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Política : SE APROXIMANDO
Enviado por alexandre em 10/04/2018 08:36:08



Delegado fala em novos alvos: Temer, Alckmin, Aécio

Jornal do Brasil

Após a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, condenado e preso na Lava Jato, investigadores ligados à operação dizem que os próximos passos devem ser o aprofundamento das apurações contra líderes de outros partidos, assim como a aprovação de mudanças na legislação penal e o fim do foro privilegiado.

O delegado da Polícia Federal Milton Fornazari Júnior, responsável pela Delegacia de Repressão a Corrupção e Crimes Financeiros em São Paulo (Delecor), afirmou em uma rede social que "agora é hora de serem investigados, processados e presos os outros líderes de viés ideológico diverso, que se beneficiaram dos mesmos esquemas ilícitos que sempre existiram no Brasil (Temer, Alckmin, Aécio etc)."

O jornal O Estado de S. Paulo procurou no sábado (7) as assessorias do presidente Michel Temer, do ex-governador Geraldo Alckmin e do senador Aécio Neves, mas até a noite deste domingo, 8, nenhuma delas se havia manifestado. Temer foi denunciado duas vezes e é investigado em um inquérito pela Procuradoria-Geral da República. Aécio foi denunciado e é investigado na Lava Jato. Alckmin é investigado em inquérito por caixa 2 no Superior Tribunal de Justiça (STJ) em razão da delação da Odebrecht.

O texto de Fornazari foi publicado no sábado, no momento em que Lula era levado pela PF para Curitiba (PR). A um amigo que lhe perguntou se podia compartilhar, ele respondeu: "Fique à vontade". Na noite de domingo, porém, o policial o retirou do ar. E publicou novo texto: "Para você que gosta de me monitorar aqui, não adianta se articular, vamos continuar prendendo os corruptos de todos os gêneros".

Experiente, o delegado tem em seu currículo a apuração sobre o cartel do Metrô de São Paulo. Também foi responsável pelo inquérito que apura desvios de recursos nas obras do Rodoanel, em São Paulo, que levou à prisão de Paulo Vieira de Souza, ex-diretor do Dersa, apontado como operador do PSDB paulista. Ele é ainda especialista em cooperação internacional para identificação de lavagem de dinheiro e ocultação de valores.

Política : AINDA MANDA
Enviado por alexandre em 09/04/2018 08:25:31


Bolsonaro nas terras do rei Lula

Capitão da extrema direita vai mal no Nordeste, mas causa mais curiosidade que outros candidatos

Vinicius Torres Freire - Folha de S.Paulo

Com ou sem Lula na disputa, é no Nordeste que Jair Bolsonaro marca seu pior desempenho nas paradas de sucesso eleitoral, uns 8%, segundo o Datafolha do fim de janeiro, o mais recente. Na prática, empata com Geraldo Alckmin. Lula leva cerca de 60% dos votos nordestinos.

Em Garanhuns, terra de Lula, que lhe deu 90% dos votos no segundo turno de 2006, o povo nas ruas reage com um franzir de olhos, uma expressão turva de desconhecimento, ao ouvir o nome de Alckmin. Na pesquisa espontânea do Datafolha, o tucano paulista não chega a 1% das menções dos eleitores nordestinos. Bolsonaro é outra história, mesmo pouco votado.

O capitão da extrema direita era citado em quase metade dos discursos da manifestação de repúdio à prisão de Lula, na tarde de sexta-feira (6), aqui em Garanhuns. Um homem cruel, violento. Que não
fala do povo pobre, que desrespeita as mulheres e os seres humanos em geral. Uma desgraça que não deveria levar o voto nordestino.

Os oradores eram do PT e sindicalistas rurais, gente de prefeituras da região, de movimentos sociais e estudantis. Falavam mal da “mídia”, do Supremo, do “governo usurpador” de Michel Temer, instrumentos da elite odienta. Mas Bolsonaro não entrava nesse balaio.

Esses militantes não têm lá muita relevância política. Lula é rei em Garanhuns e entorno, mas o PT jamais elegeu prefeito aqui e não tem vereadores. O prefeito da cidade é do PTB, e seu líder na Câmara é um
vereador do PC do B, que por sua vez negocia apoio a Marília Arraes (PT) na campanha pelo governo estadual.

