Recado objetivo
O recuo do Congresso em votar o Orçamento hoje é só mais uma óbvia comprovação de que os vetos presidenciais pendentes no Legislativo continuam aterrorizando o governo.
Explica-se: enquanto os vetos estiverem em pauta, a oposição tinha espaço de sobra para bater bater o pé e trabalhar para que eles sejam apreciados antes de qualquer outro projeto, inclusive do Orçamento. Além disso, não faltam parlamentares da base aliada interessados em derrubar algumas das canetadas de Dilma Rousseff.
Gim Argelo, por exemplo, garantiu que dirá a Ideli Salvatti, na reunião com os líderes marcada para hoje à tarde, no Palácio do Planalto, que fará de tudo para anular o veto a um projeto determinando que viúvas de taxistas possam herdar a permissão de trabalho concedida aos seus maridos.
O panorama atual é perfeito para um Legislativo que se sente desprestigiado por um Executivo que retém emendas, joga duro para liberar cargos e tem fama de dificultar o acesso de parlamentares ao alto escalão do governo.
Como acontece sempre que Dilma precisa do Congresso, está aberta a temporada da barganha: vão sobrar pedidos e exigências na mesa de Ideli.