no Pontal do Paranapanema e eu fiz uma mesa de conciliação no STJ entre o proprietário e os sem-terra. Depois pedi a ele para mandar um fax me recomendando e tal. Ele mandou.”[/I]

[I]
[/I]

[I]SERGIO CABRAL[/I]
[I][/I]

[I]“Eu sou amigo dele e também da mulher dele. E ele levou meus currículos \[para Dilma]. Você tem que ter uma pessoa para levar seu perfil e seu currículo a quem vai te nomear. Senão, não adianta. Agora, também não posso me desmerecer a esse ponto: eu tinha um tremendo currículo, 17 livros publicados.”[/I]

É patético ter de ler um ministro do Supremo a confessar que ficou cabalando votos junto a pessoas influentes para que, afinal, seu currículo fosse considerado. É evidente que jamais deveria ter pedido o auxílio de Dirceu. É evidente que jamais deveria ter se reunido com João Paulo…

O dado mais espantoso dessa história toda é que os próprios petistas admitem, por linhas tortas, que estavam tentando fraudar a independência do STF. A assessoria de Dirceu vaza que houve mais de um encontro. O deputado Cândido Vaccarezza, presente ao encontro do agora ministro com João Paulo, dá a entender que se tratou, sim, do mensalão!

Os petistas estão num operação para desmoralizar Fux e pespegar nele a pecha de traidor. E não têm nenhum receio de confessar que estavam armando uma conspirata para fraudar a evidência dos autos e dos fatos.

Mais Notícias : Lula mandou e pronto
Enviado por alexandre em 03/12/2012 10:29:34

Jobim: ordens são ordens

Em 2010, assim que soube da indicação do agora notório Rubens Vieira para uma diretoria da Anac, Nelson Jobim, então ministro da Defesa, ligou para Dilma Rousseff. Alertou-a dizendo que Vieira não tinha qualificação para o posto. A chefe da Casa Civil foi curta e grossa:

- O Lula quer.

Assim foi feito. Deu no que deu.

Por Lauro Jardim

Mais Notícias : O pai do jabuti
Enviado por alexandre em 03/12/2012 10:28:26

Assis Carvalho: pressão por emenda

Para quem não sabe quem colocou na MP 575 o jabuti que anistia proprietários de rádios-piratas (Mais detalhes em: MP da rádio-pirata), o pai da criança é o deputado do PT do Piauí Assis Carvalho. A inclusão do medida foi negociada quando a projeto estava tramitando na comissão especial formada para analisar a MP.

Assis Carvalho se encontrou com o relator, senador Sérgio Souza, e argumentou que vinha sendo procurado por representantes de diversas entidades religiosas que estavam respondendo a processos por manterem frequências ilegais. Davam entrada pela legalização de suas rádios, mas, como a apreciação não era célere como queriam, inauguravam o canal antes de receberem a autorização. Imagina se a moda pega.

Na ocasião, Carvalho sinalizou que, se o jabuti não entrasse no texto, trabalharia para dificultar a aprovação da MP. Teve o pedido atendido, mas pouco adiantou. Como se sabe, a MP foi aprovada no plenário parcialmente. O jabuti de Assis Carvalho foi retirado e terá que ser apreciado na Câmara novamente.

Por Lauro Jardim

Mais Notícias : Cassação do mandato
Enviado por alexandre em 03/12/2012 10:27:43

Decisão nesta semana

No STF, o grupo que defende a palavra final da Câmara sobre a perda de mandato dos mensaleiros está enviando o seguinte recado para a turma que pensa de forma diferente: impor uma obrigação ao Legislativo seria comprar uma briga desnecessária.

A avaliação é que a Câmara não aguentaria uma semana de pressão da opinião pública e invariavelmente cassaria o mandato dos mensaleiros condenados.

Além disso, a cassação se dará, possivelmente, sob a presidência de Henrique Alves, não estando mais o petista Marco Maia no comando da Casa.

A tese parece não sensibilizar o grupo de ministros que defende a última palavra do STF (Leia mais em A perda do mandato) no caso de cassação de um condenado.

A expectativa é que o debate sobre o tema seja acalorado.

Por Lauro Jardim

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