Entre essa esquerda municipal e entre o povo das ruas, porém, Bolsonaro suscita interesse. Políticos locais dizem que o grupo de apoio do capitão é “mínimo”, mas colocou um outdoor de campanha nos arredores da cidade, como tantos que aparecem pelos interiores rurais do Brasil.

Diante das questões deste jornalista sobre Bolsonaro, o povo não raro devolve a pergunta, curioso e desconfiado: “Você acha que ele pode ganhar?”. Afora no caso de Lula e, um tanto, de Ciro Gomes (PDT), os demais candidatos causam indiferença, desprezo tranquilo.

Garanhuns é uma cidade comercial. Caetés, seu distrito elevado a município em 1963, onde Lula nasceu, uma terra de pequenos agricultores muito pobres. Nas duas, porém, Previdência Rural e Bolsa Família pesam tanto na renda que o comércio gira com força entre os dias 30 e 10, quando são pagos os benefícios, dizem os locais. Não é surpresa, assim como a ojeriza, se não raiva, quando se fala de reforma da Previdência.

As pessoas perguntam se “esse Bolsonaro”, assim como Michel Temer, também quer acabar com o salário mínimo e a Previdência, objetos de respeito tão grande quanto as realizações do governo Lula para o povo das ruas daqui. São assuntos de vida e morte, de vida ou miséria, que causam emoção e indignação, intensas como essas raivas epidérmicas de redes insociáveis, mas encarnadas, profundas, o que é evidente em gestos, tom de voz e expressões da gente comum que discute esses temas.

Bolsonaro não perturba assim os humores, mas parece intrigar essas pessoas que não votam nele, tido como alguém à parte do mundo da política conhecida. Não leva os votos daqui, mas se tornou um assunto.

Política : IMPACTO
Enviado por alexandre em 09/04/2018 08:23:34


PT reafirmará candidatura de Lula, mas já vive divisão

Reunião nesta segunda insistirá em lançar ex-presidente, mesmo preso

Catia Seabra e Daniel Carvalho – Folha de S.Paulo

Ainda sob impacto da prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o comando do PT se reúne nesta segunda-feira (9) em Curitiba para dobrar a aposta e reafirmar sua candidatura à Presidência da República. Mais do que a crença nas chances de Lula disputar a Presidência em outubro, essa é uma estratégia de defesa.

O discurso de que Lula é alvo de um golpe para impedir sua volta ao Planalto é o principal argumento para tirá-lo da prisão.

Embora já duvidem da possibilidade de inserir seu nome nas urnas, aliados do ex-presidente evitam falar em plano B neste momento, pois seria reconhecer que ele não será absolvido, nem deixará as instalações da Polícia Federal nos próximos dias.

Líder do PT na Câmara, Paulo Pimenta (RS) afirma que a reunião será exclusivamente dedicada a mobilização e articulação política em apoio ao ex-presidente.

Segundo ele, deverá ser divulgado uma nota de reafirmação de sua candidatura.

Essa estratégia deverá ser intensificada até quarta-feira (11), quando o plenário do STF deverá julgar um pedido de liminar que visa a evitar prisões de condenados em segunda instância até que a corte decida se um réu pode ser preso antes que esgotados todos os recursos.

Na reunião, os petistas desenharão uma tática para que Lula continue a orientar o partido de dentro da Superintendência da PF.

Só nesta segunda-feira dirigentes partidários saberão quem estará autorizado a visitar Lula. A partir daí, destacarão emissários para ouvi-lo sobre estratégia de alianças e sucessão presidencial. Parlamentares petistas também pretendem se reunir na manhã de terça (10), em Brasília, para definir estratégia de atuação no Congresso.

Diante dos últimos acontecimentos, cresceu a pressão do PT, principalmente via militância, por uma candidatura única no campo das esquerdas.

PC do B e PSOL, no entanto insistem que a união dos partidos é, ao menos por ora, apenas em defesa de Lula e da democracia.

"Neste momento, não nos parece que haja espaço para uma decisão desta natureza", diz Juliano Medeiros, presidente nacional do PSOL.

O partido, que lançou a pré-candidatura do coordenador nacional do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto), Guilherme Boulos, tem discutido mais a atuação política diante da prisão de Lula.

