No osso Postado por Magno Martins
Valdo Cruz - Folha de S.Paulo Cid Gomes, o breve, mandou os achacadores largarem o osso. Pois esta turma se agarra até a osso, porque, neste momento, está tudo no osso, a carne já foi embora, subtraída pelos corruptos ou consumida pelas cigarras palacianas que gastaram o que não tinham. Resultado, falta dinheiro nos cofres do governo Dilma, a Petrobras está sem grana para investir, a economia encolhe, os empresários demitem e tem muita gente boa do empresariado atrás das grades. Ou seja, todos estão literalmente no osso. A tal ponto que um empreiteiro, dos grandes, andou desabafando com amigos que "chega, basta", não fará mais doações para políticos. Ano que vem, de eleição municipal, diz, sua empresa não vai doar um tostão para quem quer que seja. Primeiro, porque, neste momento, sua empresa precisa se preparar para pagar pesadas multas e ressarcir os cofres públicos pelos desvios feitos na Petrobras. Garante que foi extorquido, mas sabe que, na Justiça, não vai escapar de pagar do seu bolso para salvar sua empresa. Segundo, antes mesmo disto, a situação está muito ruim. O país está parando, as obras, também, ninguém fala em contratar mais servi-ços, a saída, de fato, tem sido demitir, cortar gastos. Daí que não vai sobrar grana, mesmo que desejasse, para fazer doações eleitorais. Terceiro, agora criminalizaram até o caixa um, as doações legais. O inquérito da Lava Jato está cheio de confissões de empresários revelando que pagaram propina na forma de doação legal, registrada e tudo. Por sinal, aí está um grande desafio para Justiça. Como punir tais casos, dinheiro ilícito que virou doação legal. Por mais que os partidos beneficiados neguem, está mais do que provado que isto aconteceu. A turma que deu reconhece o fato. Enfim, o tempo é de penúria. Tomara que o empreiteiro, de fato, seque a fonte. E seja seguido por seus colegas. Ano que vem a gente descobre se era apenas um "desabafo".
A estados e municípios: trancaram o cofre Postado por Magno Martins
A ordem no governo federal é não mandar ao Congresso neste ano a regulamentação da lei que mudou o indexador das dívidas de Estados e municípios, segundo informa Vera Magalhães, na Folha de S.Paulo desta segunda-feira. A colunista revela que o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), tem demonstrado irritação com Dilma Rousseff pela mudança na condução da renegociação da dívida e a demora em liberar a verba do PAC para obras na capital paulista. Desde que assumiu, Haddad recebeu apenas R$ 418 milhões dos R$ 8,1 bilhões prometidos pelo governo. O diagnóstico da equipe econômica, agora encampado pelo Planalto, é que a mudança do indexador só ajuda municípios ricos, como São Paulo e Rio de Janeiro, e significaria um rombo de R$ 3 bilhões ao ano para o Tesouro. A renegociação das dívidas é atribuída ao ex-secretário do Tesouro Arno Augustin e, para a área econômica do governo, coloca em risco um dos pilares da Lei de Responsabilidade Fiscal, daí seu envio para a geladeira, sem prazo de sair de lá.
Janot: verdadeira lista sai no final da Lava Jato Postado por Magno Martins
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, tem dito a colegas que a verdadeira "lista do Janot" será a de denunciados que ele apresentará ao final dos inquéritos da Lava Jato. Procuradores lembram que, no inquérito inicial do mensalão, só havia um deputado: Josias Gomes (PT-BA). Depois, o petista não foi incluído na denúncia de Antonio Fernando, mas vários outros foram denunciados e condenados. Janot e sua equipe ainda não decidiram se farão uma única denúncia, com todos os acusados, como no mensalão, ou se, estrategicamente, é melhor ir apresentando os inquéritos que tiverem a conclusão mais rápida para apreciação do STF em etapas. (De Vera Magalhães - Folha de S.Paulo) |