Nesta semana, os comandos de PT, PSOL, PC do B, PDT e PC do B voltam a se reunir para tentar fechar um manifesto público em defesa de três eixos fundamentais —a favor de eleições livres e da soberania nacional e contra a violência da extrema direita. PDT e PSB têm se negado, porém, a endossar que "eleição sem Lula é fraude".

DIVERGÊNCIAS

Petistas temem ainda o esfacelamento não só na esquerda, mas também dentro do partido. De quinta (5) a sábado (7), o Sindicato dos Metalúrgicos não foi apenas palco de uma resistência contra a prisão de Lula. Houve também um grave racha.

Dirigentes petistas divergiram sobre a permanência de Lula nas instalações do sindicato. Segundo aliados do ex-presidente, integrantes da cúpula partidária e ex-ministros travaram duras discussões antes de decidir se ele se apresentaria à Polícia Federal.

Para perplexidade de ex-ministros, a presidente do PT, Gleisi Hoffmann (PR), e o líder do partido no Senado, Lindbergh Farias (RJ), insistiam para que o ex-presidente esperasse pela chegada da polícia. Tinham apoio de Boulos e MST.

Com apoio do PC do B, ex-ministros como José Eduardo Cardozo (Justiça) e o ex-prefeito Fernando Haddad alertavam para o risco de derrotas judiciais e isolamento.

A adesão do ex-ministro Paulo de Tarso Vannuchi (Direitos Humanos), um dos petistas mais próximos de Lula, à necessidade de se entregar foi fundamental.

O medo é que, sem a presença física de Lula, essas divergências ganhem corpo.

Política : LULA POP STAR
Enviado por alexandre em 08/04/2018 11:33:39


Nunca antes neste país alguém foi preso assim

Helena Chagas – Blog Os Divergentes

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva conseguiu transformar sua prisão num grande ato político, e se entrega à polícia nos braços do povo, ao som de “Apesar de você”. Diga-se o que se disser de Lula, mas com este ato final – que dificilmente será de verdade um final – ele mostrou a genialidade política que encanta aliados e tanto pavor provoca em adversários. Ganhou a imagem.

Antes de chegar à cadeia, Lula falou de seu legado, mas mirou o futuro e apontou seus herdeiros. Em especial, saudou os “jovens” candidatos à presidência da República Manuela D’ Ávila, pelo PCdoB, e Guilherme Boulos, pelo PSOL, que se habilitam agora não só a herdar seus votos, mas a fazer parte de uma frente de esquerda que não é mais um projeto impossível para as eleições deste ano.

Quem irá para a cabeça de chapa, discute-se depois. Mas o elogio a Fernando Haddad, no mesmo momento, não deixou margem a dúvidas de que, se for do PT, o nome é ele.

Em alguns momentos de forma emocionante, o ex-presidente homenageou mais de vinte companheiros que estavam a seu lado no altar-palanque montado na frente do sindicato dos Metalúrgicos do ABC. A ex-presidente Dilma Rousseff, por exemplo, recebeu um dos maiores elogios quando Lula disse que teria sido impossível fazer tudo o que fez sem ela.

Acima de qualquer elogio ou agradecimento, porém, Lula pautou o destino político de cada um deles, mostrando que a vida continua com Lula da cadeia. Eduardo Suplicy é o futuro senador por SP, Wellington Dias vai para um quarto mandato de governador no Piauí, Fátima Bezerra no Rio Grande do Norte… Celso Amorim, candidato no Rio, foi citado como o maior chanceler que o Brasil já teve.

Luiz Marinho, Gleisi Hoffmann, Lindbergh Farias, Orlando Silva – cada um deles teve a sua palavra pessoal e política do ex-presidente, mensagens preciosas para a campanha eleitoral.

Não deixou também de mencionar e fortalecer os laços com o MST, o MTST e os movimentos populares, inclusive elogiando as invasões. Afinal, eles nunca lhe faltaram.

Em sua mensagem final, o ex-presidente emocionou os militantes ao dizer que andará por suas pernas, sonhará por seus sonhos e terá seu coração batendo no de cada um deles, porque a luta continua.

Nunca antes neste país alguém foi assim para a cadeia. Nos braços dos aliados, sob as vistas de todo o Brasil e organizando o futuro. Definitivamente, não acabou.

Política : LULA PRESO
Enviado por alexandre em 08/04/2018 11:31:23


Se Lula não se rendesse, PF invadiria o sindicato

Josias de Souza

A Polícia Federal já havia elaborado um plano de contingência para prender Lula caso ele não se entregasse. O Plano B seria colocado em prática na manhã deste domingo, depois das 6h. Agentes federais invadiriam a sede do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC paulista, para executar o mandado de prisão emitido por Sergio Moro. Em contato com dirigentes da PF, o juiz da Lava Jato revelou-se irritado com a pajelança política promovida por Lula em São Bernardo do Campo.

O acordo que evitou a detenção de Lula na marra foi costurado no eixo São Bernardo-Brasília-Curitiba. Ex-ministro da Justiça no governo de Dilma Rousseff, o petista José Eduardo Cardozo teve papel central na negociação. Sua participação injetou ironia no processo, pois Lula e a cúpula do petismo eram críticos ferozes da atuação de Cardozo como ministro. Na época, queriam que ele domasse a Polícia Federal, anestesiando a Lava Jato. A corrosão de Lula ajuda a entender essa inquietação. O petismo sabia o que fizera no verão passado.

O acordo para que Lula se rendesse foi esboçado na sexta-feira, depois que a Polícia Federal recebeu a informação de que o condenado não se apresentaria voluntariamente em Curitiba até as 17 horas, como Moro determinara. Agentes federais estavam acantonados secretamente nas proximidades do sindicato desde a noite de quinta-feira. Mas a PF decidira que só invadiria o bunker de Lula se não houvesse outra alternativa. Ainda assim, com ordem expressa de Moro.

Ficou acertado que a rendição de Lula ocorreria no sábado, depois de uma missa pelo aniversário de sua mulher, Marisa Letícia. Se estivesse viva, ela completaria 68 anos. O aconselhamento de Cardozo foi considerado vital. Havia ao redor de Lula quem sugerisse levar a “resistência” às últimas consequências —gente como a presidente do PT, Gleisi Hoffmann e o presidenciável do PSOL, Guilherme Boulos.

Coube a Cardozo esclarecer as consequências de uma bravata. Moro poderia, por exemplo, decretar uma prisão preventiva, o que dificultaria o esforço da defesa para abreviar a permanência de Lula em cana. O juiz não hesitaria em endurecer o jogo. Outras vozes sensatas ecoaram as advertências do ex-ministro de Dilma. E Lula autorizou o fechamento do acordo.

O acerto não incluía a conversão da missa num comício. Tampouco previa que Lula discursasse. Muito menos que ele achincalhasse o juiz e os membros da força-tarefa da Lava Jato. O entendimento só não entornou porque o orador teve o cuidado de incluir no discurso uma referência à sua decisão de cumprir o mandado judicial.

Terminado o comício, prepostos de Lula pediram a inclusão de um adendo no acordo. O pajé do PT queria almoçar com a família antes de se entregar. O repasto com os familiares foi autorizado, desde que a rendição ocorresse até as 16h.

Com atraso, Lula saiu do prédio do sindicato pouco antes das 17h. Entrou num carro que estava estacionado no pátio. Seguiria para um terreno vizinho, onde veículos da Polícia Federal o aguardavam. Mas um grupo de militantes postou-se defronte do portão, obstruindo a passagem do automóvel, que deu marcha à ré. Lula desceu. E enfurnou-se novamente no sindicato. Seguiram-se momentos de tensão.

A cúpula da PF e Moro enxergaram na resistência um quê em encenação. Lula recebeu um ultimato. Tinha meia hora para se entregar. Os agentes federais destacados para conduzi-lo preso seriam desmobilizados às 19h. Um ministro de Temer, que acompanhava as tratativas, exasperou-se: “Com 99% da operação concluída, surge essa recaída lusitana”, lamentou.

Por um instante, o governo receou que a PF tivesse de acionar o seu Plano B. Uma invasão do sindicato envolvia riscos. Agredidos por militantes, os policiais teriam de reagir. Havia grande preocupação com a integridade física de Lula. Súbito, às 18h40, quando faltavam 20 minutos para expirar o ultimato dado pela PF, Lula saiu novamente do prédio. Cruzou a pé os cerca de 50 metros de militantes que o separavam do terreno onde se entregaria, finalmente, à equipe da Polícia Federal. Houve alívio em Brasília.

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